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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A INFLUÊNCIA DA DISLEXIA NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM.

Por: Marielza Soares Lopes

Orientador

Prof. Solange Monteiro

Rio de Janeiro 2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A INFLUÊNCIA DA DISLEXIA NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia

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AGRADECIMENTOS

A Deus.

Aos meus pais, pelo esforço que sempre fizeram em suas vidas para que hoje eu pudesse chegar até aqui.

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DEDICATÓRIA

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RESUMO

O estudo realizado neste trabalho tem como objetivo sintetizar uma pesquisa na área da dislexia. Abordaremos como se caracteriza a dislexia no processo ensino-aprendizagem e as estratégias para desenvolver um trabalho com crianças disléxicas, dando ênfase às suas causas, sintomas e as devidas intervenções cabíveis para tal dificuldade.

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METODOLOGIA

Foram realizados estudos exploratórios nas obras de autores como: Weiss (2011), Mousinho (2003), Alícia Fernandez (1990), Emília Ferreiro (1999) entre outros para embasar este trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O QUE É DISLEXIA? 10 CAPÍTULO II O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM. 15 CAPÍTULO III A INTERFERÊNCIA DA PSICOPEDAGOGIA. 20 CONCLUSÃO 25 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27 ÍNDICE 28 FOLHA DE AVALIAÇÃO 29

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INTRODUÇÃO

No presente trabalho monográfico abordamos como tema a dislexia no processo aprendizagem, apontando os significados que alguns autores costumam atribuir ao assunto.

Temos como ponto de partida uma linha de pensamento que explica o que é a dislexia na construção do conhecimento do processo aprendizagem.

É importante abordar o papel do professor diante das dificuldades apresentadas pela dislexia, com base numa fundamentação teórica, de autores como: Weiss (2011) e Mousinho (2003), das recentes concepções de ensino-aprendizagem, de forma que a prática pedagógica não perca seus objetivos.

É importante ainda, observar a atitude que direciona o método e o sistema de ensino que serão realizados pelo professor, junto aos alunos com dislexia, em busca de propósitos definidos de modo eficiente.

Dos diversos tipos de transtornos de aprendizagem a dislexia é o mais comum. É um distúrbio que ocorre diretamente no cérebro e não tem nenhuma relação com pouca inteligência.

O tratamento da dislexia é realizado através de um diagnóstico multidisciplinar feito por uma equipe composta por psicólogo, fonoaudiólogos, psicopedagogo e, caso haja necessidade, outros profissionais para facilitar a eliminação de outros fatores que possam estar comprometendo o processo de aprendizagem.

A proposta do ensino-aprendizagem deve ser adaptável de pessoa para pessoa e de acordo com a capacidade e desenvolvimento do aluno.

Dividimos o trabalho da seguinte forma:

O primeiro capítulo explica o que é a dislexia, expõe quais são os sintomas observados nas crianças com o transtorno, quais os diferentes tipos e suas definições e como diagnosticar. O diagnóstico precoce é importante para que o tratamento tenha resultados positivos.

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No segundo capítulo relatamos sobre o processo ensino aprendizagem e como ele ocorre para crianças com dislexia. Como o aluno aprende a conviver com o distúrbio e qual é a importância do professor para diagnosticar o problema e ajudar no tratamento. Citamos autores como Alícia Fernandez (1990) e Emília Ferreiro (1999).

O papel do psicopedagogo diante do problema que envolve o ensino-aprendizagem está presente no terceiro capítulo.

A psicopedagogia inserida no contexto escolar tem o objetivo de auxiliar professores e alunos que enfrentam problemas com o processo ensino-aprendizagem.

O psicopedagogo após analisar as queixas e diagnosticar o distúrbio junto a uma equipe multidisciplinar, pode amenizar o problema enfrentado pelo aluno e em muitos casos, quando diagnosticado precocemente, encontrar a cura.

A dislexia é um distúrbio que possui tratamento e necessita de acompanhamento de psicólogos e fonoaudiólogos.

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CAPÍTULO I

O QUE É DISLEXIA?

Existem diversos tipos de transtornos de aprendizagem e a dislexia é um desses.

Dislexia é uma das mais comuns deficiências de aprendizado, é uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, escrita, soletração, em cálculos matemáticos, na linguagem corporal e social. A falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, não é uma das causas do distúrbio, assim como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva.

Pessoas que nunca trataram à dislexia leem com dificuldade, pois é difícil para elas assimilarem as palavras.

A dislexia não é uma doença. Ela é um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento do cérebro para todo processamento linguístico relacionado à leitura.

Pessoas com dislexia possuem dificuldades para organizar, mentalmente, o símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam e não conseguem por em ordem essa sequência de modo coerente.

O distúrbio possui tratamento e necessita de acompanhamento de psicólogos e fonoaudiólogos. Se o tratamento for precoce, na vida escolar, a criança pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas quase desaparecerem.

Segundo Mousinho (2003, p.05)

Dislexia é um transtorno específico de leitura; um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem; um déficit linguístico, mais especificamente uma falta de habilidade no nível fonológico; uma dificuldade 12 específica para aprendizagem da leitura bem como para reconhecer, soletrar e decodificar palavras. (MOUSINHO, 2003, p.05)

O transtorno de leitura ou dislexia é diagnosticado no final da fase de educação infantil e no 1º ano do Ensino Fundamental, o prognóstico

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deve ser precoce, porém na fase adulta também são realizados diagnósticos e tratamentos.

Para descobrir a dislexia é preciso observar alguns sintomas como: dificuldade na linguagem, em escrever, com ortografia e lentidão na aprendizagem de leitura. Crianças com dislexia demonstram dificuldades em manter a atenção durante as atividades, elas demoram a falar e a organizar linguagem de modo geral.

O distúrbio ocorre diretamente no cérebro, está relacionado ao processamento de informações. Dislexia não está relacionada com pouca inteligência, não possui ligação com nenhum tipo de deficiência ou retardo mental. Crianças com dislexia apresentam combinações de sintomas com níveis variáveis.

Podemos citar alguns sintomas de dislexia: 1- dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares; 2- dificuldade de entender o que está ouvindo;

3- atraso no desenvolvimento motor; 5- lentidão para executar tarefas; 6- só fazer leitura silenciosa;

7- tem mudanças brusca de humor;

8- inventa, omite ou acrescenta palavras ao ler e ao escrever; 9- tem grande imaginação e criatividade;

10- dificuldade em aritmética básica e ou matemática mas avançada. Entre outros.

1.1. Tipos de dislexia

Existem diferentes tipos de dislexia, a internacionalmente conhecida classificação do distúrbio é a dislexia adquirida, de desenvolvimento, central, periférica, profunda ou fonologia e superfície ou ortográfica. A dislexia adquirida trata da parte fonética, semântica ou fonológica ocorre quando as habilidades de leitura já desenvolvidas são perdidas devido a uma lesão cerebral, e a dislexia do desenvolvimento ela é

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evolutiva, maturativa e profunda, é aquela na qual a inabilidade na aquisição completa da competência de leitura e de origem constitucional.

A dislexia adquirida existe quando ocorre de um traumatismo ou lesão cerebral (a pessoa tinha boa leitura mas depois surgiu algum problema e passou a ter a dificuldade).

A dislexia de desenvolvimento corresponde a um atraso na aquisição de leitura que se relaciona com problemas na aprendizagem.

A dislexia central surge quando é afectada a produção de palavras escritas ou a leitura.

A dislexia periférica ocorre quando afeta o modo de saída de vocalização e escrita.

A dislexia profunda ou fonológica é a ocorrência dos chamados erros semânticos. Caracterizada por uma grande dificuldade em ler palavras desconhecidas, dificuldades em palavras abstratas e verbos.

A dislexia de superfície ou ortográfica apresenta-se na dificuldade de ler palavras irregulares, ou seja, palavras lidas de forma diferente à da escrita.

A disgrafia tem como característicca o problema com a linguagem escrita que torna difícil a comunicação dos conhecimentos através do canal de comunicação. A coordenação psicomotora é um dos problemas da dislexia e isso pode causar graves comprometimentos no traçado de letras e de números, com essa limitação a criança pode cometer erros ortográficos graves. É muito comum encontrar disgráficos com dificuldades em aprender matemática.

A criança com disgrafia não possui deficiência visual ou motora, mas ela não consegue transmitir as informações visuais ao sistema motor. Ela visualiza o que pretende escrever, mas não consegue idealizar o plano motor, não transmite informações visuais ao sistema motor ou imita o que vê e isso provoca consequências como, por exemplo, a incapacidade de amarrar os sapatos. O disléxico não é capaz de ler, não consegue escrever, mas consegue copiar.

A discalculia é uma disfunção neuropsicológica que interfere na aprendizagem da matemática. O discalcúlico possui dificuldade com tudo que envolve sequência lógica.

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A disortografia consiste no conjunto de erros da escrita que afetam apenas as palavras. É a dificuldade da linguagem escrita expressiva.

A evasão, a repetência, o fracasso escolar fazem parte das consequências da dislexia, o problema precisa ser detectado e acompanhado

logo no início para que a criança possa aprender a ler e escrever. A criança disléxica acaba vivendo o desestimulo, a vergonha, a solidão, rebaixando a sua autoestima, pois o aluno perde o interesse em aprender achando-se incapaz de acompanhar o aprendizado.

Se a criança com dislexia não obter possibilidades pedagógicas favoráveis ao aprendizado, ela pode não apresentar os resultados esperados na aprendizagem. Dessa forma, é fundamental que se tenha um diagnóstico precoce e correto, além de um trabalho paralelo do desenvolvimento da escrita e leitura com os alunos disléxicos, estabelecendo ação conjunta com a escola, demais alunos, professores e pais e só assim o trabalho pedagógico será efetivo.

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1.2. Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é feito por uma equipe multidisciplinar com médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e neurologista, pois é preciso descartar qualquer tipo de problema visual, auditivo, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.

A aprendizagem é uma função cerebral capaz de processar, armazenar e usar informações. No caso da leitura esse processo é altamente complexo, pois envolve tanto aspectos neurológicos como sensoriais, psicológicos, socioculturais, socioeconômicos e educacionais, dentre outros. Portanto, um único profissional não seria suficiente para analisar esses vários aspectos e fornecer um diagnóstico preciso e seguro.

Atualmente é possível fazer um diagnóstico precoce de uma criança com dislexia. Um dos principais sintomas do distúrbio é o

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psicomotor. O diagnóstico é basicamente feito por exclusão dos sintomas apresentados pela criança, pois para diagnosticar a dislexia é preciso excluir a presença e possibilidade de outros distúrbios.

A dislexia não é caracterizada por dificuldades especiais, é um distúrbio no qual apresenta combinações de facilidade e dificuldade de aprendizagem.

O distúrbio não afeta a inteligência da criança, porém estas não conseguem atingir um resultado satisfatório na aprendizagem da leitura e escrita.

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CAPÍTULO II

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM.

Segundo Piletti (1997), educação é um processo universal do qual ninguém escapa, mas que varia de acordo com a sociedade em que se realiza.

A educação está presente em nossas vidas desde o momento em que nascemos, pois é a partir do início da vida que começamos a passar pelo processo educativo. É claro que nos primeiros anos de vida a educação que recebemos é um processo informal, pois estamos expostos a vida social, ao cumprimento de regras morais, etc.. A partir de uma certa idade, considerada adequada para frequentar a escola, é que passamos a receber a educação formal, que compreende a uma educação sistemática, na qual se inclui planos para alcançar determinados fins.

Sabemos que a aprendizagem se refere aos aspectos funcionais e o resultado ocorre de acordo com a estimulação ambiental envolvida pelo aluno no decorrer da vida escolar. A proposta do ensino aprendizagem deve ser adaptável a casa aluno, ou seja, de acordo com a capacidade e realidade de cada criança.

Segundo Luckesi (1995, p. 126)

A educação escolar é uma instância educativa que trabalha com o desenvolvimento do educando, está atenta às habilidades cognitivas sem deixar de considerar significativamente as formações de múltiplas convicções assim como de habilidades motoras. A escola não poderá descuidar dessas convicções e habilidades. A escola cabe trabalhar para o desenvolvimento das habilidades cognitivas do educando, em articulação com todas as habilidades, hábitos e convicções de viver. (LUCKESI, 1995, p. 126)

As dificuldades podem ser resultados de fatores orgânicos ou emocionais, cabe ao educando localizar quais são as dificuldades de aprendizagem apresentadas em sala de aula e decidir a melhor estratégia

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para solucionar o problema, a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo.

Existem problemas de aprendizagem que podem ocorrer por todo o processo escolar decorrentes de situações diferentes, para isso é preciso uma análise na área em que eles se manifestam. O professor deve ficar atento se o problema está associado a fatores como: preguiça, cansaço, agitação, sono, desordem, tristeza, e outros casos que também desmotivam o aprendizado.

Atualmente a dislexia é uma das dificuldades de aprendizagem mais conhecida, no entanto, é necessário estarmos atentos a outros problemas como: discalculia, dislalia, disgrafia, disortografia e o TDAH. O papel do professor é muito importante para a identificação dessas dificuldades, porém não possui formação específica para fazer tais diagnósticos, que só podem ser realizados por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos.

O processo ensino-aprendizagem nem sempre é cercado de sucesso e aprovações, pois no decorrer do ensino podemos encontrar problemas que podem paralisar os alunos no decorrer do processo de aprendizagem.

É primordial que familiares e professores estejam atentos as dificuldades, observando se estas são momentâneas ou se persistem há algum tempo.

A criança disléxica possui dificuldade em distinguir sons parecidos como p/b; d/t; f/v; m/n, mesmo tendo uma boa audição, e podemos perceber uma dificuldade na oralidade, proporcionando a criança poucas palavras em seu vocabulário.

O desenvolvimento da decodificação das palavras se produz através do conhecimento do alfabeto, da leitura oral e da transcrição de um texto oral para escrita. São doze os fonemas vocálicos da fala: / a /, / é /, / ê /, / i /,/ ó / ,/ u /, / na/, /en/, /in/, /on/ e /un/. Sete orais e cinco nasais.

Podemos usar como procedimento de intervenção um trabalho com processo de análise e síntese, percepção espacial e temporal, através de jogos como: quebra cabeça, dominó, dama, memória entre outros. Utilizar

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atividades que favoreçam a simbolização, através de: dramatizações, historinhas, faz de conta, adivinhações e rimas.

2.1. O aluno com dislexia.

A dislexia é um problema que afeta 15% da população no Brasil, e não possui uma causa definida, mas é um transtorno hereditário. É no início da vida escolar que os primeiros sintomas aparecem, porém se tornam mais evidentes na fase da alfabetização.

Segundo Ferreiro, 1999, p. 23.

Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (FERREIRO, 1999, p. 23).

É primordial que pais, educadores e professores estejam atentos aos fatores indicadores para o diagnóstico da dislexia, como por exemplo: a história pessoal do aluno e as manifestações linguísticas nas aulas de leitura e escrita.

Para os disléxicos as palavras curtas são mais difíceis, já as palavras longas fornecem maior número de sinais que servem para dar orientação na página escrita.

Para identificar qualquer anormalidade no campo da aprendizagem é preciso observar se o aluno tem dificuldade para ler, caso haja um resultado positivo, pais e educadores devem, inicialmente, encaminhar a criança para um profissional especializado que possa examinar e detectar o problema.

O atendimento psicopedagógico pode representar a resposta à maior demanda do momento, preparando a criança ou o adolescente para outros tratamentos posteriores, por meio de melhor organização interna e

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externa, de crescimento do auto-conceito, da autoestima por meio do sucesso escolar e do desenvolvimento cognitivo-afetivo. (WEISS, 2011, p.57.)

A criança com dislexia e que já tenha aprendido a ler pode ter dificuldade na leitura pulando palavras ou linhas, tentando adivinhar, omitindo ou acrescentando palavras. Geralmente é possível fazer a leitura silenciosa, porém é comum apresentar dificuldades de compreensão da leitura. Os erros apresentados na leitura, muitas vezes, também podem ocorrer na escrita. Na escrita, as dificuldades aparecem no ditado e na redação espontânea.

O aluno com dislexia aprende a conviver com o distúrbio. O dever do professor é fazer encaminhamento clínico para criança assim que suspeitar de algum sintoma. Após identificar o problema, o professor deve se dedicar muito ao aluno em sala de aula.

O aluno com dislexia tem inteligência acima da média, embora não seja capaz de decorar coisas e nem ler ou escrever textos longos.

2.2. O papel do professor diante dos problemas da dislexia.

Antes de mais nada, é necessário entender que a tarefa de ensinar a ler e escrever, não cabe apenas aos educadores dos primeiros anos escolar, esta aprendizagem de ser estimulada bem antes, na Educação Infantil.

O ambiente de aprendizagem deve ser um espaço apropriado para o amadurecimento psicomotor necessário ao desenvolvimento o aluno.

O fato de uma criança apresentar uma dificuldade em aprender, não o torna incapaz, ela só precisa de ajuda para alcançar os objetivos da aprendizagem.

É necessário que o professor conquiste e crie laços de afetividade com o aluno para que possa ajuda-lo no processo de construção de diversos saberes.

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É importante identificar as dificuldades em torno do desenvolvimento para agir com um tratamento, e se for o caso reeducar a criança antes de chegar à alfabetização.

... dificuldades mal resolvidas na sala de aula e no início da vida escolar agravam-se e vão se tornar, anos depois, o objeto de intervenção psicopedagógica por já transcenderem as possibilidades de atuação da equipe escolar. (WEISS, 2011, p. 48).

Sendo assim a dislexia pode ser detectada, prevenida e tratada. Segundo Fernandez (1990), entendemos que para o processo aprendizagem é necessário um sujeito “ensinante” e um sujeito “aprendente” que entrem em relação, este é um fator indiscutível quando se trata de métodos de ensino e processo aprendizagem. Porém, essa teoria fica esquecida quando o assunto é o fracasso escolar. Nesse caso, o foco do fracasso acaba sendo do “aprendente”.

Os distúrbios se evidenciam na aprendizagem da leitura e escrita, é nessa época que os pais e professores percebem que existe algo de errado com a criança.

O professor deve evitar uma série de atitudes em sala de aula para programar a aprendizagem do aluno. É importante que o professor adote atitudes como: evitar que o aluno se sinta inferior em relação aos demais, propor jogos, avaliar o desempenho do aluno de acordo com a qualidade do trabalho, entre outras.

Cabe a escola juntamente com o professor, criar estratégias para ajudar a criança a vencer as dificuldades do cotidiano escolar incentivando a criança a interagir com a leitura e a escrita e situações agradáveis.

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CAPÍTULO III

A INTERFERÊNCIA DA PSICOPEDAGOGIA.

A psicopedagogia estuda os processos e as dificuldades da aprendizagem humana; ajuda a entender como o sujeito aprende como é a variação evolutiva da aprendizagem, como as alterações da aprendizagem são produzidas e como identificar, tratar e prevenir o problema. Assim, o trabalho da psicopedagogia é preventivo e curativo. O psicopedagogo trabalha na prevenção, diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizado escolar. Estas dificuldades podem ser de origem física (estrutura do sistema nervoso central e maturidade neurológica) ou psíquica (dificuldade de adaptação social, dificuldade de aceitação de regras de comportamento, falta de interesse e valorização do aprendizado, entre outras). Os sintomas ocasionados por essas causas são: falta de atenção e concentração e a dificuldade de compreensão e memorização. O psicopedagogo efetua seu trabalho preventivamente atuando nas escolas através de assessoria pedagógica, com o objetivo de organizar as condições de aprendizagem de forma integrada e de acordo com o desenvolvimento do aluno. Em nível curativo, o psicopedagogo é direcionado aos alunos com distúrbio de aprendizagem.

Assim, segundo Weiss (2011, p. 26.).

A psicopedagogia tendo como objeto próprio o aprendiz, sujeito vivenciando o seu processo de aprendizagem, vai concentrar as explicações dos obstáculos à aprendizagem em diferentes domínios (orgânico, cognitivo, afetivo e social) do indivíduo em sua interação com o meio ambiente e, especialmente, o escolar, o que inclui o pedagógico. (WEISS, 2011, p. 26.)

Clinicamente o trabalho do psicopedagogo está voltado para compreensão do motivo que leva o sujeito a ter dificuldade em aprender alguma coisa e também o modo como ele aprende e o que é entendido.

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O início desse procedimento está no diagnóstico, momento em que a ênfase é a leitura da realidade vivida pelo sujeito para então proceder à intervenção que pode ser um tratamento ou um encaminhamento para outro profissional.

O diagnóstico é uma investigação, onde o profissional faz uma pesquisa procurando entender o que não vai bem com o sujeito, isto é, o esclarecimento de uma queixa que pode vir do próprio aluno, família ou da escola.

A necessidade de um diagnóstico e uma investigação psicopedagógica ficará evidenciada a partir da caracterização da ideia de desvio. Desvio em relação a quê? Quais os parâmetros? Estes serão definidos em relação à cultura, ao regime político-econômico, à classe social, à leis educacionais vigentes, às exigências e às expectativas de cada escola, de cada turma e de cada professor, da família no que se refere a um desenvolvimento biopsicológico considerado normal? (WEISS, 2011, p.39)

A investigação psicopedagógica começa com a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), de onde se extrai as hipóteses e se define a linha de pesquisa. O segundo passo é o sistema de pesquisa chamado anamnese onde realizamos a entrevista com os pais, professores e orientador escolar.

Após utilizar os dois sistemas de análise o psicopedagogo conclui seu sistema de hipóteses, encontrando as causas das dificuldades na aprendizagem.

É importante reconhecer as mudanças que ocorre nas diversas fases do desenvolvimento da criança.

A psicopedagogia tem como objetivo explicar as causas das dificuldades padrões evolutivos naturais e as patologias influenciadas pela família, escola, sociedade, em seu desenvolvimento.

Ao contrário do que uma grande maioria pensa, a dislexia não é o resultado de uma alfabetização deficiente.

O tratamento para os disléxicos é implementado caso a caso, pois cada caso tem sua particularidade, ou seja, depende da dificuldade de cada um e dos sintomas apresentados. Após identificar o distúrbio, é importante

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que a equipe médica faça uma minuciosa investigação do quadro clínico da criança, pois dependendo do caso pode haver necessidade de outros profissionais como: neurologista, oftalmologista, entre outros.

O papel do psicopedagogo na escola é procurar criar competências e habilidades para solucionar os problemas, trabalhar os elementos envolvidos na aprendizagem de forma que os vínculos estabelecidos sejam positivos.

O psicopedagogo desenvolve tarefas que possam ampliar a aprendizagem através de jogos e tecnologia ao alcance de todos. Cabe a ele identificar os problemas da aprendizagem e quando necessário, encaminhar as dificuldades encontradas por meio de relatório, para outros profissionais que realizem diagnósticos e exames específicos com o intuito de desenvolver a potencialidade no processo de aprendizagem.

É aconselhável que o aluno pratique esporte e se envolva com atividades artísticas, para ajudar a desenvolvera coordenação motora, raciocínio, agilidade e etc.. É importante que o tratamento seja frequente e individualmente. O aluno deve vivenciar diversas atividades, durante o tratamento, com o intuito de identificar o que bloqueia a aprendizagem a aprendizagem e qual é a melhor forma de aprender.

A utilização de jogos para o tratamento é fundamental, pois ajuda a criança a desenvolver o raciocínio lógico, obter concentração, e mais atenção, além disso a criança aprende a ter limites e a ganhar e perder.

Para facilitar a aprendizagem do disléxico, podemos realizar tarefas que ajudem o aluno a se sentir parte do processo no qual está inserido. Tais como:

Ø Trabalhar com família de palavras;

Ø Diferenciar aspectos distintos em figuras incompletas, Ø Fazer associações de sons/sílabas;

Ø Criar pequenas frases;

Ø Dar oportunidades para produção de historinhas; Ø Reforçar a memória a curto e a longo prazo; Ø Utilizar recursos tecnológicos.

Estas e outras tarefas podem ajudar na autoestima do aluno e melhorar a qualidade do aprendizado. A eficácia dessas estratégias não

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pode ser confirmada de imediato, mas tornam-se meios para sinalizar pontos positivos.

Visca criou um modelo de análise, capaz de facilitar a compreensão dos aspectos cognitivos e efetivos no qual o resultado é o “funcionamento do sujeito”.

Temos como instrumentos conceituais:

Ø O esquema evolutivo da aprendizagem concebe a aprendizagem como construção intrapsíquica, com continuidade genética e diferenças evolutivas resultantes das precondições energético-estruturais do sujeito e as circunstâncias do meio.

Ø O processo diagnóstico consiste na série de passos por cujo intermédio se realizam o reconhecimento, o prognósticos e as indicações. Esse processo possibilita uma imagem do sujeito mediante construção de um modelo a partir dele mesmo.

Ø Os critérios de seleção ou o EOCA (entrevista operativa centrada na aprendizagem) consiste em uma consigna inicial e intervenções do entrevistador.

Ø A matriz do pensamento diagnóstico individual é instrumento conceitual "capaz de representar os distintos estados (normais ou patológicos) do objeto de estudo sem que perca sua unicidade. Para tanto, consta de três partes: o diagnóstico propriamente dito, o prognóstico e as indicações”. Ø O modelo nosográfico classifica os estados patológicos da aprendizagem

conforme a base de sua descrição e explicação em três níveis: o semiológico (sintomas objetivos e subjetivos), o patogênico (estruturas e mecanismos que provocam a sintomatologia) e o etiológico (suas causas históricas)

Ø Processo corretor é o conjunto de operações clínicas por cujo intermédio se facilitam a aparição e estabilização de condutas entre um sujeito que acompanha o processo e outro que sofre ativamente, configurando ambos um sistema em definir (movimento pelo qual as coisas se transformam).

Para o autor esses modelos buscaram transcender o estudo do aspecto afetivo e cognitivo separadamente, na qual permite uma visão ampla e integradora e profunda.

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A investigação propõe obter uma compreensão global da forma de aprender do sujeito e dos desvios que estão ocorrendo nesse processo.

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CONCLUSÃO

Por meio dos estudos realizados no decorrer deste trabalho, percebemos que a dislexia é apenas um dos muitos distúrbios da aprendizagem, ele é caracterizado pela dificuldade que o aluno tem em decodificar as palavras simples, sendo que esta dificuldade não é esperada em relação à idade. A criança falha no processo de aprendizagem apesar de não obter distúrbios cognitivos e sensorias fundamentais.

Cabe ao professor estar preparado para reconhecer os sintomas e sugerir um encaminhamento clínico para o progresso do aluno. É importante que o professor recorra a diversas atividades e técnicas de ensino para descobrir a melhor forma de aprendizagem para o aluno com dislexia. Além da dedicação do professor em sala de aula, o tratamento também requer a participação da família, escola e profissionais de saúde.

Portanto a falta de informações sobre o distúrbio faz com que se torne uma causa ignorada por muitos e ainda seja um dos motivos de evasão escolar em nosso país.

A dislexia é um transtorno de aprendizagem muito comum, por isso é importante que seja avaliado, diagnosticado e tratado para que o aluno tenha uma boa aprendizagem ao longo do período escolar.

Mostramos pontos fortes que caracterizaram a dislexia, suas causas, sintomas e as devidas intervenções possíveis e cabíveis para o distúrbio.

Vimos que somente a partir de uma detalhada investigação, envolvendo a família e a escola, que é possível realizar o devido tratamento para o distúrbio.

Portanto, quanto mais cedo for comprovado o diagnóstico, na vida acadêmica da criança, melhor será seu desempenho. São muitos os fatores considerados importantes neste processo, entre eles o ambiente em que a criança está inserido. É a partir disso que posemos verificar o trabalho que será realizado com a criança.

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A dislexia é um distúrbio genético e hereditário sendo pesquisados nas áreas neurológicas, visuais, auditivas, biológicas e linguísticas.

Embora haja muita contradição de focos e ângulos pessoais e visões profissionais é importante ter um olhar humano e lógico para o entendimento do que realmente é o distúrbio.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e da família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1995.

MOUSINHO, E. Desenvolvimento da leitura, escrita e seus transtornos. In Golgfeld, M. Fundamentos em fonoaudiologia/linguagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

PILETTI, Nelson. História da educação no Brasil. São Paulo: Ática, 1997.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica - Epistemologia Convergente, Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

____________ Psicopedagogia: contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

Weiss, Maria Lucia L.. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnosticada dos problemas de aprendizagem escolar. DP&A Editora, 2004.

___________ Vencendo as dificuldades de aprendizagem escolar. 2.ed. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2011.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O QUE É DISLEXIA? 10 1.1 – Tipos de dislexia 11 1.2 – Diagnóstico 13 CAPÍTULO II

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM 15 2.1 – O aluno com dislexia 17 2.2 – O papel do professor diante dos problemas da dislexia 18

CAPÍTULO III

A INTERFERÊNCIA DA PSICOPEDAGOGIA 20

CONCLUSÃO 25

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27

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