Competitividade da fileira
hortofrutícola
Desafios da fruta qualificada (DOP/IGP) face
às tendências de mercado
Viseu – 7 Novembro de 2007 Gonçalo Lopes COTHNÍndice
1. Alguns factos
2. Os desafios
3. As estratégias
4. Considerações finais
1. Alguns factos
Sector
> Produtores > Empresas/OP > Distribuição > ConsumidorÉ reconhecida a importância e peso do sector das frutas no Produto Agrícola Nacional. Representa cerca de 12%. Mas o peso das frutas no PIB português é de apenas 0,6%. No ano de 2004 o sector das frutas contribuiu com
900 milhões de euros para a riqueza nacional.
Governo garante 900 milhões de euros para concluir Alqueva Jornal Notícias, 27 de Janeiro de 2007 Lena Construções, preve facturar este ano acima de 900 milhões de euros.
Publico, 1 de Junho de 2007
Produção do sector cervejeiro atinge 900 M€
Diário Económico, 8 de Maio de 2006
900 milhões de euros/ano é o valor exportado de rolhas de cortiça.
Publico, 12 de Março de 2006
Zara em 2006, prepara abertura de 500 novas lojas por 900 milhões de euros
Público, 22 de Março de 2007
Portucel investe 900 milhões em Portugal Jornal de Negócios, 23 de Fevereiro de 2006
1. Alguns factos
A produção nacional de 1 milhão de toneladas de frutas por ano, é claramente insuficiente para satisfazer a procura dos nossos consumidores, que tem crescido nos últimos anos. Portugal tem uma grande dependência do exterior. A balança comercial das frutas é deficitária, o valor médio de importações é quase o quádruplo das exportações. A Espanha é o nosso maior fornecedor (41%)
Os únicos produtos que apresentam um saldo francamente positivo nas trocas com o exterior são a pêra (20%) e a
castanha (9%).
Sector
> Produtores > Empresas/OP > Distribuição > Consumidor1. Alguns factos
A área total de fruteiras em 2005 era de 158.061 ha (apenas 4% da área agrícola nacional) e correspondeu a uma produção de 819.983 ton.
Sector >
Produtores
> Empresas/OP > Distribuição > ConsumidorNos últimos anos, registou-se um aumento na ordem dos
18% da produtividade dos pomares.
50% da área produtiva está no Ribatejo e Oeste.
Existem cerca de 150.000 explorações agrícolas de frutas, tendo em média cada uma a dimensão de 1 ha No entanto esta continua a ser muito baixa 9 ton/ha.
1. Alguns factos
A produção comercializada pelas organizações de produtores (OP) em Portugal é cerca de 10%.
Sector > Produtores >
Empresas/OP
> Distribuição > ConsumidorA média da UE é 38%, a Espanha é 37% e a França é 46%. A Bélgica e a Holanda destacam-se com valores de 70%.
41% das OP possuem um VPC entre 1 e 2 milhões de euros 55% das OP estão no Ribatejo e Oeste
O atraso no desenvolvimento de estruturas organizadas de produtores, constituiu uma oportunidade empresarial para os grossistas e para produtores com níveis de oferta adequada.
1. Alguns factos
Sector > Produtores > Empresas/OP >
Distribuição
> Consumidor83,6% das vendas de produtos alimentares é feita por os
hipermercados e supermercados
Integração vertical da cadeia produtiva, com recurso à
contratualização e às marcas próprias
Exige mais quantidade (obriga à concentração da oferta) Exige mais qualidade (sistemas de certificação e cuidados nas operações de pós-colheita) Apenas 20 a 30% dos fornecedores das principais cadeias de distribuição são Organizações de Produtores.
1. Alguns factos
Sector > Produtores > Empresas/OP > Distribuição >
Consumidor
Nos últimos 20 anos, o consumo de frutos duplicou. Cada português come em média 87 kg de fruta fresca por ano. Os preços das frutas junto dos consumidores crescem em média 3,2% ao ano.
No entanto a evolução dos preços no produtor fica pelos 0,7%. O grau de auto-aprovisionamento dos frutos em 2002 fica pelos 71,6.
A projecção para 2013 aponta para um valor de 60,7.
2. Desafios
Perguntas
> Organização> Produtos > Consumidores > ApoiosPerguntas básicas que se colocam ao sector das frutas:
Quais as opções estratégias para a fileira nacional das frutas, que embora seja um sector economicamente estratégico no contexto agrícola é insignificante no contexto da economia nacional?
O ritmo de crescimento da procura interna de frutas é muito superior à nossa capacidade de oferta, mas nem por isso os preços ao produtor sobem. Será que não temos de procurar outros produtos e mercados? Qual deve ser o nosso posicionamento perante o enorme e crescente poder negocial da distribuição?
2. Desafios
Perguntas >
Organização
> Produtos > Consumidores > ApoiosDuas realidades organizativas distintas: A desorganizada: não terá acesso às principais
cadeias de distribuição, ficando limitada a um mercado relativamente reduzido de pequenos nichos ou então estará condenada ao progressivo desaparecimento.
A organizada: concentra a oferta e ajusta-se às
necessidades da grande distribuição, devendo procurar inovar com vista à diferenciação do seu produto, tornando-o distinto e sempre que possível exportável.
2. Desafios
Perguntas > Organização>
Produtos
> Consumidores > ApoiosDois tipos de produtos:
Produto massificado - Produzir e oferecer fruta em
quantidade e baixo custo, procurando com ganhos de escala baixar os custos de produção para liderar o mercado através de preços baixos.
Produto inovador – Produtos diferenciados, com mais
tecnológica e com transformação, com packing adequado e atractivo, que se direccione para nichos de mercado e atentos às tendências alimentares.
América do Su l / I&D pós-colheita
2. Desafios
Perguntas > Organização> Produtos >
Consumidores
> ApoiosDois tipos de consumidores: (maior estratificação do poder de compra)
Um segmento quantitativamente maior, onde o preço continua a ser o factor principal na decisão de compra. Um segmento mais exigente disponível para adquirir fruta de melhor qualidade ou com alguma diferenciação
Conveniência Prazer Sofisticação Saúde/forma Novos eixos Agilidade
Somos o que comemos
2. Desafios
Perguntas > Organização> Produtos > Consumidores >
Apoios
O PDR e a reforma da OCM
Reforçar a orientação das empresas para o mercado, obrigando a uma constante pesquisa de oportunidades. No período de 2007-2013, os apoios concedidos devem ser canalizados para o aumento da competitividade do sector, através da inovação do produto e do processo O Plano Estratégico de Fileira deve criar condições de atractividade da fileira de modo a que os agricultores a jusante a reconheçam essa atractividade e sintam motivação para investir e para serem mais competitivos.
3. As estratégias
Opções gerais
> Opções especificasEstratégias gerais para melhorar a competitividade ? Liderança em custos(maior dimensão económica e maior produtividade) Aumentar a capacidade técnica, rejuvenescimento do tecido produtivo, pomares “modernos”. Modernas unidades de processamento, concentração da oferta e cooperação empresarial. Apoiar o acesso a mercados externos
A água como factor de produção fundamental.
Diferenciação (produto ser percebido como único)
Inovação: transformação, packaging, 4ª gama, gama de frutos pequeno-almoço, os sumos … Qualidade: cumprimento de normas, segurança alimentar, especificidade e tipicidade, diferentes dimensões, rastreabilidade;
Territorialização: marcas associadas ao território (qualificações DOP/IGP); Modo de produção: biológico, produção integrada
Foco em nichos de mercado valorizadores
Grupo de clientes com características próprias Ex. Crianças entre os 5 e 12 anos Grupo de clientes de uma determinado pais Ex Exportação para o Reino Unido Grupo de clientes próximos dos concelhos produtores: Ex. Postos de venda próprios
3. As estratégias
Opções gerais >
Opções especificas
Desafios específicos de uma fileira de fruta competitiva:
Melhorar o packaging
Ajustar o packaging às necessidades específicas de grupos de consumidores Usar design para atrair consumidores
Materiais que melhorem a desempenho do transporte/conservação Tornar os produtos mais convenientes para o consumo / consumo individual
Adicionar valor ao produto
Produtos DOP e IGP Melhorar o controlo de qualidade Campanhas de promoção
Segurança alimentar
Implementar EUREPGAP Implementar HACCP Desenvolver outras certificações
Rastreabilidade
Acompanhamento dos produtores Codificação dos lotes produzidos Informatização de todo o processo
Custos de transporte
Agrupar cargas com outras empresas Melhoria de embalagens Criar divisão própria de transporte
4. Considerações finais
As frutas estão em linha com o consumo moderno Deve-se melhorar a organização da produção em todas as vertentes, em especial na promoção das OP Reforçar a coop. empresarial e o reagrupamento de OP Desenvolvimento de I&D em parceria, para inovar o produto e/ou o processo das empresas.
Incentivo à criação de marcas Orientação para a exportação Aposta na diferenciação pela qualidade
COTHN Estrada de Leiria 2461 997 Alcobaça - Portugal
Telef: (351) 262 507 657 · Fax: (351) 262 507 659 E-mail: geral@cothn.pt
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