Portas abertas para inclusão
Material desenvolvido e organizado pela equipe do Portal IDEA Fontes retiradas: Livros, internert, artigos, apostilas e vídeos.
O que é inclusão?
Inclusão é o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes não faziam parte.
A inclusão permite com que pessoas que possuem algum tipo de deficiência possam possam participar ativamente na sociedade e contribuir para ela.
Socialmente, a inclusão representa um ato de igualidade entre os diferentes indivíduos que habitam determinada sociedade. Assim, esta ação permite que todos tenham o direito de integrar e participar das várias dimensões de seu ambiente, sem sofrer qualquer tipo de discriminação e preconceito.
A Inclusão social é o conjunto de ações que garante a participação igualitária de todos na sociedade, independente da classe social, da condição física, da educação, do gênero, da orientação sexual, da etnia, entre outros aspectos.
Antes que as medidas de inclusão social sejam formuladas e aplicadas, é necessário observar quais são os grupos excluídos e o que deve ser melhorado para que possam estar plenamente inseridos na sociedade. Por exemplo, os deficientes físicos (principalmente os cadeirantes) precisam que as calçadas públicas estejam em boas condições e que tenham rampas. Caso contrário, essas pessoas passam a não se sentirem representadas na própria sociedade em que vivem, pois suas necessidades são simplesmente ignoradas.
Construir rampas que facilitem o acesso dos deficientes físicos às calçadas passa a ser um exemplo de
inclusão social, pois consiste numa medida que tem como objetivo promover a integração harmoniosa de
Inclusão escolar
Inclusão escolar consiste na ideia de todas as pessoas terem acesso, de modo igualitário, ao sistema
de ensino. Não é tolerado nenhum tipo de discriminação, seja de gênero, etnia, religião, classe social,
condições físicas e psicológicas, etc.
Atualmente, o principal foco da inclusão escolar são as crianças e jovens portadores de necessidades
educacionais especiais (NEE), que normalmente apresentam algum tipo de deficiência física ou
psicológica.
A inclusão escolar prevê a integração de alunos com necessidades educacionais especiais em classes de aula regulares, compartilhando as mesmas experiências e aprendizados com os estudantes que não apresentam NEE, por exemplo.
Neste caso, no entanto, as escolas precisam estar preparadas para dar o suporte necessário para esses alunos, seja na infraestrutura da instituição (rampas, sinais, elevadores, etc) e, principalmente, na capacitação dos profissionais de ensino para este tipo de acompanhamento. É função do educador estar preparado para educar os mais diferentes tipos de indivíduos.
Negar o ensino para crianças e jovens por qualquer que seja o motivo é crime, assim como também é ilegal segregar os alunos em grupos que se diferenciem dos demais estudantes. A inclusão escolar - como o próprio nome sugere - visa a integração de todos, sem distinções e separações.
Aliás, o artigo 208 de Constituição Federal de 1988 diz que é dever do Estado garantir "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino". O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também assegura esse direito de todos os jovens.
A importância da inclusão
Para vivermos numa sociedade justa, com igualdade de direitos para todos, é importante que haja inclusão daqueles que possuem certo grau de deficiência. Estas pessoas necessitam do nosso apoio e compreensão para que tenham qualidade de vida e possam contribuir em sociedade.
Todo ser humano é passível de uma necessidade especial, seja ela física, neurológica ou até mesmo emocional e, com isso, precisamos estar abertos a oferecer oportunidades adequadas a essas pessoas. Diferente do que se acredita ou divulga, pessoas com necessidades especiais tem muito o que ensinar a respeito de superação e força. A inclusão nos permite trocar experiências e vivenciá-las de forma plena e enriquecedora.
Quando incluímos alguém em nosso meio estamos nos dando a oportunidade de vencermos barreiras juntamente com essa pessoa, podendo aprender a lidar com diferentes situações e agregando a nossa vida muito conhecimento. A inclusão é uma forma de abraçarmos o ser humano com carinho e respeitabilidade, engrandecendo a nós mesmos como seres humanos.
Como podemos nos preparar para a inclusão nas instituições?
Quando nos propomos a realizar um trabalho diferenciado e baseado no respeito as diferenças, devemos estar aptos a isso para não causarmos prejuízo àqueles que estão a nossa volta. Por isso, sempre é recomendado que realizemos cursos de capacitação, atualização e profissionalizantes para sabermos lidar com as questões do dia a dia.
Existem diferentes meios de buscarmos essas formações através de palestras, vídeos, cursos on-line, livros e materiais escritos por especialistas no assunto.
Leia o artigo abaixo:
O mito do preparo (diversa.org)
A ideia de que a escola precisa, antes, estar pronta, para depois receber os alunos com deficiência é baseada em uma expectativa ilusória de um saber pronto capaz de prescrever como trabalhar com cada criança. Vygotsky enfatiza que a condição humana não é dada pela natureza, mas construída ao longo de um processo histórico-cultural, pautado nas interações sociais realizadas entre o homem e o meio. Ou seja, o preparo do professor no contexto da educação inclusiva é o resultado da vivência e da interação cotidiana com cada um dos educandos, com e sem deficiência, a partir de uma prática pedagógica dinâmica que reconhece e valoriza as diferenças. Não há especialização capaz de antever o que somente no dia a dia poderá ser revelado.
Além disso, a insegurança expressa no argumento da falta de preparo revela, muitas vezes, a fragilidade da escola em lidar com a diferença. Por trás do discurso aparentemente “responsável” de que as escolas não estão prontas para receber determinados alunos por serem incapazes de suprir suas necessidades, de lidar com as suas dificuldades e de oferecer recursos ou pessoal adequados, está, muitas vezes, a noção de que alguns estudantes não são ou não estão aptos a frequentá-las devido a suas condições, o que remete à lógica da integração.
Passos importantes para a inclusão na escola
1. Instrua seus funcionários e alunos
Se sua escola tem ou terá alunos portadores de necessidades especiais, é preciso educar os funcionários bem como os demais alunos a respeito da inclusão social. Esse conhecimento pode ser dado por meio de projetos escolares e sociais. Tal orientação servirá para que a inclusão se dê de forma tranquila.
2. Incentive os demais alunos a participarem do processo de inclusão
Há estudantes que naturalmente terão o interesse em auxiliar, caso necessário, o aluno especial. Essa interação é muito benéfica para ambos. Procure incentivar a colaboração dos outros estudantes, de forma que possa haver um crescimento acadêmico nos alunos especiais e um desenvolvimento social nos outros alunos. Atividades em grupo e em duplas podem desenvolver esse ambiente propício de aprendizagem.
3. Reserve uma área de sua escola como um cantinho para se acalmar
Alguns portadores de necessidades especiais podem ficar frustrados e ansiosos ao tentarem aprender. Isso também pode fazer com que fiquem agitados. Caso isso aconteça, separe um local especial em sua escola no qual a criança ou adolescente possa conversar com alguém e tranquilizar-se, para só depois retornar à sala de aula.
4. Conheça os tipos de deficiência existentes
Há várias classificações de deficiências. Embora tais nomenclaturas não sejam agradáveis, pois podem tornar-se um rótulo, elas são importantes para que se determine quais procedimentos devem ser utilizados para cada tipo específico de dificuldade.
Em geral, as deficiências encontradas com mais frequência pelos professores, segundo a Universidade de Alison, na Irlanda, são:
•Dificuldades de aprendizagem;
•Transtorno de Déficit de Atenção (com Hiperatividade); •Deficiência cognitiva;
•Transtornos de comportamento; •Deficiências físicas e sensoriais.
É fundamental conhecer sobre cada uma delas, a fim de preparar o ambiente escolar para tais alunos.
5. Oriente os professores a usarem sinais não verbais
Sinais não verbais auxiliam os estudantes a compreenderem contextos por vezes mais difíceis de se entender apenas ouvindo. Os professores devem utilizar gestos, figuras, objetos, jogos, para que as aulas sejam mais efetivas aos portadores de necessidades especiais.
6. Estimule a independência de seus alunos
Todo incentivo deve ser dado, respeitando-se o ritmo de evolução de cada aluno, para que o estudante atinja a independência, dentro do possível. A escola pode ajudar grandemente neste processo, incentivando o aluno paulatinamente.
7. Crie um Plano Educacional Individualizado (PEI) para os alunos portadores de necessidades especiais
Cada aluno especial deverá ter um Plano Educacional Individualizado, que deve ter as seguintes divisões: Dados do aluno – contendo nome, data de nascimento, telefones, endereço, escola, série, professor(es) e período coberto pelo PEI;
Time de apoio – este campo deve ter os nomes dos pais ou responsáveis pelo aluno e demais especialistas que tratam o mesmo – terapeuta ocupacional, psicopedagogo, fonoaudiólogo, etc, bem como professores de aulas de recurso;
Habilidades e necessidades – Neste campo deverão ser relatadas as habilidades que o aluno já obteve social e academicamente, como por exemplo: escova os dentes sozinho, está alfabetizado, etc., bem como os objetivos que a escola pretende que o aluno adquira durante o ano letivo.
Recursos necessários – Nesta parte deverão estar listados os materiais e outros recursos necessários para que o aluno possa atingir suas metas educacionais e sociais.
Este documento deve ser datado e assinado pelo diretor. Ele servirá de base para que se acompanhe a evolução dos alunos especiais de sua escola, lembrando que o currículo escolar deverá ser adaptado para eles, conforme suas dificuldades e facilidades.
8. Desenvolva um currículo multidisciplinar
Professores de matérias como história, geografia ou ciências podem juntar-se às disciplinas de língua portuguesa e matemática para o preparo de atividades em conjunto.