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Parecer SPEA sobre a proposta de Programa de Desenvolvimento Rural para Portugal Continental

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Parecer SPEA sobre a proposta de Programa de

Desenvolvimento Rural 2014-2020 para Portugal

Continental

Lisboa, Junho de 2014

Coordenação: Dr. Domingos Leitão

Introdução e enquadramento

A SPEA tem estado na frente do trabalho em prol de uma política agrícola sustentável, trabalhando activamente na fase de definição das políticas e dos regulamentos e na fase de aplicação, com parceiros nacionais e europeus e com a administração e a comissão europeia. A SPEA tem também um papel importante na observação mundo rural, através da participação como membro activo da Rede Rural Nacional. Temos participado nos órgãos de coordenação e no programa da RRN, com projectos na área da promoção da biodiversidade rural e na monitorização das aves comuns das zonas agrícolas.

Este documento deve ser visto como a opinião da SPEA sobre a Versão do PDR submetida pelo Estado Português à Comissão Europeia a 5 de Maio de 2014 e respectivo orçamento. Este documento só foi tornado público em 25 de Maio de 2014. Orçamento

1. O orçamento apresentado não está suficientemente descriminado em secções extensas e complexas, como as acções 3.2, 3.4, 7.3 e 8.1, entre outras.

2. O orçamento é profundamente desequilibrado, estando maioritariamente voltado para o investimento na competitividade e aumento da produção. Para além dos 44% da despesa pública total referente à área de intervenção A2 - Competitividade e organização da produção, têm de ser contabilizadas como investimento na produção toda uma série de medidas ambientais falsas. Acções como Ac 7.2. - Produção integrada, Ac 7.5. - Uso eficiente da água na agricultura e uma parte importante da Ac 8.1.Silvicultura sustentável, deveriam estar na área de intervenção 2 e não na área de intervenção 3. O orçamento real para a componente de protecção do ambiente e da biodiversidade é inferior em pelo menos 500 milhões de euros relativamente ao que é apresentado no quadro orçamental.

3. O investimento público real na área de intervenção A2 é superior a 56%, enquanto que o investimento na A3 é inferior a 36%. Esta situação poderá significar uma violação do estabelecido no regulamento do FEADER, por sub-investimento na Prioridade 4.

Medidas

4. Med.1, Acção1.1 - Continua a não existir uma referência clara à biodiversidade nas prioridades temáticas.

5. Med.2, Acção 2 - A Rede Natura 2000 não é considerada na definição das acções desta medida. Tendo em atenção que a Rede Natura 2000 contém 18% da SAU de Portugal Continental e que as áreas classificadas contém espécies e habitats que dependem da gestão agro-florestal, é uma falha grave

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que a gestão deste valores naturais não seja um objectivo dos serviços de aconselhamento do PDR.

6. Também não está garantido que as “Entidades reconhecidas para efeitos da prestação do serviço no âmbito do Sistema de Aconselhamento Nacional”, que são maioritariamente entidades do sector agrícola, tenham a vocação e os recursos humanos necessários para aconselhar sobre a gestão agro-florestal dos valores naturais da Rede Natura 2000.

7. Med. 3.2.1 – Permite a instalação de novos regadios às entidades colectivas, mas não especifica se esse é ou não para utilização colectiva. Está aberta a porta a instalação de novos regadios colectivos, com todas as implicações ambientais e de gestão do território que isso acarreta.

8. Meds. 3.2.1 e 3.2.2 - Nos critérios de selecção dos apoios não há qualquer referência às salvaguardas ambientais, relativos à protecção de estruturas ricas em biodiversidade nos meios agrícolas (linhas de água, galerias ripícolas, sebes, bosques, etc.).

9. Estratégia para o regadio 2014-2020 não dispôs de consulta pública. Trata-se de uma violação das directivas Avaliação Ambiental Estratégica e Quadro da Água.

10. O financiamento de novas barragens e regadios sem qualquer escrutínio público irá criar e reabrir conflitos com a Rede Natura 2000, como o projecto do perímetro de rega do Abrilongo na ZPE de Campo Maior.

11. A referência às “virtudes” das barragens, ignora os impactos negativos destas infra-estruturas nas redes hidrográficas, na erosão costeira, na qualidade da água e na biodiversidade. A construção de novas barragens e novos regadios não podem ser enquadradas no PDR, precisamente por violarem os princípios de sustentabilidade ambiental e de combate às alterações climáticas da regulamentação do FEADER.

12. O financiamento de emparcelamentos, drenagens e “regularização” dos vales fluviais irá acentuar os conflitos com a Rede Natura 2000, como no caso do Baixo Vouga lagunar, na ZPE da Ria de Aveiro. Esta situação será agravada pela falta de escrutínio público e pela utilização de processos de EIA antigos e caducados.

13. Não estão definidas as listas de produtos florestais a apoiar. Continua a não estar diferenciado o valor das espécies nativas e dos produtos nativos (ex: cortiça, pinha/pinhão, bolota, etc.). Não é aceitável que o investimento em produtos florestais derivados de plantações de espécies exóticas tenham o mesmo tratamento que os produtos derivados da floresta nativa.

14. A operação 6.2.1 não está minimamente definida. Não diz que tipo e intervenções pretende apoiar, nem quais os montantes envolvidos. Isto não é aceitável, porque pode inclusivamente vir a financiar intervenções contrárias os objectivos do regulamento do FEADER.

15. A operação 6.2.2. também não está suficientemente descrita. Não podendo ser avaliada.

16. A gestão do risco é abordada apenas pelo ângulo financeiro dos seguros e capitalização dos produtores (6.1 e 6.2.2) e pelos planos e projectos públicos (6.2.1). Falta o ângulo da gestão física da exploração e do produtor individual. Deve existir apoio aos agricultores que queiram tomar medidas físicas de prevenção contra eventos climáticos extremos na sua exploração. Tais como, faixas de protecção de linhas de água para evitar inundações, cortinas de árvores e sebes corta-vento, diminuição de encabeçamento e/ou manutenção de reservas forrageiras para lidar com falta de pastagem em situação de seca, manutenção de reservas estratégicas de água em açudes e pequenas albufeiras, etc. Este tipo de medidas são eficazes, de baixo custo e têm inúmeras vantagens adicionais, em termos de protecção do solo, agua e biodiversidade rural.

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17. A Acção 7.2. – Produção Integrada, não demonstra qualquer valor acrescentado para o ambiente e biodiversidade. Trata-se de uma medida básica, que deve fazer parte da boa gestão no uso de agro-químicos e produtos fitossanitários, e que deveria ser obrigatória para todos os agricultores, especialmente aqueles que recebem qualquer apoio público. Não faz qualquer sentido pagar para que se pratique uma gestão racional dos recursos e factores de produção, que é do interesse do próprio.

18. Não há nenhuma mais valia ambiental extraordinária na Acção 7.2. Não há investimentos, nem gestão para a biodiversidade, não há protecção especial das linhas de água, não há protecção dos solos para além das curvas de nível e até os níveis de encabeçamento exigidos podem originar sobre-pastoreio e erosão em determinadas regiões e condições climáticas. Não há justificação para esta medida tão fraca, nem fundamento para dizer que responde aos objectivos da Prioridade 4. Ela responde sim, de forma pouco exigente, aos objectivos da Prioridade 5.

19. A operação 7.3.1. não é mais do que a distribuição de um pequeno apoio financeiro por muitos agricultores, sem qualquer contrapartidas de gestão dos habitats agro-florestais, nem resultados esperados ao nível da conservação. Com a agravante de que é uma repetição da Medida 9 – MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE AGRÍCOLA EM ZONAS DESFAVORECIDAS, uma vez que a grande maioria da área da Rede Natura 2000 está incluída num dos três tipos de zona desfavorecida.

20. A operação 7.3.2. é o tipo de apoio à Rede Natura 2000 que pode gerar mais resultados ao nível da conservação das espécies dos habitats dependentes de gestão agro-florestal. No entanto, a sua aplicação está fortemente limitada por propostas desajustadas, tecnicamente e financeiramente.

21. É necessário uma maior adequação das medidas às áreas estepárias fora de Castro Verde. Áreas como o Vale do Guadiana e Piçarras são semelhantes a Castro Verde, em termos de solos e mosaico agrícola. No entanto, as restante áreas estepárias são muito diferentes, por possuírem solos mais produtivos e/ou sistemas agrícolas com rotações mais pequenas ou direccionados para um dos componentes do mosaico.

22. As ZPEs de Mourão/Moura/Barrancos, Monforte, Veiros e Torre da Bolsa, por exemplo, estão mais vocacionados para o cereal de sequeiro, com rotações mais curtas e menor área de pousio. Para implementar os compromissos exigidos pela medida 7.3.2. e tornar a gestão agrícola destas áreas mais favorável à conservação dos valores naturais, introduzindo pousios mais longos, são necessários montantes de apoio maiores.

23. As ZPEs de Cuba, Vila Fernando e São Vicente, por outro lado, tem uma grande componente ganadeira, em especial de criação de bovinos. Nesta situação a rotação tem uma menor componente de cereal de sequeiro e de pousios e uma maior componente de cultivos forrageiros regados e pastagens permanentes. Não faz sentido pedir aos agricultores um compromisso de gestão idêntico ao da ZPE de Castro Verde. Obviamente a adesão a este compromisso será muito difícil.

24. O orçamento para a Medida 7.3.2. é desconhecido, uma vez que é apresentado em conjunto com a Medida 7.3.1. Mas mesmo assim é claro que se trata de um orçamento insuficiente, tendo em atenção que só para a “Manutenção da rotação cereal de sequeiro” estamos a falar de uma área potencial elegível superior a 300000ha.

25. Se o Estado Português quer mesmo promover que a actividade agrícola dentro da Rede Natura 2000 seja favorável aos valores naturais que dela dependem, tem necessariamente melhorar a qualidade técnicas destas medidas e colocar muito mais dinheiro no orçamento da Medida 7.3.2.

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26. Como para muitos dos sistemas agrícolas e agro-florestais os montantes de apoio zonal são insuficientes, o PDR será aplicado de forma mais eficiente se algumas das medidas pouco exigentes, sem contrapartidas tangíveis (Medidas 7.2, 7.4, 7.5), fossem retiradas e os montantes libertados investidos nos apoios zonais.

27. A proposta de operação 7.5.1. continua a prefigurar um pagamento desnecessário para a implementação de procedimentos básicos que todo o regante deve ter.

28. A título de exemplo, a SPEA considera um desperdício imoral de dinheiros públicos pagar 220 euros por hectare a um produtor horto-frutícola industrial para utilizar sondas, pluviómetros e efectuar inspecções aos equipamentos. Ou seja, trata-se de um pagamento para fazer o que mandam as regras da boa gestão, sem qualquer retorno adicional ao nível de benefícios públicos.

29. A operação 7.7.2 continua a valorizar o pastoreio com porco de montanheira, relativamente às outras espécies pecuárias. Não é aceitável que seja permitido um maior encabeçamento em pastoreio com porco de montanheira (0,75CN) do que com os restantes animais. Com o mesmo encabeçamento, o porco de montanheira têm um impacte negativo muito maior na biodiversidade animal e vegetal dos sistemas pastoris do que os restantes herbívoros. Pelo que a existirem diferenças, elas teriam de ser ao contrário. Ou seja, uma maior limitação do encabeçamento com porco de montanheira do que com os restantes animais.

30. Nenhuma das operações propostas no âmbito desta medida apoia os prados ricos em biodiversidade dos sistemas calcários secos, nomeadamente o habitat 6110 e 6210 da Directiva Habitats. Estes prados devem ser mantidos com um pastoreio extensivo, de forma a manterem o seu óptimo de biodiversidade. A falta de apoio vai conduzir necessariamente à intensificação e ao abandono, com perda do seu valor natural. Os prados calcários secos ocupam vastas áreas do barrocal algarvio, da serra da Arrábida, do maciço calcário estremenho (serras de Aire, Santo António e Candeeiros) e serras de Alvaiázere e Sicó. Deve ser criada uma nova operação que apoie este tipo de pastagens extensivas.

31. A medida 7.9 mantêm-se essencialmente uma medida de apoio às plantações de eucaliptos.

32. A medida 7.10 está bem desenhada, mas:

33. Operação 7.10.2 – a protecção aos ninhos das aves de rapina está limitada a 25ha, ou seja um raio com cerca de 280m, o que poderá ser pouco. Para ser eficaz na protecção de ninhos de grandes águias, como águia-imperial-ibérica ou águia-de-bonelli (espécies ameaçadas e muito sensíveis à perturbação humana), a protecção terá de abranger 75ha em redor do ninho.

34. O pagamento de 200€/ha pode não ser adequado para todas as circunstâncias em que seja necessário proteger um ninho. Por um lado, para adiar acções de poda ou descortiçamento, poderá ser excessivo. Por outro lado, para suspender um corte de um povoamento maduro, certamente não é suficiente. 35. Operação 7.10.3 – os montantes de apoio são mais do que suficientes para a

manutenção da vegetação arbórea das galerias ripicolas, incluindo a replantação com espécies autóctones. Mas, são insuficientes para cobrir os trabalhos de erradicação de espécies invasoras, espacialmente de acácias e similares.

36. Estas acções enquadram-se principalmente na “Prioridade 2 - reforçar a viabilidade das explorações agrícolas,,,”. Por isso, deveriam estar incluídas n área de intervenção A2 – Competitividade e não na A3 – Ambiente.

37. Operação 8.1.1 Florestação de terras agrícolas e não agrícolas. Florestação de terras agrícolas é altamente questionável, num momento em que mais terras são retiradas da produção de alimentos para a produção de energia e no

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momento em que a sociedade exige uma extensificação da agricultura, para lidar com problemas ambientais e de qualidade dos alimentos associados à agricultura intensiva.

38. A florestação de terras agrícolas vai diminuir a SAU e aumentar a necessidade de intensificação da produção na SAU que permanece. Por outro lado, Portugal não tem necessidade de mais floresta, uma vez que esta ocupa já mais de 35% do território. Portugal tem necessidade de gerir melhor a floresta actual. A SPEA opõe-se à florestação de terras agrícolas, não faz qualquer sentido no contexto europeu de maior exigência ambiental sobre as áreas agrícolas. Esta medida deve contemplar apenas a florestação de terras não agrícolas.

39. O apoio no âmbito desta medida, o prémio anual por hectare, pode ir até 10 anos, passando para além do final deste QCA. Não é correcto transferir despesas para o QCA seguinte, condicionando as decisões futuras.

40. Florestação de terras agrícolas inclui um Prémio por Perda de Rendimento, sem qualquer verificação se essas terras agrícolas estavam em produção à data da alteração do uso do solo. Ou seja, não é aceitável que existam pagamentos por perda de rendimentos que na prática não existiam.

41. A operação 8.2.1 continua a ser maioritariamente um pagamento adicional a uma actividade que já existia, sem contrapartidas mensuráveis na gestão da biodiversidade ameaçada.

42. Toda a despesa elegível é voltada para a gestão da caça e para a diversificação de serviços, não especificando do que se trata. Não está prevista a elegibilidade de despesas para a gestão dos valores naturais e dos ecossistemas dentro das explorações cinegéticas. Por exemplo, não é elegível o pagamento de um inventário dos valores naturais (espécies e habitats) ou de um plano de compatibilização das actividades cinegéticas com populações de aves de rapina nidificantes, etc.

43. Nas condições de acesso não estão contempladas salvaguardas para as espécies ameaçadas que ocorram na zona de caça. É essencial que os beneficiários deste apoio sejam obrigados a conhecer (inventariar) e a manter as populações de espécies ameaçadas, como o lince ibérico, a cegonha-preta, a grandes águias e os abutres (várias espécies), o bufo-real e outras espécies protegidas ao abrigo das directivas Aves e Habitats, e que normalmente sofrem impactos negativos das actividades cinegéticas.

44. Não é aceitável que se possa receber um apoio até meio milhão de euros e não tenha que dar conta, manter ou até melhorar a situação de espécies como a águia-imperial-ibérica ou a águia-de-bonelli.

45. Por último, esta medida continua fechada a outras entidades para além dos gestores de caça. É legítimo que outras entidades, nomeadamente proprietários e ONG de ambiente, que geram zonas de caça e de não caça, tenham direito aos mesmos apoios.

46. LEADER - Continua a haver um enfoque maioritário nos produtos e um esquecimento dos serviços associados aos meios rurais.

Avaliação

47. O índice de Aves Comuns de Zonas Agrícolas desapareceu no Plano de Indicadores.

48. A bateria de indicadores proposta é totalmente desadequada, devido à ausência ou insuficiência de indicadores de resultado. Por exemplo, é proposta uma bateria de indicadores de resultado para a secção P4A, que na realidade todos são indicadores de execução (nº de agricultores envolvidos, área intervencionada, montantes investidos, etc). Não existem indicadores que

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meçam o efeito do PDR nos parâmetros ambientais dos meios rurais (biodiversidade, solo, água e outros serviços de ecossistema).

49. Devem ser incluídos entre outros indicadores o Índice de Aves Comuns de Zonas Agrícolas (IACZA), o Índice de Aves Comuns de Zonas Florestais (IACZF), os índices populacionais das espécies ameaçadas que dependem de gestão agro-florestal, entre outros.

50. No Plano de Avaliação o índice de aves comuns é referido como uma lacuna de informação, mas tal não é verdade. A informação base para o cálculo do IACZA e do IACZF existe, só é necessário o devido enquadramento no plano de monitorização e avaliação, incluindo as entidades que produzem esses indicadores e o necessário financiamento.

Conclusão

• Esta proposta de PDR está excessivamente direccionada para a promoção da produção a da competitividade das empresas agrícolas, relegando para segundo plano os serviços ambientais e de protecção dos ecossistemas dos agricultores e dos meios rurais.

• Inclui um investimento de 368M de euros em novas barragens, regadios, drenagens e “regularização” dos vales fluviais sem qualquer escrutínio público, que irão criar e reabrir conflitos com a Rede Natura 2000, numa situação em que os regadios existentes estão sub-aproveitados.

• Inclui um investimento de 462M de euros para novas florestações, incluído novas plantações de eucaliptos e florestação de terras agrícolas, num país já demasiado eucaliptizado e a necessitar urgentemente de apoios que mantenham a actividade agrícola nas regiões despovoadas dos interior. • Esta proposta de PDR contém também várias medidas apresentadas como

medidas ambientais, que na realidade não o são. Os compromissos que se pedem aos agricultores e gestores agro-florestais para a “Produção integrada” e “Uso eficiente da água” são tão básicos, que o resultado final é um pagamento para a realização de uma actividade agrícola normal, sem qualquer benefício público adicional.

• A Rede Natura 2000, que ocupa 18% das terras agrícolas do país, vai receber apenas 2,6% dos apoios do PDR. Nem todo este mísero pacote de 111M de euros é para medidas de gestão activa dos habitats agro-florestais das áreas classificadas. Ou seja, mais uma vez os agricultores e produtores agro-florestais que queiram desenvolver a sua actividade de forma a proteger as espécies ameaçadas e os preciosos serviços de ecossistema da Rede Natura 2000 não o vão poder fazer por falta de medidas precisas e/ou por insuficiência de orçamento.

• Por fim, o Plano de Avaliação, está desenhado para avaliar o desempenho, mas não o resultado. Certamente iremos saber quantos e quais os agricultores beneficiados, quando dinheiro foi distribuído e onde, mas não vamos saber com rigor qual o resultado de 7 anos de política de desenvolvimento rural. • A Comissão Europeia não deverá aprovar esta proposta, sem que haja um

corte significativo no investimento em regadio, nas plantações de eucalipto e noutros tipos de desenvolvimento rural destrutivo de recursos naturais, sem que sejam retiradas as falsas medidas ambientais, sem que seja reforçado o investimento na gestão activa da Rede Natura 2000 e sem que haja um Plano de Avaliação focado nos resultados.

Referências

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