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LEITURA, PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA NO ENSINO FUNDAMENTAL

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Academic year: 2021

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LEITURA, PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Maria da Silva1 RESUMO

O presente artigo apresenta os nossos estudos bibliográficos e empíricos acerca do gênero textual fábula e sua importância para a leitura, produção e interpretação de texto no Ensino Fundamental. Objetiva diagnosticar de que forma o gênero fábula contribui para facilitar a leitura, a interpretação e a produção textual no Ensino Fundamental. Percebemos que o trabalho cotidiano com o gênero textual fábula desperta o interesse dos estudantes fazendo com que os mesmos despertem o prazer pela leitura. Assim, por se tratar de uma narrativa breve em que estão presentes animais com comportamentos humanos e por deixar um ensinamento que é levado para a vida da criança, o texto torna-se atrativo, de fácil leitura e entendimento, e dessa forma a aprendizagem ocorre em vários setores da vida do estudante.O percurso metodológico adota diz respeito ao estudo bibliográfico, entrevista aos professores e análise dos dados obtidos na entrevista. Os professores entrevistados disseram que os estudantes gostam de ler esse tipo de narrativa e que as aulas ficam mais interativas, pois há participação dos estudantes quanto a expressar opiniões acerca das condutas de determinado personagem, além disso, a leitura flui e eles conseguem produzir textos narrativos com desenvoltura. A maioria dos professores entrevistados concorda com a importância da leitura de fábulas na sala de aula e muitos deles realizam essa prática não só com as fábulas, mas com outros gêneros textuais da ordem do narrar. O artigo está ancorado nas teorias de Barbosa (2001), Marcuschi (2003), Machado (2005), Fernandes (2007), Bakhtin (2003), dentre outros

Palavras-chave: Fábulas, Leitura, Produção Textual, Ensino Fundamental

INTRODUÇÃO

O gênero textual Fábula no cotidiano das aulas para o Ensino Fundamental contempla os conteúdos curriculares básicos como: leitura, produção de textos, linguagem oral e reflexão sobre a língua e a linguagem, dentre outros; delineando práticas pedagógicas dinâmicas que contextualizam as atividades de ensino com situações de uso da língua, com finalidades específicas, interlocutores reais e textos de circulação no meio social.

Atualmente, existe uma demanda que exige uma metodologia diferenciada em sala de aula com dinâmicas e criatividades que amplie significativamente o desempenho linguístico dos estudantes e, consequentemente, permitam-lhes o exercício pleno da cidadania que passa necessariamente pela garantia de acesso aos conhecimentos construídos e acumulados historicamente e as informações disponíveis socialmente.

1 Mestra em Letras pela UFPE - professora da Educação Básica no município de Passira-PE,

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Partindo desse pressuposto, salienta-se que o trabalho com o gênero textual fábula pode contribuir de maneira a formar cidadãos que desfrutam das leituras de fábulas e assim, aprimoram o vocabulário e o conhecimento linguístico e social, pois aprendem a agir eticamente conforme os ensinamentos contidos nas fábulas, além de aprender a produzir texto narrativo.

Objetiva-se, com o desenvolvimento desta investigação, analisar de que forma o gênero fábula contribui para a aprendizagem das práticas de leitura, interpretação e produção textual, pensando na construção do conhecimento e no desenvolvimento de capacidades que despertem apreciadores e leitores de fábulas, bem como, de que forma, o professor é receptivo a utilização desse gênero em suas aulas.

Entende-se que é importante a necessidade de instigar nos estudantes o prazer por ouvir história e através delas observar costumes e valores constituídos pelo homem ao construir sua história. Dessa forma, o gênero textual fábula por narrar fatos do cotidiano relacionando-os a uma moral, e com personagens que são na maioria animais com comportamentos humanos, tem despertado o interesse de crianças e adultos.

Apresentamos a seguir o nosso percurso metodológico, em seguida a fundamentação teórica em que se discorre acerca dos gêneros textuais de maneira geral, definindo-os conforme Marcuschi e Bakhtin. Em seguida, define-se o gênero textual fábula e como se dá o seu trabalho no cotidiano escolar e, apresenta-se uma proposta de atividades com a fábula na sala de aula para turmas do 6º ano do Ensino Fundamental.

Para embasar o nosso artigo buscamos respaldo nas teorias de Barbosa (2001), Marcuschi (2003), Machado (2005), Fernandes (2007), Bakhtin (2003), dentre outros. A metodologia a ser seguida refere-se à realização de pesquisa bibliográfica, entrevista aos professores, análise dos dados e discussão dos resultados. A pesquisa realizada revela que os docentes acreditam no uso do gênero textual fábula como motivador para o processo de ensino aprendizagem referente a ler, interpretar e produzir textos.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica e também de campo em que se fez levantamento dos textos teóricos sobre o tema, e entrevistas semi-estruturadas com os professores, tendo como finalidade de identificar em suas práticas pedagógicas como é abordado o gênero fábulas para promoção do ensino aprendizagem e a opinião de professores com relação ao tema.

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Este trabalho envolveu uma análise de autores que abordam o tema trazendo suas contribuições ao trabalho. O universo da pesquisa se estendeu-se a dez professores que atuam no Ensino Fundamental. Com a coleta de dados realizou-se uma análise das entrevistas. As entrevistas foram semiestruturada com um roteiro pré-definido, cuja estrutura se articula mais com pontos de discussão do que como perguntas fechadas, fazendo da flexibilidade a dinâmica oportuna para o aprofundamento do tema.

As análises dos dados foram desenvolvidas durante as leituras das bibliografias, as quais dialogaram com os dados coletados culminando nas interpretações das entrevistas, as quais, conforme Manzine (2003) “[...] favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...]” além de manter a presença consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de informações.

GÊNEROS TEXTUAIS

As ações linguísticas são sempre direcionadas por um conjunto de fatores que atuam no contexto situacional: quem produz o texto, quem é o interlocutor, qual é a finalidade do texto, qual é o momento histórico-social e que gênero pode ser utilizado para que a comunicação atinja seu objetivo.

Percebe-se uma vasta quantidade de gêneros textuais existentes no dia a dia, embora poucos sejam de fato utilizados no decorrer das atividades diárias em sala de aula. A variedade dos gêneros textuais está ligada a multiplicidade de intenções de quem fala ou escreve, sendo cada enunciado, na verdade, uma manifestação da complexa teia formada pela comunicação humana. Conforme Lerner, (2002, p. 17):

Para concretizar o propósito de formar todos os alunos como praticantes da cultura escrita; é necessário reconceitualizar o objeto de ensino e construí-lo tomando referência fundamental as práticas sociais de leitura e escrita.

Gêneros textuais ou do discurso dizem respeito aos textos produzidos pelos falantes de uma língua. Quando nos comunicamos, o que temos a dizer se concretiza dentro de um determinado gênero textual. Conforme Bakhtin (2000, p. 302): “Há vários gêneros difundidos na vida cotidiana com formas padronizadas que o querer dizer do locutor só pode realizar-se na escolha do gênero”.

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Os gêneros servem como intermediários e organizadores das nossas atividades sociais, nos permitindo a comunicação verbal. Marcuschi (2003, p. 25), postula que “todas as nossas manifestações verbais mediante a língua se dão como textos e não como elementos linguísticos isolados”. Esses são os gêneros textuais ou os gêneros do discurso, conforme Bakhtin.

Ainda de acordo com Marcuschi, (2003, p.23) “os gêneros textuais são realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sócio comunicativas”. A movimentação dos gêneros dá-se em comunidades discursivas, estas são variadas e múltiplas, pois um mesmo sujeito poderá participar de várias comunidades ao mesmo tempo, porém este precisa apreender o conhecimento em torno dos numerosos gêneros que ali circulam, para que possa realizar variadas ações retóricas e tipificadas.

Segundo Marcuschi, (2003, p. 23):

Gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades sócias discursivas e forma de ação social que determinam as situações comunicativas. São caracterizados pela maleabilidade e dinamismo, pois surgem da necessidade de comunicação de cada um.

Os gêneros textuais podem dialogar com outros textos de forma explícita ou implícita. É comum encontrarmos em nosso dia a dia, textos que nos lembram de outros textos lidos anteriormente, e estes, interferem na nossa compreensão do texto atual.Partimos agora para o gênero que pesquisamos para este artigo.

O GÊNERO TEXTUAL FÁBULA

A fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por Esopo, autor que viveu no século VI A.C., na Grécia Antiga. A Esopo foi atribuída um conjunto de pequenas histórias, de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos. Cada animal simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo: leão que representa a força; a raposa, astúcia; a formiga, o trabalho etc.

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É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.

Destaca-se que os textos desse gênero textual são normalmente uma narrativa breve, de natureza simbólica, por isso de fácil assimilação por parte dos leitores. Proporcionam distração e reflexão, uma vez que apresentam um provérbio que os conclui, sendo este o maior atrativo das fábulas além dos diálogos e do fato de seus personagens serem, geralmente, animais, cujas reações são comparadas às dos seres humanos.

Os gêneros estão provisoriamente divididos em cinco agrupamentos: gêneros da ordem do narrador, que abrange a cultura literária ficcional, do relatar, que identifica a documentação e memorização das ações humanas; do argumentar, que trata da discussão de problemas sociais controversos; do expor, que concentra a transmissão e construção de saberes e de descrever ações, que traz as instruções e prescrições.

Segundo Fernandes (2007), a “fábula é um texto narrativo que registra o modo de vida dos povos” (FENANDES, 2007, p. 07). A autora ressalta que há muitos anos, o homem experimentou a necessidade de falar sobre as coisas da natureza, sobre a sociedade da época, sobre suas viagens, suas vidas, seus desejos e, por isso, começou a contar histórias. As fábulas dão aos animais e às coisas características humanas, e têm como intuito aconselhar a sociedade.

É por meio destas histórias que ouvimos, por meio das tradições orais ou registradas nos livros, que aprendemos o convívio em sociedade. Apesar de parecerem historinhas para crianças, onde encontramos animais que falam e agem como seres humanos, as fábulas, inicialmente, foram criadas para serem contadas para adultos, como forma de aconselhá-los e distraí-los.

Geralmente, no final das fábulas, aparece uma frase destacada, a moral da história. Este gênero tem acompanhado a evolução da humanidade, sendo produzidas de acordo com o que as pessoas de uma determinada época pensam sobre o estilo de vida daquela sociedade. Assim, as fábulas têm servido como registro histórico dos valores e do modo de agir, tido como certo em sociedade ao longo dos tempos, se mantendo até nos dias atuais.

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Percebe-se o quanto o uso da fábula é útil para a formação dos estudantes, desde a utilização da “moral da história”, presente na maioria desses textos, como na sua estrutura textual, que contempla o tipo narrativo, como também os conteúdos relativos à natureza e a sociedade muito presente neste gênero. O fato de ser um produto espontâneo do ser humano, ensina ao mesmo tempo em que diverte, provocando discussões, reflexões e risos no leitor.

Esta narrativa estimula crianças e adolescente a ler, produzir textos e interpretar. Os fatos narrados na fábula ao fazer um paralelo com o cotidiano desperta o interesse dos estudantes. Permite a interação entre texto e leitor ampliando o repertório linguístico do estudante, com a narração do cotidiano. Nesse sentido, com produção textual envolvendo o cotidiano, é possível ler e analisar diferentes textos, realizando um trabalho intertextual com os estudantes, a partir da paráfrase e da paródia. Veremos a seguir como se dá essa proposta de trabalho escolar com o gênero textual fábula.

PROPOSTAS DE TRABALHO COM AS FÁBULAS NO COTIDIANO ESCOLAR

No cotidiano escolar, podem-se utilizar as fábulas de diversas maneiras para fazer com que o estudante adquira o interesse pelo próprio gênero textual, pelo ato de ler, interpretar e escrever. As fábulas nos encantam por ser uma narrativa geralmente breve e ter personagens, comumente animais com características humanas que se comportam como pessoas.

A proposta do uso deste gênero possibilita levantar questionamentos para delimitar os conhecimentos que os discentes possuem sobre o gênero, fazendo perguntas do tipo: Você conhece o gênero fábula? Já ouviu ou leu alguma? Onde normalmente encontramos estas histórias? O que as diferencia de outros textos? Para quem são escritas? Você considera que as ilustrações são importantes para compreender o texto? Por quê? Em seguida, pode-se distribuir uma fábula para os estudantes realizarem a leitura mesmo “sem saber ler”. É necessário que os estudantes possam estar em contato com adultos que no dia a dia façam usos da leitura e da escrita para que os mesmos encontrem sentido nesses atos de ler e escrever e sintam interesse por aprendê-los. Conforme Azenha, (1999, p.44):

Num contexto onde a escrita e a leitura fazem parte das práticas cotidianas, a criança tem a oportunidade de observar adultos utilizando a leitura de jornais, bulas, instruções, guias para

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consulta e busca de informações específicas ou gerais; o uso da escrita para confecções de listas, preenchimento de cheques e documentos, pequenas comunicações e atos de leitura dirigidos a ela (ouvir histórias lidas). A participação nessas atividades ou a observação de como os adultos interagem com a escrita e a leitura gera oportunidades para que a criança reflita sobre o seu significado para os adultos.

O reconhecimento da escrita como objeto social, como produção humana, remete o estudante ao entendimento de que o homem, ao se apropriar desse objeto do conhecimento se desenvolve e interage melhor com a sociedade que o cerca.

Utilizando estratégias de leitura realiza-se nos adolescentes reflexões por ficarem atentos ao texto. Observa-se o título, há algo de inovador nele? Podemos encontrar neste título alguma característica que compõe a fábula? A partir do título o que podemos esperar encontrar no texto? Sobre o que vai tratar? O título nos fornece pistas que indiquem tratar-se mesmo de uma fábula? Quais? Você já conhecia algum outro texto deste autor? Qual? Você considera este título interessante? Qual é o assunto da fábula? Em que local ocorre à fábula e quem participa dela? Quando ocorrem os fatos? É possível determinar com exatidão quando ocorrem os fatos? Como? Como a fábula se inicia? Existe semelhança com outras histórias que você já ouviu? Quais? O texto tem quantos parágrafos? O título nos fornece pistas sobre o que seria tratado no texto? Quais? Crie outra possível moral para esta fábula. São pontos que instigam a crianças e adolescentes a fazer reflexões na construção de um sujeito crítico.

Além de se trabalhar dessa maneira com relação à leitura de fábulas, pode-se também transformar uma fábula numa paródia, usar das ilustrações na fábula, debater a moral apresentada, entre outros.

A seguir, apresentamos uma atividade envolvendo o gênero textual fábula a ser aplicada numa turma de 6º ano do Ensino Fundamental.

EXERCÍCIO DE LEITURA LITERÁRIA COM O GÊNERO TEXTUAL FÁBULA

A RAPOSA E O GALO. (La Fontaine)

Uma raposa faminta, que caminhava pelo bosque, viu um majestoso galo pousado no galho de uma árvore. O galo era experiente e muito esperto, e não se

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deixaria enganar facilmente pela astuta raposa. Mas, assim mesmo, a raposa chegou ao pé da árvore e disse ao galo, como se fossem antigos conhecidos:

- Senhor galo! Estava mesmo procurando o senhor. Trago-lhe uma boa notícia! - Uma boa notícia? Então diga, Dona Raposa! Quis saber o galo, muito interessado.

– Não precisa mais ter medo de mim, porque acabou a guerra entre as nossas espécies. Então, alegre-se, senhor galo!

– Ora! Eu fico muito contente que não pretenda mais me caçar, dona raposa, disse o galo, com felicidade.

– Muito bem! Então venha até aqui para que possamos nos abraçar como verdadeiros irmãos chamou a raposa, com simpatia. O galo percebeu o perigoso truque da raposa, e respondeu:

- Sim, dona raposa, vamos comemorar essa paz. Mas... só um momento. O galo fingiu olhar para o horizonte e disse:

- Vejo dois amigos cães vindo para cá. A raposa ficou assustada, porque poderia ter visitas indesejáveis e exclamou:

- Dois cães vindo para cá? Não pode ser! O galo vendo a preocupação da raposa, acrescentou:

- Sim. Vamos esperá-los para comemorarmos todos juntos! A raposa ficou muito assustada e se apressou a sair dali. Ela, que pretendia caçar o galo, poderia ser devorada por cães terríveis. A raposa despediu-se, enquanto se encaminhava para o bosque:

- O abraço fica para outro dia, senhor galo. Tenho um compromisso agora. Adeus! Com profundo mau humor e de estômago vazio, a raposa desapareceu dentro da floresta. O galo viu a raposa sair às pressas, e riu-se por ter passado a perna naquela que certamente, o caçaria se caísse na sua conversa.

Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_unioeste

_port_pdp_ineide_ruiz_galdona.pdf. Acesso em 30/08/2020.

1. Após a leitura da fábula desenhe a cena visualizada por você, atentando para o ambiente e a localização das personagens:

2. Escute a leitura da fábula e imagine o modo como cada personagem fala. O ritmo, a entonação, o comportamento...

Compreensão do texto: Identifique:

a) Intenção da raposa em relação ao galo:

b) Recursos utilizados para tentar convencer o galo: c) Mentira inventada pelo galo:

d) Releia o sétimo e oitava parágrafo e responda: O que fez o galo para saber se a história da raposa era verídica?

e) Por que a raposa pede ao galo para abráça-la?

f) No final do texto, a raposa dse despede com mau humor, por quê? g) Pode-se afirmar que o galo foi mais esperto do que a raposa? Por quê? Moral da fábula

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Sabemos que as fábulas trazem um ensinamento ou uma moral, nesse caso, que moral você escreveria para essa fábula?

Atividade de expressão oral

Leia a fábula em grupo de três pessoas encenando as falas do narrador e das personagens. Vocês podem imitar os animais conforme a personalidade que cada um assume na fábula.

Comparação entre textos

Leia a versão da fábula “A raposa e o galo com a autoria de Monteiro Lobato. Leia e compare-as. Qual das versões você mais gostou e por quê?

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apresentamos no quadro abaixo, de forma resumida, os resultados e discussão acerca da entrevista realizada com os professores com relação à prática pedagógica e a utilização do gênero textual fábula no cotidiano. Cada um deles respondeu de que forma define o gênero textual fábula, qual a sua importância para o ensino aprendizado do estudantes e quais foram as fábulas mais utilizadas em suas aulas.

PROFESSOR DEFINIÇÃO DO GÊNERO IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES FÁBULAS MAIS USADAS NAS AULAS Professor A uma narrativa popular

personagens são animais com características humanas Aprender sobre a vida em sociedade quando se trabalha a diversidade de gêneros textuais, principalmente com as fábulas A cigarra e a formiga; a lebre e a tartaruga; a raposa e o corvo; o leão e o rato; a pomba e a formiga.

Professor B uma narrativa que tem animais que se comporta como pessoa e no final tem um ensinamento, é a moral da estória.

O incentivo ou estímulo é a peça-chave para formar leitores. Isso significa que não deve ser a leitura, realizada vez ou outra e sim cotidianamente.

A cigarra e a formiga, o galo e a raposa, a tartaruga e a lebre.

Professor C é uma estória geralmente um texto curto em que no fim aprende-se uma

moral, um

ensinamento que se pode carregar a vida inteira

As fábulas são importantes não só no ensino fundamental, mas em todas os níveis de ensino, pois ensinam as pessoas por meio de verdades.

A raposa e a cegonha, a raposa e as uvas, o galo e a raposa.

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personagens são animais que se comportam como gente. com as fábulas no cotidiano, por se tratar de textos curtos, fáceis e que na maioria das vezes os alunos já conhecem. a lebre e a tartaruga, a lebre e a raposa, o cão e a raposa. Professor E um texto narrativo com personagens com comportamento humano.

Fábulas são textos que despertam o interesse não só de crianças, mas de adultos também. apenas A cigarra e a formiga, a lebre e a tartaruga.

Professor F gênero textual no qual os personagens são geralmente animais e possuem características humanas. é possível aprender muito sobre vida em sociedade. A menina e o seu pote de leite, a cigarra e a formiga, a raposa e a cegonha, a pomba e a formiga, a assembleia dos ratos Professor G Narrativa breve com

animais que dão lição de moral

Ouvindo as leituras cotidianas de fábulas os estudantes aprendem sobre respeito aos colegas, construir narrativas. A raposa e as uvas, a cigarra e a formiga. Para as crianças os contos de fadas há um interesse maior

Professor H personagens que na maioria das vezes são animais, que transmitem uma lição de moral.

é importante que em todos os momentos a leitura não seja vista como algo imposto à criança, e sim como uma forma lúdica, descontraída em que a aprendizagem e o interesse vão acercando-se da criança. A cigarra e a formiga, a lebre e a tartaruga, o cão e a raposa.

Professor I Animais são as personagens

principais, texto breve

o contato com a leitura dos textos que circulam socialmente promove ensino aprendizagem para além da escola. A pomba e a formiga, a cigarra e a formiga e a lebre e a tartaruga.

Professor J são textos em que os animais assumem características de seres humanos transmitindo ensinamentos importantes para todos nós As crianças podem aprender a viver em sociedade através das lições que as fábulas nos ensinam

a cigarra e a formiga, o galo e a raposa.

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Martins, (1994, p. 23): nos diz que “ler significa inteirar-se do mundo, sendo também uma forma de conquistar autonomia, de deixar de “ler pelos olhos de outrem””. Com relação às falas dos docentes observamos que de maneira geral eles conceituam e são capazes de reconhecer o gênero fábula. Todos citam algumas fábulas que o marcaram durante a infância e concordam que a leitura de fábulas pode ajudar no processo de ensino aprendizado da língua. Segundo Fernandes, (2007, p 54):

As fábulas trazem lições importantes para nós, é um gênero que, como tantos outros gêneros narrativos, registram as experiências e o modo de vida dos povos. Salienta ainda que, é por meio destas histórias que ouvimos, por meio das tradições orais ou registradas nos livros, que aprendemos o convívio em sociedade.

Apesar de parecerem historinhas para crianças, onde encontramos animais que falam e agem como seres humanos, as fábulas, inicialmente, foram criadas para serem contadas para adultos, como forma de aconselhá-los e distraí-los. Sendo que, através dos tempos, muitos autores renomados se dedicaram a contar e escrever fábulas. Com relação à leitura e produção textual, observemos:

(...) entendemos que o ensino de leitura deve ir além do ato monótono que é aplicado em muitas escolas, de forma mecânica e muitas vezes descontextualizado, mas um processo que deve contribuir para a formação de pessoas críticas e conscientes, capazes de interpretar a realidade, bem como participar ativamente da sociedade. (OLIVEIRA E QUEIROZ, 2009, p.2).

É relevante que a escola contribua para o preparo de estudantes capazes de participar como sujeitos do processo de desenvolvimento da aprendizagem e as fábulas conseguem fazer com que haja o interesse.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos que o trabalho com o gênero textual fábula é de suma importância para as crianças e adolescentes que estão no Ensino Fundamental. Por meio do gênero, o professor pode trabalhar interpretação textual, fazendo com que haja diálogos sobre comportamentos éticos das personagens.

Os docentes entrevistados disseram que os discentes gostam de ler esse tipo de narrativa e que as aulas ficam mais interativas, pois há participação dos estudantes

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quanto a expressar opiniões acerca das condutas de determinado personagem, além disso, a leitura flui e eles conseguem produzir textos narrativos com desenvoltura. A maioria dos professores entrevistados concorda com a importância da leitura de fábulas e muitos deles realizam essa prática não só com as fábulas, mas com vários gêneros textuais da ordem do narrar.

Concluímos que os professores utilizam a fábula no cotidiano das aulas e esta contribui para a aprendizagem das práticas de leitura, interpretação e produção textual de forma significativa, sendo os professores e os estudantes receptivos ao uso do gênero fábula; que o trabalho cotidiano com o gênero textual fábula desperta o interesse dos estudantes fazendo com que os mesmos despertem o prazer pela leitura.

Em suma, o trabalho com fábulas desperta no estudante uma maior interatividade com o texto por este narrar fatos cotidianos e transmitir ensinamentos éticos e morais, consequentemente interagindo, há aprendizagens envolvendo leitura, escrita e interpretação.

REFERÊNCIAS

AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1999.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.261-305.

FERNANDES, Mônica Teresinha Ottoboni Sucar. Trabalhando com os gêneros do discurso: narrar: fábula. São Paulo: FTD, 2001.

LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MANZINI, E.J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada. In: MARQUEZINE: M. C.; ALMEIDA, M. A.; OMOTE; S. (Orgs.) Colóquios sobre pesquisa em Educação Especial. Londrina: eduel, 2003. p.11-25. MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In: Gêneros textuais e ensino. Org. DIONISIO, A. P. et al. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

OLIVEIRA, Cláudio Henrique. QUEIROZ, Cristina Maria de. Leitura em sala de aula: a formação de leitores proficientes. RN, 2009. Disponível em: http://www.webartigos.com. Acesso em 09 de maio de 2014.

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