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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Camila Peripolli Sanfelice Milena Silva de Oliveira

INFLUÊNCIA ENTRE O DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMPRESAS DO SUL DO BRASIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Santa Maria, RS 2019

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Milena Silva de Oliveira

INFLUÊNCIA ENTRE O DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMPRESAS DO SUL DO BRASIL

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª Drª. Marivane Vestena Rossato Co-orientadora: Profª Drª. Larissa Degenhart

Santa Maria, RS 2019

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Camila Peripolli Sanfelice Milena Silva de Oliveira

INFLUÊNCIA ENTRE O DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMPRESAS DO SUL DO BRASIL

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Contábeis.

Aprovado em 04 de julho de 2019:

_________________________________________ Marivane Vestena Rossato, Drª. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

_________________________________________ Larissa Degenhart, Drª. (UFSM)

(Co-orientador)

_________________________________________ Luiz Henrique Figueira Marquezan, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS 2019

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que fizeram parte de nossa formação e caminhada até aqui, em especial agradecemos:

A Deus e ao universo, pela motivação e inspiração para que se concretizasse este estudo.

Às nossas famílias, pelo apoio, compreensão e paciência, principalmente aos nossos pais, a quem devemos a vida e formação como pessoa, e que com todo carinho e compreensão nunca deixaram de acreditar em nossos potenciais.

A Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade de cursarmos nesta instituição de qualidade e excelência.

A nossa orientadora Profª Drª Marivane Vestena Rossato, a quem temos como exemplo de pessoa e profissional dedicada, sempre atenta aos detalhes em tudo que faz. Agradecemos pelos ensinamentos transmitidos, pela dedicação, cuidado e empenho em nos orientar, nos auxiliando e conduzindo na construção deste trabalho de conclusão de curso, e pelo seu carinho e compreensão em vários momentos.

A nossa co-orientadora Profª Drª. Larissa Degenhart pelas contribuições em nosso estudo, e a todos os professores que compõem o corpo docente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria, pelos conhecimentos transmitidos e experiências vivenciadas, contribuindo para nossa formação acadêmica e profissional.

Por fim, agradecemos a todos os nossos amigos que nos apoiaram nesta caminhada e torceram pelo nosso sucesso.

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“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”

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RESUMO

INFLUÊNCIA ENTRE O DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EMPRESAS DO SUL DO BRASIL

AUTORAS: Camila Peripolli Sanfelice, Milena Silva de Oliveira ORIENTADORA: Drª. Marivane Vestena Rossato

CO-ORIENTADORA: Drª. Larissa Degenhart

A sociedade vem exigindo que organizações mantenham uma postura de responsabilidade socioambiental. A partir destas exigências as organizações têm se preocupado em investir em ações que compensam os recursos naturais e humanos que utiliza para a consecução de suas atividades. Além disso, as empresas são motivadas por diversas razões a investirem na área socioambiental, dentre estas estão a boa imagem corporativa e ações regulatórias. Diante disso, este estudo buscou responder a seguinte questão problema: o desempenho econômico-financeiro influencia os investimentos socioambientais de empresas do Sul do Brasil? Diante do contexto, o objetivo geral consistiu em analisar se o desempenho econômico-financeiro influencia os investimentos socioambientais de empresas do sul do Brasil. A análise compreendeu os anos de 2013 a 2017. A amostra do estudo compreendeu as empresas listadas no ranking das 500 Maiores Empresas do Sul do Brasil, conforme a revista Amanhã e listadas na B3, totalizando 10 empresas. A pesquisa classificou-se como descritiva, documental e quantitativa. Por meio da técnica estatística da análise de regressão linear múltipla. Os resultados encontrados evidenciam que a quantidade de funcionários e o lucro líquido influenciam nos investimentos sociais internos. Por outro lado, o lucro líquido, tamanho da empresa, EBITDA, quantidade de funcionários impactam nos investimentos sociais externos. Por fim, o tamanho da empresa, investimentos ambientais defasados, lucro líquido e a variação da receita líquida defasada influenciam os investimentos ambientais. Estes resultados revelam que as maiores empresas do Sul do Brasil, a partir de seus resultados, investem em questões socioambientais, contribuindo assim para com os resultados da empresa, gerando benefícios também para a sociedade e meio ambiente.

Palavras-chave: Responsabilidade socioambiental. Desempenho

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ABSTRACT

INFLUENCE BETWEEN ECONOMIC AND FINANCIAL PERFORMANCE AND SOCIO-ENVIRONMENTAL INVESTMENTS OF SOUTH BRAZILIAN

COMPANIES

AUTHORS: Camila Peripolli Sanfelice, Milena Silva de Oliveira ADVISOR: Drª. Marivane Vestena Rossato

CO-ADVISOR: Drª. Larissa Degenhart

Society has been demanding that organizations keep a posture of social and environmental responsibility. From these demands organizations have been concerned with investing in actions that compensate the natural and human resources, that they use to achieve their activities. In addition, companies are motivated by several reasons to invest in the socio-environmental area, among these are the good corporate image and regulatory actions. In view of this, this study sought to answer the following problem question: does the economic-financial performance influence the social-environmental investments of companies in the South of Brazil? Aiming to answer the problem question, the purpose of this research was to analyze if the economic-financial performance influences the social-environmental investments of companies in the South of Brazil. The analysis comprised the years 2013 to 2017. The study sample comprised the companies listed in the ranking of the 500 Largest Companies in the South of Brazil, according to Amanhã magazine and listed in B3, totaling 10 companies. This is a descriptive, documentary and quantitative research. The results show that the number of employees and net income influence internal social investments. On the other hand, net income, company size, EBITDA, and number of employees impact on external social investments. Finally, the size of the company, lagged environmental investments, net profit and the variation of lagged net revenue influence environmental investments. These results reveal that the largest companies in the South of Brazil, based on their results, invest in socio-environmental issues, thus contributing to the company's results, generating benefits for society and the environment.

Keywords: Social and environmental responsibility. Economic and financial

performance. 500 Largest South.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais usuários de informações contábeis e a natureza das

_________informações requisitadas...33

Quadro 2 - Estudos anteriores...42

Quadro 3 - Amostra de empresas selecionadas para o estudo...48

Quadro 4 - Variáveis utilizadas no estudo...49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Matriz de correlação de Pearson...60 Tabela 2 - Influência - investimentos sociais internos e desempenho

________.econômico-financeiro...62

Tabela 3 - Influência - investimentos sociais externos e desempenho

________.econômico-financeiro...65

Tabela 4 - Influência - investimentos ambientais e desempenho

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Modelo de regressão linear simples...52

Equação 2 - Modelo de regressão linear múltipla...52

Equação 3 - Fórmula do coeficiente de determinação...56

Equação 4 - Modelo estimado ISI...63

Equação 5 - Modelo estimado ISE...66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Abiquim ss r s r I str Qu Aneel N E r E tr

B3 Brasil, Bolsa, Balcão

BM&F Bovespa Bolsa de Valores, Mercadoria e Futuros

CE Controle Estrangeiro

CELESC Centrais Elétricas de Santa Catarina

CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados COPEL Companhia Paranaense de Energia

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DE Desempenho Econômico

DFP Demonstrações Financeiras Padronizadas

EBITDA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

EG Endividamento Geral

GC Geração de Caixa do Exercício

GE Grupo Econômico

GRI Global Reporting Initiative

IA Investimentos Ambientais

IBASE Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IE Índice de Endividamento

ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial ISE Investimentos Sociais Externos

ISI Investimentos Sociais Internos

LC Liquidez Corrente

LG Liquidez Geral

LL Lucro Líquido

LPA Lucro Líquido por Ação

LS Liquidez Seca

ML Margem Líquida

MQO Método dos Mínimos Quadrados Ordinários PAR Poder do Agente Regulador

QF Quantidade de Funcionários

QFNE Quantidade de Funcionários com Necessidade Especial

RL Receita Líquida

ROA Retorno sobre o Ativo

ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROI Retorno sobre o Investimento RS Relatório de Sustentabilidade SANEPAR Cia de Saneamento do Paraná SQE Soma dos Quadrados Explicados SQR Soma dos Quadrados dos Resíduos SQT Soma dos Quadrados Totais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO ... 12

1.2 ESTRUTURA DO ESTUDO ... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 18

2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA ... 18

2.1.1 Responsabilidade social interna ... 20

2.1.2 Responsabilidade social externa ... 22

2.1.3 Responsabilidade ambiental ... 23

2.1.4 Investimentos socioambientais ... 24

2.1.5 Divulgação socioambiental ... 26

2.1.5.1 Relatório de sustentabilidade IBASE ... 29

2.1.5.2 Relatório de sustentabilidade Instituto Ethos ... 30

2.1.5.3 Relatório de sustentabilidade GRI ... 31

2.2 DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO ... 33

2.2.1 . Principais indicadores econômico-financeiros utilizados na análise __ ______ de demonstrações financeiras ... 35

2.2.1.1 . Análise horizontal e vertical ... 36

2.2.1.2 Indicadores de liquidez ... 36

2.2.1.3 Indicadores de endividamento ... 37

2.2.1.4 Índices de rentabilidade ... 37

2.2.1.5 Índices de lucratividade ... 38

2.2.2 .Desempenho econômico-financeiro e investimentos________________ _____ ..socioambientais ... 39

3 ..MATERIAIS E MÉTODOS ... 46

3.1 ..CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ... 46

3.2 ..POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 47

3.3 ..COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS ... 49

3.3.1 Análise de regressão ... 51

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 59

4.1 .CORRELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS ECONÔMICO-FINANCEIRAS ______ _____.._E SOCIOAMBIENTAIS ... 59

4.2 ....INFLUÊNCIA ENTRE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E ______..E INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS ... 61

4.2.1 _.Investimentos sociais internos e desempenho econômico- _____-_______financeiro ... 62

4.2.2 _.Investimentos sociais externos e desempenho econômico- _____-_______financeiro ... 64

4.2.3 ..Investimentos ambientais e desempenho econômico-financeiro ... 68

5. CONCLUSÃO ... 73

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1 INTRODUÇÃO

O presente capítulo visa demonstrar de modo geral o estudo realizado, dividindo-se em duas seções, a apresentação do estudo, que compreende a delimitação do tema, a contextualização do problema, o objetivo geral, os objetivos específicos, a justificativa e a hipótese; e, a estrutura do estudo.

1.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO

É recente a preocupação com o meio ambiente por parte das empresas. Por séculos as atividades econômicas foram desenvolvidas sem dar atenção ao meio que a organização está inserida. Nas últimas décadas devido a pressões institucionais as organizações começaram a adotar mais estratégias que visam a proteção ambiental (VOGT et al., 2017). Tais estratégias com vistas à proteção e compensação dos impactos negativos gerados à sociedade e ao meio ambiente podem ser materializadas através de investimentos socioambientais.

Os investimentos, de maneira geral, caracterizam-se por um compromisso que visa a obtenção de resultados, alinhados com estratégias e atividades de uma organização (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). O investimento social além de preocupar-se com o retorno financeiro há uma expectativa em relação ao benefício gerado à sociedade, pois, trata-se de um compromisso com a resolução de problemas sociais (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). Já o investimento ambiental, visa o cuidado do meio ambiente através de gastos relacionados a atividades de preservação, controle e recuperação ambiental, com expectativa de retornos em benefício da própria empresa e da sociedade (VELLANI; NAKAO, 2003).

Visto que as empresas obtêm seus resultados a partir do uso de recursos produtivos e por isso devem retribuir à sociedade e à natureza com investimentos socioambientais, Brighenti, Souza e Hein (2014) defendem que um bom desempenho econômico-financeiro reflete uma condição de sustentabilidade da empresa, por isso estudos vêm buscando analisar a relação entre desempenho econômico-financeiro e investimentos socioambientais.

Oro, Renner e Braun (2013) analisaram a relação entre receita líquida e os investimentos socioambientais e verificaram que a receita líquida das empresas

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analisadas se correlacionou positivamente com os investimentos sociais externos, internos e ambientais.

No estudo de Chiarello et al. (2014), os indicadores ROA, ROE, tamanho (ativo total) e liquidez corrente foram testados, além de indicadores de liquidez seca (LS) e liquidez geral (LG). Os resultados evidenciaram a existência de relação entre o aspecto econômico-financeiro e o socioambiental nas empresas analisadas.

Pletsch, Silva e Hein (2015) também utilizaram em seu estudo os indicadores de rentabilidade, liquidez e tamanho (ativo total), e acrescentaram as variáveis de fluxo de caixa e lucro por ação (LPA). Observaram que quanto maior era o desempenho econômico-financeiro das organizações analisadas, maiores eram os investimentos voltados ao público interno e maiores os benefícios sociais externos à comunidade.

Ressalta-se que ações de responsabilidade social corporativa ainda estão relacionadas às grandes empresas (CAMPOS et al., 2015), sendo que estas podem ser encontradas em rankings publicados por revistas, além disso, apresentam informações financeiras em meio público, disponíveis no website da Brasil, Bolsa, Balcão (B3)1 caso sejam companhias de capital aberto.

O ranking das 500 Maiores do Sul, publicado pela Revista Amanhã é considerado o mais importante ranking regional de empresas do Brasil há 28 anos. Juntamente com a parceria técnica da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers, utiliza-se como critério de seleção a avaliação de indicadores financeiros das empresas (REVISTA AMANHÃ, 2018). Já a B3 é uma das maiores empresas relacionadas ao mercado financeiro mundial (BRASIL, BOLSA, BALCÃO, 2018). Além das companhias de capital aberto estarem listadas no website da B3, as Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) também encontram-se disponíveis publicamente no website da B3.

O meio empresarial está se preocupando cada vez mais em encontrar um meio de fazer negócios com vistas a minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente e à sociedade, bem como encontrar uma forma de compensar a sociedade e o meio ambiente por aqueles impactos negativos considerados inevitáveis. O número de organizações que desenvolvem políticas ambientais e

1

Em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 10 de maio de 2017, os acionistas aprovaram a alteração da denominação social da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadoria e Futuros para B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (BRASIL, BOLSA, BALCÃO, 2017).

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programas de redução, reciclagem e reutilização de recursos é crescente, e por adotarem essas práticas têm se beneficiado com vantagens competitivas (COSTA, 2012).

O papel das organizações vem se modificando ao longo do tempo, uma vez que clientes, fornecedores, investidores, governo e comunidade têm se conscientizado que devem apoiar organizações que adotam uma postura de responsabilidade social e ambiental (RIBEIRO, 2010).

Além de passar uma imagem ética e consciente, as ações de responsabilidade social, podem auxiliar a criar ou manter o capital reputacional da empresa, melhorando a capacidade da empresa em atrair e manter recursos, e preservar sua imagem corporativa (MACHADO FILHO, 2006).

A responsabilidade socioambiental tem como objetivo proporcionar um retorno à sociedade, uma vez que as empresas devem respeitar os direitos das comunidades locais afetadas pelas suas atividades, para que possam desenvolver e utilizar os recursos naturais, ou de propriedade intelectual, ou seja, as entidades devem cuidar e preservar o bem-estar das pessoas e o meio ambiente local (DIAS, 2012).

Evidencia-se assim, que há uma série de razões que motivam as empresas a investirem em responsabilidade socioambiental, pois organizações com melhor desempenho econômico-financeiro, em tese, apresentam melhores condições de realizarem tais investimentos.

Diante desse contexto, questiona-se: o desempenho econômico-financeiro influência os investimentos socioambientais de empresas do Sul do Brasil? De acordo com o problema exposto, este estudo fundamentou-se em analisar se o desempenho econômico-financeiro influencia os investimentos socioambientais de empresas do Sul do Brasil.

Com vistas a atingir o objetivo geral, foram elaborados os seguintes objetivos específicos:

a).analisar a influência de fatores econômico-financeiros sobre os investimentos na área social interna das organizações analisadas;

b).analisar a influência de fatores econômico-financeiros sobre os investimentos na área social externa das organizações analisadas;

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c).analisar a influência de fatores econômico-financeiros sobre os investimentos na área ambiental das organizações analisadas.

Esse estudo justifica-se tendo em vista que empresas e sociedade, possuem uma relação de interesse mútuo. Nesse sentido, pode-se entender que as empresas, independente de seu tipo jurídico e de seus objetivos, não estão isoladas, pelo contrário, são um sistema aberto, ou seja, um conjunto de partes que se relacionam constantemente e constituem um todo orientado para um fim em permanente troca com o seu ambiente externo, de modo que, mudanças externas afetam o ambiente interno (COSTA, 2012). A compreensão desta lógica, juntamente com o fato que as organizações supostamente necessitam usurpar recursos naturais para se manterem ativas, justificam as atuais preocupações com questões sociais e ambientais, ressaltando a relevância do tema na atualidade.

Justifica-se também devido a crescente demanda dos consumidores por organizações comprometidas com a sociedade e o meio ambiente e por exigência dos investidores externos que para decidir investir em determinada organização além de, considerar os retornos financeiros também observam como a empresa gerencia questões sociais e ambientais (CHEN; DONG; LIN, 2019).

Nesse contexto o estudo visa contribuir com o meio empresarial que ainda não realiza investimentos em ações de cunho socioambiental, estes podem valer-se dos resultados encontrados para direcionar seus investimentos. Além disso, o investidor interessado em organizações que se preocupam com a sociedade e o meio ambiente, de posse dos resultados deste estudo, poderá focar naquelas organizações que realizam investimentos socioambientais, sendo estas as contribuições práticas desta pesquisa.

Além de servir de instrumento de gestão tanto para empresas do ranking, divulgado pela Revista Amanhã, quanto para as demais empresas em suas tomadas de decisões ao investirem na área socioambiental, para retribuir aos colaboradores, a comunidade e ao meio ambiente, espera-se que em consequência disto, a responsabilidade socioambiental praticada pelas organizações se reflita na sociedade de modo geral, compensando os recursos humanos e ambientais utilizados pelas empresas para o desenvolvimento das mesmas.

Uma vez que a responsabilidade socioambiental está mais presente nas empresas, novos estudos estão sendo realizados na área da contabilidade

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socioambiental com o intuito de explorar, descrever e explicar fatos relacionados a este campo de conhecimento. Logo, o assunto torna-se objeto de estudo a fim de investigar possíveis relações com variáveis econômico-financeiras e variáveis não financeiras.

Através deste estudo pretende-se contribuir para a literatura ao buscar evidências da influência do desempenho econômico-financeiro nos investimentos socioambientais, por meio da análise dos resultados a serem obtidos e comparação com alguns estudos anteriores encontrados.

Neste estudo, considera-se como hipótese a premissa que variáveis de desempenho econômico-financeiro, como lucro líquido (LL), receita líquida (RL), indicadores de rentabilidade como retorno sobre o ativo (ROA), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), tamanho da empresa (TAM), mensurado por meio do valor do ativo total, geração de caixa do exercício (EBITDA), liquidez geral (LG), liquidez corrente (LC), liquidez seca (LS), e indicadores não financeiros, como número de funcionários, influenciam positivamente as organizações a realizarem investimentos nas áreas social e ambiental, além disso infere-se como hipótese, que o endividamento geral (EG) influencie negativamente os investimentos socioambientais.

1.2 ESTRUTURA DO ESTUDO

O presente estudo está estruturado em cinco capítulos: Introdução, Revisão Bibliográfica, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão e Conclusão.

Este capítulo de Introdução apresentou a delimitação do estudo, a contextualização do problema, os objetivos, a justificativa para sua realização e a hipótese, além da estrutura do estudo.

O capítulo seguinte aborda a Revisão Bibliográfica, composta pelas teorias que deram suporte à resolução do problema e à análise dos resultados. Este capítulo é composto pelos tópicos: Responsabilidade Social Corporativa, subdividido em, Responsabilidade social interna, Responsabilidade social externa, Responsabilidade ambiental, Investimentos socioambientais e Divulgação socioambiental; e, Desempenho econômico-financeiro que subdivide-se em: Principais indicadores econômico-financeiros utilizados na análise de

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demonstrações financeiras e Desempenho econômico-financeiro e investimentos socioambientais.

O terceiro capítulo Materiais e Métodos, apresenta a metodologia utilizada no estudo e os procedimentos necessários para o alcance dos objetivos propostos. Posteriormente, no capítulo de Resultados e Discussão, os resultados obtidos são apresentados e discutidos com a literatura.

Por fim, o capítulo de Conclusão apresenta as considerações finais do estudo em atendimento aos objetivos e resolução do problema, além das recomendações para estudos futuros.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica engloba diferentes concepções teóricas em relação à responsabilidade social corporativa interna e externa, à responsabilidade ambiental, aos investimentos socioambientais, à divulgação socioambiental e ao desempenho econômico-financeiro. Desta forma, objetiva trazer subsídio e embasamento para as discussões e conclusões.

2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

Tachizawa (2015, p. 67) f r qu “ r sp s s st s tr sf r u p r tr , r f r , p r u s s p r t r s rp r t v .”

Em decorrência da crescente atuação das empresas na sociedade para atender a demanda de uma população global que já atinge sete bilhões de pessoas, estas organizações estão gerando impactos de diversos tipos, e a identificação destes efeitos são fundamentais para acompanhar suas ações (DIAS, 2012).

Dessa forma, Tinoco e Kraemer (2011), definem que a responsabilidade social corporativa ou também denominada cidadania empresarial, atenta para o impacto das atividades empresariais que afetam os principais grupos interessados, como investidores, funcionários, fornecedores, clientes, governo e sociedade, uma vez que a empresa depende de tais interações para sobreviver no mercado.

Assim corrobora Dias (2012, p. 6), ao afirmar que:

O termo responsabilidade social remete a v r r , u st t sust t v u t s pr ss s v u t r s qu u r ssu p r str r s us p t s s s, t s s qu pr u s . ... us t r r p t v t v f r tr t f s s us pr pr t r s u st s, s t v s t s qu s qu st u v u s qu st tu s suas partes interessadas (stakeholders) , ss , pr t - r f s p r u t s .

Por esta razão, as organizações representam um papel socioambiental de extrema importância na sociedade, pois através de práticas empresariais de cunho sustentável, estarão transformando valores organizacionais, motivando a ideia de

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sustentabilidade e preservação do meio ambiente juntamente com as ações de responsabilidade social (TINOCO; KRAEMER, 2011).

Dias (2012) acrescenta que não há um modelo único para seguir como prática de responsabilidade social, pois em função de características como setor, porte, localização, cada empresa apresenta uma particularidade e, portanto cada organização pode adotar as ações de responsabilidade social que melhor se adequa ao seu contexto.

Logo surge uma nova percepção de empresa, caracterizada pela consciência de constante mudança e inovação, ponderando diversos aspectos além do econômico, no qual deve continuar gerando riqueza, mas preocupar-se também com a melhoria de produtividade dos funcionários e com a comunidade, atuando em harmonia no entorno em que estão inseridas (DIAS, 2012).

Para Dias (2012, p. 19) uma empresa tem por finalidade ser:

... u r qu us f s s, [...] t r strutur s qu tu s r qu r r f u s, u t utr , su t v r p t s qu f t s , ss , r p t t v s entre os diferentes stakeholders que gravitam ao seu redor. (DIAS, 2012, p. 19).

Visto que a atuação socioambiental por parte das empresas vem sendo considerada como um investimento e não um desembolso sem retorno algum, cria-se uma percepção mais ampla da função empresarial, em que o contexto econômico está vinculado ao social, trazendo benefícios maiores tanto para empresa, quanto para a sociedade (DIAS, 2012).

Dentre os benefícios da responsabilidade social, Machado Filho (2006) defende que estas ações podem auxiliar a criar ou manter o capital reputacional da empresa através da criação de vantagens competitivas em relação ao mercado, melhorando a capacidade da empresa em atrair e manter recursos, além de preservar sua imagem corporativa.

Dias (2012, p. 83) salienta também a importância de a empresa manter uma boa imagem perante seus investidores:

Os v st r s st , u r , pr t s p r p r s p r pr s s s r s pr t s pr s r s. s t p , s investidores exig v s s p r r s r s s, t s

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v r rp r t v , tr sp r t s, p t s pr t s r sp s s .

Tendo em vista que a responsabilidade social contribui para a imagem corporativa da organização, Machado Filho (2006) observa que a empresa é formada por um conjunto de indivíduos, os quais possuem diferentes interesses, que podem ser conflitantes. Ou seja, o autor aborda que não são as empresas que se comportam de forma ética ou não, mas sim as pessoas que fazem parte dela.

Portanto, cabem aos administradores, gestores, e demais executivos incentivarem os demais colaboradores a incorporar uma cultura organizacional alinhada com ações empresariais de responsabilidade social e ambiental. Assim, Ribeiro (2010, p. 42) salienta qu “O pr s r t u, t p , qu r s str t tr r p s pr s, qu t - s p s t r s, p s pr ut v , f f r s r r com seu p .”

Em síntese, Dias (2012) ressalta que uma organização socialmente responsável, além de desenvolver seu potencial, preocupa-se com as necessidades de seu entorno sob os aspectos social, econômico e ambiental, agregando a responsabilidade soci rp r t v su u tur r s r qu us p r p t t v r v st r t r tr u para o desenvolvimento sustentável.

A responsabilidade social corporativa divide-se em duas dimensões: interna e externa. Na primeira, o público-alvo são os funcionários da organização e seu ambiente interno, compreendendo ações para promover um ambiente de trabalho agradável e investimentos em auxílios complementares e benefícios aos colaboradores. Já na segunda dimensão, o foco é a comunidade que está no entorno, a qual se beneficia de projetos e iniciativas de cunho social.

2.1.1 Responsabilidade social interna

De maneira geral, a responsabilidade social interna está relacionada aos trabalhadores da empresa. Além das obrigações trabalhistas, a empresa pode adotar ações complementares, investindo em recursos humanos, saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores (DIAS, 2012).

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Vellani (2011) argumenta que, o modo como a empresa se relaciona com seus funcionários contribui para um ambiente de trabalho saudável, através de investimentos voltados ao bem-estar dos mesmos, como programas de educação, esporte e plano de carreira. Da mesma maneira, Tinoco e Kraemer (2011) enfatizam que a responsabilidade social das empresas deve contribuir para geração de emprego e renda de forma mais justa.

Dias (2012) ressalta a importância das empresas investirem nesta área, pois a medida que a organização estabelece um compromisso transparente com a melhoria das condições de trabalho e com o desenvolvimento profissional dos funcionários, consequentemente haverá um aumento da eficiência e lealdade dos mesmos e ficará evidenciado que a empresa valoriza as pessoas e que considera-as parte fundamental para o sucesso da organização.

O estudo de Alineri, Silva e Faria (2008) corrobora com a premissa anterior. Este estudo constatou que os funcionários reconhecem as práticas de responsabilidade social interna da organização como oportunidades de crescimento dentro da empresa, além disso, consideram algumas práticas de responsabilidade social externa sendo uma forma de responsabilidade social interna, pois se sentem corresponsáveis com o público externo.

Dias (2012) afirma que as empresas que investem em responsabilidade social interna, conquistam a fidelidade dos funcionários, pois se demonstram mais motivados e produtivos quando a empresa os qualifica e capacita profissionalmente. Além de obterem maior vantagem competitiva no mercado por serem empresas que buscam diferenciação diante da concorrência, são organizações que possuem maior capacidade de se adaptar a crises e mudanças no cenário econômico.

Complementa o autor qu “ s pr s s s s t r s humanas que dependem de uma rede social e de relações internas e externas vitais para a sua existência, e que lhes permitirá levar a prosperidade para toda a s .” (DI S, 2012, p. 77).

Campos et al. (2015) analisaram as práticas de responsabilidade social corporativa e de gestão de pessoas em organizações modelo em sustentabilidade e verificaram que as ações priorizadas pelas empresas investigadas compreendem áreas como carreira e desenvolvimento de benefícios. Contudo, salientam que as

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ações de sustentabilidade e de responsabilidade social corporativa ainda estão relacionadas às grandes empresas.

2.1.2 Responsabilidade social externa

A responsabilidade social externa segundo, D s (2012, p. 73), “ ... v v integração das empresas com seu entorno local, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades onde estão inseridas [... ”. M F (2006) complementa que as empresas devem tomar decisões de negócios alicerçadas em valores éticos, que integram as exigências legais, o respeito pelas pessoas, comunidades e o ambiente em que fazem parte.

Vellani (2011) define este tipo de responsabilidade como a relação que a empresa possui com a comunidade, sociedade e governo, por meio de iniciativas, parcerias, estratégias de atuação na comunidade visando diminuir a desigualdade social e a participação em projetos públicos para contribuir com o governo.

As organizações podem investir nas mais variadas iniciativas sociais externas, como programas educacionais, ambientais, culturais, esportivos, ou de assistência médica, por exemplo, ou até mesmo realizar doações ou patrocínios a organizações de assistência social, ou então iniciativas de voluntariado corporativo para atuar na comunidade (VELLANI, 2011; DIAS, 2012).

Dias (2012) defende que as empresas devem respeitar os direitos das comunidades locais afetadas pelas suas atividades, para que possam desenvolver e utilizar os recursos naturais, ou de propriedade intelectual, ou seja, as entidades devem cuidar e preservar o bem-estar das pessoas e o meio ambiente local.

Dentre os benefícios da responsabilidade social externa, citados por Dias (2012), está a redução do risco empresarial, havendo maior facilidade para obtenção de financiamentos, subvenções ou apoios, melhoria da imagem e reputação da empresa perante o mercado e a sociedade em geral, além da melhora das relações e condições contratuais com fornecedores e o cumprimento de obrigações legais.

Rocha et al. (2007) constataram que a adesão destas práticas gera benefícios para as organizações que fazem parte, valorizando-as frente aos investidores e à sociedade, além disso tornam-se entidades preparadas para enfrentar com maior facilidade, problemas econômicos, sociais e ambientais.

(24)

No estudo de Pessoa et al. (2009) concluiu-se que uma mesma empresa pode investir em ações de responsabilidade social e estratégia empresarial em consonância com sua atividade principal, melhorando o seu contexto competitivo. Por conseguinte, empresas socialmente responsáveis criam potencial para participar de índices de sustentabilidade.

Na mesma linha Castro e Scherer (2012) investigaram se os investimentos socioambientais e as ações de responsabilidade social corporativa impactam positivamente na imagem organizacional da empresa perante seus consumidores. Os resultados revelam que, ações melhores divulgadas causam maior impacto de melhoria de imagem.

Cardoso, Luca e Gallon (2014) constataram que empresas com melhor reputação apresentam mais informações socioambientais, indicando que a reputação corporativa seria uma forma de incentivo para divulgação voluntária destas informações. Dias (2012, p. 73) complem t qu “ r put u pr s st st s us r t s pr s r s pr ut r s f u su p t t v .”

O estudo de caso realizado por Azevedo, Ende e Wittmann (2016) constatou que as ações de responsabilidade social corporativa além de melhorar a imagem da empresa perante o público consumidor, trazem benefícios econômicos e redução de riscos, refletindo em vantagem competitiva.

Machado Filho (2006) afirma que as práticas de responsabilidade social podem trazer um resultado positivo no valor de mercado das empresas, visto que os investidores estão mais predispostos a aplicarem seus recursos em organizações que possuem melhor imagem corporativa e social, em decorrência de menores riscos e maiores oportunidades de negócios. Portanto, ao beneficiar as comunidades por meio de ações sociais, as empresas também estarão se beneficiando.

2.1.3 Responsabilidade ambiental

A responsabilidade ambiental diz respeito à relação empresa e meio ambiente. Utilizar recursos naturais de maneira eficiente, controlar a emissão de resíduos e adotar tecnologias limpas são algumas ações que as empresas podem

(25)

investir com vistas a se tornarem ecológicas e dessa forma preservar o ecossistema em que está inserida e prosperar em seu negócio (VELLANI, 2011).

As empresas potencialmente poluidoras têm considerado os efeitos danosos no meio ambiente e na sociedade em sua gestão devido aos impactos que podem provocar em sua situação patrimonial (RIBEIRO, 2010).

Tinoco e Kraemer (2011, p. 35) abord qu “Os st s pr t ambiental nos anos 80 começaram a ser vistos pelas empresas líderes não primordialmente como custos, mas como investimentos no futuro e, paradoxalmente, v t p t t v .”

Dias (2012, p. 79) salienta p rt “ ... t r p r s pr u su qu t s p s r r T rr , p ut r su s s p pr p pr v pr u .” Além disso, ao praticar ações de responsabilidade ambiental, além da redução dos impactos ambientais, pode resultar para a empresa aumento na rentabilidade e a tornar mais competitiva já que, pode haver um menor consumo de matéria-prima (DIAS, 2012).

Nessa linha, Melo Neto e Froes (2005, p. 95) apresentam os benefícios acarretados pela prática de ações de responsabilidade social:

[...] a empresa deixa de ser vilã, responsável pela prática de preços abusivos, demissões e fonte geradora de lucros exorbitantes e, em muitos casos, a responsável pela depredação da natureza. Torna-se uma empresa-cidadã, que se traduz numa imagem corporativa de consciência social comprometida com a busca de soluções para os graves problemas sociais que assolam a comunidade.

Portanto, cada vez mais as empresas sentem-se obrigadas a agregar a responsabilidade socioambiental aos seus objetivos estratégicos, e por fim não visar apenas o lucro, uma vez que a continuidade da empresa afeta a sociedade ao seu redor (TINOCO; KRAEMER, 2011).

2.1.4 Investimentos socioambientais

A realização de investimentos nas áreas social e ambiental são um meio de reparar e compensar a sociedade pelos recursos retirados de forma gratuita. Contudo, antes de adentrar no tema investimentos socioambientais, é importante

(26)

conceituar o termo investimento já que, a depender da área da contabilidade que é empregado, possui diferentes significados.

Na área de finanças, investimento é considerado o total do ativo menos o passivo de funcionamento. Já na área de análise de demonstrações financeiras, são as participações em empresas. Ainda, podem ser considerados investimentos as aquisições de ativos com vistas a obtenção de benefícios futuros, unicamente (VELLANI; NAKAO, 2003). Outro significado para o termo investimento é o trazido pelo artigo 179 da Lei 6.404/1976, inciso III, qu t r qu “ ... s p rt p s permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade p u pr s .”

Barbieri e Cajazeira (2016) definem investimento como um compromisso para obtenção dos resultados esperados, alinhados com as estratégias e atividades da empresa, envolvendo desde seu planejamento, desenvolvimento e implementação até sua conclusão e acompanhamento.

Investimentos ambient s v s V N k (2003, p. 2) s “ ... todos os gastos incorridos e a incorrer, para a aquisição de ativos relacionados com as atividades de preservação, controle, reciclagem e recuperação do meio ambiente v s f s futur s.” N ssa mesma linha, Ferreira (2003) acrescenta que são exemplos de investimentos ambientais o desenvolvimento de uma tecnologia mais limpa e/ou os gastos necessários para uma máquina ou equipamento para redução de poluição entrar em operação e Costa (2012) cita como exemplo os gastos com reflorestamento e as aquisições de florestas realizadas com vistas a recuperar e/ou preservar o meio ambiente.

Já o investimento social, é mais específico, pois além de preocupar-se com o retorno há uma expectativa em relação f r p r s . ss “ v st t s p rt ss , u s , pr ss r s u pr s s s v v t s p t s r urs s r p r r r su t s sp r s.” ( R IERI; C J ZEIR , 2016, p. 144). Os investimentos na área social são realizados, principalmente, através de projetos sociais, com foco, por exemplo, no meio ambiente, esporte, educação e/ou saúde. Podem ser implementados de três maneiras diferentes: desenvolvidos pela própria empresa, por meio de parcerias com outras pessoas jurídicas e através de

(27)

um instituto criado pela empresa para este fim (MORAES; BRAGA JUNIOR; LOURENZANI, 2015).

As empresas frente a conscientização da sociedade em relação aos problemas socioambientais que assolam o planeta, foram levadas a migrar para estratégias que busquem pelo desenvolvimento sustentável (PAULA; CAMPANHOL; SMITH, 2007), e os investimentos de caráter socioambiental fazem parte de tais estratégias. Além disso, realizar tais tipos de investimentos pode trazer benefícios à pr s “ ... v t r sp s s u t s, r u sp r s, r p r t s su r s ... ” (SILV ; THEIS; SCHREI ER, 2016, p. 2). Na mesma linha, Paula, Campanhol e Smith (2007) acrescentam o fortalecimento da marca no mercado e da relação com os investidores.

Paula, Campanhol e Smith (2007, p. 5) salientam a importância da divulgação das ações de caráter socioambiental:

É visto que não basta apenas fazer algo em prol do meio ambiente, é necessário tornar o fato disponível de forma transparente e compreensível nos registros contábeis. Estes registros levam à divulgação de relatórios que servem de instrumento para a tomada de decisão de acionistas, investidores, sociedade e demais interessados que desejam conhecer as ações desenvolvidas pelas empresas para redução do impacto ambiental exercido pela atividade produtiva e ainda, interesse nos projetos que levam a um desenvolvimento sustentável.

Portanto, organizações que se comprometem com o desenvolvimento sustentável além de visar a rentabilidade econômica de sua atividade, buscam minimizar seu impacto sobre o meio ambiente simultaneamente, levando em consideração os interesses de todos os seus stakeholders (DIAS, 2012). Buscar por ações sustentáveis e divulgá-las através de relatórios anuais integrados com informações financeiras e socioambientais, demonstra que a empresa está preocupada com o meio ambiente e a sociedade, pilares essenciais para assegurar a sua continuidade.

2.1.5 Divulgação socioambiental

A evidenciação contábil tem por finalidade divulgar informações de desempenho econômico, financeiro, social e ambiental das organizações aos stakeholders e demais parceiros, sendo que as demonstrações contábeis devem ser

(28)

fidedignas (TINOCO; KRAEMER, 2011). Para Lins (2015), u v qu pr p r s st r s s pr s s s usu r s, f r s f r s r s r r , u rt s t s r s qu st s t s.

Ribeiro (2010) sugere que a evidenciação das informações ambientais possa ser feita através dos relatórios contábeis tradicionais, já divulgados pelas organizações. A Lei 6.404/1976, alterada pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, que trata a respeito das sociedades por ações, em seu artigo 176, elenca as demonstrações financeiras que devem ser elaboradas ao final de cada exercício social pelas companhias de capit rt : P tr , D str Resultado do Período2, D str s Lu r s u Pr u s u u s, D str F u C , D str V r N t s Explicativas.

Barbieri e Cajazeira (2016) lembram que outro documento importante é o relatório da administração, o qual deve ser publicado juntamente com as demonstrações obrigatórias. No entanto, advertem que este tipo de relatório geralmente apresenta apenas conteúdo de teor positivo, para que a empresa possa atrair investidores.

No relatório da administração, Tinoco (2010) recomenda a inclusão de informações de caráter socioambiental como, por exemplo, questões ambientais relacionadas ao ramo de atividades da empresa, medidas e programas de proteção ao meio ambiente, tanto voluntárias quanto por imposição legal, metas de emissão de poluentes e o resultado alcançado e seus respectivos efeitos financeiros e operacionais no exercício.

O autor também sugere informações que podem ser relatadas em notas explicativas, através de uma política contábil que descreva as normas adotadas para contabilizar as medidas de proteção do meio ambiente, como reflexo nas operações relacionadas com as medidas ambientais, provisões e reservas para acidentes ambientais, divulgação sobre passivos eventuais, entre outras.

Quanto aos relatórios exclusivamente de cunho socioambiental, Tinoco e Kraemer (2011) salientam que nestes relatórios as empresas descrevem e divulgam

2

Nomenclatura atualizada conforme item 10 (b) pela NBC TG 26 (R5) - Apresentação das demonstrações contábeis, publicada no D.O.U. de 22 dez. 2017.

(29)

especificamente seu desempenho socioambiental, relativos aos eventos e impactos de suas operações em relação ao meio ambiente, abordando questões como riscos, políticas, estratégias, passivos, despesas, custos, receitas entre outros dados que forem relevantes, para informar seus stakeholders não apenas números de caráter econômico ou financeiro, mas também sociais, ambientais e operacionais, pois estes podem impactar nos demais resultados.

Assim ressaltam os autores que:

r t s r f t ss t p p stur p ss p r r t r s t s s s qu sup r s t s rt s s qu s t f r s t pr s p r t r r s p f r s p p r , ambiental e social, bem como explicitem a nova riqueza gerada pela atividad pr s r su str u tr s t s su pr u . (TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 63). D s (2012, p. 151) r s t qu “H u t qu s r t r s f r s rp r t v s v s v s u f r s f r s, s s s t s” ust f qu ss s v u t de exigências legais e de regulação, além de incentivo às inciativas voluntárias.

Entretanto os relatórios de sustentabilidade apresentam um diferencial, pois são elaborados com base no conceito triple bottom line, também denominado como tripé de sustentabilidade, o qual integra os aspectos social, econômico e ambiental. Dessa forma, este tipo de relatório consiste na mensuração, divulgação e prestação de contas de acordo com as três dimensões de sustentabilidade (DIAS, 2012).

O ut r f t su p rt : “O r t r sust t st tu p r pr s u stru t t r t r t u , qu p r t r s p r t v r t p ... ” DI S (2012, p.144). Portanto, é papel das organizações informar a sociedade a respeito desses esforços, uma vez que beneficia aos agentes externos e internos que estão envolvidos, pois sua divulgação agrega valor e qualidade à informação contábil, econômica, social e ambiental (TINOCO; KRAEMER, 2011).

(30)

2.1.5.1 Relatório de sustentabilidade IBASE

Chamado de Balanço Social, o modelo de relatório de sustentabilidade criado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), em colaboração com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é utilizado por algumas empresas brasileiras (TINOCO, 2010). O Balanço Social foi criado em 1997, pelo sociólogo Herbert de Souza, e seu modelo foi baseado na estrutura de balanços patrimoniais publicados nas demonstrações contábeis (LINS, 2015).

p s r s tr t r u str r t r (VELL NI, 2011), u s s t r s s t v s pu r S p r f r su s ss s ss , p r p , ss r s r I str Qu ( qu ), N E r E tr ( ), s Aneel a demonstração tornou-se obrigatória para o setor a partir de 2003 (RIBEIRO, 2010).

O modelo IBASE apresenta a empresa nos aspectos social interno, externo e ambiental, por meio de informações como número de funcionários, encargos, investimentos e benefícios para os funcionários, investimentos em meio ambiente e comunidade em geral (LINS, 2015). Conforme Vellani (2011), este relatório é organizado em sete itens: base de cálculo; indicadores sociais internos; indicadores sociais externos; indicadores ambientais; indicadores de corpo funcional; informações de cidadania empresarial; e, outras informações.

Ribeiro (2010) afirma que o Balanço Social deve demonstrar a responsabilidade da empresa em relação a sociedade, refletindo através de informações como valor adicionado, gestão de recursos humanos, interação com o meio ambiente, seus impactos positivos e negativos e a interação com a sociedade e seus efeitos.

O relatório de sustentabilidade modelo IBASE contém informações t t qu t t t v s qu t qu t t v s, t r -s u r t r s p t , p s “ pr s qu p ss s r pr ss s v r s f r s u f r qu t t t v qu t t v fu t p r r qu r st t p demonstr t v .” (TINOCO, 2010, p. 221).

(31)

De acordo com Tinoco (2006, p. 38) esse demonstrativo tem por finalidade:

[...] utilizar ao máximo os indicadores disponíveis esparsos pela empresa - na verdade, sua função é reunir esses indicadores, dar-lhes um tratamento adequado, em termos de disclosure (transparência), e a gama de informações que comporta pressupõe a cooperação de vários departamentos e a colaboração de numerosos funcionários encarregados de coletar os dados de base.

O Balanço Social refere-se a uma ferramenta de gestão que evidencia de maneira clara, informações econômicas, ambientais e sociais sobre o desempenho da empresa aos seus principais stakeholders (TINOCO, 2010). ss , T (2010, p. 4) s rv qu “ ... S v s r ut u p rt t str f r s s s, u p marketing u s p s pr p su s t v s s s ... ”.

Na visão de Tinoco (2010), esse relatório de sustentabilidade tem como propósito refletir a missão da contabilidade, que é de comunicar uma informação útil, necessária e de qualidade a quem precisa, através da visão econômica, social e ambiental.

2.1.5.2 Relatório de sustentabilidade Instituto Ethos

O Instituto Ethos tem por objetivo mobilizar, sensibilizar e servir de apoio às organizações no gerenciamento de seus negócios com responsabilidade social, contribuindo para uma sociedade justa e sustentável (VELLANI, 2011). Este instituto se preocupa com organizações de gestão ética e transparente que promovam o desenvolvimento sustentável, preservando recursos naturais para as próximas gerações e trabalhando para a redução das desigualdades sociais (VELLANI, 2011).

Lançado em 1998, o modelo de avaliação de sustentabilidade do Instituto Ethos basei -s utr s r t r s I SE (I st tut r s r s s S s E s) GRI (Global Reporting Initiative), buscando credibilidade e consistência (LINS, 2015).

O relatório de sustentabilidade Ethos possui seus indicadores de responsabilidade social distribuídos em sete dimensões que tem por intuito explorar as perspectivas das empresas para que melhorem seu desempenho (TINOCO, 2010). Os indicadores dividem-se nos seguintes temas: valores, transparência e

(32)

governança; público interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores e clientes; comunidade; governo e sociedade (VELLANI, 2011).

Tinoco (2010) evidência que o Instituto Ethos vem incentivando as empresas a publicarem relatórios de sustentabilidade, uma vez que demonstra o quanto as organizações estão preocupadas com a responsabilidade social, além disso, este relatório consiste em um instrumento de gestão, possibilitando melhor avaliação de desempenho em relação a responsabilidade social, servindo como ferramenta de diálogo entre a empresa e seus stakeholders, engajando as partes interessadas.

2.1.5.3 Relatório de sustentabilidade GRI

A rede internacional Global Reporting Initiative (GRI) foi lançada em 1997 pelo programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com o objetivo de criar um modelo de avaliação de sustentabilidade empresarial padronizado que fosse disseminado e adotado mundialmente (LINS, 2015).

Segundo Vellani (2011) o relatório Global Reporting Initiative (GRI) também pode ser denominado de relatório de sustentabilidade ou relatório anual de sustentabilidade. Na contemporaneidade, r t r sust t GRI o principal e o mais utilizado modelo de balanço social no mundo (LINS, 2015).

P r L s (2015), p rt s p r r s r t r s sust t r s p r r s v rs s s t r s u p s s se criar um instrumento que possa ser utilizado por seus stakeholders, permitindo comparações de desempenho econômico financeiro, ambiental e social destas organizações.

Tinoco (2010) explica estas três dimensões de desempenho: a econômica está relacionada aos impactos financeiros que a empresa causa sobre seus stakeholders; a ambiental reflete os impactos que a organização causa sobre o meio ambiente em que está inserida; e a social, que visa investimentos internos aos seus colaboradores e projetos externos voltados às comunidades e grupos minoritários.

Logo, são exatamente as dimensões que o modelo GRI propõe como indicadores: econômica, social e ecológica. As quais podem ser divulgadas pelas empresas por meio de três formas: dentro do próprio relatório anual, com evidenciação através do índice remissivo GRI, ou pela criação de um relatório

(33)

especificamente de sustentabilidade e neste divulgar os indicadores GRI, ou então transformar um relatório anual para um relatório anual de sustentabilidade, com os indicadores de desempenho econômico, ambiental e social (VELLANI, 2011).

Portanto, apesar de propor um padrão, o modelo GRI é um relatório flexível em termos de evidenciação, assim como afirma Vellani (2011, p. 98):

... r t r u p s tr sf r r u r t r u sust t v r s str s t s, s p r r s u t r , r t r str r s s s s. P r r t r u sust t , pr s p demonstrar se contribuiu ao dese v v t sust t v s .

No entanto, de acordo com Tinoco e Kraemer (2011), as empresas devem seguir um padrão mínimo de elementos de informação estabelecidos pela GRI que contemplam três níveis:

a).categorias: áreas ou grupos de questões econômicas, ambientais ou sociais que impactam os stakeholders;

b).aspectos: elementos relacionados a cada categoria específica;

c).indicadores: valores de um aspecto específico que visam demonstrar o desempenho da organização, sendo que estes podem ser quantitativos ou qualitativos.

Entretanto, Tinoco e Kraemer (2011, p. 260) ressaltam a importância de se analisar estes indicadores em conjunto com outros dados:

Os s s ut s s r tu sust t pr s , t r s s, t s s s, r o GRI, f r p r s s s u p r s t v s r . T f r s s t r t qu st r utr s s, qu ss s r s tr u p r qu s s s r s p s t r s pr t s qu s fu t t s s.

Por fim, Tinoco (2010) ainda ressalta a utilidade do relatório de sustentabilidade baseado nas diretrizes GRI, pois se trata não apenas de um instrumento de divulgação dessas informações, mas de um documento que pode ser utilizado para servir de avaliação do desempenho de sustentabilidade e de padrão de referência (benchmarking), através de comparações de desempenho da

(34)

organização com outras e além disso, de demonstração de relação causa e efeito das perspectivas de desenvolvimento sustentável.

2.2 DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Desempenho é compreendido como o resultado mensurável alcançado por uma empresa, unidade de negócio, um departamento ou um indivíduo em um período de tempo (FREZATTI et al., 2009). Medidas de gerenciamento podem ser adotadas a partir dos indicadores de desempenho adotados pela organização. Nesse sentido, Frezatti et al. (2009) enfatizam a importância da medição periódica do desempenho. É a partir das informações fornecidas pela contabilidade que é possível construir os indicadores e índices que permitem realizar a análise da performance econômico-financeira.

Dessa forma, a mensuração de desempenho possui utilidade e relevância para diversos stakeholders, pois ela serve de base para análise da situação econômico-financeira da empresa e tomada de decisão de administradores, gestores, acionistas, fornecedores e demais usuários destas informações. Assim, são considerados usuários internos os gestores, administradores, funcionários. Já os externos são, os acionistas, instituições financeiras, fornecedores, governos, sindicatos (MARION, 2015).

O Quadro 1 apresenta s pr p s usu r s f r s t s tur s f r s s r qu s t s p lo mesmo. p rt t s t r qu u s t s pr p s u t p usu r p s r t s u r s u s u r s utr s, também (IUDÍCIBUS, 2015).

Quadro 1 - Principais usuários de informações contábeis e a natureza das

___________-informações requisitadas

(continua)

A st r t r Fluxo regular de dividendos.

st r t r u r p rt p

F u v s, v r r , u r p r .

(35)

Quadro 1 - Principais usuários de informações contábeis e a natureza das

___________-informações requisitadas

(conclusão)

Fonte: (IUDÍCIBUS, 2015, p. 5).

Para atingir seu objetivo, a contabilidade faz uso de técnicas contábeis. Para Ribeiro (2013), as mais expressivas são: a escrituração que é o registro dos fatos administrativos relevantes que ocorrem na organização; as demonstrações contábeis; a auditoria, que através do exame de documentos e registros contábeis valida as informações contidas nas demonstrações contábeis; a análise de demonstrações contábeis que consiste, na interpretação das demonstrações contábeis com a finalidade de gerar informações aos usuários; e, a consolidação de demonstrações contábeis, que compreende a unificação das demonstrações da empresa controladora com a de suas controladas.

As informações contábeis expostas de maneira resumida e ordenada são encontradas em relatórios contábeis, os quais objetivam relatar aos usuários os fatos importantes registrados por uma organização em determinado período (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2018). Os autores acrescentam que os relatórios contábeis dividem-se em obrigatórios e não obrigatórios, sendo que os obrigatórios são aqueles determinados por lei e conhecidos como demonstrações financeiras.

Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos.

Emprestadores em geral

G r f u s futur s suf t s p r r r v t p t s s ur s, s ur .

Entidades governamentais V r tr ut v . , pr ut v , u r

Empregados em geral, como assalariados

Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons reajustes ou manut s r s, s ur ; qu . M t str R t r s r t v , r t r s r p tr qu ; s tu qu v t f rt v s.

(36)

As Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 alteraram a Lei 6.404/1976, Lei das Sociedades por Ações, dispondo que ao fim de cada exercício social, a diretoria deverá elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Período, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa (a companhia fechada com Patrimônio Líquido inferior a R$ 2 milhões não será obrigada a elaboração e publicação desta demonstração) e Demonstração do Valor Adicionado (apenas as de capital aberto). Essas demonstrações financeiras devem ser elaboradas para as “S s s ( p t rt f ), utr s tur s ur s, pr p t s tr ut s p Lu r R .” (IUDÍCI US; M RION; FARIA, 2018, p. 57).

A finalidade das demonstrações financeiras é tornar público o desempenho da empresa, o comportamento futuro de seus resultados e por inferência o reflexo de seus atos na sociedade. Desta forma, além de atender fins gerenciais também atende fins sociais (RIBEIRO, 2006).

A avaliação do desempenho econômico-financeiro, geralmente, ocorre por meio da análise das demonstrações financeiras (BORTOLUZZI et al., 2011). A técnica de análise mais utilizada é a construção de indicadores (ou índices), os quais são uma relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, construídos com o intuito de demonstrar e informar os gestores a situação econômico-financeira de uma empresa (MATARAZZO, 2010). Marion (2012) destaca além dos indicadores econômico-financeiros, a análise horizontal e vertical e a análise das demais demonstrações como o Demonstrativo de Fluxo de Caixa e do Valor Adicionado.

2.2.1 Principais indicadores econômico-financeiros utilizados na análise de demonstrações financeiras

Para analisar as demonstrações financeiras há uma gama de indicadores. Este tópico abordará os indicadores tradicionais: análise horizontal e vertical, indicadores de liquidez, indicadores de endividamento, indicadores de rentabilidade e de lucratividade.

(37)

2.2.1.1 Análise horizontal e vertical

A análise horizontal e vertical permite a comparação de valores do período em análise ou entre os períodos, já que, analisar o saldo de uma conta ou grupo patrimonial de forma isolada não se tem informações como a representatividade do valor dentro do demonstrativo em análise nem seu comportamento ao longo do tempo (ASSAF NETO, 2015).

Matarazzo (2010, p. 243) exemplifica a dinâmica da análise horizontal e vertical:

Os índices podem informar, por exemplo, que uma empresa está com alto endividamento. A Análise Vertical/Horizontal aponta qual o principal credor e como se alterou a participação de cada credor nos últimos dois exercícios. Ou, então, os índices indicam que a empresa teve reduzida sua margem de lucro; a Análise Vertical/Horizontal apontará, por exemplo, que isso se deveu ao crescimento desproporcional das despesas administrativas.

s r t p r t v r v u t p r pr s , r ss f N t (2015, p. 113) “ ... r t u str t v f r s t pur r p ss (p r - s ), r v v u s us v r s.” O s ut r p t qu análise do desempenho passado, a análise horizontal também permite traçar tendências futuras.

A análise vertical permite avaliar a representatividade de cada conta frente a um total comparável do demonstrativo. Na análise do balanço patrimonial geralmente, se utiliza o total do ativo como base da análise, enquanto no demonstrativo de resultado do exercício é utilizada a receita líquida de vendas (ASSAF NETO, 2015).

2.2.1.2 Indicadores de liquidez

Os indicadores de liquidez são utilizados para analisar a capacidade da empresa de arcar com seus compromissos assumidos perante terceiros, e podem ser avaliados sob três óticas: longo prazo, curto prazo e prazo imediato (MARION, 2012).

(38)

A liquidez geral é a capacidade de pagamento da empresa no longo prazo. Desta forma para o seu cálculo, considera-se o quociente: ativo circulante mais o ativo realizável a longo prazo dividido pelo passivo circulante mais o passivo exigível de longo prazo (MARION, 2012). Ribeiro (2014) complementa que este quociente revela quanto a empresa tem de ativo circulante mais ativo realizável a longo prazo para cada real de obrigações.

A liquidez corrente é a capacidade da empresa de honrar seus compromissos no curto prazo e é calculada através do quociente: ativo circulante dividido por passivo circulante (RIBEIRO, 2014).

A liquidez seca é a suposição que se a empresa parar suas vendas ou seu estoque se tornar obsoleto naquele momento, qual seria sua capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo. Desta forma, o cálculo é realizado por meio do quociente do ativo circulante menos estoques, dividido pelo passivo circulante (MARION, 2012).

A liquidez imediata revela a capacidade da empresa de liquidar as obrigações de curto prazo de modo imediato. Seu cálculo é realizado pelo quociente entre caixa e equivalentes de caixa e passivo circulante (MARION, 2012).

2.2.1.3 Indicadores de endividamento

Os indicadores de endividamento revelam se a empresa utiliza mais recursos próprios ou de terceiros para financiar suas operações além de, demonstrar se a empresa trabalha com mais dívidas de curto ou de longo prazo (MARION, 2012).

De acordo com Assaf Neto (2015) o endividamento é calculado pela relação entre passivo total e patrimônio líquido e representa quanto a empresa contraiu de obrigações para cada real de capital próprio. O objetivo deste indicador é analisar se em caso de descontinuidade das operações a empresa possui condições de arcar com suas dívidas com o uso dos recursos próprios (PADOVEZE; BENEDICTO, 2010).

2.2.1.4 Índices de rentabilidade

A análise dos índices de rentabilidade tem por objetivo comparar o lucro líquido com valores que possuem alguma relação com este (MARION, 2012). A

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