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Aula 22. Gás de Fermi. Sumário CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

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(1)

CENTRO DECIÊNCIASEXATAS E DANATUREZA DEPARTAMENTO DEFÍSICA PROGRAMA DEPÓS-GRADUAÇÃO

Aula 22

Gás de Fermi

Sumário

Dedução a partir do ensemble canônico . . . 2

Gás de Fermi . . . 2

Gás de Bose . . . 3

Dedução a partir do ensemble grão-canônico . . . 4

Equação de estado . . . 5

Gás Ideal de Férmions . . . 6

Limite de altas temperaturas . . . 8

Limite de baixas temperaturas . . . 10

Densidade de estados . . . 14

Bibliografia recomendada

K. Huang, Statistical Mechanics, Jonh Wiley & Sons, 2ndEd. (1987), §11.1

R. K. Pathria, Statistical Mechanics, Elsevier, 2n d edition, (1996), §8.1

R. Kubo, Statistical Mechanics, North-Holland, (1965), §4.1-4.3

M. Kardar, Statistical Physics of Particles, Cambridge Univ. Press, (2007), §7.5

(2)

Dedução a partir do ensemble canônico

1

No ensemble canônico, i.e. quando o gás está em equilíbrio térmico com um reseervatório de calor à temperatura absoluta T , a probabilidade (peso de Boltzmann) que o gás esteja em certo macroestado com energia En é dada por

Pn= e−β En X ne−β En ′ = e −Pp~β np~ǫp~ X {np ′~} e−βPp~np ′~ǫp ′~ , ǫp~= p2 2m

onde o numerador é o fator de Boltzmann e o denominador e a função de partição ZN(T, V ).

O número de ocupação médio em cada estado de energia ǫp~é definido por 〈n〉p~= X {np ′~} np~Pp~′= P {np ′~}np~e −βPp~np ′~ǫp ′~ X {np ′~} e−βPp~np ′~ǫp ′~ = P np~np~e −βnp~ǫp~P′ {np ′~}e −βPp ′~ np ′~ǫp ′~ X np~ e−βnp~ǫp~ ′ X {np ′~} e−βPp ′~ np ′~ǫp ′~

onde nas somasP′{n

~

p ′}. . . o superescrito

indica a restrição queP′

{np ′~}np~= N−np~e, portanto,

dependem de np~. Para simplificar a notação denominaremos por

Zp~(N − np~) = X {np ′~} ′ e−βnp ′~ǫp ′~ Logo 〈n〉p~= P np~np~e −βnp~ǫp~Z ~ p(N − np~) X np~ e−βnp ′~ǫp ′~ Z ~ p(N − np~) (1) Gás de Fermi

No caso do gás de Fermi, np~somente pode ter valores 0, 1, ou seja

〈n〉p~= 0 + e−βǫp~Z ~ p(N − 1) [Zp~(N ) + e−βǫp ′~ Zp~(N− 1)] → 〈n〉p~= 1 Zp~(N )/Zp~(N− 1)eβ ǫp ′~ +1

Para determinar Zp~(N )/Zp~(N − 1) consideremos, para uma variação ∆N = 1 em um número

muito grande N ≫ 1 que

ln Zp~(N )− lnZp~(N − ∆N ) ≃

∂ ln Zp~(N )

∂ N ∆Nln Zp~(N − 1) ≃ lnZp~(N )− αp~

(3)

Zp~(N − 1) ≃ Zp~(N ) exp [−αp~], ∴ Zp~(N− 1) Zp~(N ) ≃ e[−αp~] com α ~ p= ∂ ln Zp~(N ) ∂ N

Como Zp~(N ) é uma soma sobre um número muito grande de parcelas exp [−β np~ǫp~′]a varia-ção de seu logaritmo, com relavaria-ção ao número de partículas N , deverá ser pouco afetada pela exclusão de uma parcela particular exp [−βnp~ǫp~]. Considerando que tal variação independerá

dessa escolha particular, o subscritop~pode ser omitido de tal maneira que

αp~α = ∂ ln Z (N ) ∂ NZp~(N − 1) Zp~(N ) ≃ e −α

No estado de equilíbrio termodinâmico o potencial químico é dado por

µ = ∂ F ∂ N T ,V =−kT∂ ln Z ∂ N T ,Vα = − µ k T =−β µ

Finalmente, podemos escrever para o gás de Fermi que 〈n〉p~=

1

eβ (ǫp ′~−µ)+1

(Distribuição de Fermi-Dirac)

Gás de Bose

Expandindo a somatória em np~no numerador da equação (1) e usando a notação Zp~(N − np~)

para o restante das somas, teremos 〈n〉p~= 0 + e−βǫp~Z ~ p(N− 1) + 2e−2βǫp~Zp~(N− 2) + 3e−3βǫp~Zp~(N− 3) + . . . Zp~(N ) + e−βǫp ′~ Zp~(N− 1) + e−2βǫp~Zp~(N − 2) + 3e−3βǫp~Zp~(N − 3) + . . . Usando a expressão ln Zp~(N )− lnZp~(N − ∆N ) ≃ ∂ ln Zp~(N ) ∂ N ∆N = α∆N podemos escrever 〈n〉p~=✟ ✟✟ ✟ Zp~(N )[0 + e−βǫp~e−α+2e−2βǫp~e−2α+. . .] ✟✟ ✟✟ Zp~(N )[1 + e−βǫp~e−α+ e−2βǫp~e−2α+. . .] = P np~np~e −np~(α+β ǫp ′~) P np~e −np~(α+β ǫp ′~) =− 1 β ∂ ǫp~ ln   X np~ e−np~(α+β ǫp ′~)   | {z } [1−e−(α+βǫ ~p)]−1 ∴ 〈n〉p~= 1 β ∂ ǫp~ln[1 − e −(α+βǫp~)] = e −(α+βǫp~) 1 − e−(α+βǫp~) = 1 e(α+β ǫp~)− 1

Finalmente, substituindo o valor de α = −βµ resulta 〈n〉p~=

1

(4)

Dedução a partir do ensemble grão-canônico

A função de partição do ensemble canônico para um gás ideal pode escrita de maneira geral como: ZN(V , T ) = X {np~} g{np~} e−β E {np~} (2) onde, relembrando, E{np~} = X ~ p np~ǫp~, N = X ~ p np~

e g {np~} é o número de microestados correspondentes a {np~}, i.e

g (np~) =      1 Férmions e Bósons , 1 N ! N ! Q ~ pnp~! Maxwell-Boltzmann.

Para o caso de partículas clássicas (distinguíveis) mas com contagem correta de Boltzmann, é fácil ver que

ZN(V , T ) = X ~ p 1 Q ~ pnp~! e−β P n ~pnp~ǫp~ = 1 N ! X ~ p e−βǫp~ !N

resultado decorrente da expansão multinomial. Fazendo a passagem para o contínuo, a so-matória é transformada em uma integral, i.e.

X ~ p e−βǫp~ V h3 Z d ~p e−βp2/2m= V€mk T 2πħh2 Š3/2 = V λ3 ∴ ZN(V , T ) = 1 N ! VN λ3N

como já obtido anteriormente.

Para partículas quânticas (férmions ou bósons) a somatória em (2) é complicada de obter e é mais conveniente obter a grã-função de partição definida por

Z (T, V , µ) = ∞ X N =0 zNZN(V , T ) = ∞ X N =0 ′ X {np~} zNe−β P n ~pnp~ǫp~ = ∞ X N =0 ′ X {np~} Y ~ p z e−βǫp~np~

onde usamos g (np~) =1 e soma

P

indica a restrição que N =Pp~np~.

A dupla soma na expressão acima pode ser substituída por uma somatória irrestrita em cada

np~. i.e. ∞ X N =0 ′ X {np~} zNe−β P n ~pnp~ǫp~ = ∞ X N =0 X {np~} δ€N −X ~ p np~ Š zNe−β P n ~pnp~ǫp~ ou

(5)

∞ X N =0 ′ X {np~} zNe−β P n ~pnp~ǫp~ =X n0 X n1 X n2 · · ·Y ~ p z e−βǫp~np~

Assim sendo, Z (T,V,µ) pode ser reescrita como Z (T, V , µ) =X n0 X n1 X n2 . . .(z e−βǫ0)n0(z e−βǫ1)n1(z e−βǫ2)n2· · · = =” X n0 (z e−βǫ0)n0—” X n1 (z e−βǫ1)n1—” X n2 (z e−βǫ2)n2—. . . ∴ Z (T, V , µ) =Y ~ p ” X n (z e−βǫp~)n— (3) Gás de Bósons Z (T, V , µ) =Y ~ p ”X∞ n =0 (z e−βǫp~)n— → Z (T, V , µ) =Y ~ p (1 − z e−βǫp~)−1

onde usamos n = 0, 1, 2, . . . e identificamos a soma dos termos de uma progressão geométrica de razão menor que a unidade.

Gás de Férmions

Z (T, V , µ) =Y

~ p

(1 + z e−βǫp~)

obtido trivialmente fazendo n = 0, 1 na expressão geral (2)

Equação de estado

A equação de estado no ensemble grão-canônico é obtida por β P V = ln Z (T,V,µ) que pode ser resumida para os dois casos por:

P V k T =      −Pp~ln(1 − z e−βǫp~) Bósons, P ~ pln(1 + z e−βǫp~) Férmions. (4)

(6)

onde a fugacidade z = eβ µpode ser eliminada em termos da densidade de partículas no equi-líbrio usando-se 〈N 〉 = z ∂ z lnZ (T,V,µ) =          X ~ p z e−βǫp~ (1 − z e−βǫ ~p) Bósons, X ~ p z e−βǫp~ (1 + z e−βǫ ~p) Férmions. (5) Mas, como 〈N 〉 =X ~ p 〈np~〉 identificamos 〈np~〉 = z e−βǫp~ (1 ± z e−βǫ ~p) ou 〈np~〉 = 1 (z−1eβ ǫ ~p± 1) ¨ (−) Bósons, (+) Férmions. (6)

que pode ser verificada também calculando diretamente da definição 〈np~〉 ≡ 1 Z ∞ X N =0 zNX {np~} np~exp[−β X ~ p np~ǫp~] =− 1 β ∂ ǫp~ ln Z = z e−βǫp~ (1 ∓ z e−βǫ ~p)

No limite termodinâmico V → ∞ as somatórias são estendidas para integrais desde que os integrandos sejam limitados, o que é garantido pela condição z = e−βµ> 0.

Gás Ideal de Férmions

Para um gás de férmions lívres as equações de estado (4) e (5) resumem

P V k T = V h3 Z ∞ 0 (4π)p2ln[1 + z e−βp2/2m]d p (7) 〈N 〉 V = 1 h3 Z ∞ 0 (4π)p2d p [1 + z−1eβ p2/2m]= (8) Usando β p2/2m → t ,p2d p =1 2  2m β ‹3/2 t1/2d t

(7)

P k T =  2mπ h2β ‹3/2 | {z } λ−3 2 pπ Z ∞ 0 t1/2ln[1 + z e−t]d t = 1 λ3f5/2(z ) (9) onde λ = [h2/(2πmk

BT )]1/2é o comprimento de onda térmico.

De maneira análoga, 〈N 〉 V = 1 λ3 2 pπ Z ∞ 0 t1/2d t [1 + z−1et]= 1 λ3f3/2(z ) (10)

As funções fs(z ) são ditas funções de Fermi ou integrais de Fermi, as quais por sua vez são casos

particulares do Polilogaritmo2Li

s(z ), cuja representação integral é dada por

Lis(z ) = 1 Γ (s ) Z ∞ 0 ts−1 etz−1− 1d t

No caso das funções de Fermi temos:

fs(z ) =− Lis(−z ) = 1 Γ (s ) Z ∞ 0 ts−1 etz−1+1d t

Pela definição acima, temos que para s = 3/2 temos

f3/2= 2 pπ Z ∞ 0 t1/2 etz−1+1d t

Os polilogaritmos satisfazem à regra de recorrência:

z

∂ z Lis(z ) = Lis−1(z )z

∂ z Li5/2(z ) = Li3/2(z )

Por outro lado, verificamos que

z ∂ z Z ∞ 0 t1/2ln[1 + z e−t]d t = Z ∞ 0 d t t 1/2 z−1et +1= p π 2 [− Li3/2(z )] = p π 2 [z ∂ z[− Li5/2(−z )] onde identificamos f5/2(z ) = 2 p π Z ∞ 0 t1/2ln[1 + z e−t]d t

(8)

Outra expressão alternativa é f5/2(z ) = 4 3pπ Z ∞ 0 t3/2 z−1et+1d t

As funções de Fermi podem ser expressas em uma série de potências de z , i.e.

fs(z ) = ∞ X k =1 (−1)k +1z k ks = zz2 2s + z3 3s − . . .

que é convergente para |z | ≤ 1.

As equações de estado para o gás ideal de férmions podem finalmente serem resumidas em:

P V k T =lnZ (T,V,µ) = V λ3 f5/2(z ) (11) 〈N 〉 V = z ∂ z ln Z (T,V,µ) = 1 λ3 f3/2(z ). (12)

Limite de altas temperaturas

Considerar inicialmente a expressão (12) no limite quântico de altas temperaturas, i.e. quando o comprimento de onda térmico3λ(T ) é muito menor que a distância média interpartícula,

i.e.

λ(T ) <<

distância média interpartícula

V

〈N 〉 Š1/3 ou λ3〈N 〉 V << 1,λ3 v = f3/2(z ) << 1, onde v = V 〈N 〉.

3O comprimento de onda térmico λ(T ) corresponde ao comprimento de onda de Broglie λ

B para uma

(9)

Vamos analisar a integral de Fermi quando f3/2(z ) << 1. Temos f3/2(z ) = 2 p π Z ∞ 0 d t x1/2 (z−1et+1)≃ z − z2 23/2++ z3 33/2− . . . (13) -2 2 4 6 8 10 z -1 1 2 3 f32HzL

que é uma função monotonicamente cres-cente de z , i.e (∂ f3/2/∂ z ) ≥ 04, como mostra

a figura ao lado.

Observe que f3/2(0) = 0, ou seja, o intervalo de

valores de z tais que f3/2(z ) << 1 corresponde

também a valores z pequenos.

Escrevendo a equação (12) usando a série de potências em z , temos λ3 v = zz2 23/2 + z3 33/2− . . . .

Invertendo a série acima para obter z em ter-mos da ordem de (λ3/v ) teremos

z =λ 3 v + z2 23/2z3 33/2− . . . ∴ z1= λ3 v +O {( λ3 v ) 2 } z2= λ3 v + z12 23/2− · · · = λ3 v + 1 23/2 €λ3 v Š2 +O {(λ 3 v ) 3 } . . .. . .

A série invertida pode ser obtida até a ordem de de (λ3/v ) desejada.

Por exemplo, substituindo a expansão de z em potências de λ3/v na equação de estado (11)

teremos até segunda ordem:

P V k T = V λ3f5/2(z ) = V λ3  zz 2 25/2+ z3 35/2 +. . .  = V λ3          z2 z }| {  λ3 v + 1 23/2 €λ3 v Š2 −215/2 z22 z }| {  λ3 v + 1 23/2 €λ3 v Š22 +. . .          4Verifique que ∂ f3/2 ∂ z = 2 pπ Z 0 etpt (et+ z )2≥ 0

(10)

Combinando os termos na mesma ordem em λ3/v , até segunda ordem, resulta P V k TV λ3 λ3 v  1 + 1 23/2 λ3 v − 1 25/2 λ3 v +. . .  =〈N 〉  1 + 1 25/2 λ3 v +. . .  ∴ P k T〈N 〉 V  1 + 1 25/2 λ3 v +. . .  ou P k T ≃ n  1 + λ 3 25/2n + . . .  (14)

Comentários:

• A equação (14) é uma expansão semelhante à expansão virial, i.e. em potências da den-sidade média n = v−1, porém com uma diferença fundamental: os termos da expansão

são produzidos por efeitos quânticos sobre o gás ideal sem interações interpartícula! • O termo de ordem zero, i.e com z = (λ3/v ) reproduz a equação de estado do gás ideal

clássico!

• Todas as demais grandezas termodinâmicas terão correções de origem quântica5 em

uma série de potências em (λ3/v ).

Limite de baixas temperaturas

Os efeitos quânticos são relevantes quando o comprimento de onda térmico for maior que a distância média interpartícula, i.e. quando as temperaturas são suficientemente baixas para que

λ3

v ≫ 1

Nesse caso, devemos examinar o comportamento de f3/2(z ) em grandes valores e z . Assim a expansão assintótica de f3/2não pode usada pela série de potências quando |z | > 1.

Para obter uma expansão tal que a integral possa ser calculada, será necessário usar o método de Sommerfeld.

Método de Sommerfeld:

6

Definindo ν = ln z , a integral de Fermi f3/2(z ) pode ser reescrita como

f3/2(ν) = 2 p π Z ∞ 0 t1/2d t 1 + eβ t −ν int. p/p −−−−→ 3p4 π Z ∞ 0 t3/2et−νd t (1 + et−ν)2

5A capacidade calorífica a volume constante será

CV ≃ 3 2N k  1 − 0.884λ 3 v +0.0066 €λ3 v Š2 +. . .  Verifique.

(11)

onde na última passagem foi feita uma integração por partes com d v = pt d t e u = (1 + et−ν)−1.

nHyL

GHyL

0

50

100

y

0

0.5

1

Identificamos, no integrando de f3/2(ν), a função

G (y ) = e

y−νd y

(1 + ey−ν)2

que é essencialmente a derivada do número de ocupação 〈np~〉.

Em baixas temperaturas e/ou grandes valores de

ν, essa função tem um pico acentuado em torno

de y = ν = β µ. Nesse limite, o integrando terá valores relevantes apenas no entorno de y = ν, como mostra a figura ao lado para os gráficos de

n(y ) (em azul claro) e G (y ) (em cinza) para o caso

em que ν = 100.

Portanto, é razoável expandir t3/2em série de Taylor em torno do ponto t

0=ν resulta: f3/2(ν) = 4 3pπ Z ∞ 0 et−νd t (1 + et−ν)2 § ν3/2+3 2ν 1/2(t − ν) +38ν−1/2(t− ν)2+. . . ª

Fazendo a mudança na variável de integração (t − ν) → t e separando o novo intervalo de integração em duas partes, i.e

Z ∞ −ν · · · = Z ∞ −∞ · · · − Z −ν −∞ . . . resulta f3/2(ν) = 4 3pπ Z ∞ −∞ etd t (1 + et)2 § ν3/2+3 2ν 1/2t +3 8ν−1/2t 2+. . .ª+ O (e−ν) (15)

A segunda integral pode ser realizada sem problemas e resulta em um fator da ordem de e−ν,

e.g. Z −ν −∞ etd t (1 + et)2 = 1 +1≃ e −ν, Z −ν −∞ t etd t (1 + et)2 =− ν +1− log e −ν+1 ≃ O (e−ν), Z −ν −∞ t2etd t (1 + et)2 =ν  ν +1+2 log e −ν+1− 2Li

2(sinh(ν) − cosh(ν)) ≃ O (e−ν), etc.

No entanto, para resolver a primeira integração em todo o intervalo definimos a integral geral In =

Z ∞

−∞

tnetd t

(12)

É imediato ver que para n ímpar as integrais são nulas porque o integrando é simétrico em relação à origem.

Para n par podemos reescrever In, com o auxílio de um parâmetro auxiliar ξ, como In =−2 Z ∞ 0 d t” ∂ ξ € tn−1 eξt +1 Š ξ=1 — =−2 ∂ ξ ”Z ∞ 0 d t€ t n−1 eξt +1 Š— ξ=1

Fazendo a mudança de variável ξt → u, reescreve-se In=−2 ∂ ξ ”Z ∞ 0 d u 1 ξn un−1 eu+1 — λ=1=−2 ”Z ∞ 0 d u u n−1 eu+1 — ∂ ξ € 1 ξn Š ξ=1 ∴ In=2n Z ∞ 0 un−1 eu+1d u

As integrais Inpodem, agora, serem identificadas com a representação integral da função Zeta

de Riemann7ζ(n) i.e. ζ(n) = 1 Γ (n) Z ∞ 0 xn−1 ex− 1d x = 1 (1 − 21−n) 1 Γ (n) Z ∞ 0 xn−1 ex+1d x ∴ In=2n(n − 1)!(1 − 21−n)ζ(n), ζ(n) = ∞ X l =1 1 ln

Obs:

O cálculo de In pode ser feito diretamente de maneira elegante8.

Substituindo na equação (15) teremos

f3/2(ν) = 4 3pπ § ν3/2+3 8ν−1/2I2+. . . ª +O (e−ν) ∴ f3/2(z ) = 4 3pπ  (ln z )3/2+π2 8 (ln z ) −1/2+. . .  +O (z−1) (16)

onde usamos que ζ(2) = π2/6

→ I2=π2/3.

Na figura (1) abaixo, mostramos os gráficos de f3/2(z ) exata e nas aproximações de altas e

bai-xas temperaturas, onde se pode verificar os limites de validade das expansões usadas.

7Vide M. Abramowitz e I. Stegun, Handobook of Mathematical Functions, Dover (1968), fórmula 23.2.8.

(13)

0

10

20

30

40

50

60

z

0

2

4

6

8

f

32

HzL

Figura 1: Gráficos da Integral de Fermi f3/2(z ), na aproximação de altas temperaturas - equação (13)

(tracejado vermelho); na aproximação de baixas temperaturas - equação (16) (tracejado azul) e a expressão exata em cinza preenchido f3/2(z ) = Li(3/2, z ). Observe o pequeno range de validade da aproximação de altas temperaturas para a escala usada.

Finalmente, substituindo (16) em (12) resulta

λ3 v = 4 3pπ(ln z ) 3/2  1 +π 2 8 (ln z )−2+. . .  +O (z−1) (17)

Limite de baixíssimas temperaturas:

T → 0

ou

(z ≫ 1)

Em baixíssimas temperaturas, compreenda-se o termo líder da expansão (17), i.e

λ3 v ≃ 4 3pπ(ln z ) 3/2 z ≃ exp 3pπλ 3 4v 2/3 =exp        β 3pπ 4v 2/3 2πħh2 m | {z } ǫF        = eβ ǫF

onde ǫF é a energia de Fermi

ǫF = ħ h2 2m  6π2 v 2/3 (18)

(14)

Substituindo-se z = eβ ǫF na distribuição de Fermi 〈n

~

p〉, a qual descreve a população nos

ní-veis de energia, teremos

〈np~〉 = 1 z−1eβ ǫp~+1 ∴ lim −→ T→0 〈np~〉 = 1 eβ (ǫp~−ǫF)+1

A figura ao lado mostra a distribuição de Fermi para valores de β µ= 1 (azul) e 10 (preto). Observe que todas as curvas passam no mesmo ponto n(µ) = 1/2, i.e quando ǫ = µ em qualquer temperatura.

Fermi - Dirac nHΕL = AeΒHΕ-ΜL+ 1E-1 kT = 1 kT = 10 Μ =1 0 1 2 3 Ε Μ 0 0.5 1 nHΕL

No limite extremo (estado fundamental) em que T = 0 teremos, entretanto

lim −→T =0〈np~〉 =      1 se ǫp~< ǫF 0 se ǫp~> ǫF 1/2 se ǫp~=ǫF

Nesse limite extremo observa-se que:

1. Todos os estados com energia menor do que ǫF estão

ocupados com 1 partícula, e todos os estados com

ener-gia acima estão desocupados.

2. ǫF é máxima energia de um estado ocupado.

3. Como z = eβ µem T = 0, o potêncial químico µ = ǫ F.

como esquematizado na figura ao lado.

ǫF 1 〈np~〉 b Distribuição de estados em T = 0. Densidade de estados

Estado Fundamental

(T = 0)

O distribuição de estados obedece à condiçãoPp~〈np~〉 = N , a qual em T = 0 resulta

X ~ p 1 = N , ou V h3 Z ǫ ~p≤ǫF d ~p = N

(15)

Passando para a variável de energia, i.e ~p2/(2m) → ǫ , escrevemos formalmente Z ǫF ǫ0 n(ǫ) d ǫ = N onde n(ǫ) = densidade de estados = ¨

número de estados com, energia entre ǫ e ǫ + d ǫ.

Obs:

Para determinar explicitamente n(ǫ) é preciso especificar a dependência de ǫ com ~p ,

conhe-cida como relação de dispersão.

Caso do Gás Ideal:

Para o gás ideal em T = 0 temos

ǫ = ǫp~= ~ p2 2md p = m p d ǫ = m p 2mǫd ǫV h3 Z pF 0 (4π)p2d p = 4π V h3 Z ǫF 0 (2mǫ)pm 2mǫd ǫ = Z ǫF 0 ”2πV h3 (2m) 3/2 ǫ1/2— | {z } n (ǫ) d ǫn(ǫ) =2πV h3 (2m) 3/2ǫ1/2n(ǫ)∼ ǫ1/2 Ε nHΕL

cujo gráfico está mostrado na figura ao lado.

Momentum de Fermi

Outra grandeza importante é o momentum de

Fermi, definido por

4π V h3 Z pF 0 p2d p = N , ∴ V h3 3 p 3 F = NpF = € 3N 4πV Š1/3 h

(momentum de Fermi)

(16)

Energia do estado fundamental.

A energia (média) do estado fundamental é definida por

E0= X ~ p 〈np~〉ǫ = V h3 Z pF 0 p2 2m(4π)p 2d p ,E0= 2π V 5m h3p 5 F ou E0= Z ǫF 0 n(ǫ)d ǫ, E0= 3 5N ǫF

(energia interna)

Baixas Temperaturas

Os regimes de temperaturas são melhor estabelecidos fisicamente se definirmos a

tempera-tura de Fermi TF, i.e

TF = ǫF kB ∴                T = 0 Estado Fundamental, T << TF

§ Regime de baixas temperaturas ou

gás com alta densidade, sistema degenerado

T >> TF

§ Regime de altas temperaturas ou

gás com baixa densidade, sistema não-degenerado

Μ T << TF T = 0 T >> TF ΕΜ fHΕL´ nHΕL

Quando T 6= 0 a densidade de estados pode ser obtida por

N =X ~ p 〈np~〉, ou N = V h3 ∞ Z 0 [eβ (ǫ−µ)+1]−1d ~p = = Z ∞ 0 f (ǫ)n(ǫ)d ǫ onde f (ǫ) = 1 eβ (ǫ−µ)+1e −β(ǫ−µ) (ǫ ≫ µ) (19) n(ǫ) =2πV h3 (2m) 3/2 ǫ1/2 (20)

(17)

Na figura ao lado, mostramos o comportamento de f (ǫ) × n(ǫ) para T = 0, T << TF e T ≫ TF.

Observação importante: partículas com spin

No caso de férmions com spin ħh s existirá uma degenerescência de (2s + 1) microestados para

cada estado me momentum ~p . Portanto,

N = (2s + 1)V h3 Z ǫ ~p≤ǫF d ~p = (2s + 1)V h3 3 p 3 FV h3 3 p 3 F = N= N (2s + 1)

que corresponde a considerar um sistema de férmions reduzido para N= N /(2s +1) férmions

sem spin.

Esta correspondência pode ser entendida porque férmions com diferentes estados de spin não sofrem as restrições de simetria pela operação de permutação entre as posições, i.e não sofrem as restrições impostas pelo princípio de Pauli. Assim, cada subconjunto de férmions com mesmo estado de spin age como se fosse um gás independente.

Referências

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