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Desempenho das habilidades motoras das crianças, de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC

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DESEMPENHO DAS HABILIDADES MOTORAS DAS CRIANÇAS, DE SEIS ANOS DE IDADE, DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA/SC

Palhoça 2013

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DESEMPENHO DAS HABILIDADES MOTORAS DAS CRIANÇAS, DE SEIS ANOS DE IDADE, DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA/SC

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Educação Física, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Profa. Elinai dos Santos Freitas Schütz, Msc.

Palhoça 2013

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esteve comigo.

À meu filho, Joaquim, “meu tudo”.

Ao Léo, meu companheiro, pelo respeito por meu trabalho e, acima de tudo, por mim.

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A Deus por te me dado a vida, a oportunidade de estudar e forças por conseguir realizar mais uma etapa da minha vida.

Ao meu pai, Sérgio por ser incentivador e acreditar na minha capacidade. Pode ter certeza que nunca irei esquecer, e irei recompensar com muitas alegrias.

A minha irmã Gláucia, que sempre me apoia dando-me força.

Á meu marido Léo, sempre me apoia e dando força e me escutando, aconselhando-me nas horas em que tive dificuldades e sempre me incentivando a seguir o melhor caminho pra mim.

Ao meu filho Joaquim, que soube privar-se para que eu pudesse buscar meu ideal, apoiando e ajudando em todos os sentidos. Maior amor impossível!

A grande amiga Priscila Cardoso, que nunca deixou de me ouvir e sempre tinha palavras positivas, além de um sorriso lindo e amável para me fortalecer.

A família Gesser, por essa amizade que começou no momento em que comecei a namorar com o Léo e permanece até hoje e há de nunca acabar.

A minha orientadora professora Elinai dos Santos Freitas Schütz, por ter me ajudado na construção deste estudo, por ter sido compreensiva nas horas difíceis e exigente nas horas necessárias e principalmente por ter acreditado em mim do início ao fim deste caminho.

A professora Alzira Isabel da Rosa por ser exemplo de amor à profissão e ser grande inspiradora no caminho profissional. Por ter me acompanhado e ter direcionado a linha de raciocínio deste trabalho. Obrigada de coração.

A todos os membros da minha banca de defesa, que, de uma forma ou de outra, colaboraram muito para a conclusão deste trabalho, ainda antes de receberem a versão final.

A todos meus amigos e amigas pela motivação e força. Em especial as amigas e companheiras do estágio Michele de Souza Serejo, Jucemar Oliveira e Thais Kuhn pela colaboração, entendimento e apoio para a realização deste caminho na graduação.

Aos pais das crianças, que permitiram seus filhos a participar deste estudo.

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grupo.

A todos que contribuíram de alguma forma para a conclusão desta etapa da minha vida de desenvolvimento pessoal e profissional, o meu MUITO OBRIGADA!

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passatempo. Agora, uma ação com visão pode mudar o mundo”.

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Este estudo teve como objetivo analisar o nível de desempenho das habilidades motoras das crianças, de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC. A pesquisa caracterizou-se como pesquisa aplicada, quantitativa, descritiva e empírica do tipo descritiva. Participaram 17 crianças de seis anos de idade, sendo 10 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, residentes no município de São Pedro de Alcântara/SC. O instrumento utilizado para analisar o desempenho das habilidades motoras foi o TGMD-2 – Test of Gross Motor Development, de Dale Urich (2000). Os resultados apontaram para o desempenho motor das crianças dentro da média para a idade. Quando comparados as habilidades verificou-se algumas diferenças. Na habilidade de locomoção, o salto de um pé só foi a habilidade que obteve o escore mais elevado, e a passada foi a habilidade de locomoção com o escore mais baixo. Já na habilidade de controle de objeto o melhor resultado foi obtido na habilidade rebater uma bola parada e o que obteve o escore menos elevado foi o arremesso por cima do ombro. Sendo assim, as crianças investigadas apresentaram nível de desempenho das habilidades motoras na média, sendo esse resultado abaixo do esperado e descrito pela literatura em que buscava-se crianças proficientes, com classificação acima da média ou superior, nas habilidades motoras básicas já no final da segunda infância. Sugerem-se novas pesquisas que possam investigar a qualidade da prática motora oferecida às crianças, para saber de que forma elas recebem estímulos ou orientações por parte dos pais e professores. Pois este fator é importante no desempenho motor das crianças.

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Tabela 1 – Escores brutos mínimos e máximos, médias e desvio-padrão dos participantes em cada habilidade do TGMD-2. ...29 Tabela 2 – Médias e desvios-padrão do escore bruto no TGMD-2 em relação ao gênero dos participantes. ...32 Tabela 3 – Médias e desvios-padrão do escore bruto no TGMD-2 de cada subteste. ...34 Tabela 4: Classificação descritiva do quociente motor grosso...35 Tabela 5: Classificação descritiva do quociente motor grosso por sexo. ...36

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1 INTRODUÇÃO ...10

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ...10

1.2 OBJETIVO GERAL ...11 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...11 1.4 JUSTIFICATIVA ...11 2 REVISÃO DE LITERATURA ...14 2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL...14 2.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR ...15

2.2.1 Características físicas e motoras do desenvolvimento infantil: 0 a 6 anos ...17

2.3 HABILIDADES MOTORAS...19

2.4 TESTE DE DESENVOLVIMENTO MOTOR GROSSO (TGMD-2) ...21

3 MÉTODO...24

3.1 TIPO DE PESQUISA...24

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA...24

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA...25

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS...26

3.5 ANÁLISE DOS DADOS...27

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...29

5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES...38

REFERÊNCIAS...40

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

Em 1º de março de 1829 foi fundada a Colônia São Pedro de Alcântara, primeira colônia alemã do Estado de Santa Catarina, localizada na região da Grande Florianópolis. Com quase 180 anos de história, o município mantém atrativos turísticos ligados à natureza. A cidade possui 4.710 habitantes (IBGE, 2010).

As crianças com idade de seis anos, rapidamente mostram seus horizontes, afirmando sua personalidade, desenvolvendo habilidades e testando seus movimentos corporais, a coordenação motora e uma variedade de habilidades motoras fundamentais (GALLAHUE; OZMUN, 2005; AMARANTE, 2012).

Nessa fase se desenvolvem os sistemas neurológico e motor da criança, por meio da movimentação corporal, dos relacionamentos sociais, do impulso da criança no sentido de aprender o mundo e de aprender com o mundo. Por isso, a importância de respeitar cada etapa de seu desenvolvimento, sem acelerar, resultando na organização essencial do seu corpo, para que este possa apoiar a organização de uma vida independente, ou em desenvolvimento (AMARANTE, 2012).

Para Barbanti (2003) padrão motor consiste na combinação de movimentos do tronco e dos membros que são organizados em uma ação particular de tempo – espaço. Já para Fonseca (2008) é uma ação motora específica e otimista, capaz de ser dividida em vários movimentos de grande precisão e controle.

Gallahue; Ozmun e Goodway (2013), consideram toda fase de movimentos fundamentais como possuidora de três estágios separados: o estágio inicial representa as primeiras tentativas da criança orientada para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental como caminhar, correr, saltar; o estágio elementar emergente envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais; e o estágio proficiente é caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados.

Assim são observadas as diferenças de padrões em todas as crianças, pois uma criança pode estar no estágio inicial em certas atividades motoras, outras podem estar no estágio elementar emergente e as demais no estágio proficiente. As crianças não avançam de maneira uniforme no desenvolvimento de suas habilidades

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motoras fundamentais, sendo as brincadeiras e as experiências instrutivas que vão influenciar grandemente (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

No entanto, a análise do desenvolvimento dos padrões motores específicos na infância revela agilidade e complexidade crescentes à medida que a criança desenvolve conforme a idade (ECKERT,1993).

Nesta perspectiva, estruturou-se o seguinte problema de pesquisa: como está o desempenho das habilidades motoras das crianças de seis anos de idade, do munícipio de São Pedro de Alcântara/SC?

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar o nível de desempenho das habilidades motoras das crianças, de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar o desempenho das habilidades motoras fundamentais de locomoção das crianças de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC.

 Identificar o desempenho das habilidades motoras fundamentais de controle de objetos das crianças de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC.

 Classificar o desempenho das habilidades motoras fundamentais das crianças de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC.

 Comparar a classificação do desempenho das habilidades motoras fundamentais das crianças de seis anos de idade, do município de São Pedro de Alcântara/SC.

1.4 JUSTIFICATIVA

Na educação física, os professores trabalham diretamente com as manifestações do desenvolvimento motor e, desta forma, são necessários instrumentos confiáveis e válidos. Na atualidade, há no universo acadêmico uma

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grande controvérsia a respeito da eficácia dos instrumentos utilizados para avaliar o desenvolvimento motor (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Nos últimos anos, o problema em adquirir habilidades motoras está em compreender como o ser humano evolui e passa dos movimentos mais simples para os mais complexos e, como, a partir de movimentos não estáveis, surgem os movimentos consistentes e flexíveis em determinadas fases da vida (MARQUES, 1995).

Há estudos que evidenciam uma preocupação com o desenvolvimento infantil e a influência cultural no desempenho motor. Assim, a capacidade de movimentar-se é essencial para que ela possa interagir apropriadamente com o meio ambiente em que vive, podendo gerar uma marca durável no seu desenvolvimento (FIGUEIREDO et al.,2009; MARIANO, 2009).

As crianças estão cada vez mais utilizando brincadeiras e jogos eletrônicos, passando muitas horas diante da televisão e do computador, realizando atividades em espaços pequenos que limitam a experimentação ampla de movimentos e, com isso, vêm sofrendo com o sedentarismo, assim esses fatores exercem uma grande influência sobre o nível de desenvolvimento motor das crianças (AZEVEDO, 2009).

De fato, existe uma grande dificuldade encontrada na coordenação motora das crianças, isto é preocupante, pois a falta de intervenção destas pode fazer com que os sintomas persistam durante a adolescência até quando adultos (DERNER, 2009).

Segundo Camargo (2010), os resultados encontrados em seu estudo fazem refletir sobre o efeito de programas de movimento e das aulas de educação física sobre o desempenho motor de crianças entre cinco e seis anos de idade. Em geral as pesquisas tem mostrado que as crianças apresentam níveis de desempenho motor baixos. Porém é fundamental perceber, que, apesar de um resultado inferior ao esperado, há superioridade do nível de desempenho motor de crianças praticantes das atividades físicas, quando comparadas às não praticantes: as crianças praticantes concentram-se nas categorias na média e abaixo da média, enquanto que os nãos praticantes concentram-se nas categorias pobre e muito pobre.

Assim, destaca-se a importância do conhecimento dos profissionais de educação física, no que se refere à avaliação motora da criança, como forma de

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acompanhar seu desempenho e perceber possíveis problemas na sequência motora, além de poder influenciar no processo de desenvolvimento que ocorre desde a concepção (PEREIRA et al. 2012).

Sendo assim, a escolha deste tema surgiu no decorrer da realização do primeiro estágio obrigatório, que foi realizado no Projeto Mais Educação na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). O projeto na Unisul oferece três atividades: recreação e lazer, natação e informática. Ele é frequentado por cinco escolas do munícipio de São José/SC, e as crianças que fazem parte deste projeto tem idade entre 6 e 14 anos. A atividade na qual estagiei foi na recreação e lazer e observou-se que estas crianças não realizavam as habilidades fundamentais corretamente, ou seja, os movimentos realizados não apresentavam desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados, a partir dai surgiu a duvida de como esta o desempenho das habilidades fundamentais das crianças de São Pedro de Alcântara/SC,eu buscando dar ao município que moro uma resposta quanto ao padrão motor das crianças e posteriormente apresentar aos gestores do município os resultados para possíveis aplicações práticas.

A escolha da idade de 6 anos se deu baseado na literatura específica associando a idade cronológica e desenvolvimento motor, em que essas crianças estando na segunda infância podem ou devem estar no estágio proficiente (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY 2013).

Desta forma, esta pesquisa, busca oferecer informações que possam auxiliar gestores da área da educação, profissionais de educação física, e outros interessados a trabalhar adequadamente com essas crianças, a fim de evitar possíveis alterações no perfil motor, ou ser capaz de identificá-las quando necessário.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Desenvolvimento infantil consiste em mudanças físicas, cognitivas e psicossociais que as crianças suportam desde o seu nascimento e que continua durante toda a vida (PAPALIA; OLDS, 2000; COLE; COLE, 2003; BARBANTI, 2003; GALLAHUE; OZMUN, 2005; FONSECA, 2008).

A conquista e à produção de competências psicomotoras de aprendizagem no desenvolvimento da criança resultam de influências internas associadas à espécie, e as influências externas, associadas à transformação (PAPALIA; OLDS, 2000; KREBS, 2001; FONSECA, 2008).

O desenvolvimento infantil encontra na motricidade sua mais eloquente expressão, pois o movimento constitui-se na fonte de comportamento, da forma mais básica em que a criança interage e atua de forma dinâmica no ambiente físico e social. A capacidade de realizar movimentos desenvolve um papel importante em diferentes domínios do comportamento humano (MANOEL, 2001).

Reconstrói e recombina com dois tipos de mudanças: uma quantitativa que é a mudança em número, como o aumento de peso e altura; e a mudança qualitativa que consiste na estrutura ou organização, como o desenvolvimento de um bebê não verbal para uma criança que compreende e fala uma língua (BEE, 1997; PAPALIA; OLDS, 2000; FONSECA, 2008). Se compreender o processo de aprendizagem infantil, faz-se necessário considerar os aspectos socioeconômicos, culturais e afetivos que interferem e são essenciais neste processo (ARANTES, 2003).

De fato, o desenvolvimento da criança está relacionado com a experiência social, isto é, da ação e da mediação que os adultos lhe proporcionam de um ambiente próprio que concretiza o conjunto de condições (estímulos, situações, tarefas, etc.), na qual estão na base do desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo da criança (FONSECA, 2008).

Os primeiros anos da infância são essenciais que a criança esteja em um ambiente estimulador, prazeroso e lúdico, para desenvolver seus sentidos e habilidades, sendo assim quanto mais estimulada a criança seja, a mesma se torna mais ativa, dinâmica, criativa, emocionalmente equilibrada e saudável, passando a

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realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a apresentar uma boa socialização (ALMEIDA, 2009).

De acordo com Gallahue e Ozmun (2005) e Mariano (2009), brincar é um facilitador do crescimento e do desenvolvimento cognitivo, afetivo, social da criança, tendo um importante papel em desenvolver funções cognitivas tais como um raciocínio lógico e a formulação de conceitos, sendo assim as brincadeiras lhe proporcionam uma abundância de ambientes e variáveis para promover o crescimento cognitivo. Portanto, Arantes (2003), constatou que o movimento, o jogo, afetividade e a interação possuem grande relevância para o entendimento da aprendizagem e do desenvolvimento infantil.

É também por meio da brincadeira que pode-se identificar o processo de desenvolvimento na qual a criança se encontra, problematizando situações para que possam potencializar suas aprendizagens e ampliar as fronteiras de seu universo (MORAES, 2009).

O desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da criança derivam da influência biológica e social, assim evoluindo de uma maturação emocional e motora a uma maturação linguística, e em seguida a uma maturação cognitiva que consiste de uma história concreta da experiência psicomotora a qual ela identificou em um dado contexto sociocultural. Sendo assim, a aprendizagem depende de fatores sociais e psicológicos que estão intimamente ligados à atividade bioquímica do cérebro, que compreende o desenvolvimento global da criança. No entanto, ambientes enriquecidos promovem uma estimulação mais significativa do que os ambientes pobres (FONSECA, 2008).

2.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR

Para Palafox (2012), o desenvolvimento motor consiste em um campo de investigação que estuda o comportamento motor, em populações normais ou não em diferentes faixas etárias, além de estudar as teorias que fundamentam o sentido e o significado do movimento humano no processo de desenvolvimento e aprendizagem humana. Já para Souza (1998), se refere ao amadurecimento do controle sobre os diferentes músculos do organismo.

Desenvolvimento motor é a contínua alteração e estabilidade no comportamento motor, com o avançar da idade cronológica, progredindo de um

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movimento simples, sem habilidade, até incluir movimentos complexos e organizados, também consiste na aquisição de habilidades motoras fundamentais maduras, ao longo do ciclo da vida, realizado pela interação entre as exigências da tarefa, a biologia do individuo e as condições do ambiente (BARBANTI, 2003; GALLAHUE; OZMUN, 2003; HAYWOOD; GETCHEL, 2004; GALLAHUE; OZMUN, 2005).

O desenvolvimento motor é entendido como aspecto do comportamento motor e do controle motor, no qual está diretamente ligado com o estudo das mudanças ou transformações do desempenho motor durante os diferentes momentos da evolução da vida (FERREIRA, NETO, 2004; GALLAHUE; OZMUN, 2005).

O desenvolvimento motor pode ser dividido em fases conforme a idade, mas não são dependentes dela. As fases são: reflexiva, rudimentar, fundamental e de movimento especializado, porém cada uma delas deve ser desenvolvida de maneira adequada para se obter sucesso na etapa subsequente. Sendo assim, é importante obter um desenvolvimento motor adequado já nos primeiros anos de vida, pois há maior chance da criança engajar-se nas mais diversas atividades motoras de maneira eficaz (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

O desenvolvimento motor da criança pode estar relacionado a vários fatores, entre eles as variáveis do contexto de desenvolvimento no qual ela participa ativamente, a influência desse contexto do desenvolvimento motor pode delimitar ou promover esse desenvolvimento, dependendo das atividades propostas, da forma que será transmitida e do significado que estas têm para as mesmas, sendo assim é importante à criança participar de atividades físicas que sejam significativas e estimulantes para ela. (FONSECA; BELTRAME; TKAC, 2008).

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor normal da criança depende da intervenção e dos estímulos apropriados na época certa ou período sensível, evitando que o desenvolvimento motor seja prejudicado em períodos posteriores.

Desta forma, é preciso considerar que as experiências motoras voluntárias, por si só, podem não ser suficientes para que as crianças desenvolvam movimentos fundamentais, sendo de suma importância a qualidade e variedade dos estímulos que estas crianças irão receber, aliada a uma metodologia e conteúdos adequados, vale ressaltar o quão é fundamental que se proporcionem estímulos

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motores, com conteúdos adequados ao nível de habilidade em que as crianças se encontram (AZEVEDO, 2009).

Apesar de o relógio biológico ser bastante específico quando se refere à sequência de aquisições de habilidades motoras, o padrão e a extensão do desenvolvimento são determinados individual e dramaticamente pelas exigências da tarefa em si, assim as faixas etárias meramente representam escalas de tempos, aproximadas, as quais certos comportamentos podem ser observados, desta forma o excesso de confiança nas delimitações desses períodos de tempo negaria os conceitos de continuidade, especialidade e individualidade do processo desenvolvimentista (PAPALIA; OLDS, 2000; GALLAHUE; OZMUN, 2003; GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Os comportamentos motores não são intrinsecamente dirigidos somente pelo sistema nervoso central, mas sim pelo resultado da interação de muitas variáveis a partir do organismo, do ambiente e de uma tarefa motora específica, ou seja, as interações do organismo com as tarefas a serem executadas em um contexto definem e modelam os movimentos dos indivíduos; qualquer mudança nesses fatores altera o movimento final (NEWELL, 1986 apud HAYWOOD; GETCHELL, 2004).

Assim, o desenvolvimento motor trata-se da área que estuda diversas outras áreas, entre elas a fisiologia do exercício, biomecânica, aprendizado motor, controle motor, psicologia desenvolvimentista e psicologia social (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

2.2.1 Características físicas e motoras do desenvolvimento infantil: 0 a 6 anos

O crescimento físico e o desenvolvimento motor normal ocorrem segundo dois princípios: princípio cefalocaudal, o desenvolvimento avança da cabeça para as partes inferiores e o princípio próximo-distal, o desenvolvimento avança do centro do corpo para as partes externas. Nota-se a ação desses dois princípios em comportamentos perceptíveis, tais como a capacidade que o bebê tem para manter ereta sua cabeça, antes que consiga sentar-se, e sua capacidade de sentar-se antes que consiga engatinhar (BEE, 1997; PAPALIA; OLDS, 2000).

O estágio pré-natal que consiste desde a concepção até o nascimento é caracterizado pela formação da estrutura e órgãos corporais básicos, sendo o

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crescimento físico o mais rápido de todos os períodos, com grande vulnerabilidade às influências ambientais (PAPALIA; OLDS, 2000).

A primeira infância (nascimento até três anos) é o período em que se ganha altura e peso, os membros inferiores crescem rapidamente em proporção ao comprimento do tronco, porém nem os ombros nem a cintura pélvica aumentam rapidamente. A característica da primeira infância é um corpo mais retilíneo e relativamente esguio, todos os sentidos funcionam, nesse período desenvolvem habilidades motoras como agarrar, engatinhar, andar e correr, capacidade de aprender e lembrar, a compreensão e a fala se desenvolve rapidamente (ECKERT, 1993; PAPALIA; OLDS, 2000; GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Na segunda infância entre as idades de três e seis anos, elas crescem mais lentamente do que antes, ficam magras e compridas, fazem progressos nas habilidades motoras dos músculos maiores como correr, pular, saltar e arremessar e aperfeiçoam tarefas motoras mais refinadas, como amarrar os cadarços do tênis, se vestir sozinhas, abotoar camisas e desenhar figuras, envolvem coordenação dos músculos pequenos e coordenação entre olhos e mãos, começam a mostrar preferência pela mão direita ou esquerda (PAPALIA; OLDS, 2000; GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Os meninos e as meninas são diferentes em suas habilidades físicas, pois os meninos possuem melhores resultados nas habilidades motoras em geral, em relação às atividades de poder e força, isso se deve à preferência pelos jogos de contatos e agilidade, enquanto as meninas tem maior habilidade nas atividades que exijam coordenação motora fina, como desenhar e escrever ou em habilidades motoras amplas, que combinem equilíbrio e movimento do pé, como pular, saltar e as habilidades necessárias para ginástica (COLE; COLE, 2003; SILVEIRA, 2010).

Esta diferença no comportamento motor apresentada pelas crianças pode também ser proporcionada pela influência cultural, ou sob um ponto de vista até preconceituoso quanto às diferenças entre os sexos, quando lhes são passadas atividades específicas para cada sexo (DERNER, 2009).

O desenvolvimento físico das crianças de dois a seis anos, é mais lento, embora seja ainda permanente, no entanto as habilidades motoras continuam a aperfeiçoar-se, gradativamente, porém a mesma varia de acordo com a herança genética de cada criança, das oportunidades de aprender e praticar as habilidades motoras, sendo que as crianças com seis anos de idade não esta totalmente

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preparada para participar de atividades (jogos/esportes) com movimentos especializados (BEE, 1997; PAPALIA; OLDS, 2000). Para Eckert (1993), neste período todos os padrões locomotores usuais estão adaptados e uma variedade de coordenação olho-mão estão aprendidas.

2.3 HABILIDADES MOTORAS

Ato motores que surgem dos movimentos da vida diária do ser humano, manifestam uma escala de qualidade de coordenação de movimentos. No entanto a habilidade motora encontra-se nos movimentos do dia a dia e do trabalho do individuo, como também na área do esporte (BARBANTI, 2003).

A habilidade motora se caracteriza por movimentos finos e amplos. Os movimentos finos requerem precisão e destreza, pois são executados por uma pequena musculatura, particularmente das mãos e dedos, já os movimentos amplos são os que utilizam o corpo todo ou segmentos principais do corpo, como nas atividades de locomoção, por isso muitas tarefas motoras incorporam ambos os movimentos (MALINA; BOUCHARD, 2002; BARBANTI, 2003).

A habilidade geral é dominar movimentos complicados, conhecer ligeiramente novas práticas e adaptar-se a várias situações. Possibilitando organizar da melhor forma possível uma composição complexa de qualquer movimento, de maneira que as partes sejam coordenadas entre si, assim permitindo que as partes do corpo trabalhem adequadamente na expressão do movimento (BARBANTI, 1997).

O período de dois a seis anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento das habilidades motoras básicas ou fundamentais, pois a criança está ativamente envolvida na exploração e experimentação das capacidades motoras de seu corpo, é o momento de descobrir como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro isoladamente e, então, de modo combinado. Ela possui três estágios frequentemente sobrepostos: o inicial, que representa as primeiras tentativas da criança para desenvolver uma habilidade fundamental; o elementar emergente, que envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos e, por fim, o estágio proficiente, caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

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As habilidades motoras fundamentais, ou básicas, são assim chamadas por servirem de base para os estágios posteriores do movimento (PERES, 2008 apud AZEVEDO, 2009). Já para Gallahue e Ozmun (2005), um movimento fundamental envolve elementos básicos somente daquele movimento em particular. São exemplos de habilidades motoras fundamentais: correr, pular, arremessar, apanhar, chutar, rolar, galopar entre outros.

Classificação das habilidades de locomoção, de estabilidade e manipulativas, segundo os autores (HAYWOOD; GETCHELL, 2004; GALLAHUE; OZMUN, 2005):

 Movimentos estabilizadores fundamentais – incluem as tarefas motoras sem mudança de posição espacial, podendo ajustar os giros e equilíbrios.

 Movimentos locomotores fundamentais – incluem todos os movimentos nos quais há alterações de posição do corpo, como os deslocamentos: marcha, corrida e os saltos, é a partir da locomoção que as crianças exploram o mundo e aprendem a movimentar-se efetiva e eficientemente pelo ambiente.

 Movimentos manipulativos fundamentais – envolvem a aplicação de força aos objetos e / ou a recepção de força deles. O movimento manipulativo combina, tanto com os movimentos locomotores quanto estabilizadores, e apenas depois que esses movimentos tenham sido estabelecidos é que se nota o aparecimento de movimentos manipulativos. Geralmente, este tipo de atividade motora exige um desenvolvimento avançado da percepção, principalmente visual, e da coordenação.

As habilidades motoras especializadas são específicas de tarefas e para a sua realização bem sucedida, o desenvolvimento motor fundamental é pré-requisito ao repertório motor do indivíduo. As mesmas são divididas em três estágios: o estágio de transição, onde a criança é atraída para vários tipos diferentes de atividades decorrentes de um ganho no seu desempenho; o estágio da aplicação, onde o indivíduo se torna mais consciente de seus recursos e limitações e concentra-se em certas modalidades; e o estágio de utilização permanente, onde escolhem algumas modalidades, de acordo com seu interesse e habilidade, para

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participar regularmente em situações competitivas, recreativas ou da vida diária (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Por fim, constata-se que muitos indivíduos, até mesmo adultos, não vão além do estágio elementar em muitos padrões de movimento. Sendo assim, as experiências realizadas espontaneamente pelas crianças são importantes, porém analisando todo o contexto de que cada vez mais a escola se torna o principal meio para desenvolver as habilidades motoras, faz-se necessário que se volte para o papel fundamental, que as aulas de educação física exercem no desenvolvimento das crianças, desde tenra idade (GALLAHUE; OZMUN, 2005; AZEVEDO, 2009). 2.4 TESTE DE DESENVOLVIMENTO MOTOR GROSSO (TGMD-2)

O Test of Gross Motor Development – (TGMD-2) é um teste para acompanhar e avaliar o desenvolvimento de crianças, pois o mesmo consegue analisar a fundo as habilidades motoras fundamentais e, através dele podem-se obter informações precisas de como, por que e de que maneira trabalhar com as crianças, e levando em consideração a individualidade de cada um (TEIXEIRA, 2011).

Em uma pesquisa realizada com 26 crianças, escolares, com idades entre 6 e 8 anos, os resultados obtidos foram de que apenas 4 crianças apresentaram idades equivalentes superiores as suas, variando entre habilidades motoras locomotoras ou manipulativas. Em média essas crianças foram consideradas, conforme classificação, metade com desempenho motor na média ou abaixo da média e metade pobre em relação a seu padrão de desenvolvimento (TEIXEIRA, 2011).

No estudo de Braga et al. (2009), que teve como objetivo investigar a influência de um programa de intervenção motora no desempenho das habilidades locomotoras de 60 crianças com idade entre 6 e 7 anos em que o experimento se constituiu de três fases: pré-teste, programa de intervenção e pós-teste, através da bateria de testes TGMD-2, verificou-se que as crianças apresentaram uma média de desempenho das habilidades locomotoras abaixo do esperado.

Ao investigar a influência da intervenção motora no desempenho das habilidades de controle de objetos e sua relação com a força de preensão palmar máximo em crianças eutróficas de seis e sete anos de idade, as mesmas

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apresentaram um desempenho médio maior que o proposto pelo teste TGMD-2 e este fato parece estar relacionado à forma como foram selecionadas as crianças deste estudo, pois para que fosse possível um maior controle da influência da intervenção no desempenho, foi estabelecido como critério de seleção da amostra a escolha daquelas crianças descritas com eutróficas (KEULEN, 2009).

Crianças de 7 e 11 anos de idade que participaram do estudo de Piffero (2007), que tinha como objetivo verificar a influência de um programa de iniciação de tênis, demonstraram mudanças significantes nas habilidades de locomoção e controle de objeto. Esse resultado concretiza a ideia de que a prática de habilidades motoras especializadas em esportes que se utilize de materiais como, no caso, bolas e raquete e que incorpore habilidades específicas (ex: rebater, arremessar, quicar), proporciona ao aprendiz mudanças positivas que irão refletir em ganhos sobre habilidades motoras fundamentais. Para as avaliações das crianças deste estudo foram utilizados o TGMD-2 e o instrumento de avaliação de habilidades motoras especializadas do tênis.

Santos (2013), teve como objetivo investigar se há associação entre desempenho das habilidades motoras fundamentais aos sete anos de idade e a taxa de mudança nos níveis de atividade física após três anos. Participaram do estudo 37 crianças da cidade de Muzambinho (MG). Foi aplicada avaliação das habilidades motoras grossas (TGMD-2) que foi determinado pelo Quociente Motor Geral (QMG). Porém nenhuma criança atingiu QMG acima do esperado, somente 16% das crianças atingiram a pontuação do QMG dentro do esperado, sendo a maioria das crianças, 84%, apresentaram resultados abaixo do esperado para o desempenho das habilidades motoras, principalmente entre os meninos. Apesar de Muzambinho ser uma cidade pequena em que as pessoas se deslocarem a pé de um lugar para outro e que as brincadeiras das crianças no dia a dia ainda costumam ser na rua, Santos (2013), verificou que elas ainda possuem suas habilidades motoras fundamentais pouco desenvolvidas.

Ao investigar o desempenho motor de crianças de 5 e 6 anos praticantes de atividade física sistemática, relacionando-o características biológicas, de contexto familiar e de prática, Brauner e Valentini (2009), avaliaram através do TGMD-2. Os resultados em geral indicaram desempenho motor abaixo do esperado, desempenho superior nas habilidades de locomoção quando comparadas as habilidades de

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controle de objetos, desempenho semelhante entre os sexos nas habilidades de locomoção e superior nos meninos quanto ao controle de objetos.

O estudo de Marramarco et al. (2012), objetivou investigar a associação entre o estado nutricional e o desempenho motor de crianças. Participaram 287 crianças, sendo 151 meninos e 136 meninas com idades entre 5 e 10 anos. Foi utilizado o TGMD-2, e obteve-se os seguintes resultados, independentemente do estado nutricional, as crianças apresentaram desenvolvimento motor muito pobre.

Atualmente, a prática da atividade física regular é benéfica para a saúde. A variação da atividade física para as crianças é resultante de vários fatores, nos quais incluem habilidades motoras fundamentais e a coordenação motora. O estudo de Lopes et al. (2011), teve como objetivo analisar a relação entre a atividade física habitual e as habilidades motoras fundamentais, e a coordenação motora em crianças de ambos os sexos com idade de 6 e 7 anos. A amostra foi constituída por 21 crianças, foi usado o TGMD-2 e as crianças apresentaram resultados baixos, indicadores de possíveis insuficiências do desenvolvimento coordenativo e de pobre desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, pelo que se considera que deviam ser alvo de uma especial intervenção, nomeadamente na área da educação física.

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3 MÉTODO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Quanto à natureza essa pesquisa se caracteriza por aplicada gerando conhecimentos para a aplicação prática, buscando soluções para problemas concretos, ou seja, os resultados devem ser aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade (CERVO; BERVIAN, 2002; SILVA et al, 2011).

Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa, se caracteriza como quantitativa que considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de técnicas estatísticas para o tratamento dos dados (SILVA et al, 2011).

Em relação aos objetivos esta pesquisa é classificada como descritiva, conforme Cervo e Bervian (2002), neste tipo de pesquisa, se observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los, tem o objetivo de se familiarizar com o fenômeno ou obter uma nova percepção e descobrir novas ideias. E quanto aos procedimentos técnicos, é uma pesquisa empírica do tipo descritiva que se caracteriza pela obtenção de conhecimento (THOMAS; NELSON, 2002).

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes desta pesquisa foram constituídos por 17 crianças, sendo 10 meninos e 7 meninas, do município de São Pedro de Alcântara/SC, com idade de seis anos, de ambos os sexos. A população de crianças de dessa idade no município é de 70 crianças (que no decorrer do ano de 2013 completariam seis anos de idade) segundo dados da secretária da saúde de São Pedro de Alcântara e inicialmente pretendia-se trabalhar com toda a população. Foram entregues 45 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido para crianças com seis anos completos até o dia da coleta de dados. A escolha dos participantes foi de forma não aleatória intencional e com participação voluntária.

Sendo os critérios de inclusão dos participantes da pesquisa: concordar em participar do estudo de forma voluntária com a autorização dos pais e

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responsáveis mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); estar matriculadas em alguma escola do município de São Pedro de Alcântara/SC, e ter seis anos completos até o início da coleta de dados.

Dos 47 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) entregues, apenas 17 retornaram com a autorização dos pais/responsáveis.

Salienta-se que 13 crianças participantes do estudo tinham na grade curricular três aulas de educação física por semana, e quatro delas apenas uma vez na semana. De acordo com a legislação do Município de o Estado as aulas de educação física são ministradas por um Profissional de Educação Física.

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para analisar o nível de desempenho das habilidades motoras das crianças que participaram deste estudo, foi utilizado o TGMD-2 (Ulrich, 2000) - Test of Gross Motor Development – Second Edition.

O Teste de Desenvolvimento Motor Grosso (TGMD-2) é um teste, que avalia doze habilidades motoras amplas de crianças com idade entre três anos completos e dez anos e onze meses. Ele é composto por dois subtestes: locomotor e de controle de objetos. As habilidades motoras de locomoção avaliadas são: corrida, galopar, salto com um pé só, passada, salto horizontal e corrida lateral, enquanto que rebater uma bola parada, quicar no lugar, receber, chute, arremesso por cima do ombro e rolar a bola por baixo constituem o subteste de controle de objetos.

O teste foi realizado com crianças de seis anos de idade, sendo que cada criança recebeu uma descrição verbal, seguida de demonstração da habilidade a ser realizada. A partir de então a criança realizou uma tentativa prática; caso demonstrasse não ter compreendido a tarefa, lhe foi fornecido uma demonstração adicional. Assim, a criança que apresentou alguma dificuldade na execução da tarefa ou até mesmo não compreendeu, teve duas tentativas para realizar a habilidade motora que apresentou dificuldade.

O registro do teste da criança foi realizado através de uma câmera digital, com vista lateral, acoplada em seu respectivo tripé de suporte.

Para analisar o nível de desempenho motor das crianças, foram utilizados os valores das habilidades de cada criança, representada pelo Quociente Motor

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Grosso (QMG). A partir da soma dos escores brutos de cada subteste (locomotor e de controle de objetos) onde o menor valor de cada subteste é zero e o maior quarenta e oito. Foi utilizada uma tabela de conversão para a obtenção do Quociente Motor Grosso, cujos valores variam de muito pobre, pobre, abaixo da média, média, acima da média, superior e muito superior, classificando a criança com idade motora de acordo com a sua idade cronológica.

Os materiais utilizados para a administração do TGMD-2 foram:

 Uma câmera digital;

 Cones;

 Uma trena de 50 m;

 Bola de futebol;

 Uma bola de voleibol;

 Bolas de tênis;

 Um bastão;

 Duas canetas esferográficas;

 Uma prancheta

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Inicialmente foi feito contato com o secretário da educação do município de São Pedro de Alcântara/SC, explicado os objetivos do estudo, houve aceitação e foi assinado o Termo de Ciência e Concordância entre Instituições.

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNISUL e aprovado sob numero 12.522.4.09.111. Foi agendado dia, horário e local para a aplicação do teste. Como a pesquisa foi feita com crianças menores de idade, foi enviado o Termo de Consentimento, Livre e Esclarecido (TCLE) para os responsáveis autorizarem a participação das crianças.

Foi realizada a análise do espaço físico das escolas municipais de São Pedro de Alcântara/SC, aferindo a área total e a área útil para cada criança realizar o teste.

O teste foi realizado, com as crianças que trouxeram o Termo de Consentimento, Livre e Esclarecido (TCLE) assinado, com o acompanhamento do pesquisador responsável que prestou esclarecimentos, ou saneou dúvidas no

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momento da realização do mesmo, e contou com um auxiliar durante a realização dos testes.

As crianças permaneceram em uma fila, e foram orientadas a esperar o sinal do professor (pesquisador) para iniciar o teste. Uma criança de cada vez realizou duas vezes o mesmo subteste. Foi aplicado um subteste de cada vez para cada criança. Primeiramente foi realizado o subteste de locomoção (corrida, galope, salto com um pé, passada, salto horizontal e corrida lateral) e em seguida o subteste de controle de objetos (rebater, quicar, receber, chutar, arremesso por cima e arremesso por baixo).

O teste foi filmado e o diagnóstico foi feito através da observação e análise dos critérios de desempenho para todas as doze competências. As habilidades locomotoras e de controle de objetos possuem vinte e quatro critérios de desempenho cada uma e, desta forma, cada criança avaliada possui duas pontuações, em todos os critérios de desempenho em cada uma das técnicas. Se apresentar o critério de eficiência corretamente, a criança recebe uma pontuação “1” na coluna para esse julgamento. Se não apresentar o desempenho de critério corretamente, recebe uma pontuação “0”. Calcule-se então o critério de eficiência mediante a soma das duas provas e coloca-se na coluna rotulada “escore”. Em seguida calcula-se a pontuação pela soma dos escores das habilidades dentro de cada subteste e colocam-se essas pontuações em “escore bruto”.

O tempo utilizado para a realização completa do teste foi de aproximadamente 20 minutos para cada criança. Os testes foram filmados para a análise posterior. Após a filmagem foi realizada a análise de cada habilidade desempenhada pela criança. A análise das filmagens levou aproximadamente 30 minutos por cada criança.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise do dados, foi utilizado os escores brutos e relacionados em uma tabela específica de acordo com a idade 6 anos até 6 anos e 6 meses. Depois se somou os resultados de cada escore bruto de locomoção e controle de objetos. Esse valor foi transformado em outra tabela que se chegou ao Quociente Motor Grosso (QMG). Foi utilizado o SPSS para avaliar a frequência de cada QMG no total e depois de acordo com o sexo. Para calcular a média de desempenho das

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habilidades locomotoras e controle de objeto foi utilizado o Excel. Onde foi analisada a relação habilidade locomotora e controle de objetos com a variável (sexo), sendo ilustrados nas tabelas.

Ao término da análise e tabulação dos dados, os mesmos serão armazenados por um período de 5 anos, após esse período o material será deletado e incinerado.

Após a análise dos dados foi marcado um encontro, com o secretário de educação do município de São Pedro de Alcântara, para a exposição dos resultados.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

São apresentados neste capítulo as discussões dos resultados dos dados coletados, que teve como objetivo analisar o desempenho das habilidades motoras das crianças do município de São Pedro de Alcântara.

A tabela 1, a seguir apresenta os valores descritivos para o desempenho das habilidades motoras fundamentais dos participantes do estudo, bem como os pontos máximos possíveis a ser atingido no TGMD-2, pontos mínimos e máximos atingidos pelos participantes em cada habilidade, médias e desvio-padrão. Para esta tabela, optou-se por analisar os dados utilizando como critério o escore-bruto.

Tabela 1 – Escores brutos mínimos e máximos, médias e desvio-padrão dos participantes em cada habilidade do TGMD-2.

Habilidade MaT* MiAt** MaAt*** Média DP

Corrida 8 6 8 7,2 1,0 Galope 8 4 8 5,9 0,9 Salto com 1 pé só 10 5 10 7,9 1,4 Passada 6 0 6 4,1 2,1 Salto horizontal 8 0 8 4,6 1,9 Corrida lateral 8 4 6 5,4 0,9

Rebater uma bola parada 10 4 10 7,1 2,3

Quicar no lugar 8 1 8 4,9 2,2

Receber 6 2 6 5,1 1,2

Chutar 8 4 8 6,9 1,2

Arremesso por cima do ombro 8 0 7 2,8 2,3

Rolar por baixo 8 0 8 3,4 2,4

Fonte: Elaboração dos Autores 2013.

*MaT: máximo de pontos possível de ser atingido no TGMD-2

**MiAt: mínimo de pontos atingido pelos participantes nas habilidades ***MaAt: máximo de pontos atingido pelos participantes nas habilidades

Ao observar os resultados da tabela 1, pode-se verificar que na habilidade de corrida as crianças em geral, de 8 pontos possíveis, atingem em média 7,2, pouco acima quando comparados com os estudos de Teixeira (2011), em que suas crianças alcançam a média de 5,5 e no estudo de Brauner e Valentini (2009), em que a média obtida foi 6,6. Segundo Gallahue; Ozmun e Goodway (2013), a corrida é provavelmente a habilidade motora fundamental mais importante, pois é usada em

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quase todos os esportes, jogos infantis e atividades ao longo da vida. Sendo uma das primeiras habilidades em que a criança desenvolve competência.

No galope, de 8 pontos possíveis, a média ficou em torno de 5,9, resultado próximo ao encontrado por Teixeira (2011), que foi de 6,1. Ja Brauner e Vatentini (2009), encontraram 4,8. O galope é uma habilidade rítmica, pois o padrão da marcha do movimento é assimétrico e irregular, o mesmo é a primeira habilidade de locomoção assimétrica aprendida pela criança (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

Na habilidade salto com um pé só, num total de 10 pontos, a média ficou 7,9, resultado esse também pouco acima dos encontrados por Teixeira (2011), em que suas crianças atingiram a média de 6,1 e Brauner e Valentini (2009), que atingiram a média de 4,5.

Já na habilidade da passada apresentaram a média 4,1 do total de 6, resultados caracterizados como próximos aos encontrados por Teixeira (2011), (4,6 pontos) e Brauner e Valentini (2009), 3,7 pontos.

O salto horizontal é uma habilidade explosiva, e muito requisitada em muitos esportes, como ginástica, basquetebol, voleibol e no atletismo (salto triplo e salto em distância), mostram como os atletas de elite podem maximizar a mecânica do corpo e saltar bem alto e bem longe (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). No salto horizontal, de 8 pontos possíveis, a média ficou em 4,6. No estudo de Teixeira (2011), a média das crianças ficou em 6,2 e no de Brauner e Valentini (2009), a média ficou em 3,0.

Na corrida lateral a média alcançada foi 5,4 pontos num total de 8, ficando pouco abaixo dos resultados encontrados por Teixeira (2011), em que a média foi 6 pontos e Brauner e Valentini 6,2 pontos. Esta habilidade é considerada rítmica, pois pode ser usada em esportes como o basquetebol, o handebol, no campo de beisebol e softball e na preparação para bloquear na rede do voleibol (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

Na habilidade rebater uma bola parada o escore geral foi de 7,1 num total de 10. No estudo de Teixeira (2011), o escore geral foi de 6,1 e no de Brauner e Valentini (2009), foi de 4,6. Segundo Gallahue; Ozmun e Goodway (2013), o rebater é uma habilidade balística de propulsão, que toma formas variadas em diversos esportes. Há diferentes formas de rebater, como com o braço na lateral, com o braço abaixado e com o braço levantado, com uma das mãos e com ambas as mãos. Esta

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habilidade é essencial em muitas atividades esportivas, como tênis, raquetebol, voleibol, beisebol e outras.

Já na habilidade de quicar no lugar apresentaram média 4,9 num total de 8 pontos. No estudo de Teixeira (2011), apresentaram o mesmo resultado deste estudo, já Brauner e Valentini (2009), apresentaram média de 3,3.

A habilidade receber é usada em esportes, jogos e atividades durante toda a vida. Sendo uma habilidade de manipulação cujo objetivo consiste em reter a possessão de um objeto. Esta habilidade depende de outras habilidades a fim de que a criança consiga pegar a bola/objeto, incluindo a coordenação olho-mão, a habilidade de rastrear o objeto com os olhos, antecipar a sua trajetória de modo consistente e intercepta-lo, a consciência perceptiva e a manipulação dos dedos de acordo com a dinâmica de voo objeto (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). De 6 pontos possíveis, as crianças atingiram média de 5,1, valores pouco acima dos encontrados no estudo de Teixeira (2001), média de 4,5 e no de Brauner e Valentini (2009), média de 3,6.

Chutar é uma habilidade balística que consiste em uma forma de rebater com o pé. O esporte que depende desta habilidade é o futebol. Para conseguir chutar, é preciso de coordenação olho-pé, equilíbrio e habilidades motoras perceptivas (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). A média das crianças foi de 6,9 pontos de 8 pontos possíveis sendo superior aos achados de Teixeira (2011) e de Brauner e Valentini (2009), foi 4,0 pontos.

O arremesso por cima do ombro é uma das habilidades fundamentais mais úteis funcionalmente, é inerente a esportes como o beisebol e o softball e está envolvido em esportes como o basquetebol, futebol e críquete. O movimento de arremessar também faz parte dos padrões de habilidades esportivas, como o saque do tênis, cortada no voleibol, entre outras (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). De 8 pontos atingíveis, só alcançaram 2,8. E Teixeira (2011), 3,9 pontos e Brauner e Valentini (2009), com 1,2 pontos. Talvez possa inferir-se que esses resultados encontrados possam estar relacionados a cultura do movimento corporal do povo Brasileiro que pouco desenvolve modalidades esportivas que tem como base o arremesso por cima do ombro como beisebol, softbol.

No rolar por baixo, de 8 pontos possíveis, a média ficou em torno de 3,4, abaixo dos valores encontrados por Teixeira (2011), 6 pontos e para Brauner, Valentini (2009), ficou em 4,2 pontos.

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A tabela 2, a seguir apresenta os valores descritivos para o desempenho das habilidades motoras fundamentais dos participantes do estudo, bem como as médias e o desvio-padrão dos meninos e das meninas. Para esta tabela, optou-se por analisar os dados utilizando como critério o escore-bruto.

Tabela 2 – Médias e desvios-padrão do escore bruto no TGMD-2 em relação ao gênero dos participantes.

Habilidade Meninas Meninos

M DP M DP Corrida 6,0 1,0 7,7 0,7 Galopar 6,4 0,8 5,6 0,8 Salto com um pé só 7,9 1,8 7,9 1,2 Passada 5,4 1,0 3,2 2,3 Salto horizontal 5,4 1,8 4,1 1,9 Corrida lateral 5,4 1,0 5,4 0,8

Rebater uma bola parada 6,0 2,0 7,9 2,2

Quicar no lugar 4,1 2,9 5,4 1,6

Receber 5,3 1,1 5,0 1,3

Chutar 6,7 1,5 7,0 0,9

Arremesso por cima do ombro 1,6 1,8 3,6 2,3

Rolar por baixo 3,7 1,5 3,2 3,0

Fonte: Elaboração dos Autores 2013.

Ao observar os resultados da tabela 2, pode-se verificar que os meninos evidenciam um perfil de desenvolvimento maior que meninas na corrida, sendo o contrário no estudo de Teixeira (2011), e de Brauner e Valentini (2009).

As meninas apresentaram média superior aos meninos no galope, sendo que o estudo de Brauner e Valentini (2009) confirmam este mesmo resultado, já para Teixeira (2011) os meninos foram mais eficientes.

No salto com um pé só os meninos apresentaram-se mais hábeis que as meninas, sendo o mesmo resultado encontrado no estudo de Teixeira (2011), e Brauner e Valentini (2009). Segundo Gallahue; Ozmun e Goodway (2013), essa habilidade é uma das poucas em que as meninas passam à frente dos meninos.

Na passada as meninas atingiram 5,4 pontos e os meninos 3,2 pontos, porém no estudo de Teixeira (2011), os meninos e meninas fizeram a mesma pontuação. E no estudo de Brauner e Valentini (2009), as meninas alcançaram média de 4,0 pontos enquanto os meninos 3,4 pontos.

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Na habilidade do salto horizontal, as meninas apresentaram novamente um perfil maior em relação aos meninos, isso também aconteceu no estudo de Teixeira (2011). Já para Brauner e Vatentini (2009) foi verificado o resultado contrário.

Na corrida lateral, tanto as meninas e os meninos apresentaram o mesmo resultado, sendo semelhando aos dados encontrados por Teixeira (2011), já para Brauner e Valentini os meninos apresentaram média superior as meninas.

Os meninos evidenciam resultados maiores que as meninas na habilidade rebater uma bola parada, este resultado também se confirma no estudo de Teixeira (2011), e de Brauner e Valentini (2009).

Meninos são novamente superiores as meninas na habilidade quicar no lugar, semelhante aos resultados do estudo de Teixeira (2011) e de Brauner e Valentini (2009).

Meninas com o perfil melhor que os meninos na habilidade receber, este resultado se confirma no estudo de Teixeira (2011), porém no estudo de Brauner e Valentini (2009), os meninos tiveram um desempenho melhor.

No chute os meninos estão mais hábeis que as meninas, sendo o mesmo encontrado na pesquisa de Brauner e Valentini (2009). Já no estudo de Teixeira (2011), não houve diferença entre os dois.

Os meninos apresentaram-se melhores do que as meninas na habilidade arremesso por cima do ombro, isto também se confirma por Brauner e Valentini (2009), porém é o contrário para Teixeira (2011).

No rolar por baixo as meninas foram superiores aos meninos, este resultado também se confirma por Teixeira (2011), porém para Brauner e Valentini (2009), os meninos foram mais eficientes que as meninas.

A tabela 3 apresenta as médias e desvios-padrão dos escores brutos obtidos pelos participantes no subteste locomotor e controle de objeto.

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Tabela 3 – Médias e desvios-padrão do escore bruto no TGMD-2 de cada subteste.

Subteste Meninas Meninos Geral

M DP M DP M DP

Locomotor 37,1 2,9 33,9 4,3 35,2 4,0

Controle de objetos 27,4 6,0 31,6 3,6 29,9 5,0

Fonte: Elaboração dos Autores 2013.

As habilidades de locomoção somam 48 pontos. As crianças deste estudo atingiram em média 35,2, o que demonstra a dificuldade que as mesmas têm para realizar as habilidades motoras fundamentais, pois a maioria dos dados disponíveis referente aquisição das habilidades de movimento fundamental sugere que as crianças podem e devem estar no estágio proficiente em torno dos 5 ou 6 anos na maioria das habilidades fundamentais (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). No estudo de Teixeira (2011), participaram 26 crianças de 6 a 8 anos e elas atingiram a média de 39,2, segundo o autor a faixa etária em que elas se encontram deveriam estar dentro de um padrão considerado maduro. Na investigação de Braga et al. (2009), constituída por crianças de 6 e 7 anos, os resultados apontam o desempenho das habilidades locomotoras do escore bruto geral com média de 35,4. As meninas apresentaram um perfil melhor nas habilidades locomotoras quando comparado aos meninos, resultando também foi confirmado por Teixeira (2011), por Braga et al.(2009), e por Brauner; Valentini (2009).

As habilidades de controle de objetos somam 48 pontos. As crianças deste estudo atingiram em média 29,9. Acredite-se que os padrões de movimento qualitativamente diferentes observados nas sequências de desenvolvimento representam atrativos comportamentais ou modos comuns de adquirir a habilidade, no entanto o movimento escolhido dependerá da interação entre restrições impostas pelo indivíduo, pelo ambiente e pela tarefa (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Teixeira (2011), encontrou media pouco superior, 31,7. Acredita-se que este resultado esteja relacionado ao fato de a educação física escolar, estar em defasagem e não propiciar aos alunos experiências com elementos como bastões para rebatida, bolas de diversos tamanhos ou outras oportunidades de estimulação. O resultado apresentado por Brauner e Valentini (2009), foi de 21,2 considerado um desempenho inferior ao esperado. Os meninos atingiram um perfil melhor nas

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habilidades controle de objeto do que as meninas e este resultado também foi encontrado por Brauner e Valentini (2009), e por Keulen (2009), porém no estudo de Teixeira (2011), foi o contrário as meninas obtiveram um perfil melhor que os meninos.

Na tabela 4 apresenta-se a distribuição da amostra (n=17) quanto à classificação atingida no TGMD-2. Considerando a variável desempenho do quociente motor grosso.

Tabela 4: Classificação descritiva do quociente motor grosso.

Classificação Frequência Porcentagem [%]

Muito Pobre -- --Pobre 1 5,9 Abaixo da média 6 35,3 Média 9 52,9 Acima da Média 1 5,9 Superior -- --Muito Superior -- --Total 17 100,0

Fonte: Elaboração dos Autores 2013.

Ao observar os resultados da tabela 3, pode-se verificar que nenhuma criança atingiu o quociente motor grosso muito superior e superior assim como muito pobre. A maioria das crianças atingiu a pontuação do QMG (quociente motor grosso) dentro da média. E praticamente mais de 90% das crianças apresentaram-se em torno da média (abaixo da média, media e acima da média)

No estudo de Santos (2013), nenhuma criança atingiu QMG acima da média e somente 16% das crianças atingiram a pontuação do QMG dentro da média. A maioria das crianças, 84%, apresentaram resultados abaixo da média. Já no estudo de Brauner e Valentini (2009), o desempenho geral, deduzido a partir do QMG se mostrou pobre.

O estudo de Pansera (2012), composto por 301 crianças de seis a dez anos, os resultados indicam que a maioria dos participantes encontra-se na categoria pobre, seguidas, respectivamente, pela categoria abaixo da média e muito pobre.

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No estudo de Teixeira (2011), apenas quatro crianças apresentaram idades equivalentes superiores as suas. Em média as crianças foram consideradas, conforme classificação, metade com desempenho motor na média ou abaixo da média e metade pobre em relação a seu padrão de desenvolvimento.

Os resultados no estudo de Marramarco (2012), apresentaram de forma geral, que as crianças investigadas apresentaram um desempenho motor pobre (41,5%) e muito pobre (31,7%). E no estudo de Lopes et al. (2011), suas crianças apresentaram desenvolvimento pobre nas habilidades motoras fundamentais.

O estudo de Abiko (2012), teve como objetivo investigar o desempenho motor de 145 crianças de Maringá – Paraná de seis e sete anos de idade de ambos os sexos. Nos resultados apresentados verificou-se que as crianças de seis e sete anos demostram valor pobre (79,00) no quociente motor grosso.

A tabela 4, abaixo apresenta a classificação descritiva quociente motor grosso por sexo:

Tabela 5: Classificação descritiva do quociente motor grosso por sexo.

Classificação Descritiva

Feminino Masculino

Frequência Porcentagem[%] Masculina Porcentagem[%]

Muito Pobre -- -- -- --Pobre 1 14,3 -- --Abaixo da Média 2 28,6 4 40,0 Média 3 42,9 6 60,0 Acima da média 1 14,3 -- --Superior -- -- -- --Muito Superior -- -- -- --Total 7 100,0 10 100,0

Fonte: Elaboração dos autores 2013.

Ao observar os resultados descritos na tabela 4, pode-se verificar que em termos percentuais, os meninos apresentaram frequência na média um pouco acima das meninas. O estudo de Pansera (2012), obteve resultados semelhantes. Porém

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destaca-se que diferentemente dos meninos, as meninas obtiveram uma pequena classificação acima da média.

Os resultados apresentados por Marramarco (2012), demonstram que um maior número de meninas (44,9%) apresentou desempenho motor muito pobre, quando comparado ao dos meninos (19,9%). Já no estudo de Abiko (2012), as meninas apresentaram um quociente motor abaixo da média (88,00), enquanto os meninos, apresentaram um quociente motor pobre (76,00).

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5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Após analisar o nível de desempenho das habilidades motoras das crianças de seis anos do Município de São Pedro de Alcântara, os resultados apontaram que mais da metade as crianças apresentaram o desempenho motor na “média”, seguido das crianças com classificação “abaixo da média”.

Considerando as doze habilidades motoras analisadas, nas habilidades de locomoção, o escore mais elevado foi obtido no salto com um pé só e o pior resultado foi apresentado na passada. Nas habilidades de controle de objeto, o escore mais elevado foi obtido na habilidade de rebater uma bola parada, sendo o pior resultado apresentado no arremesso por cima do ombro.

Quando comparados meninos e meninas no desempenho das habilidades motoras fundamentais de locomoção as meninas apresentaram-se superiores, sendo encontrado nas habilidades de controle de objeto o contrário com os meninos apresentando-se superiores as meninas. Os meninos, em sua maioria apresentaram um desempenho classificado como médio. As meninas também apresentaram para a maioria a classificação na média, porém destaca-se a prevalência de uma participante acima da média e uma classificada como pobre.

Sendo assim, as crianças investigadas apresentaram nível de desempenho das habilidades motoras na média, sendo esse resultado abaixo do esperado e descrito pela literatura em que buscava-se crianças proficientes, com classificação acima da média ou superior, nas habilidades motoras básicas já no final da segunda infância.

No entanto buscou-se com esse estudo trazer subsídios que possam auxiliar o profissional de educação física a compreender o desenvolvimento motor de crianças, contribuindo para o desenvolvimento de planejamentos adequados para suas aulas já que as experiências realizadas espontaneamente pelas crianças são importantes, destacando que cada vez mais a escola e as aulas de educação física como principal meio para desenvolver as habilidades motoras.

A partir dos resultados, sugere-se que os profissionais de educação física desenvolvam com qualidade o movimento das crianças e valorizem as brincadeiras e jogos padrões de movimento desde a tenra idade.

Sugerem-se também novas pesquisas que possam investigar a qualidade da prática motora oferecida às crianças, para saber de que forma elas recebem

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estímulos ou orientações por parte dos pais e professores. Pois este fator é importante no desempenho motor das crianças.

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REFERÊNCIAS

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