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Segregação em pequenas cidades: Um estudo de caso na cidade de Anadia Alagoas.

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Academic year: 2021

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SEGREGAÇÃO EM PEQUENAS CIDADES: Um estudo de caso na cidade de Anadia Alagoas.

Freitas, Maria do Carmo Duarte de Colaço, Ana Luísa da Silva Vieira, Jakeline Ribeiro Souza Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL

analucolaco@hotmail.com; jakeline.ribeiro@hotmail.com

INTRODUÇÃO

O presente trabalho manifesta a preocupação de realizar uma analise referente a segregação espacial em pequenas cidades. Aqui enfoca-se a cidade de Anadia no Estado de Alagoas tendo como objeto de estudo o bairro Chã da Mangabeira na mesma cidade que está situada na microrregião de São Miguel dos Campos. A reflexão acerca dos processos interativos homem-espaço, torna necessária a análise referente aos tipos de atividades que se instalam neste lugar, uma vez que a esse está classificado como área periférica e por isso é marginalizado, porém as diferentes interações existentes estão associadas à sua constituição Histórica, ali, se evidenciam uma relação homem-espaço-territorio, a cada dia mais preocupante.

Segregação em pequenas cidades: Um estudo de caso na cidade de Anadia Alagoas.

PROBLEMA

O presente trabalho tem como finalidade retratar a problemática da segregação sócio espacial existente no bairro Chã da Mangabeira localizado na parte alta do Município de Anadia no Estado de Alagoas, que é visto como local de inclusão e exclusão sócio econômico e residencial.

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OBJETIVOS Geral

Levantar dados geográficos e históricos da região e do território em estudo no tocante aos problemas urbanos de forma a apresentar maior compreensão do problema.

Específicos

 Investigar os fatores que desencadearam os problemas socioeconômicos do bairro.

 Associar as mudanças econômicas do bairro com ao atual perfil social.  Elaborar o perfil sócio econômico do bairro.

 Entender o porquê da estigmatização da população  Conhecer a fundo os problemas estruturais do bairro  Analisar a organização residencial e urbana do bairro  Buscar possíveis soluções para os problemas expostos.

JUSTIFICATIVA

A realização desta pesquisa permitirá identificar a relação da população com seu histórico e os atuais problemas, visando expor-los destacando a sua importância e buscando estimular a conscientização desta situação perante às autoridades responsáveis. Desta forma, o estudo realizado será baseado no levantamento das principais causas e conseqüências que permitirão mostrar como a população do bairro Chã da Mangabeira vive em uma situação caracterizada por um antagonismo sócio econômico, ao mesmo tempo que algumas pessoas lutam para promover o crescimento econômico do mesmo e a cultura local.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada será revisão bibliográfica de autores variados, em sua maioria contemporâneos, pesquisa de campo, levantamento fotográfico, histórico e geográfico, utilização de entrevistas pré-definidas, aplicação de questionários, que

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permitirão o acúmulo, tratamento e exposição de dados obtidos como apoio metodológico, trata-se, por isso, de uma pesquisa mista.

INTRODUÇÃO

No atual estudo onde procura conhecer as características do bairro Chã da Mangabeira na cidade de Anadia Fez-se um estudo bibliográfico de onde são oriundos os aportes teóricos utilizados neste trabalho. Fez-se, ainda, uma pesquisa de campo e o resultado desses é a seguir descrito.

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Com uma área de 189,47 km2 totalmente inseridos na Folha São Miguel dos Campos (SC.24-X-D-VI) com escala de 1:100.000 editada pelo MINTER/SUDENE em 1989. O Município de Anadia localiza-se na mesorregião leste do Estado de Alagoas, mais precisamente na microrregião da cidade de São Miguel dos Campos e limita-se a Norte com a cidade de Marimbondo, a Sul com os Municípios de Limoeiro de Anadia e Campo Alegre, tem a Leste Boca da Mata e São Miguel dos Campos, a Oeste Taquarana, Belém e Tanque D’Arca. A sede do município está a 153 m de altitude e possui as coordenadas geográficas de 09º 41’ 02,4” de latitude sul e 36º 18’ 14,4” longitude oeste.

Anadia possui ainda, uma população absoluta estimada em 17.740 habitantes, segundo as projeções do IBGE para o ano de 2009, onde aproximadamente 51% da população reside na área urbana. Deste percentual aproximadamente 4.645 habitantes reside no Bairro Chã da Mangabeira que, como em várias outras cidades brasileiras o processo de urbanização deu-se de forma desordenada e promoveu uma separação sócio-espacial do bairro em destaque, que é rotulado como um lugar de segregação em múltiplos sentidos, como se pode ler em SANTOS 2005, “... a urbanização nada mais é que um resultado de processos historicamente determinado enquanto localização geográfica seletiva das forças produtivas e das instancias sociais.” .

Assim pode-se afirmar que o fato da área central da cidade estar localizada em uma área relativamente mais baixa, proporciona algumas vantagens em termos de administração e comércio local, além de uma melhor infra-estrutura, como maior segurança, entretenimento e maior acessibilidade. Já com relação ao objeto de estudo a situação é bem diferente, pois, o mesmo localiza-se na parte alta da cidade e possui um histórico diferente do restante das localidades do Município. Por ter surgido lentamente e de forma espontânea, ganhou uma maior expressividade com a evolução urbana ocorrida a partir da década de 80, com o êxodo rural do Município que originou uma grande mudança na estrutura local.

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O bairro Chã da Mangabeira, recebeu este nome devido à exuberância de alguns pés de mangabeiras existentes no local em meio à mata, que abrigava uma família de camponeses. Com o passar do tempo a área tornou-se um ponto de atração populacional por proporcionar amplo espaço e principalmente baixo custo, por isso, outras famílias começaram a se instalar no lugar, originando assim, a divisão das terras.

Inicialmente as terras foram divididas em grandes chácaras, no decorrer das décadas estas chácaras foram divididas em propriedades menores das quais existem algumas. Mas o que realmente chama atenção é que a principio o bairro foi ocupado por pessoas que detinham certo poder aquisitivo, uma prova disso são as pequenas propriedades mencionadas. Por outro lado, esta peculiaridade passou a deixar de existir, devido ao fato que as pessoas que adquiriram os espólios no inicio do processo de ocupação ao perceber que havia uma grande procura pelas terras da área e conseqüentemente certa valorização, começaram a revendê-las ou realizar loteamentos sem nenhum padrão, para a construção civil.

Embora houvesse certa valorização nos terrenos, eles ainda permaneciam mais baratos que os demais, principalmente quando comparado aos do bairro central, realizando assim uma mudança no perfil socioeconômico dos moradores do bairro devido às pessoas de baixo poder aquisitivo passarem a ter acesso. Além disso, a necessidade de ampliação territorial da cidade resultou em uma ocupação rápida e desordenada. A distancia com relação à porção central acabou, juntamente com outros fatores como a escassez de água, afastando assim grande parte da população mais abastada.

Porém com as modificações ocorridas ao longo dos anos surgiu um determinado favorecimento para com a evolução do bairro “as transformações, que historicamente se deram, permitindo a estruturação do modo capitalista, constituem conseqüências contundentes do próprio processo de urbanização. A cidade nunca fora um espaço tão importante, e nem a urbanização um processo tão expressivo e extenso...” ( SPOSITO, 1991 p.30).

As transformações a que Sposito se refere, deram origem a uma organização urbana, até então, não existente que deu origem a um comércio dentro do bairro com

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grande diversificação, além de pequenas igrejas na sua maioria protestantes (5 no total). Outras características do bairro são as duas escolas localizadas na área, os dois postos de saúde da família (PSF) e o ginásio poliesportivo.

A SEGREGAÇÃO RESIDENCIAL DO BAIRRO

Quando se fala em segregação logo se lhe atribui o significado de separação. Então, a segregação residencial é uma forma de organizar o espaço natural em áreas pré-estabelecidas pela sociedade, formando dois mundos no mesmo lugar, um que se encaixa nos padrões de moradia e outro que foge totalmente deles ou os ignora, pois segundo CORRÊA, a segregação residencial “ é um produto da existência de classes sociais, sendo a sua espacialização no urbano . sua origem remota ao próprio aparecimento das classes sociais e da cidade, que se verificaram de modo simultâneo.” ( CORRÊA, 2002 p.60).

Desta forma, é possível apontar a falta de opção em termos de trabalho como um dos agravantes, uma vez que este fator faz com que muitos saiam à procura de emprego em outras cidades que ofereçam condições para sua sobrevivência e os que permanecem tornam-se dependentes dos programas governamentais, dos trabalhos informais e uma pequena minoria, funcionários no setor público local.

A separação sócio econômica do bairro evidencia-se através dos muros que cercam as chácaras existentes, uma vez que seus donos são pessoas de status social maior que os demais habitantes do lugar. Caracterizando, desta forma, uma situação antagônica onde a questão da proximidade territorial é enfatizada e a parte correspondente à população menos favorecida é tida como representante da desordem e marginalizada. Assim sendo é possível afirmar que o bairro e suas características sócio espacial e sócio econômica são evidenciadas através da distribuição residencial, pois há aqueles que possuem melhores condições de vida e detém meios que facilitam a mobilidade e há outros que se encontram em total descaso,constituído em meio a isso um espaço isolado dentro da cidade e do próprio bairro.

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Se de um lado o bairro Chã da Mangabeira apresenta considerado crescimento econômico e social, por outro o mesmo apresenta vários problemas dentro do seu contexto, como os transportes, saneamento básico, infra-estrutura, violência e vários outros problemas que serão abordados no decorrer do trabalho.

A locomoção é um dos problemas mais comuns, uma vez que a cidade não possui um sistema de transportes urbanos coletivo, somente inter-municipal ou transporte escolar. Recentemente houve a implantação do sistema de moto taxi. As ruas do bairro foram construídas de acordo com o padrão de vida dos primeiro habitantes do bairro (a área das chácaras) e comprovam a separação existente entre a organização histórica e a organização socio-espacial.

A porção do bairro que possui os estabelecimentos comerciais, está próxima as chácaras e demonstra a influência que os moradores desta área detêm ante ao poder publico e seu status financeiro. Contam com ruas limpas, casas amplas, mais segurança e proximidade ao sistema de saúde e educação local. Já nas demais localidades do bairro a população tem graves queixas com relação a infra-estrutura pois há falta de saneamento básico, ruas despavimentadas, índices de violência (na maioria das vezes violência doméstica), venda e consumo de entorpecentes, além de outros problemas que foram identificados cujo as causas diagnosticadas referem-se à conseqüência da situação precária de trabalho e moradia.

Outra forma de moradia dentro do bairro, surgiu nas últimas décadas, é o conjunto habitacional que Jean-Louis Haroul, em seu artigo sobre a história do urbanismo, define este tipo de habitação como “... incompatível com a preservação dos sítios e a manutenção de uma paisagem rural”. Neste caso o conjunto Frei Damião que foi construído para abrigar famílias carentes é a área de maior incidência dos problemas mencionados acima sendo rotulado como um lugar de pobreza e miséria, sendo assim, segregado das demais ruas e até mesmo da própria cidade, evidenciando, desta forma, a segregação sócio-espacial de duas formas dentro do objeto de estudo, a induzida que segundo Souza 2003: p.69.

“o que si tem é uma situação na qual os pobres são induzidos, por seu baixo poder aquisitivo, a residirem em

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locais afastados do CBD e das eventuais amenidades naturais e/ou desprezados pelos moradores mais abastados. Nesses locais, não é apenas a carência de infra – estrutura, a elites, que é evidente, a estigmatização das pessoas em função do local de moradia (periferias, cortiços e principalmente favelas) é muito forte.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o estudo bibliográfico de teóricos renomados e a pesquisa de campo realizada no bairro, chegou-se à conclusão que os fatores históricos, junto à falta de empregabilidade podem levar à segregação de alguns bairros e até ruas de determinadas cidades. Sugere-se que políticas públicas intervenham no sentido de preservar a eqüidade dos habitantes de determinados bairros e ou regiões para que não aconteça a tão conhecida segregação.

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REFERÊNCIAS

SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 69.

CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 3ª Ed. São Paulo: Atica, 2002. (serie princípios ).

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. Núcleos urbanos na

historia. Revolução industrial e urbanização. A cidade moderna: para onde? 4ª Ed.

São Paulo: contexto, 1991. (coleção repensando a geografia).

HAROUEL, Jean-Louis. Historia do urbanismo. 2ª Ed. Tradução de Ivone Salgado. Campinas, SP: Papirus, 1990.

SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo EDUSP, 2005. (coleção Milton Santos; vol. 7)

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Referências

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