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Veganismo, consumo consciente e saboaria natural vegan-friendly

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Academic year: 2021

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Veganismo, consumo consciente e saboaria

natural vegan-friendly

O mundo está sempre em constante mudança. É natural que necessidades, hábitos e valores se transformem. Nesse caminho, vemos bem claramente o crescimento do estilo vegano entre pessoas de inúmeros lugares no planeta. Aqui no Brasil, estima-se que quase 5 milhões de pessoas praticam o veganismo.

Por definição, o "Veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade; e por extensão, que promova o desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente. Na dieta, significa a prática de dispensar todos os produtos derivados em parte ou totalmente de animais." (livre tradução de "The Vegan Society", grupo que criou o termo "Veganismo", fundado em 1944 no Reino Unido)

Compreende-se, então, que o veganismo é uma maneira de viver com um mínimo de dano a outros seres vivos. Há o entendimento de que consumir, por exemplo, carne, peixe, aves ou ovos é

participar indiretamente de atos de crueldade e violência contra o reino animal. O veganismo se opõe a toda exploração de animais quer seja pelo alimento quer seja por quaisquer outros produtos. Mas o que isso

tem a ver com o meio ambiente, consumo e saboaria natural? Muita coisa!

VEGANISMO e MEIO AMBIENTE

Em termos ambientais, considerando o padrão atual de consumo, várias são as consequências, no mundo, de uma dieta com carne:

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 a crescente extinção de espécies e a destruição de antigas florestas tropicais para serem substituídas por campos de pastagens para o gado;  a perda de solo superficial;

 o conseqüente aumento de impurezas na água e a poluição atmosférica.

VEGANISMO E CONSUMO

O desejo de quem consome carne ou produtos com ingredientes de origem animal impulsiona o mercado a ter fornecedores desses produtos. O comércio funciona a partir do desejo e da demanda do consumidor. Por outro lado, quanto

mais popular se torna o veganismo mais empresas e empreendedores descobrem esse público como um nicho de negócios para a fabricação de produtos veganos.

Seja em alimentação, vestuário ou produtos de higiene pessoal, o mercado vegetariano/vegano ganha cada vez mais espaço na preferência do consumidor. É uma tendência que não retrocederá.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, divulgaram em 2016, um estudo que conclui que a dieta com carne é prejudicial ao Planeta. Segundo eles: “Os benefícios na saúde e na mudança climática serão tanto maiores quanto menor for a fração de alimentos de origem animal em nossas dietas. Três quartos de todos os benefícios ocorrem nos países em desenvolvimento, embora o impacto per capita da mudança na dieta seja maior nos países desenvolvidos. O valor monetizado das melhorias de saúde poderia ser comparável com, e possivelmente maior, os benefícios ambientais dos danos evitados pelas mudanças climáticas.” Tradução livre de trecho do estudo apresentado por pesquisadores da Universidade de Oxford, divulgada em 2016 - PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America

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VEGANISMO E SABOARIA NATURAL vegan-friendly

Antes, um pouquinho de História...

Fabricar sabão é uma das práticas mais antigas da Civilização. Por volta de 2800 aC, os babilônios foram os primeiros a dominar a arte da fabricação de sabão rudimentar. Eles faziam sabão de gorduras animais fervidas com cinzas. Esse tipo de sabão era usado na limpeza de lã e algodão - na fabricação têxtil, de forma geral. Por muito tempo também foi utilizado na Medicina.

Os antigos egípcios misturavam óleos animais e vegetais com sais alcalinos para produzir uma substância semelhante ao sabão.

Já os fenícios usavam sebo de cabra e cinzas de madeira para criar sabão. Os primeiros romanos fizeram sabonetes a partir de urina e sabão.

Os celtas. Por sua vez, faziam o seu sabão a partir da combinação de gordura animal e cinzas de plantas. Eles chamaram o produto de saipo.

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Nesses primórdios da fabricação de sabão, a técnica da saboaria era exclusiva de pequenos grupos de fabricantes de sabonetes. A demanda por sabão era alta, mas o custo muito elevado. Havia um monopólio na produção de sabão. Ao longo do tempo, as receitas para a fabricação de sabão tornaram-se mais conhecidas, mas o preço do sabão permanecia alto. Usar sabão era um luxo para poucos. O preço do sabão foi significativamente reduzido em 1791, quando um francês com o nome de LeBlanc descobriu um processo químico que permitiu que o sabão pudesse ser vendido por um preço menor.

O processo de

saponificação

acontece a partir da

reação da mistura de

gorduras com uma

base alcalina

A receita tradicional do Sabão de Aleppo não contém aromas, a não ser os próprios do azeite de oliva e do óleo de louro. Também não precisa de conservantes nem corantes. O sabonete de Aleppo é um sabão de excepcional qualidade, com muita espuma, e, acima de tudo com várias propriedades para a pele. Suave e muito

emoliente, pode ser usado em bebês, crianças, adultos e até em animais de estimação. De grande durabilidade, por causa da densidade, o sabonete de Aleppo pode substituir o xampu, o condicionador e o creme de barbear.

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Sabão de Aleppo: um sabonete natural vegano que

revolucionou a higiene pessoal

O sabão de Aleppo é fabricado artesanalmente desde a Antiguidade. Quando o sabonete de Aleppo foi criado revolucionou a higiene pessoal. É originário da cidade de Alepo, na região da Síria, e fez o seu caminho para a Europa durante as Cruzadas (1095-1291). Com o tempo, à medida que não se conseguia importar o óleo de louro da Síria (produto indisponível no mercado europeu) os fabricantes começaram a produzir um sabonete com 100% de azeite oliva – matéria-prima abundante na Espanha. Daí, surgiu o sabonete de Castela ou Castile, tendo como precursor o sabão de Aleppo – mais um produto de excelente qualidade, sem nenhum ingrediente de origem animal.

Desde a Antiguidade até os dias atuais, não houve grandes descobertas e os mesmos processos são usados para a fabricação do sabão que usamos e desfrutamos no dia-a-dia. No entanto, Infelizmente, ainda nos dias atuais, existem inúmeras receitas de sabões feitos com gordura animal.

Com o aumento da demanda, a fabricação de sabonetes passou a ser feita em larga escala pela indústria. O sabão comercial gera muito lucro às industrias porque é produzido com matéria-prima barata – o sebo animal – restos de abate. Para durarem mais, eles contém conservantes e aditivos derivados de petroquímicos, tais como parabenos e sulfatos e outros. Mas as coisas estão mudando.

Com a avanço do veganismo, além do crescimento no empreendimento de alimentos, evolui também a oferta de cosméticos, em especial os artesanais, feitos à mão, como é o caso dos sabonetes naturais veganos, no estilo vegan-friendy.

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Esses sabonetes são feitos com 100% de óleos vegetais, além dos corantes, aromas, conservantes e aditivos totalmente naturais (sementes, farelos, infusões, argilas, flores, extratos, óleos essenciais etc). O objetivo é de que além de serem veganos sejam também gentis com o corpo e com a natureza, sem agentes nocivos à saúde.

Por outro lado, existem vários ingredientes utilizados nos sabonetes que não entram na linha vegan-friendly:

1. Gelatina - encontrada no colágeno dos ossos, cascos e tecidos de ligação de vacas ou porcos.

2. Lactose - é um hidrato de carbono presente no leite, composto por glicose e galactose.

3. Banha de porco 4. Soro de leite em pó 5. Cera de abelha 6. Mel de abelha

7. Lanolina – é obtida a partir da cera de lã bruta 8. Óleo de ema

9. Queratina animal – extraída da lã do carneiro

10. Almíscar - perfume obtido a partir de uma substância de forte odor secretada por uma glândula do cervo-almiscarado ou de outros animais ou também de algumas plantas de odor similar.

11. Pérolas

12. Sebo animal – presente nos sabonetes industriais e artesanais que utilizam base glicerianada comprada pronta;

13. Caviar – ova do peixe esturjão

14. Seda – retirada do casulo do bicho-seda 15. Cashmere - lã da região da Caxemira

Vegan-friendly – se refere a produtos em geral fabricados sem a utilização de ingredientes de origem animal, de modo a serem adequados para os veganos. Podem ser produzidos por uma pessoa ou organização simpatizante do veganismo

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8 16. própolis, mel, geleia real – derivados do mel

17. microesfera de polietileno – não é um produto de origem animal, mas como é utilizado como esfoliante nos cosméticos, mata os peixes asfixiados quando contaminam mares, rios e lagos

Um bom cosmético vegan friendly não contém corantes ou ingredientes feitos de insetos, bem como quaisquer produtos que possam ter sido produzidos usando derivados de origem animal geneticamente modificados ou genes; Isso pode incluir o uso tanto no próprio ingrediente quanto no processo de fabricação.

Entre os ingredientes vegan-friendly, presentes nos sabonetes e cosméticos em geral, estão: 1. Babosa

1. Óleo de mamona (castor Il) 2. óleo de coco babaçu 3. azeite de oliva 4. manteigas vegetais 5. óleos essenciais 6. leite de coco 7. cacau 8. Ácido cítrico 9. Amido de milho 10. Xarope de milho 11. Ácido Laurico 12. cera de soja 13. cera de coco

14. Pectina – fibra encontrada em frutas e vegetais 15. Ácido salicílico – atua como esfoliante

16. Glicerina Vegetal 17. carragena

Esta é uma pequena amostra de ingredientes. A regra geral para o reconhecimento de ingredientes vegan-friendly é principalmente uma leitura cuidadosa dos rótulos para identificar se há ingredientes derivados de vegetais e especificações de que nenhum animal foi

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prejudicado ou testado. Tenha em mente que embora um produto possa ser derivado de vegetais, isso não significa automaticamente que ele não foi testado em animais. Se você tiver alguma dúvida, certifique-se com o fabricante para obter informações detalhadas sobre os processos de fabricação utilizados.

Embora a maioria dos artesãos não testem seus produtos em animais, é importante notar que isso se aplique aos ingredientes e ao produto acabado para ser considerado vegano. Seja cuidadoso; Um produto ou ingrediente pode ser comercializado como sem crueldade animal ou livre de exploração, mas ainda contêm componentes derivados de animais.

E o Óleo de Palma é vegan friendly?

O óleo de palma, extraído da castanha e da polpa do fruto da palmeira, é um dos mais utilizados no mundo inteiro, tanto em alimentos como em cosméticos. Nas décadas recentes, ele tem sido o centro de várias

discussões.

A grande preocupação entre veganos e não veganos se refere às práticas antiéticas de cultivo e colheita do óleo de palma pelos produtores. São utilizadas técnicas de colheita destrutivas que destroem os habitats de muitas espécies animais, algumas delas ameaçadas. Como é muito difícil saber quais empresas empregam essas práticas e quais são éticas, a palma, por vezes, não faz parte de algumas linhas veganas.

Aqui no Brasil, a empresa Agropalma produz e Florestas são devastadas na

Indonésia e destroem os habitats dos orangotangos para plantio da palma. Os animais são espancados, queimados, mutilados e torturados antes de serem abatidos,

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comercializa óleo de palma orgânico, cultivado de forma sustentável, com certificação internacional. Produtos que contenham óleo de palma extraído sob critérios de sustentabilidade são considerados veganos ou vegan friendly.

Os sabonetes do Clube Dê Sabão acompanham esse respeito à natureza, aos animais. Confira tudo na loja virtual www.clubedesabao.com.br

Como saber se o sabonete é Vegan

Friendly ?

Muitos fabricantes rotulam seus produtos para sinalizar

que eles são vegan-friendly. Às vezes, uma simples olhada no rótulo lhe dirá se algo é vegano. Pode ter o logotipo certificado do Vegano ou pode ter um outro símbolo ou um sinal que o signifique vegan-friendly. Confira bem os ingredientes. Às vezes, um ingrediente indesejado pode não estar relacionado no rótulo e nem o fabricante sabe que não é vegano. Por exemplo: própolis, leite etc.

Concluindo

A participação do público vegano na conferência dos produtos é fundamental para que os fabricantes invistam cada vez mais em qualidade e variedade. Há toda uma aprendizagem de ambos os lados para garantir atendimento às demandas crescentes. O estilo vegano nas linhas de produtos específicos, é impulsionada também por simpatizantes do veganismo pelo simples fato de que se sensibilizam com a questão dos animais e com o impacto ambiental. Juntos, movimentam vários segmentos, como por exemplo os de responsabilidade ambiental . Uma verdadeira mudança de hábitos.

O momento é para reflexão. Por que usar sabonetes e outros cosméticos feitos com sebo animal, cheios de detergentes, corantes e conservantes sintéticos nocivos à saúde? Por que não produzir seu próprio sabão natural?

O Veganismo e a saboaria natural vegana trilham o mesmo caminho de respeito aos animais e ao planeta. Com ingredientes naturais e de qualidade, a saboaria natural vegana é um verdadeiro convite ao consumo responsável e inteligente.

Referências

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