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Desenvolvimento de Estados Frágeis

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Academic year: 2021

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Desenvolvimento de Estados Frágeis

Carolina Ferreira Galdino 1

Resumo

Este texto discute como os Estados emergentes de conflito padecem com um grau significativo de vulnerabilidade e até mesmo com a atribuição de conceitos pejorativos relativos à sua peculiar existência. Assim, objetiva-se responder à seguinte questão: quais iniciativas de desenvolvimento melhor contribuem para a sofisticação e perenidade do arcabouço político-institucional edificado nos países emergentes de conflito?

Palavras-Chave: Desenvolvimento, Quase-Estados, Ideologia, Construção de Estados, Timor Leste Abstract

This article discusses how states that emerged from conflicts suffer from a high degree of vulnerabilty and even from the assignment of pejorative concepts regarding its peculiar existence. Thus, the goal of this article is to answer the following question: what development initiatives contribute the most to the sophistication and the endurance of the political and institutional framework of the states that emerged from a conflict?

Keywords : Development, Failed States, Ideology , State building , East Timor.

1 Doutoranda em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas e membro do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança

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Apresentação

ste texto discute as vias alternativas de desenvolvimento para a superação das fragilidades político-institucionais vivenciadas pelos Estados emergentes de conflitos. Na contemporaneidade, os Estados emergentes de conflito padecem com um grau significativo de vulnerabilidade e até mesmo com a atribuição de conceitos pejorativos relativos à sua peculiar existência. O conceito de desenvolvimento com o qual trabalhamos extrapola a esfera econômica e abarca os mais diversos campos da existência estatal, tais como: desenvolvimento político, desenvolvimento social e desenvolvimento cultural.

Objetiva-se responder à seguinte questão: quais iniciativas de desenvolvimento melhor contribuem para a sofisticação e perenidade do arcabouço político-institucional edificado nos países emergentes de conflito?

Para responder essa questão, o texto encontra-se dividido em três partes. Na primeira, apresenta-se o conceito de Estado e Quase-Estados, para em seguida, discutir como são criados os mitos políticos e a ideologia. Já na terceira parte, apresentamos o conceito de desenvolvimento, buscando demonstrar como este conceito está vinculado ao processo de construção de Estados e como pode ser trabalhado para garantir a efetiva manutenção da estrutura político-institucional e posterior autonomia do Estado.

Estado e Quase-Estados no sistema internacional

Na história do mundo ocidental, a organização política compreendida como Estado adquiriu uma forma abrangente e universal, sendo seu surgimento coincidente com o período do Renascimento e Modernidade europeia. Este modo de organização política possui três elementos fundamentais: soberania, território e população.

Considerando a perspectiva weberiana, o Estado está intrinsecamente ligado à racionalização da civilização moderna. O Estado se define como a estrutura ou agrupamento político que reivindica com êxito o monopólio da compulsão física legitima (FREUND, 1970, p. 165).

A especificidade do Estado incorpora a racionalização do direito, resultando na especialização do poder legislativo, judiciário, bem como, a garantia de proteção à população, ou seja, a segurança interna e manutenção da ordem pública.

Outro aspecto relevante na concepção weberiana fundamenta-se na administração racional que engloba a capacidade de mando efetivo do Estado. Em outras palavras, é fundamental a imposição da autoridade estatal e intervenção nos diversos setores que compõem o tecido social, tais como: educação, saúde, economia, justiça, forças armadas, cultura, entre outras.

Em linhas gerais, o poder é uma relação de mando e obediência. Uma vez que o Estado não consiga estabelecer uma relação verticalizada com a sociedade, isso demonstra a ausência de seu poder efetivo e reconhecimento endógeno. Em outras palavras, a falta de reconhecimento interno descaracteriza o poder relacional existente entre Estado e sociedade.

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Weber definiu o poder como a oportunidade de um indivíduo fazer triunfar no seio de uma relação social sua própria vontade contra a resistência, e o domínio como a oportunidade de aí encontrar pessoas dispostas a obedecer à ordem que lhes é dada (FREUND, 1970, p. 167).

O Estado reivindica, portanto, o seu monopólio sob a forma institucionalizada, podendo ou não delegar e conceder possibilidades e funções de diversas ordens aos indivíduos que a ele encontram-se submetidos.

Ainda considerando a perspectiva weberiana, dentre as atribuições do Estado inclui-se a de ser uma instituição econômica responsável pelas finanças públicas, capaz de intervir em diversas dimensões da sociedade, tais como: educação, saúde, cultura e economia.

Os processos de construção de Estado (state building) vão ao encontro dessa realidade, pois, buscam edificar as esferas político-institucionais nulas ou comprometidas dos Estados que se encontram em situação de significativa vulnerabilidade.

Ressalte-se, que essas vulnerabilidades podem ser decorrentes dos seguintes fatores: conflitos interestatais, intra-estatais (que aumentaram exponencialmente após o fim da Guerra Fria) e catástrofes ambientais. Nessas situações, a estrutura física, a estrutura política e a estrutura social que já são frágeis, se tornam ainda mais comprometidas.

O fato de que o Estado é uma relação de homens dominando homens, nos conduz a dois elementos fundamentais: obediência e subordinação, que, por sua vez, estão atreladas às possibilidades de recompensa ou punição, fatores que expressam o poder coercitivo do Estado.

A nulidade do aparato institucional impede o estabelecimento do domínio organizado, que exige o controle do quadro de pessoal executivo e os implementos materiais da administração. Portanto, o Estado moderno controla os meios totais de organização política que se encontram sob um único chefe e adquire o aspecto de associação compulsória, apta a organizar a dominação (WEBER, 1982). Sociologicamente, o Estado moderno pode ser definido por uma característica específica: a sua capacidade de coação. A “coação” mostra-se imprescindível para a manutenção da existência empírica de uma instituição politicamente organizada que possa ser considerada um Estado. Apresentando-se como a ferramenta do Estado para fazer valer sua coexistência no sistema internacional.

O Estado, do mesmo modo que as associações politicamente precedentes é uma relação de dominação de homens sobre homens, apoiada no meio da coação legítima (quer dizer, considerada legítima). Para que ele subsista, as pessoas dominadas devem se submeter à autoridade invocada pelas que dominam no momento dado. Quando e porque fazem isso, somente podemos compreender conhecendo os fundamentos justificativos internos e os meios externos nos quais se apoia a dominação (COHN, 2004, p. 526).

Em linhas gerais, a dominação pode ser expressa como a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato. A submissão pode estar atrelada a fatores culturais, perspectivas de interesse ou até mesmo na vontade pessoal daquele que se submete à mesma.

O cerne da questão não diz respeito somente à capacidade de coação estatal, mas sim, aos outros fatores que se agregam a realidade de um Estado. Incapacidade de coação atrelada à inexistência de instituições que desempenhem as funções consideradas como básicas do Estado (educação, saúde, justiça...), podem conduzir um Estado a uma situação de Quase-Estado.

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Consideramos Quase-Estado aqueles Estados que não possuem todas as características fundamentais do principal ator das relações internacionais. Portanto, se um Estado possui população, território e um governo, sendo reconhecido como tal por seus pares no sistema internacional, um Quase-Estado, por sua vez, não possui um ou mais desses três elementos materiais e, portanto, não usufrui do reconhecimento dos demais Estados que compõe a arena internacional.

No entanto, o fato de não possuir um ou mais desses elementos materiais (população, território ou governo), não o caracteriza como um “Estado Falido” (conceito largamente difundido na primeira década do século XXI), pois, para “falir” é necessário que antes, seja um Estado efetivamente. A atribuição da qualidade de “falido” para caracterizar os Estados que possuem especificidades político-institucionais mostra-se inapropriada. Muitas vezes, esses Estados são caracterizados como nocivos aos demais atores do sistema internacional, no entanto, seguindo o princípio da alteridade, é necessário cautela para compreender detidamente o cenário internacional.

A questão do Timor Leste é a que melhor exemplifica a realidade de um Quase-Estado; o processo de construção do Estado; o processo de desenvolvimento e a articulação promovida pelos países emergentes de conflito para superação de suas inabilidades.

O Timor Leste é uma pequena Ilha localizada no sudeste asiático. Logo após Portugal ter concedido a independência à suas colônias, o Timor Leste, se viu imerso em uma situação política que o impossibilitou de se tornar um Estado de fato.

A falta de alinhamento ideológico entre os partidos políticos que se organizaram no Timor Leste para conduzir o processo de descolonização dificultou seu processo de independência, como resultado, a Indonésia o anexou em 1975, sob o argumento de sentir-se ameaçada. Durante vinte e quatro anos o Timor Leste permaneceu anexado ao território vizinho.

A ONU não reconheceu a ocupação, considerando o Timor como colônia de Portugal, ao mesmo tempo em que apoiava a resistência timorense. Contando com o auxílio dos EUA e outros países, como a Austrália, Inglaterra, Japão e Canadá, a Indonésia permaneceu na Ilha até agosto de 1999, quando, depois de devastar completamente o pequeno território, atendeu à solicitação da ONU de deixar o país. Ainda em 1999, a ONU decidiu organizar uma força internacional sob o comando da Austrália para garantir a paz no território (CUNHA, 2001).

Empiricamente, o monopólio da força exprime a capacidade de um determinado Estado se apresentar perante os demais Estados como igual, assegurando assim que estes o respeitem, ou, ao menos, considerem a sua existência. Outro fator relevante que expressa o monopólio da força é a constituição do Estado como um Estado de direito, ou seja, o arcabouço legal (Constituição).

O Estado deve existir para o âmbito externo, caracterizado pelo reconhecimento de sua legitimidade por seus semelhantes e para o âmbito interno, no qual há, por parte de seus cidadãos, o reconhecimento de mando e obediência.

Uma realidade que permeia o sistema internacional e que auxilia na compreensão da não adequação da concepção de falência estatal aos Estados pós-coloniais é justamente a manutenção de um o pensamento colonialista que impossibilita a aceitação das especificidades de alguns Estados que vivenciaram e vivenciam uma situação de vulnerabilidade.

De acordo com SANTOS (2005), “a ignorância colonialista consiste na recusa do reconhecimento do outro como igual”. Dessa forma, muitos Estados ao serem reinseridos no sistema internacional passam a ter que lidar com uma série de deficiências institucionais, políticas e sociais, resultantes

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tanto do não investimento de suas metrópoles como dos conflitos internos que, em grande parte dos casos, assolam o país.

Os Quase-Estados não tiveram a seu favor longos períodos, diversos séculos para se estabilizarem, a sua evolução histórica e política é distinta. Na Europa, os principados se transformaram em Estados, nos Estados que nasceram recentemente, a realidade é outra, sua soberania foi criada de forma artificial e, muitas vezes, como é o caso do Timor Leste, sob o contexto de urgente concessão de independência.

A partir da ideia de Quase-Estados é possível compreender a realidade de alguns Estados que compõe o sistema internacional. Muitas vezes, as grandes potências constroem a realidade dos Estados que se encontram em situação de vulnerabilidade, essa construção, ocorre, em muitos casos, a partir da difusão de mitos políticos.

Mitos, Estados e Poder

Desprovido de qualquer essência conceitual, o termo mito apresenta-se como representação de ideias que não correspondem à realidade, caracterizando-se, portanto, como a falsificação de alguma ideia ou conceito. Semanticamente, o termo mito vincula-se à ausência de verdade.

A função essencial do mito é descaracterizar, desfigurar e não ocultar uma ideia. Em linhas gerais, apresenta-se um significante do mito, este, por sua vez, possui um significado que será alterado. Essa alteração da realidade pode transformar-se em uma mensagem positiva ou negativa.

Tomemos como exemplo, uma das questões que norteia o principal ator das relações internacionais, o Estado, mais especificamente, os Estados considerados “falidos”. Os Estados, neste caso, são os significantes e, o estado de falência é significado. Muitas vezes, o Estado considerado falido, quando colocado em determinado contexto, tem a sua realidade, deturpada.

Sabe-se que a maioria destes Estados possuem inabilidades político-institucionais, no entanto, a iminência de risco ou spiil-overs ao sistema internacional não lhes é singular. A ideia de ameaça em potencial que representam, não corresponde com a realidade, pois, as ameaças podem partir dos mais variados meios, sem que se tenha relação direta com os Estados classificados de tal forma.

Segundo Miguel (1994, p. 26), o mito despolitiza seu objeto. O Estado (considerado falido) perde sua história, que está relacionada com outras histórias, tais como: descolonização; fim da Guerra Fria/desmantelamento do bloco soviético; situações pós-conflito, entre outras. Ou seja, ainda que o significante permaneça intacto, seu significado é alterado, daí a mitificação.

O mito respalda-se no senso comum, uma vez difundido e aceito, ele passa a figurar como verdade e, para sua sobrevivência, necessariamente, deve ser percebido como uma verdade. Os discursos políticos possuem a função de alterar as realidades. O mito-mitificação tem a capacidade de limitar ou até mesmo impedir o acesso a explicações possíveis (MIGUEL, 1994).

No mito existem dois sistemas semiológicos, um deles deslocado em relação ao outro: um sistema linguístico, a língua (ou os modos de representação que lhe são assimilados), a que chamarei de

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sistema; e o próprio mito, a que chamarei de metalinguagem porque é a segunda língua na qual se fala a primeira (BARTHES, 1989 p. 137 apud MIGUEL, 1994, p.25).

Podemos considerar que a ideia de ameaça estatal, oriunda exclusivamente de Estados considerados Falidos, é um mito. A essência do mito encontra-se na história que é relatada, não se questiona aquele que difunde a ideia. Em outras palavras, o mito tem a capacidade de penetrar no imaginário da sociedade e, uma vez transformado em crença absoluta, deixa de ser questionado.

De acordo com Lévi-Strauss (2003, p. 265), o mito crescerá como espiral, até que o impulso intelectual que o produziu seja esgotado. O crescimento do mito é, pois, contínuo em oposição a sua estrutura, que permanecerá descontinuada.

Segundo o etnólogo francês Marc Augé (1997, p. 95), a linguagem das qualificações ou das identidades “de classe” torna substantiva às categorias e apresenta as questões em termos de inclusão, de acumulação ou de exclusão.

Pode-se considerar que a qualidade de falência atribuída a determinados Estados, na verdade, desqualifica e rotula o “outro” pejorativamente, tendo, como principal objetivo, o alcance de interesses específicos. Em termos práticos, a construção dos mitos no cenário político responde à necessidade de existência de ferramentas capazes de operacionalizar o processo de exclusão, que, por sua vez tem como finalidade respaldar interesses específicos e justiçar ações maiores. Considerando tal fato, ainda segundo Marc Augé (1997, p. 135), os mitos fundam sua existência e seu projeto, mas seus responsáveis sabem que legitimidade e finalidade devem ser representadas.

Os mitos correspondem às realidades culturais que podem ser interpretadas por meio de múltiplas perspectivas. Para Eliade (2010), o mito relata uma história, narra como uma realidade que passou a existir. Essa realidade narrada pelo mito pode ou não ser total e trata do comportamento humano. Relativamente aos Estados Falidos, existe uma tendência preconceituosa em qualificar determinados Estados desta forma. Ao que tudo indica, o conceito de Estados Falidos serve como instrumento para o alcance de interesses dos Estados detentores de maior poder na arena internacional, principalmente se considerarmos que o conceito foi e continua sendo difundido por uma potência que não aceita formas distintas de organizações políticas que possam conflitar com seus valores. Difunde-se a ideia de que esses Estados caracterizam potencial risco ao sistema internacional e, por isso, devem ser combatidos.

Relegado, ainda que de forma tênue, a não notoriedade, o campo da ideologia exerce um papel fundamental na compreensão das relações internacionais contemporâneas. Segundo Chisholm (2005), a maior ênfase do estruturalismo e behaviorismo no campo da ciência política propiciou a não validade, a não aceitação das ideias como variáveis explicativas. Em linhas gerais, o campo das ideias permeava o campo da subjetividade, daí a sua não incorporação e aceitação concreta como variável epistemológica.

A compreensão acerca do papel exercido pelas ideias na sociedade política contemporânea permite-nos observar o seu próprio processo de construção, difusão e legitimação. Na esfera política, por exemplo, o mecanismo de construção das ideias respalda-se na difusão de conceitos formulados pelos intelectuais. De diversas formas, essas ideias ganham consistência, notoriedade e conduzem os discursos e as ações políticas.

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A ideologia pode ser observada na tentativa dos indivíduos de formular estratégias e nas atividades e artifícios de quem a produz (WUTHNOW, 1989, p.16). Dessa forma, a ideologia possui a capacidade de moldar estratégia de ação, compreendida como um disrcurso, que consiste em um conjunto de princípios gerais, conceitos, símbolos e rituais utilizados pelos atores para resolverem os problemas em um determinado episódio histórico (MOADDEL, 1992, p. 359).

Dos diversos papéis desempenhados pelo Estado, não podemos regalar ao segundo plano sua capacidade e responsabilidade de organizar as ideologias, tanto no que se refere ao desenvolvimento das relações ideológicas, quanto no que se refere ao papel exercido pela ideologia predominante. Conforme exposto anteriormente, as ideologias estão atreladas ao sistema de ideias e a forma como as mesmas são disseminadas por meio de múltiplas representações.

Segundo Poulantzas (1980, p. 33), a ideologia compreende também uma série de práticas materiais extensivas aos hábitos, aos costumes, ao modo de vida dos agentes, e assim se molda como cimento no conjunto das práticas sociais.

Para fazer valer o domínio político, o Estado utiliza diversos meios, dentre eles a ideologia, que seria uma forma alternativa de legitimar seu interesse. Em uma dada sociedade existe a ideologia de classe, que pode ser caracterizada como o poder de uma classe dominante. Essa ideologia “impregna” os aparelhos de Estado, que são os responsáveis pela elaboração e reprodução dessa ideologia (POULANTZAS, 1980).

Os aparelhos ideológicos de Estado são diversos, podendo ser representados pelos meios de comunicação, igrejas, escolas. Em meio a essa diversidade, temos os aparelhos dominantes que possuem a capacidade de intervir na organização dos demais aparelhos por meio do uso legitimo da força – violência. Os aparelhos dominantes são representados pelas forças armadas, polícia, administração civil, poder judiciário.

De acordo com Althusser (1974, p. 20), para fazer progredir a teoria do Estado é indispensável considerar não só a distinção entre poder de Estado e aparato de Estado, mas também, outra realidade que se manifesta junto ao aparato (repressivo) de Estado, mas que não se confunde com ele, ou seja, os aparatos ideológicos do Estado.

Por meio dos discursos, que são os componentes fundamentais das estratégias de ação dos indivíduos e também dos Estados, é possível fazer com que algumas questões venham à tona e, que outras, menos relevantes (de acordo com o interesse específico de quem produz as referidas estratégias de ação), sejam deixadas de lado (MOADDEL, 1992).

De acordo com Moaddel (1992), a ideologia é um discurso episódico e a sua construção e manutenção devem ser entendidas dentro de um contexto específico crucial. Diante de um marco estrutural na história de uma sociedade, existem também outros eventos historicamente relevantes para a construçao de uma ideologia, esses de eventos podem estar ligados a diversas áreas, tais como: política, cultura, segurança, questões socio-econômicas, entre outras.

A ideologia tem o papel fundamental de difundir uma dada convicção que ultrapasse a esfera de seus formuladores, tornando-se uma crença, e também tem o papel de se manter por um longo período após ter sido difundida e aceita pelo grupo social.

Segundo Giles (1985, p. 71), com o fenomeno ideológico começa o consenso, mas também, se inicia a convenção e a racionalização. A ideologia deixa de ser mobilizadora para tornar-se justificadora. Se continuar mobilizadora, é sob a condição de ser justificadora.

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A ocorrência de um fato substancial é capaz de acarretar a alteração da visão de mundo dos produtores de ideologia e, assim, determinar a difusão e dominação de um discurso específico na sociedade.

Um dos aspectos centrais das ideologias, e que as torna similares, consiste na sua orientação, em seu direcionamento à minimização ou maximização das diferenças, contribuindo para uma sociedade de status. Em outras palavras, as ideologias legitimam o poder e criam uma hierarquia (NAFSTAD, 2007). A concepção de falência estatal, difundida após os ataques de 11 de setembro de 2001, é uma premissa ideológica que foi difundida de forma enérgica na efervescência de um fato histórico. A ideia de falência estatal perde sua essência conceitual ao ser transformada em variável classificadora de potenciais ameaças oriundas de Estados em situação de vulnerabilidade. Essa ideia perde a essência, pois percepção é algo intangível e, ameaça, antes de transformar-se em um fato, é uma percepção. Em linhas gerais, pode-se considerar que o conceito de falência estatal difundido por Helman e Ratner no começo dos anos noventa, mais especificamente em 1992, foi transformado no início do século XXI, visando adequar-se a um discurso político específico. Potencializaram-se alguns elementos do conceito que passaram a ser tratados isoladamente, objetivando justificar determinadas ações politicas. Ou seja, com base no discurso atingiu-se a mobilização e, com esta, a justificação.

O Timor Leste é um dos Estados que pertencem ao rol dos Estados considerados falidos. O conceito de falência aplicado ao Timor Leste mostra-se equivocado, uma vez que o mesmo apresenta características de “Quase-Estado”, considerando especificamente questões de soberania e capacidade institucional. Tanto o conceito mostra-se inaplicável ao Timor Leste que este não teve a oportunidade de vir a falir, pois, não era reconhecido como um Estado de fato.

Ressalte-se que um dos principais think tanks norte-americanos a “Fund for Peace” responsável por elaborar, classificar e difundir o ranking de Estados Falidos durante a primeira década dos anos 2000, só adequou semanticamente a sua classificação dos Estados que possuem inabilidades, a partir de 2014. Ou seja, entre os anos de 2005 e 2013 os índices apresentados adotavam o conceito de Estados Falidos, as classificações de “inabilidade estatal” a partir de 2014 já adotam a conotação de Fragilidade Estatal, fato de importância política e simbólica.

Construção do Estado e Desenvolvimento

O processo de construção de Estados tem como objetivo criar e fortalecer as instituições governamentais de um determinado país. De acordo com Chesterman (2001), o termo state-building é mais utilizado para se referir à participação de vários atores no processo de construção de um Estado. Ou seja, são implementadas múltiplas atividades que viabilizam a edificação das estruturas básicas daquilo que se compreende por Estado.

Em linhas gerais, é através do processo de cooperação envolvendo atores estatais e não estatais que são criadas as estruturas básicas do Estado. Ressalte-se que em Estados emergentes de conflito, essas estruturas muitas vezes são nulas e a atuação isolada de outros Estados não se mostram suficientes para sanar a debilidade estatal. Em outras palavras, as Organizações Internacionais, as Organizações Não Governamentais, as Igrejas, e a iniciativa privada de outros Estados são fundamentais para a

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transferência de recursos financeiros, recursos materiais, infraestrutura e know-how nas mais diversas áreas.

No entanto, mesmo diante do quadro de necessidade de cooperação para edificação política-institucional e infra-estrutural, não se pode desconsiderar as especificidades locais no processo de construção de um Estado, pois, as práticas sociais precedem e sobrepõem qualquer tipo de auxílio recebido. De acordo com Brown (2014, p. 114), reduzir o Estado às principais instituições e a formação do Estado à transferência institucional significa que pouca atenção é dada à forma como essas instituições podem estar relacionadas com o seu contexto sociopolítico.

Por meio da atuação de múltiplos atores, é possível que o Estado, mesmo tendo estruturas político-institucionais incipientes, alcance o crescimento e o desenvolvimento, garantido a sua efetiva existência no sistema internacional.

Relativamente ao desenvolvimento e ao crescimento, pode-se considerar que primeiro está orientado para a esfera qualitativa e o segundo para a esfera quantitativa, no entanto, considerando as especificidades do Estado, ambos são de suma importância para a aquisição e manutenção do poder no cenário internacional.

Ao pensarmos no desenvolvimento a partir da variável qualitativa e quantitativa, especificamente em Estados emergentes de conflito, onde impera a nulidade infra-estrutural, financeira e técnica, as chances de perenidade das estruturas edificadas visando o desenvolvimento são maiores quando são trabalhados detidamente o aspecto qualitativo.

Não se trata de um processo inverso de concepção acerca das inabilidades de um Estado, mas, de trabalhar com as adequadas ferramentas de poder de um Estado recentemente criado e que visa à sobrevivência de seu arcabouço político institucional.

A ideia de empoderamento político e social coloca-se como mola propulsora do fator econômico, daí a importância do fator qualitativo anteceder, neste caso, o fator quantitativo. Ao pensarmos no processo de construção do Estado, a estrutura é edificada, mas, é necessário que ela seja sofisticada.

O governo eficaz e legítimo, e certamente o governo participativo, requer um tipo de “linguagem” comum por parte da comunidade política. Serem “incluídos” e capazes de participar na “conversa” sobre a ordem política – metaforicamente “ter uma palavra a dizer” ou, mais importante, ser ouvido – é o que os timorenses poderiam esperar da independência: autodeterminação e democracia. Para fazer parte é necessário ser capaz de perceber a ordem e a linguagem dominante no seio da comunidade política (BROWN, 2014, p. 115).

Não só no caso leste timorense, mas, em outras situações de construção de Estado é necessário o prévio preparo para a transição para um novo cenário político, daí a necessidade de lidar com outras esferas do desenvolvimento. A partir da sofisticação da estrutura política edificada é possível atender as demandas da sociedade de forma mais profunda e fazer com que essas estruturas se coadunem ao crescimento quantitativo. Uma vez que o fator qualitativo esteja unido ao quantitativo a base político-social e cultural é fortalecida.

Em linhas gerais, o trabalho intenso sobre os fatores econômicos atende de forma imediatista as necessidades dos Estados vulneráveis criando áreas sensíveis que podem ser corroídas pela

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inabilidade política, neste caso, o fator complicador deixa de ser a inexistência de estruturas, e passa a ser a incapacidade de gestão.

Um segundo fator que explica a necessidade de maior notoriedade ao fator qualitativo de desenvolvimento é que à época de recepção de cooperação técnica intensiva, estes países, muitas vezes, não possuem receitas significativas, o que lhes possibilita ter como primeira via de estratégica de emancipação os fatores qualitativos e não só quantitativos.

Isso significa que priorizar segmentos-chave do Estado mostra-se como uma alternativa para desenvolvimento sustentado do Estado. A opção pela esfera qualitativa pode ser traduzida pelo tratamento de seis áreas essências que podem conduzir uma nação vulnerável à possibilidade concreta de futura emancipação econômica, essas áreas são: defesa; educação; justiça; igualdade de gênero; investimento tecnológico e, saúde.

Priorizar o desenvolvimento a partir da esfera político-social permite ainda, que os Quase-Estados ou aqueles que passam pelo processo de reconstrução, mantenham o que uma nação tem de mais valioso, a sua cultura, sem, no entanto, abdicar dos fatores econômicos. Neste caso, as especificidades são mantidas, pois não são impostos os valores não condizentes com as realidades locais. Dessa forma, a sociedade é preparada para lidar com a implementação e gestão de politicas de desenvolvimento econômico, político e social.

Uma das questões que merecem maior notoriedade a respeito do desenvolvimento dos Estados frágeis é a reconfiguração do cenário internacional. Ainda que relegados à invisibilidade, os Estados frágeis contam uma estrutura específica para lidar, debater, analisar e trocar informações acerca de suas experiências. Trata-se do G7 + de Estados Frágeis, que foi criado em 2010.

O Timor Leste lidera o G7+ de Estados Frágeis, pelo sucesso da construção do aparato político institucional deste Estado, ele é o principal representante da instituição que agrega os Estados que são considerados falidos e/ou frágeis e que buscam superar a suas inabilidades.

Os Estados que compõem o G7+ de Estados Frágeis buscam dialogar, trocar experiências e informações. Em linhas gerais, trata-se de um esforço mútuo dos países membros para a superação de suas vulnerabilidades.

A eficácia das ações que possibilitaram à construção do arcabouço político institucional do Timor Leste deveu-se não somente às múltiplas contribuições externas, mas também ao projeto de Estado bem articulado. Este projeto é uma das essências do processo de construção de Estados vulneráveis e emergentes de conflito, pois garante o sucesso do processo de edificação político institucional.

Os países que compõem o G7+ de Estados Frágeis são aqueles países que se encontram mais distantes da possibilidade de alcançar os Objetivos do Milênio, pois, suas taxas de destruição infantil; mortalidade infantil; acesso a educação, entre outras, dificilmente serão alcançadas até o fim do ano de 2015. Dos diálogos entre os países frágeis e emergentes de conflito surgiu a Declaração de Díli e a Declaração do G7 + de Estados Frágeis que consiste no acordo firmado entre os Estados membros para a redução da pobreza, término dos conflitos existentes em seus respectivos territórios, e a promoção de melhores condições de vida para suas populações.

A Declaração do G7+ de Estados Frágeis estabelece uma série de objetivos e de prioridades comuns entre os membros que se dispõem a conjuntamente trabalharem para o alcance de suas metas, ou seja, a paz e o desenvolvimento sustentável. Os países membros do G7+ de Estados Frágeis são: Afeganistão; Burundi; República Centro Africana; Chad; Costa do Marfim; República Democrática do

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Congo; Guine Bissau; Haiti; Libéria; Nepal; Papua Nova Guiné; Serra Leoa; Ilhas Salomão; Somália; Sudão do Sul e Timor Leste.

Em 2011 implementou-se o Novo Acordo, que tem como objetivo a ampliar o grau de participação, o envolvimento internacional e a voz dos países frágeis e afetados por conflitos no cenário Internacional.

O Novo Acordo para o Envolvimento em Estados Frágeis (doravante, Novo Acordo) é um compromisso entre um grupo de 18 países, designado por g7+, e os seus parceiros internacionais para o desenvolvimento, que foi adotado em Busan, na Coreia do Sul, em novembro de 2011, durante o 4.º Fórum de Alto Nível sobre a Eficácia da Ajuda [...] o Novo Acordo concentra-se na relação entre países doadores e beneficiários no que se refere à ajuda (TSCHIRGI, 2014, p.35).

No Novo Acordo estabeleceram-se novos termos de envolvimento para apoiar as transições promovidas e lideradas pelos próprios países para a saída de situações de conflito e fragilidade, que ficaram conhecidos pelo acrónimo FOCUS (TSCHIRGI, 2014, p.36).

A articulação desses Estados em um arranjo específico onde possam ser trocadas as experiências de edificação do Estado permite a implementação de atividades assertivas para a construção do Estado e promoção da paz. O G7+ de Estados Frágeis é de suma importância por permitir que estes atores de fato persigam a sua emancipação política, econômica e saiam do rol de invisibilidade na arena internacional.

Considerando o passado recente destes Estados, a existência dessa Instituição constitui-se como um marco político que merece maior notoriedade. Ainda que a atuação destes Estados, a priori, figure no campo propositivo, é necessário considerar os esforços e avanços alcançados individualmente e coletivamente.

Considerações Finais

O Timor Leste foi o primeiro Estado a surgir no século XXI. Com um passado marcado pela colonização portuguesa e imediata anexação ao território vizinho, o país sobreviveu durante vinte e quatro anos às diversas atrocidades cometidas pela Indonésia.

Em 1999, o país teve a oportunidade de optar por manter-se anexado como vigésima sétima província da Indonésia ou tornar-se independente. Escolhendo a segunda opção, a população viu toda a infraestrutura do país ser devastada pela Indonésia, antes que a mesma deixasse o território.

Literalmente incinerando todo o território e até mesmo indivíduos, os indonésios deixaram o território, e restava à Organização das Nações Unidas e a Comunidade Internacional o processo de reconstrução da pequena Ilha situada no sudeste asiático. A ONU finalizou sua missão no Timor Leste em 2012, no entanto, o fim da Missão não caracterizou o fim da relação entre a Organização e o Estado criado, pois, trata-se de um processo.

O elemento fundamental para que um Estado figure no sistema internacional é a sua existência empírica, daí a necessidade de possuir os elementos que o caracterizem como tal. Findando o

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processo de construção, é necessário lançar as bases para o desenvolvimento político, econômico e social do Estado. No entanto, a fraqueza estatal, que pode caracterizar o Estado como um Quase-Estado, não necessariamente, faz deste, um Estado Falido.

O campo das ideias, a difusão de ideologias é extremante importante nas relações internacionais. Durante a Guerra Fria e no decorrer dos anos 1990, o Timor Leste permaneceu invisível na arena internacional, não em decorrência da anexação o forçada pela qual passou, mas, pela forma como são difundidas as informações. No caso dos Estados Falidos, difunde-se a ideia de que a ameaças emergem dos Estados que possuem significativa debilidade estatal, no entanto, uma lucida reflexão nos permite compreender que a atribuição da qualidade de falência às organizações políticas que possuem especificidades históricas, não é adequada, pois, essa atribuição de falência é um instrumento que permite justificar as ações dos detentores do poder no sistema internacional.

O esforço dos membros do G7+de Estados Frágeis consiste no desenvolvimento de ações coordenadas com doadores para que se possa, com eficácia, melhorar a condição de vida de suas populações e uma transição da situação de Quase-Estados e Estado-frágeis para uma condição de Estado de fato, sempre considerando a ideia de que as peculiaridades destes Estados devem ser respeitadas. Entre outros fatores o esforço destes Estados, ao implementar um Organização que permita o amplo diálogo e troca de experiências possibilita a contínua sofisticação e perenidade do arcabouço político-institucional construído nos países emergentes de conflitos.

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Referências

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