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P A R E C E R Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União. Não se trata de solicitação de informação

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Academic year: 2021

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P A R E C E R

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União

Referência: 00077.000480/2014-29

Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Órgão ou

entidade recorrido (a):

Casa Civil da Presidência da República.

Restrição de acesso:

Não se trata de solicitação de informação

Ementa: Pesquisa científica – argumento de que se trata de informações de interesse soci-al – Casa Civil da Presidência da República – pedido fora do escopo da Lei de Acesso à Informação – NÃO CONHECIDO.

Recorrente: L.M.C.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1. Trata-se de pedido de acesso à informação, formulado em 07/05/2014, com fundamento na Lei nº 12.527/2011, em face da Casa Civil da Presidência da República (CC-PR), nos seguintes termos:

Considerando o Art.23, inciso VI, da lei 12.527/11 e na hipótese de pesquisa financiada com recursos públicos cujos resultados não auferem ganhos fi-nanceiros, questiono:

1- No período ex-ante, durante a realização da pesquisa, são de domínio pú-blico as informações referentes ao nome do pesquisador, instituição executo-ra, objetivo geral, objetivos específicos, metodologia, cronograma, orçamen-to e recursos aprovados e desembolsos efetuados

2- No período ex-post, após a conclusão da pesquisa, o banco de dados com-pleto é de domínio público? há prazo para que o banco fique sob guarda ex-clusiva da equipe de pesquisa? Se de domínio público, quais informações consideradas pessoais devem ser excluídas?

3- É possível a Diretoria (DAS 101.5) classificar o banco de dados como re-servado? Se sim, fica automaticamente vedada a publicação de artigos cientí-ficos em periódicos indexados, mesmo que estes sejam artigos institucionais ou sob responsabilidade da equipe de pesquisadores cujo acesso foi delegado por documento específico ou por meio da assinatura do TCMS?

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2. Em 28/05/2014, o demandado responde afirmando que

Em resposta ao questionamento feito esclarecemos que a Lei de Acesso à In-formação garante o fornecimento de dados públicos de interesse particular, coletivo ou geral, os quais podem ser acessados pelo usuário para a obtenção de conhecimento. Eventuais questionamentos que necessitem de análise da legislação ou de interpretação jurídica (e não de simples disponibilização da informação) fogem do escopo da Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011. Desse modo, a informação solicitada deve ser prestada por profissio-nais especializados que analisem a questão e possam esclarecê-la de forma adequada. Com informações da Casa Civil da Presidência da República. Atenciosamente, Serviço de Informações ao Cidadão do Palácio do Planalto – www.planalto.gov.br/acessoainformacao.

3. O demandante apresenta recurso de 1ª instância em 28/05/2014, afirmando que as informações prestadas não correspondem às solicitadas. A CC/PR responde em 03/06/2014, nos seguintes termos:

Prezados, o pedido de informação não classifica-se em desarrazoado, visto que os questionamentos 1, 2 e 3 são solicitação de informações. Em nenhum monto a LAI limita sua atuação apenas na disponibilização de banco de da-dos, conforme evidenciado na resposta. Desconsidero a=o questionamento 4, entretanto solicito recurso para resposta referente aos questionamentos 1, 2 e 3. (...)

4. O demandante apresenta recurso de 2ª instância na data de 03/06/2014, reiterando os fundamentos de fato e de direito anteriormente apresentados. A resposta do órgão, datada de 09/06/2014, reitera os fundamentos apresentados anteriormente.

5. Ainda inconformado, o demandante apresenta recurso à CGU na data de 10/06/2014, reiterando seu posicionamento anterior.

6. Na data de 1º de julho de 2014, o órgão de controle procede à realização de esclarecimentos adicionais frente ao endereço eletrônico da entidade recorrida.

7. É o relatório. Passa-se à análise.

Análise

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8. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012

9. Por meio do presente recurso de acesso à informação, o demandante realiza diversas indagações acerca de pesquisas financiadas com recursos públicos cujos resultados não auferem ganhos financeiros.

10. Claramente, o demandante não almeja ter acesso a uma informação ou documento público, desejando apenas conhecer as interpretações da Presidência da República acerca do tema suscitado. Trata-se, claramente, de consulta jurídica, e não de pedido de acesso à informação nos moldes da Lei n. 12.527/11, in verbis:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre

ou-tros, os direitos de obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação alme-jada;

II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumula-dos por seus órgãos ou entidades, recolhiacumula-dos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade priva-da decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entipriva-dades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusi-ve as relativas à sua política, organização e serviços;

VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e

VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores pro-postos;

b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas rea-lizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.

11. Consoante ressaltou, acertadamente, a autoridade recorrida, consultas jurídi-cas não estão compreendidas como objeto da Lei de Acesso à Informação. Com efeito,

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possível formular pedidos de interpretação de atos normativos, o qual pode vir a ser fei-to por meio de demanda de ouvidoria.

12. Mesmo que se considerasse, ad argumentandum tantum, que o pedido do demandante encontra-se abrangido pelo escopo da Lei n. 12.527/11, seria forçoso concluir que as consultas realizadas demandariam grande esforço de análise, interpretação e consolidação de informações, pois o que na verdade se requer é a produção de um parecer jurídico ou instrumento congênere. Assim, mesmo que considerássemos a presente demanda um pedido de acesso à informação, ele deveria ser desprovido nos termos do art. 13, III, do Decreto n. 7.724/12.

Conclusão

13. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do presente recurso.

MARCIO CAMARGO CUNHA FILHO Analista de Finanças e Controle

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 00077.000480/2014-29, direcionado à Casa Civil da Presidência da República (CC-PR).

Gilberto Waller Júnior

Ouvidor-Geral da União Substituto

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 00077.000480/2014-29

Documento: PARECER nº 2747 de 03/07/2014

Assunto: Recurso de Acesso à Informação

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 03/07/2014 GILBERTO WALLER JUNIOR

Signatário(s):

aprovo.

Relação de Despachos:

Assinado Digitalmente em 03/07/2014 Ouvidor

Referências

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