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OP-022JL-20 CÓD.: Prefeitura Municipal de Curvelo Estado de Minas Gerais. Agente de Combate às Endemias

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(1)

Prefeitura Municipal de Curvelo

Estado de Minas Gerais

Agente de Combate às Endemias

OP-022JL-20

(2)

Língua Portuguesa

1.Leitura, compreensão e interpretação de texto . . . .01

2.Vocabulário: sentido denotativo e conotativo, sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia e polissemia. 17

3.Variantes lingüísticas, linguagem oral e linguagem escrita, formal e informal e gíria. . . .23

4. Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica . . . .25

5. Fonética: encontros vocálicos e consonantais, dígrafos e implicações na divisão de sílabas. . . .31

6. Pontuação: emprego de todos os sinais de pontuação . . . .35

7. Classes de palavras: Pronomes: classificação, emprego e colocação pronominal (próclise, ênclise e mesóclise);

Verbos: emprego dos modos e tempos, flexões dos verbos irregulares, abundantes e defectivos e vozes verbais;

Preposições: relações semânticas estabelecidas pelas preposições e locuções prepositivas, o emprego indicativo

da crase; Conjunções: classificação, relações estabelecidas por conjunções locuções conjuntivas; substantivos,

flexões das classes gramaticais – inclusive adjetivos, classes de palavras: classificação e flexões. Morfologia e

flexões do gênero, número e grau. . . . .37

8. Termos da oração: identificação e classificação 9.Processos sintáticos de coordenação e subordinação;

classificação dos períodos e orações.. . . .48

10. Concordância nominal e verbal. . . . .55

11. Regência nominal e verbal. . . . .60

12. Estrutura e formação das palavras. . . . .64

13. Manual de Redação da Presidência da República: Parte I – As Comunicações Oficiais – Capítulos I

e II . . . 66

Conhecimentos Gerais

- Princípios básicos da Administração Pública. . . .01

Ato Administrativo: requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e convalidação do Ato

Administrativo . . . .03

Constituição Federal de 1988 - Princípios fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos, direitos

sociais . . . .12

Da Administração Pública e Dos Servidores Públicos . . . .43

Da Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) . . . .54

Lei nº 810/1991 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Curvelo e Lei Orgânica Municipal de

Curvelo . . . .58

Perguntas sobre atualidades – política, meio ambiente, fatos históricos. . . .71

Brasil 500 anos: estrutura econômica, política, social, cultural, a era Vargas, a nova república . . . .71

Globalização mundial e seus problemas, o subdesenvolvimento, as fontes de energia, estrutura estaria e sexual

da população, degradação do meio ambiente, os problemas sociais urbanos no Brasil, tópicos relevantes e

atuais sobre política, educação, saúde e desenvolvimento sustentável. Desemprego e o novo racismo . . . 118

Os perigos para o meio ambiente global. . . 139

Noções básicas sobre o País, o Estado e o Município referente: a organização política, aspectos culturais, a

economia, a educação, a agricultura, a pecuária, o esporte, o comércio e o turismo . . . 153

Meio ambiente: preservação e destruição envolvendo questões atuais . . . 163

(3)

Matemática

Números inteiros: operações e propriedades. Números racionais, representação fracionária e decimal:

operações e propriedades.. . . .01

Razão e proporção. . . .01

Porcentagem. . . . .13

Regra de três simples. . . . .15

Números Reais: operações e propriedades. . . . .01

Mínimo Múltiplo Comum e Máximo Divisor Comum: propriedades e problemas. Múltiplos e divisores de um

número.. . . .16

Álgebra: expressões algébricas, frações algébricas. . . .17

Monômios e polinômios: operações e propriedades. . . . .19

Produtos notáveis e fatoração. . . .23

Equação de 1° grau e do 2° grau. Inequações do 1° e 2° graus. Sistemas de equações do 1° e 2° graus. Problemas

que envolvem álgebra, equações, inequações e sistemas do 1° ou do 2° graus.. . . .25

Leitura de gráficos e tabelas. Média Aritmética e Ponderada. . . . .29

Funções: função afim, quadrática, modular, exponencial e logarítmica. Gráficos, propriedades e problemas

envolvendo funções afim, modular, quadrática, exponencial e logarítmica. . . .35

Sequências e Progressões: Progressão Aritmética e Geométrica. Propriedades e problemas envolvendo PA e

PG. Soma dos termos de uma PA e uma PG.. . . .44

Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade.. . . .48

Relação entre grandezas: tabelas e gráficos.. . . .50

Raciocínio lógico. Resolução de situações problema. . . . .50

Geometria Plana: Ângulos, retas paralelas, estudo dos polígonos e polígonos regulares.. . . .64

Triângulo: cevianas e teoremas dos ângulos internos e externos. Estudo do triângulo retângulo; relações

métricas no triângulo retângulo; relações trigonométricas (seno, cosseno e tangente); Teorema de Pitágoras.

Quadriláteros: propriedades dos trapézios e paralelogramos. Círculo e circunferência: ângulos e propriedades.

Áreas e perímetros de figuras planas e volume de sólidos. Ciclo trigonométrico – trigonometria no círculo:

funções trigonométricas. . . . .67

Sistemas Lineares, Matrizes e Determinantes. Operações, propriedades e problemas envolvendo sistemas

lineares, matrizes e determinantes. . . .75

Poliedros, prismas e pirâmides: propriedades, áreas laterais e totais, volume e problemas. Relação de Euller.

Corpos redondos: propriedades, áreas e volumes.. . . .85

Análise combinatória: princípio multiplicativo, permutações, arranjos e combinações. Problemas envolvendo

análise combinatória. Probabilidade e Estatística. . . .88

Matemática Financeira: porcentagens, juros simples e compostos. Problemas envolvendo matemática

financeira . . . .94

(4)

Conhecimentos Específicos

Agente de Combate às Endemias

Noções de combate a dengue: Biologia dos vetores, operações de campo, reconhecimento geográfico,

tratamento focal, perifocal, bloqueio, EPI, formas de controle, Programa Nacional de Controle da Dengue .01

Leishmaniose: características epidemiológicas: ciclo, modo de transmissão, período de incubação,

suscetibilidade e imunidade; aspectos clínicos no cão; medidas preventivas dirigidas à população humana, ao

vetor e à população canina. . . . .11

Roedores / Leptospirose: Controle de roedores em áreas urbanas; leptospirose, sintomas, transmissão,

prevenção. . . .18

Esquistossomose: Características gerais e epidemiológicas, descrição, sinonímia, Agente etiológico, Reservatório,

Tipos de Hospedeiro, Modo de transmissão, período de incubação, período de transmissibilidade. . . .32

(5)
(6)
(7)

1.Leitura, compreensão e interpretação de texto . . . 01

2.Vocabulário: sentido denotativo e conotativo, sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia e polissemia. . . . 17

3.Variantes lingüísticas, linguagem oral e linguagem escrita, formal e informal e gíria. . . . 23

4. Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica . . . 25

5. Fonética: encontros vocálicos e consonantais, dígrafos e implicações na divisão de sílabas. . . 31

6. Pontuação: emprego de todos os sinais de pontuação . . . 35

7. Classes de palavras: Pronomes: classificação, emprego e colocação pronominal (próclise, ênclise e mesóclise); Verbos: emprego dos modos e tempos, flexões dos verbos irregulares, abundantes e defectivos e vozes verbais; Preposições: relações semânticas estabelecidas pelas preposições e locuções prepositivas, o emprego indicativo da crase; Conjunções: classificação, relações estabelecidas por conjunções locuções conjuntivas; substantivos, flexões das classes gramaticais – inclusive adjetivos, classes de palavras: classificação e flexões. Morfo-logia e flexões do gênero, número e grau. . . 37

8. Termos da oração: identificação e classificação 9.Processos sintáticos de coordenação e subordinação; classificação dos períodos e ora-ções.. . . 48

10. Concordância nominal e verbal. . . 55

11. Regência nominal e verbal. . . 60

12. Estrutura e formação das palavras. . . . 64

(8)

1.LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas

en-tre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada

uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, pode-rá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências

di-retas ou indidi-retas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um

tex-to é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamentações -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao esclarecimento das questões apresen-tadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato deve:

1- Identificar os elementos fundamentais de uma

argumenta-ção, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2- Comparar as relações de semelhança ou de diferenças entre

as situações do texto.

3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma

re-alidade.

4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.

5- Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar

Fazem-se necessários:

- Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;

Observação – na semântica (significado das palavras)

incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e

antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

- Capacidade de observação e de síntese; - Capacidade de raciocínio.

Interpretar / Compreender Interpretar significa:

- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - Através do texto, infere-se que...

- É possível deduzir que... - O autor permite concluir que...

- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa

- entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - o texto diz que...

- é sugerido pelo autor que...

- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma...

Erros de interpretação

- Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-to prévio do tema quer pela imaginação.

- Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desen-volvido.

- Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-quentemente, errar a questão.

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do escritor

e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de con-curso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona

palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras pala-vras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

Observação – São muitos os erros de coesão no dia a dia e,

entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sen-do, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase.

- qual (neutro) idem ao anterior. - quem (pessoa)

- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o ob-jeto possuído. - como (modo) - onde (lugar) - quando (tempo) - quanto (montante) Exemplo:

Falou tudo QUANTO queria (correto)

Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria apare-cer o demonstrativo O).

Dicas para melhorar a interpretação de textos

- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto.

Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, por-tanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões.

(9)

2 - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a lei-tura.

- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias.

- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). - Volte ao texto quantas vezes precisar.

- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor.

- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor compre-ensão.

- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão.

- O autor defende ideias e você deve percebê-las.

- Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmen-te mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.

- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante.

- Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorre-to”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões!

- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.

- Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos

re-latores, porque remetem a outros vocábulos do texto.

Fontes de pesquisa: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/ como-interpretar-textos http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melhorar-a-in-terpretacao-de-textos-em-provas http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-voce--interpretar-melhor-um.html http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/questao--117-portugues.htm QUESTÕES

1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO

DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔNICA – IADES/2014) Gratuidades

Crianças com até cinco anos de idade e adultos com mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF. Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um documento de identificação aos funcionários posicionados no bloqueio de acesso.

Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/ gratui-dades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.

Conforme a mensagem do primeiro período do texto, assinale a alternativa correta.

(A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao Metrô-DF.

(B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.

(C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.

(D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso livre ao Me-trô-DF.

(E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm acesso livre ao Me-trô-DF.

Dentre as alternativas apresentadas, a única que condiz com as informações expostas no texto é “Somente crianças com, no má-ximo, cinco anos de idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.

RESPOSTA: “C”.

2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - adaptada)

“Se alguém que é gay procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?” a declaração do Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à imprensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância – mas a forma conta”. (...)

(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)

O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como um tro-vão mundo afora. Essa comparação traz em si mesma dois sentidos, que são

(A) o barulho e a propagação. (B) a propagação e o perigo. (C) o perigo e o poder. (D) o poder e a energia. (E) a energia e o barulho.

Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um trovão, pro-vavelmente a intenção do autor foi a de mostrar o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. Você pode responder à questão por eliminação: a segunda opção das alternativas rela-ciona-se a “mundo afora”, ou seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a alternativa A!

RESPOSTA: “A”.

3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABILIDADE – IA-DES/2014 - adaptada)

Concha Acústica

Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Es-portivos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugura-da oficialmente em 1969 e doainaugura-da pela Terracap à Funinaugura-dação Cultural de Brasília (hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o primeiro grande palco da cidade.

Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cultura/ concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, com adaptações.

Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem compatí-vel com o texto.

(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Oscar Nie-meyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clu-bes Esportivos Norte.

(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF em 1969. (C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que hoje é a Secretaria de Cultura do DF.

(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura do DF. (E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília.

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Recorramos ao texto: “Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As informações contidas nas demais alternativas são in-coerentes com o texto.

RESPOSTA: “A”.

ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO.

Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e orientamos as ações que interfe-rem na realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensamento transformado em texto.

Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação.

Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.

Introdução

Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação ini-cial. A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Essa apre-sentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode ser o pró-prio título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.

Desenvolvimento

A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento, que é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições do autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organiza-ção das ideias em uma sequência que permite formar uma relaorganiza-ção equilibrada entre os dois lados.

O autor do texto revela sua capacidade de discutir um deter-minado tema no desenvolvimento, e é através desse que o autor mostra sua capacidade de defender seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões são fun-damentadas a partir daqui.

Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão. Daí a importân-cia em planejar o texto.

Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre-chos destacados por subtítulos. Apresentar-se-á no formato de pa-rágrafos medianos e curtos.

Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao autor tomar um argumento secundário que se distancia da discus-são inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redi-ge tem muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discu-tido, não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de organizar seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio.

Conclusão

Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha.

Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repe-titivos, como por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.

Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equi-valente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de textos bem redigidos.

Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam mui-to longas:

- O problema aparece quando não ocorre uma exploração vida do desenvolvimento, o que gera uma invasão das ideias de de-senvolvimento na conclusão.

- Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação do desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores explica-ções, ficando bastante vazia.

- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em que o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou paralelas.

- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dis-pensáveis.

- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o au-tor acaba se perdendo na argumentação final.

Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores:

- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas polêmi-cos, o autor deixa a conclusão em aberto.

- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do tex-to, o autor não fecha a discussão de propósito.

- Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto.

- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enu-mera algumas perguntas no final do texto.

A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Naquele devem estar indi-cadas as melhores sequências a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto possível.

Fonte de pesquisa:

http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%C3%ADs-ticas_e_Estruturas_do_Texto/

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO

O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia prin-cipal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identi-ficar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferentes in-formações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo signi-ficativo, que é o texto.

Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será tratado no texto.

(11)

4 Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.

Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos?

Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espé-cie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisa-vam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.

Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.

As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-de unida-de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!

Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-deias-secundarias/

IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEX-TOS VARIADOS

Ironia

Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que

está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).

A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal

Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.

Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação

A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.

Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a morte.

Ironia dramática (ou satírica)

A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.

Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

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Humor

Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pareçam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compartilham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.

Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de gerar o riso.

Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. Exemplo:

Questões 01. (IF-GO - Assistente em Administração – CS-UFG – 2019)

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Bee-thoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003. Ao anunciar Os Três Porquinhos e o Lobo como “Velhos Conhecidos”, a fábula produz ironia porque

A) a história narrada sofre alterações, mas a moral da história explicitada ao final do texto mantém-se a mesma da forma original. B) as descrições das personagens trazem características que subvertem a moral da história transmitida pela forma original.

C) a atualização das características das personagens resulta em uma idealização compatível com os valores da vida contemporânea. D) o desfecho da narrativa ocorre de maneira abrupta, explicitando a possibilidade de um final feliz no mundo atual.

(13)

- Princípios básicos da Administração Pública . . . . 01

Ato Administrativo: requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e convalidação do Ato Administrativo . . . . 03

Constituição Federal de 1988 - Princípios fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais . . . . 12

Da Administração Pública e Dos Servidores Públicos . . . . 43

Da Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) . . . . 54

Lei nº 810/1991 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Curvelo e Lei Orgânica Municipal de Curvelo . . . . 58

Perguntas sobre atualidades – política, meio ambiente, fatos históricos . . . . 71

Brasil 500 anos: estrutura econômica, política, social, cultural, a era Vargas, a nova república . . . . 71

Globalização mundial e seus problemas, o subdesenvolvimento, as fontes de energia, estrutura estaria e sexual da população, degradação do meio ambiente, os problemas sociais urbanos no Brasil, tópicos relevantes e atuais sobre política, educação, saúde e desenvolvimento sustentável. Desemprego e o novo racismo . . . . 118

Os perigos para o meio ambiente global . . . . 139

Noções básicas sobre o País, o Estado e o Município referente: a organização política, aspectos culturais, a economia, a educação, a agri-cultura, a pecuária, o esporte, o comércio e o turismo . . . . 153

Meio ambiente: preservação e destruição envolvendo questões atuais . . . . 163

Noções de reciclagem e ecologia . . . . 163

(14)

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Princípios

Alexandre Mazza (2017) define princípios como sendo regras condensadoras dos valores fundamentais de um sistema, cuja função é informar e enformar o ordenamento jurídico e o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes do direito. De acordo com o administra-tivista, a função de informar deve-se ao fato de que os princípios pos-suem um núcleo valorativo essencial da ordem jurídica, ao passo que a função de enformar é caracterizada pelos contornos que conferem a determinada seara jurídica.

Mazza (2017) atribui dupla funcionalidade aos princípios, quais sejam, a função hermenêutica e a função integrativa. No que toca

a função hermenêutica, os princípios são responsáveis por esclare-cer o conteúdo dos demais dispositivos legais, quando os mesmos se mostrarem obscuros no ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais observadas em matérias específicas e/ou diante das particularidades que permeiam a apli-cação das normas aos casos concretos.

Os princípios possuem papel importantíssimo para o Direito Administrativo. Uma vez que trata-se de ramo jurídico não codifica-do, os princípios, além de exercerem função hermenêutica e

inte-grativa, cumprem o papel de alinhavar os dispositivos legais espar-sos que compõe a seara do Direito Administrativo, conferindo-lhe coerência e unicidade.

Os princípios do Direito Administrativo podem ser expressos,

ou seja, positivados, escritos na lei, ou implícitos, não positivados,

não expressamente escritos na lei. Importa esclarecer que não existe hierarquia (grau de importância ou superioridade) entre os princípios expressos e implícitos, de forma que os últimos não são

inferiores aos primeiros. Prova de tal afirmação, é o fato de que os dois princípios (ou supraprincípios) que dão forma o Regime Jurídi-co Administrativo, são implícitos .

Regime Jurídico Administrativo: O Regime Jurídico

Adminis-trativo é formado por todos os princípios e demais dispositivos legais que compõe o Direito Administrativo. Entretanto, é correta a afirma-ção de que as bases desse regime são lançadas por dois princípios centrais, ou supraprincípios, são eles: Supremacia do Interesse Públi-co e Indisponibilidade do Interesse PúbliPúbli-co.

Supremacia do Interesse Público: Também denominado

supremacia do interesse público sobre o privado, o supraprincípio invoca a necessidade da sobreposição dos interesses da coletivida-de sobre os individuais. A coletivida-defesa do interesse público confere ao Estado uma série de prerrogativas (‘‘vantagens’’ atribuídas pelo Direito Público) que permite uma atuação desigual em relação ao

particular.

São exemplos de prerrogativas da Administração Pública: A imprescritibilidade dos bens públicos, ou seja, a impossibilidade de aquisição de bens da Administração Pública mediante ação de usuca-pião; a possibilidade que a Administração Pública possui de rescindir os contratos administrativos de forma unilateral, ou seja, indepen-dente da expressão de vontade do particular contratado; a possibi-lidade de requisitar os bens dos particulares mediante situação de iminente perigo para população, entre outros.

Indisponibilidade do Interesse Público: O supraprincípio da

indisponibilidade do interesse público tem como principal função orientar a atuação dos agentes públicos, que, no exercício da fun-ção administrativa, devem atuar em nome e em prol dos interesses da Administração Pública. Indisponibilidade significa que os agentes

públicos não poderão renunciar poderes (que são também deveres) e competências a eles atribuídos em prol da consecução do interes-se público.

Ademais, uma vez que o agente público goza das prerrogativas de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a indis-ponibilidade do interesse público, a fim de impedir que tais prerro-gativas sejam desvirtuadas e utilizadas para a consecução de inte-resses privados, impõe limitações à atuação dos agentes públicos.

São exemplos de limitações impostas aos agentes públicos: A necessidade de aprovação em concurso público para o provimen-to dos cargos públicos e a necessidade do procedimenprovimen-to licitatório para contratação de serviços e aquisição de bens para Administra-ção Pública .

Princípios Administrativos Clássicos:

O art. 37, caput da Constituição Federal disciplina que a Ad-ministração Pública direta e indireta, tanto no que diz respeito ao desempenho do serviço público, quanto no que concerne ao exer-cício da função econômica, deverá obedecer aos princípios da Le-galidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, os famigerados princípios do LIMPE.

Legalidade: O princípio da legalidade, no Direito

Administrati-vo, ramo do Direito Público, possui um significado diferente do que apresenta no Direito Privado. Para o Direito Privado, considera-se legal toda e qualquer conduta do indivíduo que não esteja defesa em lei, que não contrarie a lei. Para o Direito Administrativo, legali-dade significa subordinação à lei, assim, o administrador só poderá atuar no momento e da maneira que a lei permite. Nesse sentido, havendo omissão legislativa (lacuna legal, ausência de previsão le-gal) em determinada matéria, o administrador não poderá atuar, estará diante de uma vedação.

Importante! O princípio da legalidade considera a lei em

senti-do amplo, assim, compreende-se como lei qualquer espécie norma-tiva prevista pelo art. 59 da Constituição Federal.

Impessoalidade: O princípio da impessoalidade deve ser

anali-sado sob duas óticas, são elas:

a) Impessoalidade sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação aos administrados: O administrado deve pautar sua atuação na não discriminação e na não concessão de privilé-gios aos indivíduos que o ato atingirá, o que significa que sua

atua-ção deverá estar calcada na neutralidade e na objetividade, não na

subjetividade.

Sobre o assunto, Matheus Carvalho (2017) cita o exemplo do concurso público para provimento de cargos públicos. Ao nomear indivíduos para ocupação dos cargos em questão, o administrador estará vinculado a lista de aprovados no certame, não podendo se-lecionar qualquer outro sujeito.

b) Impessoalidade do administrador em relação a sua própria atuação: A compreensãodesse tópico exige a leitura do parágrafo primeiro do art. 37 da CF/88. Vejamos: ‘‘A publicidade dos atos, pro-gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’

Do dispositivo legal supratranscrito é possível inferir que o uso da máquina pública para fins de promoção pessoal de autoridades e agentes públicos constitui violação ao princípio da impessoalidade. Quando o agente público atua, no exercício da função administrativa, o faz em nome da Administração Pública, e não em nome próprio.

(15)

2 Assim, se o Prefeito João do município J, durante a inauguração de uma praça com espaço recreativo voltado para crianças, contrata um carro de som para transmitir a mensagem: ‘‘ A nova praça é um presente do Prefeito João para a criançada do município J’’, estará violando o princípio da impessoalidade.

Moralidade: Bom trato com a máquina pública. Atuação

admi-nistrativa pautada nos princípios da ética, honestidade, probidade e boa fé. A moralidade na Administração Pública está intimamente ligada a não corrupção, não se confundindo com o conceito de mo-ralidade na vida privada.

Publicidade: A publicidade é um mecanismo de controle dos

atos administrativos por parte da sociedade, está associada à pres-tação de informação da atuação pública aos administrados. A regra é que a atuação administrativa seja pública, viabilizando, assim, o controle da sociedade. Entretanto, o princípio em questão não é absoluto, admitindo exceções previstas em lei. Dessa forma, em situações em que devam ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade será afastado .

Ademais, cumpre advertir que a publicidade é requisito de efi-cácia dos atos administrativos que se voltam para a sociedade, de

forma que os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não publicados. Ex: Proibição de levar animais e andar de bicicleta em praça (bem público) recentemente inaugurada só será eficaz me-diante placa com o aviso.

Eficiência (Inserido pela Emenda Constitucional 19/98): De

acordo com esse princípio, a Administração Pública deve atingir os melhores resultados possíveis com o mínimo de gastos, ou seja, produzir mais utilizando menos. Com a eficiência, deseja-se rapi-dez, qualidade, presteza e menos desperdício de recursos possível. O princípio da eficiência inspirou, por exemplo, a avaliação pe-riódica de desempenho do servidor público.

Demais princípios que desempenham papel fundamental no Direito Administrativo ( CARVALHO, 2017)

Ampla Defesa e Contraditório (art. 5, LV da CF/88): São os

princípios responsáveis por enunciar o direito do particular adquirir conhecimento sobre o que se passa em processos nos quais com-ponha um dos polos (autor ou réu), bem como, de se manifestar acerca dos fatos que lhe são imputados. Contraditório e Ampla Defesa, portanto, são princípios que se complementam, devendo ser observados tanto em processos judiciais, quanto em processos administrativos .

Em âmbito administrativo, a ampla defesa, conforme assevera Matheus Carvalho (2017), compreende tanto o direito à defesa pré-via, direito de o particular se manifestar antes da decisão

adminis-trativa, a fim de formar o convencimento do administrador, quanto à defesa técnica, faculdade (possibilidade) que o particular possui

de constituir procurador (advogado).

Importante! O processo administrativo admite o duplo grau

de jurisdição, ou seja, a possibilidade de interpor recursos em face sentença desfavorável.

Inafastabilidade do Poder Judiciário (art. 5, inciso XXXV da CF/88): Insatisfeito com decisão proferida em âmbito

administrati-vo, o particular poderá recorrer ao judiciário. Diz-se que a decisão administrativa não forma Coisa Julgada Material, ou seja, não afasta a apreciação da matéria pelo judiciário, pois, caso o fizesse, consisti-ria em violação ao princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário.

Ocorre que, de acordo com o princípio ora em análise, qual-quer indivíduo que sofra lesão ou ameaça a direito, poderá, sem ressalva, recorrer ao Poder Judiciário.

Autotutela: De acordo com a súmula 473 do STF, por meio da

autotutela, a Administração Pública pode rever os atos que pratica. A autotutela pode ser provocada pelo particular interessado, por meio do direito de petição, mas também pode ser exercida de ofí-cio, ou seja, é possível que a Administração Pública reveja os atos que pratica sem que seja necessária qualquer provocação.

Motivação: É dever da Administração Pública justificar, motivar

os atos que pratica. Isso ocorre devido ao fato de que a sociedade é a real titular do interesse público e, nessa qualidade, tem o direi-to de conhecer as questões que levaram a Administração Pública a praticar determinado ato em determinado momento. Existem ex-ceções ao dever de motivar, exemplo, a nomeação e exoneração de servidores que ocupam cargos em comissão, conforme disciplina o art. 40,§13 da CF/88.

O princípio da motivação é tratado pelos seguintes dispositivos legais:

Art. 50 da lei 9.784/99 ‘‘ Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.’’

50, §1° da lei 9.784/99‘‘A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou pro-postas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.’’

O parágrafo primeiro do artigo cinquenta, de acordo com Ma-theus Carvalho (2017) diz respeito à motivação aliunde, que como

o próprio dispositivo legal denuncia, ocorre quando o administra-dor recorre a motivação de atos anteriormente praticados para jus-tificar o ato que expedirá.

Continuidade (Lei 8987/95): De acordo com o princípio da

con-tinuidade, a atividade administrativa deve ser contínua e não pode sofrer interrupções. A respeito deste princípio, Matheus Carvalho (2017) traz alguns questionamentos, vejamos:

→ Se a atividade administrativa deve ser contínua e ininterrup-ta, o servidor público não possui direito de greve?

Depende. Servidores militares não possuem direito de greve, tampouco de sindicalização. Em se tratando dos servidores civis, o direito de greve existe e deve ser exercido nos termos e condições da lei específica cabível. Tal lei específica, entretanto, nunca foi edi-tada, de forma que STF decidiu que, diante da omissão, os servidores públicos civis poderão fazer greve nos moldes da Lei Geral de Greve.

→ É possível que o particular contratado pela Administração Pública se valha da exceção de contrato não cumprido?

Primeiramente, se faz necessário esclarecer que exceção de contrato não cumprido é o direito que a parte possui de não cum-prir com suas obrigações contratuais caso a outra parte também não tenha cumprido com as dela.

Dessa forma, suponhamos que a Administração Pública deixa de fazer os pagamentos ao particular contratado, este poderá dei-xar de prestar o serviço pactuado?

Sim, entretanto só poderá fazê-lo após 90 dias de inadimplên-cia, trata-se de garantia conferida pelo princípio da continuidade disciplinada pelo art. 78, XV da Lei 8.666/93.

→A interrupção de um serviço público em razão do inadimple-mento do usuário fere o princípio da continuidade?

De acordo com o art. 6, § 3º da Lei 8987/95, a interrupção de serviço público em virtude do inadimplemento do usuário não fere o princípio da continuidade desde que haja prévio aviso ou seja

configurada situação de emergência, contanto, ainda, que seja pre-servado o interesse coletivo .

(16)

Razoabilidade e Proporcionalidade: A atividade da

Administra-ção Pública deve obedecer a padrões plausíveis, aceitáveis para a sociedade. Diz-se então, que a atuação administrativa deve ser ra-zoável. No que diz respeito à proporcionalidade, deve-se pensar em adequação entre a finalidade pretendida e os meios utilizados para o alcance dessa finalidade, por exemplo, não é razoável e propor-cional que um servidor público que se ausenta de suas atividades por apenas um dia seja punido com a sanção de exoneração.

Isonomia: O princípio da isonomia consiste no tratamento

igual aos indivíduos que se encontram na mesma situação e no tra-tamento diferenciado aos indivíduos que se encontram em situação de desigualdade. Exemplo: Tratamento diferenciado (‘‘vantagens’’) conferido às microempresas e empresas de pequeno porte no pro-cedimento de licitação, a fim de que possam competir de forma mais justa junto às empresas detentoras de maior poder econômi-co .

Segurança Jurídica: Disciplinado pelo art. 2º, parágrafo único,

XIII da Lei 9784/99 ‘‘ Nos processos administrativos será observada a interpretação da norma administrativa da forma que melhor ga-ranta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplica-ção retroativa de nova interpretaaplica-ção.’’. Do dispositivo legal é possí-vel extrair o fato de que não é possípossí-vel aplicação retroativa de nova interpretação da norma em âmbito administrativo, visto que tal me-dida, ao ferir legítimas expectativas de direito dos administrados, constituiria lesão ao princípio da Segurança Jurídica.

ATO ADMINISTRATIVO: REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES, REVOGAÇÃO, INVALIDAÇÃO

E CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.

Conforme nos ensina o professor Alexandre Santos de Aragão: os atos administrativos possuem grande importância na garantia dos direitos fundamentais dos indivíduos e para a própria concep-ção do Direito Administrativo. Antes de surgirem, o Estado atuava por meio de atos materiais diretamente oriundos da vontade ilimi-tada do soberano. Foi apenas com a sujeição da Administração Pú-blica à legalidade que se tornou possível a construção de uma Teo-ria dos Atos Administrativos, essencial para juridicizar e intermediar a mera vontade do Estado e a sua execução material, propiciando o seu controle.

O ato administrativo surge, então, como mediação entre a crua vontade estatal e a modificação da esfera jurídica dos indivíduos por ela provocada, verdadeiro filtro de legalidade entre esses dois momentos. Os atos administrativos juridicizam e consequentemen-te limitam as manifestações de vontade do Poder Público. Com isso, passam a existir limites, formalidades e requisitos – e, portanto, o controle – para o exercício do poder/vontade do Estado.

À luz da Teoria Geral do Direito, os atos administrativos são es-pécie de ato jurídico stricto sensu, ou seja, de manifestação uni-lateral de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos (criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações). A peculiaridade dos atos administrativos em relação aos atos jurídicos em geral é o fato de serem praticados no exercício da função de administração pública, isto é, de busca, com base no ordenamento jurídico, da rea-lização dos objetivos incumbidos ao Estado pela Constituição, com todas as prerrogativas, privilégios, limitações e controles que isso acarreta.

Continuaremos com os ensinamentos do referido professor para conceituar e explicar sobre o tema, conforme segue:

Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade no exercício de função administrativa que tenha por fim imediato criar, modificar ou extinguir direitos ou obrigações.

A vontade que constitui o substrato do ato administrativo não é uma “vontade” subjetiva, na acepção tradicional civilista do termo, mas sim uma manifestação concreta, impessoal e objetiva da Admi-nistração Pública na execução das finalidades a ela outorgadas pela lei e pela Constituição.

Se não houver manifestação de vontade administrativa, estare-mos, quando muito, diante de um fato administrativo, de caráter meramente material, mas não diante de um ato administrativo. Por exemplo, o fato material de demolição pela Administração Pública de uma construção irregular é um fato administrativo decorrente do ato administrativo de determinação da demolição: a demolição (fato administrativo) decorre, mas não contém, em si, uma manifes-tação de vontade.

Difere o ato administrativo, portanto, do fato administrativo, mera atividade pública material, sem conteúdo jurídico imediato (em mais exemplos, uma operação cirúrgica realizada em hospital público, os atos concretos da realização da obra pública, a aula em escola pública, a troca de lâmpada na repartição etc.), e que só gera reflexos indiretos no campo do Direito (dirigir uma viatura oficial é um fato administrativo, mas pode gerar o dever de indenizar no âm-bito de uma responsabilização civil se causar um acidente). Às ve-zes, um ato administrativo precede o fato administrativo (a licitação e a contratação de empreiteira precedem a realização da obra pú-blica); outras vezes, em face de circunstâncias emergenciais, o ato administrativo é praticado a posteriori (a apreensão emergencial de produtos alimentícios fora da data de validade pelas autoridades sanitárias é seguida da lavratura do respectivo auto de apreensão).

Feito esse primeiro balizamento conceitual, também deve ser firmado que a vontade manifestada no ato administrativo é unila-teral, ou seja, o efeito produzido na esfera jurídica do administrado deve decorrer tão somente da vontade da Administração Pública, independentemente da anuência do particular.

Pelo ato administrativo a Administração Pública de per se mo-difica a esfera jurídica de outrem (aplicando-lhe uma multa, proi-bindo determinada construção, concedendo aposentadoria, inter-ditando estabelecimento, convocando para prestar serviço militar etc.). Caso a vontade manifestada seja bilateral, ou seja, decorra da conjunção de vontades da Administração Pública e do particular, tratar-se-á de contrato administrativo ou outra modalidade de ato bilateral (ex.: convênio administrativo), mas não de ato administra-tivo.

Note-se que nem todo ato administrativo é gravoso ao particu-lar; há também os atos administrativos que ampliam a sua esfera jurídica (ex.: concessão de licenças, autorização para o exercício de atividades econômicas, autorização de uso de bem público, outorga de subsídios fiscais).

Nesses casos não faria sentido que o particular fosse obrigado a receber do Estado benefícios, razão pela qual, como explica SÉRGIO ANDRÉA, apesar de o ato não perder a sua unilateralidade, tem a sua eficácia condicionada à manifestação positiva do particular an-terior, concomitante (às vezes até mesmo no mesmo instrumento, sendo formalmente muito parecido com um contrato) ou posterior ao ato administrativo. Caberia um paralelo com o testamento, que, apesar de ser um ato unilateral do testador, depende, para gerar efeitos, da aceitação dos herdeiros beneficiados.

Todos que exercem funções administrativas praticam atos ad-ministrativos. Desse modo, todos os Poderes do Estado podem pra-ticar atos administrativos. Naturalmente que o Poder Executivo é o que mais os pratica, por ser o que mais exerce funções administra-tivas, mas os Poderes Legislativo e Judiciário, no exercício de suas funções administrativas, também praticarão atos administrativos.

(17)

4 Assim, o ato do desembargador presidente de um Tribunal de Justiça que homologa o resultado final de concurso público desti-nado ao provimento de cargos de juiz é ato administrativo; a apli-cação de multa e interdição de uma casa noturna por vender bebi-das alcoólicas a menores pelo Juizado da Infância e da Juventude; também é ato administrativo a concessão de férias do servidor da Assembleia Legislativa.

Considerando o mesmo critério – de que todos os que exercem funções administrativas praticam atos administrativos –, quando particulares exercerem excepcionalmente funções administrativas a eles delegadas (como, por exemplo, os particulares concessionários de serviços públicos), eles podem praticar atos administrativos. As-sim, por exemplo, a concessionária de energia elétrica pode sancio-nar administrativamente o cidadão que realizou ligação clandesti-na; a concessionária de transporte de passageiros pode determinar a expulsão de passageiros que não se comportem adequadamente.

Por outro lado, como a expedição do ato administrativo pressu-põe o exercício de atividade administrativa, caso a Administração Pública pratique atos sem ser no exercício de função propriamente administrativa, não praticará ato administrativo. Em outras palavras, para praticar atos administrativos, a Administração Pública tem de agir nessa qualidade, ou seja, com supremacia de Poder Público. Ao se nivelar ao particular, pratica um ato de Direito Privado, e não um ato administrativo (por exemplo, são atos privados as emissões de cheques pelo Estado), não possuindo, em relação a ele, qualquer prerrogativa própria da função administrativa: não poderá, por exem-plo, revogá-lo ou anulá-lo unilateralmente. Os princípios constitucio-nais da Administração Pública se aplicam, no entanto, a todos os seus atos, sejam eles de direito público ou de direito privado.

Assim, podemos constatar haver tanto atos praticados pela Administração Pública que não são atos administrativos – são atos privados da Administração –, como existem atos administrativos não praticados pela Administração Pública (por exemplo, os atos das concessionárias privadas de serviços públicos praticados com poder de autoridade delegada).

Há uma dúvida quanto a se os chamados “atos políticos” de-vem ser incluídos ou não no conceito de ato administrativo. A opi-nião depende da posição que seja adotada quanto a se a chamada função política ou de Governo – que é a oriunda, diretamente, de competências outorgadas pela Constituição, com elevada margem de discricionariedade (por exemplo, o indulto, a sanção e o veto legislativo etc.) – configura, ou não, uma função estatal autônoma. Para os que, como nós, consideram o caráter político um aspecto que reveste, com maior ou menor intensidade, todas as funções e atos do Estado, e que ele não importa exceção, a priori, ao controle jurisdicional, os atos políticos praticados pela Administração Públi-ca também teriam a natureza de atos administrativos, ainda que dotados de elevadíssima discricionariedade. Já para quem acredita que a função de Governo é distinta da função administrativa, os atos políticos seriam categoria naturalmente autônoma em relação à dos atos administrativos, em princípio, insuscetíveis de controle.

Quanto aos atos normativos da Administração Pública, para os que reduzem o conceito de função administrativa à execução con-creta da lei, esses atos, que por definição são gerais e abstratos, não seriam atos administrativos. Já para os que – e estes são ma-joritários – adotam conceito mais amplo de função administrativa, à luz, principalmente, de sua submissão à lei, os atos normativos expedidos pela Administração Pública são uma das espécies de ato administrativo. Para eles, com os quais concordamos, a Adminis-tração Pública pode executar, isto é, implementar a lei, tanto de forma imediatamente concreta como essa atuação concreta pode ser mediada por um ato anterior geral e abstrato. O regulamento detalha as normas da lei para a sua posterior aplicação concreta pela Administração Pública.

Como todo ato jurídico, o ato administrativo, para existir, deve possuir certos elementos (plano da existência); além disso, para que seja válido (plano da validade), tais elementos devem revestir--se de determinadas características de compatibilidade com o Or-denamento Jurídico (ex.: além de possuir objeto, o objeto tem que ser lícito). Há também o plano da eficácia, pelo qual o ato jurídico existente e válido pode ficar sujeito a algum prazo ou condição que suste a produção dos seus efeitos.

A doutrina não é unânime quanto à mais adequada denomina-ção para se referir aos “elementos” do ato administrativo; há quem os chame de requisitos, existindo os que seriam intrínsecos e os extrínsecos, ou, ainda, os que os chamem de pressupostos. Tam-bém quanto à enumeração específica de cada um deles há enormes variações.

Adotaremos, contudo, dada sua maior facilidade de apreensão didática, sem prejuízo de sua importância teórica, e, ainda, conside-rando a sua adoção pela grande maioria da doutrina, a terminologia e a enumeração de HELY LOPES MEIRELLES.

Dessa forma, são cinco os elementos que devem se verificar para a formação e validade dos atos administrativos, conforme pas-samos a expor.

Agente

O ato deve ser praticado por pessoa física à qual a lei, explícita ou implicitamente, atribua poder para a sua prática. Vale lembrar que, nos casos em que o Ordenamento Jurídico atribui expressa-mente competência a agente para a realização de determinado fim, entende-se que implicitamente lhe atribuiu, também, os meios ne-cessários à sua completa realização – Teoria dos Poderes Implícitos (“quem dá os fins dá os meios”).

O agente competente para a prática do ato administrativo é tra-dicionalmente considerado como um dos elementos sempre vincu-lados do ato administrativo, já que qualquer agente administrativo só poderia praticar atos para os quais tivesse recebido competência legal para tanto. É bem ilustrativa desse fato a seguinte advertência de CAIO TÁCITO: “A primeira condição de legalidade é a competên-cia do agente. Não há, em direito administrativo, competêncompetên-cia geral ou universal: a lei preceitua, em relação a cada função pública, a forma e o momento do exercício da atribuição do cargo. Não é com-petente quem quer, mas quem pode, segundo a norma de direito. A competência é sempre um elemento vinculado, objetivamente fixado pelo legislador.”

Todavia, na prática e de acordo com a visão mais atualizada do princípio da legalidade, e ressalvados os casos de reserva legal absoluta, as leis não são tão detalhistas assim, sendo muitas vezes atribuídas competências de forma geral, e mais comumente ain-da por regulamentos administrativos organizativos ou regimentos internos. Por exemplo, na grande maioria dos Municípios não há uma lei dispondo que ao secretário municipal de cultura compe-te a administração dos compe-teatros municipais, mas ela está implícita nas competências municipais em cultura e na própria denominação do cargo e na organização administrativa colocando esses teatros como órgãos integrantes da secretaria de cultura. Seria fora de sen-so prático – e possivelmente até mesmo inconstitucional em face do inciso VI do art. 84, CF (reserva de regulamento em matéria or-ganizativa) – exigir que cada uma dessas competências estivesse especificamente prevista na lei. A competência tem de estar con-templada no Ordenamento Jurídico, mas não necessariamente em uma regra de lei específica.

Outro ponto: a competência é irrenunciável e intransferível, mas pode ser, respeitados os limites legais (que, na União, estão expressos nos arts. 11 a 17 da Lei do Processo Administrativo Fede-ral – Lei n. 9.784/99), delegada ou avocada.

Referências

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