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Reflexões Sobre o Ensino Médio

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Academic year: 2021

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Reflexões Sobre o Ensino Médio

O ensino médio que temos e o ensino médio que queremos

O que não funciona e precisa mudar?

Modelo

• Falta diálogo com alunos e professores ainda são vistos como únicos detentores do saber;

• Alunos conformados, acomodados, passivos, sem perspectiva, que não se identificam e nem sabem por que estão na escola;

• Foco no vestibular e no ensino superior e limitação nas possibilidades de escolha e nos diferentes projetos de vida.

Clima escolar e relações

• Comportamento nocivo e intolerância no ambiente escolar (bullying e preconceito); • Relacionamento entre adultos e estudantes ainda permeado por indiferença, sem visão

sobre o ser humano.

Metodologias

• Falta uma didática que garanta um papel mais ativo aos alunos e que abra espaço para análise e produção de conhecimento.

Organização e infraestrutura

• Ambiente “positivista”, com carteiras enfileiradas, sirene e uniforme.

Que tipos de conhecimentos os estudantes desejam?

Conhecimentos para atingir seus objetivos e interesses

• Conhecimentos gerais básicos, com a possibilidade de aprofundamento em áreas de seus interesses;

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• Conhecimentos conectados com a vida dentro e fora da escola;

• Aprender a aprender, bem como saber a lógica por trás das matérias e ter a possibilidade de questionar o currículo e os métodos.

O que os estudantes querem aprender?

Política: a Constituição Federal, o funcionamento das instituições e das leis;

Consciência crítica: filosofia, sociologia, economia, educação financeira, artes, culturas,

ciências (física, química, biologia);

Socioemocionais: habilidades interpessoais, apoio psicológico e técnicas para

administração do tempo;

Diversidade e respeito às diferenças: questões de gênero e orientação sexual, etnias e

racismo, xenofobia e religiões;

Formação do povo brasileiro: maior aprofundamento sobre a história e herança africana e

indígena para desconstruir estereótipos;

Idiomas além do inglês: outras línguas do Brasil (tupi guarani, yorubá, dialetos africanos,

Libras);

Formação técnico-profissional: reflexão vocacional com foco no desenvolvimento de

perspectivas para o futuro (a partir do 1º ano) e cursos técnicos ou preparatórios opcionais com respeito a escolhas individuais (a partir do 2º ano);

Consciência corporal: sexualidade, bem-estar e saúde.

Como os jovens querem aprender?

• Aulas práticas, atividades em laboratórios e projetos; • Rodas de conversa, compartilhamentos e debates; • A partir da experiência de vida do professor;

• Por meio de jogos, desafios e gincanas; • Trabalhos em grupo e seminários;

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• Palestras de pessoas de fora da escola, principalmente sobre profissões; • Pesquisas científicas e feiras de ciências;

• Atividades artísticas , shows de talentos e feiras culturais.

Em que ambiente os jovens querem aprender?

Espaços temáticos: locais que tenham relação com o que se está aprendendo;

Nova hierarquia: horizontalidade entre professores e alunos, mais interação entre grupos e corresponsabilização;

Nova organização: desconstrução, mistura de séries, atividades conjuntas, outros agrupamentos (por temas, ideias, projetos, áreas de conhecimento);

Infraestrutura: construções de qualidade, equipamentos modernos e funcionais, menos grades, espaços mais abertos, atraentes, confortáveis, coloridos, mobiliários flexíveis para permitir várias organizações da sala de aula;

Clima: ambiente mais ético e propositivo;

Gestão democrática: decisões coletivas, escuta e participação dos estudantes, mais força e incentivo para os grêmios.

Quais são as preocupações dos jovens?

• Como o ENEM irá se alinhar ao Novo Ensino Médio? • Como garantir a viabilidade a implementação?

• Como os professores vão aceitar e se adequar à mudança? • Como mudar a formação inicial dos professores?

• Como evitar que a mudança amplie desigualdades entre escolas que têm mais e menos recursos?

• Como assegurar que escolas públicas com menos recursos promovam itinerários atrativos e de qualidade?

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Quais as nossas sugestões?

• Estudantes deve ter visão inicial de suas vocações e dos itinerários disponíveis antes de fazer suas escolhas;

• O planejamento para a construção dos itinerários deve levar em conta a capacidade da escola, as parcerias disponíveis, o contexto em que a escola está inserida e a escuta dos estudantes;

• Gestores e equipes escolares precisam receber formação para saber como montar e implementar seus currículos e itinerários;

• Secretarias precisam monitorar e apoiar a implementação, especialmente as escolas com maior dificuldade;

• Itinerários que permitam aulas eletivas para o aprofundamento de conhecimentos, tanto em componentes das áreas como em outros assuntos não necessariamente ligados a elas;

• Itinerários devem ter foco na produção de conhecimento, mais aulas práticas (e não só teoria), principalmente no de matemática, de maneira a se diferenciar da parte comum a todos;

• Oferecimento de orientação psicológica dentro da escola com foco no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e do projeto de vida;

• Formação inicial e continuada de professores que os prepare a ter uma atitude mais aberta e empática com os alunos; que os permita diversificar as metodologias de ensino (incluindo o uso de tecnologia) e consigam oferecer uma formação integral;

• Reformular o Enem para adequá-lo à BNCC;

• Permitir incentivo técnico e financeiro do governo ou de parcerias com a iniciativa privada governo para que escolas com menos recursos possam oferecer itinerários. Como critério, deve-se preservar a autonomia escolar e o foco na formação mais humana, crítica e ética;

• Educação a distância restrita à oferta de formações que a escola não dê conta de oferecer presencialmente, mas sempre mediadas por um professor presencial.

Pontos positivos:

Visão geral:

• Articulação dos componentes curriculares com temas atuais. Quando bem articulados entre si, fazem mais sentido para o estudante;

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Matemática:

• Foco no entender e aplicar o conhecimento para resolver problemas;

Linguagens:

• Muito relacionada à vida e interesses dos jovens, possui conhecimentos organizados por campos de atuação social;

Ciências Humanas e Sociais:

• Foco na análise crítica, problematização e busca de solução;

• Busca desenvolver capacidade de autoconhecimento, o papel social do estudante e da sociedade de forma contextualizada, a partir da ética e da participação cidadã;

Ciências da Natureza:

• Apresenta habilidades relacionadas ao cotidiano.

Pontos negativos:

Visão geral:

• Algumas competências são mais complexas e podem não se concretizar na prática

Matemática:

• Por ser obrigatório e isolado e outros componentes, não traz tanta mudança ou flexibilização;

• Não consegue relacionar tanto os conhecimentos com o mundo real;

• Na habilidade MAT406, o foco deveria ser na lógica de programação (pensamento computacional) e não nos comandos da programação;

Ciências Humanas/Sociais e Ciências da Natureza:

• A maioria dos professores não têm o hábito de conversar entre si para compartilhar experiências e articular seus componentes curriculares.

Desafios para implementação:

• O engajamento a formação dos professores;

• A dificuldade dos estudantes se reconhecerem seu papel, uma vez que não participaram das discussões e pela ausência das questões de gênero;

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• Estrutura física da escola não provê condições para que a BNCC aconteça da forma prometida;

• O Brasil é muito grande e será difícil assegurar implementação homogênea em todo território;

• Propostas para apoiar a implementação; • Regime de colaboração entre União e estados; • Fomento e disseminação de casos de sucesso;

• Elaboração de planos estaduais eficientes para garantir a viabilidade técnica e financeira.

Este documento apresenta propostas feitas por integrantes do Conselho Jovem do Porvir.

Ele foi elaborado após a participação dos estudantes em audiências públicas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), em Florianópolis e Fortaleza, e em uma reunião privada com membros do CNE (Conselho Nacional de Educação), que aconteceu no dia 12 de setembro de 2018, em Brasília (DF), a convite do

Movimento pela Base Nacional Comum Curricular.

Participaram do encontro em Brasília um representante de cada região do país: Tamires Costa, de Porto Alegre (RS), Túlio Fogagnoli, de Rio das Ostras (RJ), Caio Henrique, de Recife (PE), Jaíra Lima, de Porto Velho (RO) e Yasmin Mireli, de Cuiabá (MT). Os membros do CNE presentes na reunião foram Eduardo Deschamps,Chico Soares, Aurina de Oliveira Santana, Ivan Cláudio Pereira Siqueira e Nilma Santos Fontanive.

Referências

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