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DIREITO DE PROCESSO PENAL:

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Fundação Presidente Antônio Carlos

Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni

DIREITO DE PROCESSO PENAL:

Título V - Da Competência.

Jéferson Botelho

Professor de Direito Processual Penal I da Faculdade de Direito de Teófilo Otoni-MG;

Professor de Direito Penal I e III da Faculdade de Direito de Teófilo Otoni-MG;

Professor de Instituições de Direito Público e Privado da Faculdade de Administração de Teófilo Otoni/MG;

Pós Graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce;

Delegado de Polícia – Titular da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes de Teófilo Otoni-MG

Apresentação:

O Direito Processual Penal é o ramo do ordenamento jurídico responsável pela definição das normas de aplicação do direito penal, estabelecendo um processo ético e civilizado a quem tenha praticado um fato definido como crime.

Neste ensaio, procuramos apresentar conhecimentos e noções gerais sobre a matéria da Competência, sem nenhuma intenção de esgotar os temas, mas com o escopo precípuo de orientar o estudo dos ilustres acadêmicos do 6º Período da UNIPAC-TO, despertando em todos a motivação em investigar esse instigante ramo do Direito, contribuindo, destarte, para a construção de uma formação sólida de conhecimentos. Um abraço a todos. Sucesso!

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DA COMPETÊNCIA

Artigos 69 a 91 do CPP:

Conceito: É a medida da jurisdição, em que existe uma porção do

Poder Jurisdicional que cada órgão pode exercer. É o espaço, legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão estatal, investido do poder de julgar, exerce sua jurisdição. Surge, assim, a competência em matéria cível, penal, militar, trabalhista, eleitoral, etc..

Natureza Jurídica: trata-se de um pressuposto processual de

validade do processo. Assim, não basta estar investido do poder de julgar (investidura), mister se faz, também, que seja o juiz

competente para o processo e julgamento da causa para que haja validade do processo.

O Código de Processo Penal é claro em dizer:

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

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Assim, não haverá validade do processo se o juiz não for competente. Ou seja, não for o juiz natural da causa.

Limitação do Poder de julgar feita pela Constituição Federal –

Justiças Especiais:

1) JUSTIÇA DO TRABALHO: Nos termos do artigo 114 da CF, os dissídios individuais ou coletivos entre empregados e empregadores competem à Justiça do Trabalho, ou jurisdição trabalhista, constituída pelos Tribunais e Juizes do Trabalho. 2) JUSTIÇA ELEITORAL: Processo e Julgamento dos crimes

eleitorais – Estão tipificados nos arts. 289 a 354 do Código Eleitoral.

3) JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO: Processo e julgamento dos

crimes militares, conforme artigo 124, Parágrafo Único da CF c/c artigo 82, Parágrafo Único, do CPPM. Os crimes militares estão tipificados no art. 136 a 408 do Código Penal Militar.

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4) JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS: Processo e julgamento dos

policiais militares, bombeiros militares, policiais rodoviários estaduais e membros da Polícia Florestal – nos crimes militares próprios e impróprios. Artigo 125, § 4º da Lei Maior,

5) DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO:

a) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – RATIONE MUNERES (em razão da pessoa e em razão do cargo) – DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: nos termos do artigo 102 da CF/88.

b) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – RATIONE MUNERES (em razão da pessoa e em razão do cargo) – DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: nos termos do artigo 105 da CF/88.

c) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – RATIONE MUNERES (em razão da pessoa e em razão do cargo) – DO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR: nos termos do artigo 124 da CF/88.

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d) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – RATIONE MUNERES (em razão da pessoa e em razão do cargo) – DO TRIBUNAL SUPEIOR ELEITORAL: A CF esvaziou a competência ratione

personae, tendo transferido o processo e julgamento das pessoas que eram julgadas pelo TSE, ou para o STF ou para o STJ.

e) COMPETÊNCIA RATIONE MUNERES (em razão do cargo) – DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA: Sua competência originária, em razão das pessoas, vem fixada na CF, nas Constituições Estaduais e no CPP.

1) na CF – Compete aos Tribunais de Justiça: julgar: os juízes estaduais, do DF e Territórios, os membros do MP dos Estados, os Prefeitos municipais;

2) nas Constituições Estaduais: Todas elas, normalmente, se referem: Deputados Estaduais, Secretários de Estado, Procurador-Geral do Estado, etc. Uma ou outra amplia esse rol, como a carioca, que estendeu o foro especial aos Vereadores.

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f) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – (em razão da pessoa) – DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS: nos termos do

artigo 108 da CF/88.

g) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – (em razão da pessoa) – DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS: nos termos do

artigo 29, I, d, do Código Eleitoral e do artigo 96, III da CF/88.

h) COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE – (em razão da pessoa) – DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR: nos termos do artigo

125, § 3º, da CF/88.

A competência da Justiça Federal comum

: De

acordo com o artigo 109 da Magna Carta, estes os crimes da alçada da Justiça Comum Federal:

“(....)

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

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 Crimes políticos – Lei 7.170/83;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

 Danificação ou destruição de cabos submarinos;

 Genocídio;

 Tráfico de mulheres;

 Tráfico internacional de entorpecentes;

 Tráfico de crianças;

 Falsificação de moeda.

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

 Organização do trabalho – art. 197 a 207 do CP;

 Sistema financeiro – Lei 7492/86;

 Ordem econômico-financeira – Leis 8.176/91 – Lei 8.884/94 – Lei 8.137/90.

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

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X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

A competência da Justiça Estadual: É remanescente, residual, ou seja, o que não for afeto á Justiça Federal por expressa determinação da Constituição da República (art. 109) é da competência da Justiça Comum Estadual.

Das diversas formas de competência: 1) Lugar da Infração: artigo 70 do CPP.

2) Domicílio ou residência do réu: Artigo 72 do CPP 3) Natureza da Infração: artigo 74 do CPP

4) Por distribuição: Artigo 75 do CPP.

Da competência por conexão ou continência:

Conexão é nexo, a dependência recíproca que as coisas e os fatos

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isso mesmo que o todo criminal deve ser indivisível. A conexão existe quando duas ou mais infrações estiverem entrelaçadas por um vínculo, um nexo que aconselha a junção dos processos, proporcionando assim ao julgador perfeita visão do quadro probatório e, de conseqüência, melhor conhecimento dos fatos, de todos os fatos, de molde a entregar a prestação jurisdicional com firmeza e justiça. Ocorre assim o SIMULTANEUS PROCESSUS e, por conseqüência, deflui daí outro efeito, que é a PRORROGATIO FORI.

ESPÉCIES DE CONEXÃO:

As ligações, os nexos que determinam a conexão, podem ser

intersubjetivas, objetivas e instrumentais.

Da conexão intersubjetiva

, em suas várias modalidades, cuida o inciso I do artigo 76 do CPP, in verbis:

Art. 76 - A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;

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Assim, temos:

a) Conexão intersubjetiva por simultaneidade, também

chamada de conexão subjetiva-objetiva ou meramente ocasional: ( ex.: duas ou mais pessoas andando por uma

estrada vêem um caminhão tombado. Sua carga: latas de óleo e produtos de limpeza. Sem qualquer entendimento entre elas, cada um apanha o que pode. Haverá tantos furtos quantos forem os autores. Em fase do art. 76, I, primeira parte, do CPP e do art. 79 do mesmo estatuto haverá um só processo.

b) Conexão intersubjetiva por concurso, também chamada

conexão subjetiva concursal. ( ex.: duas ou mais pessoas

combinam praticar duas ou mais infrações – furto de carro para assalto a banco ).

c) Conexão intersubjetiva por reciprocidade ( ex.: após uma partida de futebol, torcedores das duas equipes em campo passam à luta causando lesões leves ou graves entre si ).

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Da conexão objetiva ou lógica cuida o inciso II do art. 76

do CPP:

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

Pode ser:

a) quando infração por praticada para facilitar outra (falsificar procuração para receber dinheiro junto a uma entidade qualquer ); b) quando praticada para ocultar outra ( atear fogo no escritório

para ocultar o furto ali cometido);

c) quando praticada para conseguir impunidade em relaçao a

qualquer delas ( ex.: matar a testemunha para conseguir

impunidade em relaçao a um crime que o homicida haja cometido); d) quando praticada para conseguir vantagem em relação a

qualquer delas ( ex.: duas pessoas furtam. Na hora de dividir o

produto do crime, uma delas mata a outra para ficar com todas as coisas furtadas.

Quando uma infração é cometida para facilitar a prática de outra, fala-se, também, em conexão teleológica. Quando cometida para facilitar ou assegurar a ocultação, impunidade, ou vantagem em relação a outra, fala-se em conexão consequencial.

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Da conexão instrumental ou probatória, também

chamada conexão processual, cuida o inciso III do

artigo 76 do CPP:

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

Ex.: Morganna furta um relógio e o vende a Jéssica, que sabe da procedência ilícita do objeto adquirido. Há duas infrações: furto e receptação. Como a prova pertinente ao furto influi na prova quanto ao crime de receptação, instaura-se um só processo.

Continência: Como o próprio nome está a indicar, uma causa está

contida na outra, não sendo possível a cisão, conforme se pode perceber na rubrica do artigo 77 do CPP, in verbis:

Art. 77 - A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. *

* Obs.: os artigos citados referem-se aos dispositivos originais do CP. V. arts. 70, 73 e 74 da Nova Parte Geral do CP.

A continência pode ser:

1)Por cumulação subjetiva: em concurso de pessoas; 2) Por cumulação objetiva: arts. 70, 73 e 74 do CP.

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REGRAS PARA SE FIXAR O FORUM ATTRATIONIS:

Art. 78 - Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;

Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:

a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;

b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade;

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;

IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.

AS EXCEÇÕES À REGRA:

Art. 79 - A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. § 1º - Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.

§ 2º - A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Art. 80 - Será facultativa a separação dos processos quando as infrações

tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar

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a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

A PERPETUATIO JURISDICTIONIS

Ainda a respeito da conexão e continência há três regras especiais e importantíssimas e que, por isso mesmo, devem merecer atenção. Tais regras estão contidas no art. 81, no seu parágrafo único e no artigo 82 do CPP:

1ª regra:

Art. 81 - Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,

ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos.

2ª regra:

Parágrafo único - Reconhecida inicialmente ao júri a competência por

conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.

3ª regra:

Art. 82 - Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados

processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

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5) Por prevenção:

Significa antecipação. Assim, quando na comarca houver 2 ou mais

Juízes igualmente competentes, o que tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa, fica com a jurisdição preventa.

Juízes com a mesma competência ratione materiae e ratione loci = art. 75 c/c artigo 83 do CPP: concessão de fiança, decreto de prisão preventiva, etc..

DA COMPETÊNCIA FUNCIONAL:

A competência funcional é a distribuição feita pela lei entre diversos Juízes da mesma instância ou de instâncias diversas para, num mesmo processo, ou em um segmento ou fase do seu desenvolvimento. Segundo a doutrina, na competência funcional, o poder jurisdicional é distribuído, no desenvolvimento da relação processual, de acordo com

as fases do processo, objeto do juízo e graus de

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Como pode haver competência funcional entre órgãos da mesma instância e de instâncias diversas, podemos distinguir a competência funcional em HORIZONTAL E VERTICAL.

COMPETÊNCIA HORIZONTAL: Há duas espécies de competência horizontal: por fases do processo ou por objeto do juízo.

Na primeira, objetivam-se os atos que dois ou mais órgãos jurisdicionais da mesma instância podem praticar num mesmo processo, levando-se em conta, de regra, a especialização das funções, bem como a particular estrutura da organização da magistratura. Exemplo: numa comarca em que haja dois ou mais Juízes, se um deles tiver competência para os serviços do Júri, havendo um processo de crime doloso contra a vida tramitando pela outra Vara, após a pronúncia será ele remetido àquele a quem estiver afeto o serviço de Júri.

No que respeita à competência funcional por objeto do juízo, a doutrina alude à sentença proferida pelo Presidente do Tribunal do Júri, que é fruto da atividade do Conselho de Sentença (que julga), e do Juiz-Presidente, que prolata a sentença, dosando a pena.

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COMPETÊNCIA VERTICAL: A competência funcional no plano vertical pode ser por fases de recursos e originária.

QUESTÕES PARTICULARES:

Crimes plurilocais ou de distância mínima: Nos crimes cuja ação

se pratica num lugar e o evento ocorre noutro, qual o lócus delicti commissi? Se um motorista, transitando no Bairro de Fátima, na cidade de Teófilo Otoni-MG, por imprudência, vem a produzir lesões corporais em Morganna, o crime de lesão corporal consumou-se nesta cidade. Porém, se nesse mesmo exemplo, Morganna é transferida para Belo Horizonte e lá vem a falecer em conseqüência das lesões recebidas, a consumação do crime de homicídio culposo ocorreu em BH, tão-somente porque o evento necessário, indispensável à configuração do homicídio culposo, verificou-se na capital mineira.

O certo que, pela lógica, deveria ser o do lugar da ação ou omissão, pela facilidade na colheita de provas, pela exemplaridade e, até mesmo, no que respeita à comodidade do réu para se defender.

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Nem se pode invocar a regra do art. 6º do CP, pois essa norma diz respeito à hipótese em que se deve aplicar a lei brasileira, tendo em vista o ordenamento jurídico de outros Estados soberanos. Aqueles que entendem que nos delitos plurilocais, ou de distância mínima, o processo deve tramitar no lugar da ação (RT, 599/371,

616/344/667/338), embora estejam afrontando, claramente, o art. 70 do

CPP, sob certo aspecto não contrariam a mens legislatoris. Na verdade, quando se firmou a regra do lócus commissi delicti para a instauração do processo, o legislador objetivou, com a medida, maior correspondência às exigências da Justiça, como a facilidade da colheita do material probatório, a comodidade da defesa e a exemplaridade da persecução penal. Haverá, então, como realmente há, maior funcionalidade do juízo penal.

Não confundir os crimes à distância, ou de espaço máximo, com os plurilocais, ou de distância mínima. Aqueles ocorrem em dois Estados soberanos; estes, somente no território nacional. O foro competente para o julgamento daqueles vem previsto no art. 6º do CP e $$ 1º e 2º

do art. 70 do CPP, e o competente para o julgamento destes, fixado no art. 70, caput, deste mesmo diploma.

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Crimes de policiais militares: São os definidos no artigo 9º do

Decreto-lei 1001/69.

Crimes de prefeitos municipais: Julgamento perante o tribunal de Justiça – artigo 29, X, da CF/88 – Decreto-Lei 201/67 –

Responsabilidade de Prefeitos.

Competência da justiça comum federal e juizado especial criminal:

SÚMULAS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES SOBRE COMPETÊNCIA PROCESSUAL:

STJ:

STJ Súmula nº 6 - 07/06/1990 - DJ 15.06.1990

Competência - Delitos - Acidente de Trânsito - Viatura de Polícia Militar

Compete á Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.

STJ Súmula nº 38 - 19/03/1992 - DJ 27.03.1992

Competência - Contravenção Penal - Detrimento da União ou de Suas Entidades Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.

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STJ Súmula nº 48 - 20/08/1992 - DJ 25.08.1992 Competência - Juízo - Estelionato – Cheque

Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.

STJ Súmula nº 62 - 19/11/1992 - DJ 26.11.1992

Competência - Crime de Falsa Anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social

Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.

STJ Súmula nº 75 - 15/04/1993 - DJ 20.04.1993

Competência - Processo e Julgamento - Facilitação de Fuga de Preso por Policial Militar

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de Estabelecimento Penal.

STJ Súmula nº 78 - 08/06/1993 - DJ 16.06.1993

Competência - Processo e Julgamento - Policial Militar - Delito em Outra Unidade Federativa

Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.

STJ Súmula nº 90 - 21/10/1993 - DJ 26.10.1993

Competência - Processo e Julgamento - Crime Militar - Crime Comum - Simultaneidade

Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele

STJ Súmula nº 104 - 19/05/1994 - DJ 26.05.1994

Competência - Falsificação e Uso de Documento Falso - Estabelecimento Particular de Ensino - Processo e Julgamento

Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

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STJ Súmula nº 122 - 01/12/1994 - DJ 07.12.1994

Competência - Crimes Conexos - Federal e Estadual - Processo e Julgamento Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.

STJ Súmula nº 140 - 18/05/1995 - DJ 24.05.1995

Competência - Crime - Índios - Processo e Julgamento

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.

STJ Súmula nº 147 - 07/12/1995 - DJ 18.12.1995

Competência - Crimes Contra Funcionário Público Federal - Exercício da Função - Processo e Julgamento

Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

STJ Súmula nº 150 - 07/02/1996 - DJ 13.02.1996

Competência - Interesse Jurídico - União, Autarquias ou Empresas Públicas Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. STJ Súmula nº 151- 14/02/1996 - DJ 26.02.1996

Competência - Contrabando ou Descaminho - Processo e Julgamento - Prevenção

A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens..

STJ Súmula nº 165 - 14/08/1996 - DJ 23.08.1996

Competência - Falso Testemunho - Processo e JulgamentoTrabalhista

Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.

STJ Súmula nº 172 - 23/10/1996 - DJ 31.10.1996

Competência - Militar - Abuso de Autoridade - Processo e Julgamento

Compete à Justiça Federal processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.

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STJ Súmula nº 208 - 27/05/1998 - DJ 03.06.1998

Competência - Processo e Julgamento - Prefeito - Desvio de Verba - Prestação de Contas Perante Órgão Federal

Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

STJ Súmula nº 209 - 27/05/1998 - DJ 03.06.1998

Competência - Processo e Julgamento - Prefeito - Desvio de Verba Transferida e Incorporada ao Patrimônio Municipal

Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

STJ Súmula nº 244 - 13/12/2000 - DJ 01.02.2001

Competência - Cheque Sem Fundos - Estelionato - Processo e Julgamento Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.

STF:

STF Súmula nº 498 - 03/12/1969 - DJ de 10/12/1969, p. 5931; DJ de 11/12/1969, p.

5947; DJ de 12/12/1969, p. 5995.

Competência - Processo e Julgamento - Crimes Contra a Economia Popular Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.

STF Súmula nº 501 - 03/12/1969 - DJ de 10/12/1969, p. 5931; DJ de 11/12/1969, p.

5947; DJ de 12/12/1969, p. 5995. Republicação: DJ de 11/6/1970, p. 2381; DJ de 12/6/1970, p. 2405; DJ de 15/6/1970, p. 2437.

Competência - Processo e Julgamento - Acidente do Trabalho - Contra a União, suas Autarquias, Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista

Compete a justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

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STF Súmula nº 521 - 03/12/1969 - DJ de 10/12/1969, p. 5933; DJ de 11/12/1969, p.

5949; DJ de 12/12/1969, p. 5997.

Competência - Processo e Julgamento - Estelionato - Cheque Sem Fundos O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.

STF Súmula nº 522 - 03/12/1969 - DJ de 10/12/1969, p. 5933; DJ de 11/12/1969, p.

5949; DJ de 12/12/1969, p. 5997. Republicação: DJ de 11/6/1970, p. 2382; DJ de 12/6/1970, p. 2406; DJ de 15/6/1970, p. 2438.

Competência - Processo e Julgamento - Crimes Relativos a Entorpecentes Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.

STF Súmula nº 603 - 17/10/1984 - DJ de 29/10/1984, p. 18113; DJ de 30/10/1984, p.

18201; DJ de 31/10/1984, p. 18285.

Competência - Processo e Julgamento - Latrocínio

A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri.

STF Súmula nº 611 - 17/10/1984 - DJ de 29/10/1984, p. 18114; DJ de 30/10/1984, p.

18202; DJ de 31/10/1984, p. 18286.

Sentença Condenatória Transitada em Julgado - Competência na Aplicação de Lei Mais Benigna

Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

STF Súmula nº 704 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 6; DJ de 10/10/2003, p. 6; DJ

de 13/10/2003, p. 6.

Garantias do Juiz Natural - Ampla Defesa - Devido Processo Legal - Atração por Continência ou Conexão - Prerrogativa de Função

Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

STF Súmula nº 714 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 6; DJ de 10/10/2003, p. 6; DJ

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Legitimidade Concorrente - Ação Penal por Crime Contra a Honra de Servidor Público - Exercício de Suas Funções

É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

STF Súmula nº 721 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 7; DJ de 10/10/2003, p. 7; DJ

de 13/10/2003, p. 7.

Competência Constitucional do Tribunal do Júri - Prevalência - Foro por Prerrogativa de Função - Constituição Estadual

A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. STF Súmula nº 722 - 26/11/2003 - DJ de 9/12/2003, p. 1; DJ de 10/12/2003, p. 1; DJ

de 11/12/2003, p. 1.

Competência Legislativa - Definição dos Crimes de Responsabilidade - Estabelecimento das Normas de Processo e Julgamento

São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento

Referências

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