• Nenhum resultado encontrado

ENSINO DE GEOGRAFIA, PROFESSORES E A RELAÇÃO ESCOLA/TV 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ENSINO DE GEOGRAFIA, PROFESSORES E A RELAÇÃO ESCOLA/TV 1"

Copied!
28
0
0

Texto

(1)

ENSINO DE GEOGRAFIA,

PROFESSORES E A RELA

ÇÃO

ESCOLA

/

TV

1

TEACHING

GEOGR

Â

PHY,

TEACHERS

AND

SCHOLL

/TV

RELATION

/ara

Vieira

Guimar

ã

es

2

RESUMO: Otrabalho analisacomoatelevisãoestápresentenoensino de Geografia tomandocomoreferência a leituradeumgrupode professores

que atua no ensino fundamental. Procura-se desvendar como esses

professoresvêem aTV no contexto atualede que formaesseveículoestá

presenteemsuas vidas eem seu trabalho. A análisefocaliza assim, o

professor,sua prática, interpretações,suasposturasedilemas. Apesquisa realizadademonstrouqueosprofessoresdeGeografia entendemque as

imagens cumprem uma função importante como distribuidoras de

informaçõesimpossíveisdeseremconhecidasdiretamenteequeo estudo de lugareserealidades distantespodeserbastante enriquecidoatravésda utilizaçãodessemeio de comunicação de massa

.

Para os docentes,sea Geografia selimitaraapresentar àscriançase jovensapenas o mundodos livros,desprezandooutras fontesdeinformação,oslimites se constituirão

não somentecom relação àmotivação dos alunos,mastambémcomrelação

asuaaprendizagem, a sua possibilidadedeconhecer e entender o mundo.

A partirdessaconstatação,abordamosaformacomoatelevisãoestásendo

inseridano trabalhopedagógicodoprofessorde Geografia,utilizandoa

]

Esteartigo foiextraídodadissertação de mestrado:TelevisãoeensinodeGeografia: sujeitos,imagens e práticas,defendida pelaautora noprogramade de Pós-Graduação doDepartamento deGeografiadaUSP/SP,em1998.

2 ProfessoradaEscoladeEducação Básicada Universidade FederaldeUberlândia

.

Mestra

(2)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

suaprópria leitura sobrea questão,oquepropiciouoesclarecimento de

comoficaoensino deGeografiadianteda multiplicidadedasinformações

eimagensveiculadas pelaculturademassa.

Palavras

-

chave: Ensino de Geografia-Tv-Professor

-

Educação -Cultura demassa

ABSTRACT:The work analyzesas televisionit ispresentin theteaching

ofGeography taking as referencethereadingof agroupof teachers that they act in thefundamentalteaching.Ittriestounmaskasthose teachers

they see theTV in the current context and thatfornisthat vehicle it is

present inits livesand in its work.The analysis focalise like this, the

teacher, its practice, interpretations, its postures and dilemmas. The accomplished research demonstrated that the teachers of Geography understand that the images executeanimportantfunction asdealers of impossible information of they beknovvn directly and that the study of places and distantrealities can bequiteenrichedthroughthe use of that

middleofmass commimication.Forthe educationalones,if the Geography limits to present to the children andyoung justtheworldofthe

books, despising other sources of information, the you are limited they will

constitute notonly with relationship the students’ motivation, but also with relationship itsleaming, itspossibilityto know and to understand

the world

.

Starting from that verification, we approached theform as television it is being inserted in the teacheFsof Geography pedagogic work, usingitsownreadingonthesubject, whatpropitiatedthe elucidation of as it is the teaching of Geography before the multiplicity of the information andimagestransmitted by themassculture

.

Keywords: teaching geography,tv, teacher, education,massculture.

“Uma pedagogiacríticada representação reconhecequehabitamos umaculturafotocêntrica,auditivaetelevisualnaqual a proliferação de imagensesons eletronicamente produzidosserve comoumaforma

decatecismosdamídia,uma pedagogia perpétua,atravésda qual os indivíduos ritualmente codificameavaliamosenvolvimentosquefazem

nosvárioscontextosdiscursivos da vida cotidiana

Henry A.Giroux

O objetivo deste artigo inscreve

-

se no campo do ensino de Geografia

.

Propomo

-

nosregistrareanalisarcomo a televisãoestásendo incorporadano processodidático epedagógico que envolveaGeografia

(3)

BOLETIMPAULISTADEGEOGRAFIA,SÃOPAULO,n.79,p.23-49,2003

escolar, Paraissoelegemoscomocentro de nossa análiseoprofessor,

suas tensões, discursos e posicionamentosfrente ao tema, tendo em

vista queeleseconstitui como um dos maisimportantes sujeitosdo processoeducativo e suavivência/experiênciatemsido profundamente influenciada pelamídia,

Acreditamos quedescobrir eentenderoque o professor nos fala sobreatelevisão poderá propiciar-nos oesclarecimentodeuma questão mais amplaque mereceumesforçoanalíticoporpartedosprofissionais envolvidos

com

a Geografiaensinadanaescola:comoficao ensino de Geografia diante da multiplicidade das informaçõese imagensveiculadas pelaculturademassa?

A televisãoexerce, atualmente, umagrande influênciaem nossas

vidas

.

Essemeio recria edifundeaquiloque certamente se constituirá

nosfatos,acontecimentos

,

sonhos e desejosmaisimportantes noâmbito social.Apresenta umgrandepoder socializador,conseguindoaglutinar

o debatedostemasdemaiordestaque,alémdeser aprincipal formade

lazer e entretenimento para a maior parcela da população. Hoje, a legitimidade dos assuntosestáligadaàquelesque passamnamídia

.

Segundo MORAN, “os meios de comunicação desempenham

tambémum importantepapel educativo, transformando-se, na prática, emuma segundaescola,paralela à convencional.Os meios sãoprocessos eficientes de educação informal, porqueensinam de forma atraente e voluntária

-

ninguém é obrigado, ao contrário da escola, a observar, julgar e agir tanto individual como coletivamente.”3 Se analisarmos de forma específicaatelevisão,observaremos que essemeioapresentaum potencial educativo significativo, emrazãodeoseuconsumo se dar no âmbito familiar,serdefácilacesso,além de estar na preferência de gosto daspessoasde um modo geral

.

A escola, em escalas diferenciadas, vem assimilando a televisão

comorecurso metodológico alternativo,promovendo aanálise sobre esse

3 MORAN, Manuel José. Os meios de comunicação na escola. In: TRUFFI, Y. H.;

(4)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

veículo de comunicação de massa ou simplesmente utilizando seus programas no processo de ensino dos conteúdos

.

Isso ocorre porque freqúentementese cobra da escola a tarefa de propiciar aos alunos

esclarecimentos que os ajudem a ser mais críticos com relação às possibilidades e limites desse meio e, ainda, de ser mais lúdica e

contemporânea.

OensinodaGeografia,pelaspróprias

caracter

ísticasdadisciplina, mantém aproximações com a TV, em virtude da necessidade de informaçõese imagenssobreos diferentes “ lugares” queestuda

.

Neste

artigo demonstramosqualtemsidoaposturados professoresdeGeografia frenteaesse meio,

no

queserefere à possibilidade pedagógicaqueele ofereceno trabalhocomosconteúdos deGeografia.De modoespecífico

,

identificamos a importânciae o papel que o professor lhe atribui no ensinodadisciplina,ouseja,por queecomo o utiliza

.

Nãonosfurtamos

,

entretanto,à análise decomo o professorcompreende os impactosea ação da indústria cultural, especificamente da televisão, na sociedade

contemporâ nea, sobretudo quando colocamos em quest ão as

aproximações e distanciamentos queaescolamantémcomessemeio de comunicaçãode massa

.

Os dados e interpretações que exporemos neste texto não foram reunidosa partirdeuma observação diretaemsala de aula. Buscamos

apreender, através da realizaçãodas entrevistas, as especificidades da visão do docente sobre o tema, sua linguaguem, sua gramática, suas próprias marcas e impressões.Acreditamosquese asmesmasquestões fossem colocadas paraos professores de Matemática ou Química, por exemplo,os resultados possivelmente seriam diferentes

.

Nosso procedimento, tanto na fase de realização das entrevistas

como no tratamentoeanálisedosdados levantados, foimarcadoporum

profundo respeito aos professores

.

Compreendemos, no decorrer da

realizaçãoda pesquisa, cujos resultadosexpomos aqui, que analisar o ensinodeGeografia colocandoemfocoodocenteeseu ofício se toma cada vez mais premente para a discussão dos rumos dessa disciplina escolar. Procuramos assim realçar os elementos internos da prática

(5)

BOLETIMPAULISTADEGEOGRAFIA,SÂO PAULO,n.79,p.23-49,2003

docente e não tomaraTV e analisá-la, descoladada práticaeda visão

doprofessor.Ninguémmelhor queesseprofissionalparamostrar como osrecursosmetodológicosestãosendo incorporados naescola

.

Afinalé

a partirdeleque seorganizaese concretiza oprocessode transposição

didáticados conteúdos.

Tendoem vistaasquestõeslevantadas acima ebaseando

-

nosnas

entrevistas realizadas,selecionamos algunspontosparanorteara nossa análise

.

Exporemos adiante como as escolas estão estruturadas em

relação àexistência doveículotelevisivo,

como

oprofessorentendea relaçãoentre a escolae aTV e, ainda,comoeste meio está'

presente

emsua prática de ensino.Esta última questãopodeser desdobrada nas seguintes interrogações: Há uma total ausência de uma cultura audivisiva no ensino de Geografia? A utilização domeiotelevisivo é secundária para o professor? Como têm ocorrido as tentativas de

incorporar esse meio de comunicação e informação no cotidiano do

ensinode Geografia?

Para tentar apreender a vivência pedagógica do docente com

relação à televisão, indagamos sobre a existência e quantidade de aparelhosdeTV e vídeopara serem utilizadosporprofessores e alunos

nosestabelecimentosdeensino nos quaisosprofessores trabalhavam

.

Apenas5% das escolas abrangidas por nossapesquisa4 nãopossuem

osreferidos equipamentos, embora todas elasjáos tivessempossuído, mas, por motivo de roubo ou defeito, estes n ão se encontram à disposição para as atividades escolares. A maior parte das escolas

(42%) possuem 2 aparelhos de TV e vídeo, sendo que o número máximo de aparelhos foi encontrado em duas escolas centrais, as quais possuemquatroaparelhoscadauma.Podemos verificar queas

escolas estão minimamente equipadas com esses recursos audio

-visuais, entretanto um número considerá vel de professores nos afirmou ser insuficiente a quantidade de aparelhos de TV e vídeo

existentesem suasescolas

.

4 A pesquisa foi realizada no município de Uberlândia-MG,comprofessores que atuam

(6)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

Essa consideração dos professores é bastante real

.

Encontramos,

porexemplo, escolasquetrabalham com mais de1000(mil) alunos e

que possuem apenas 2 aparelhos de vídeo eTV

.

Muitos docentes nos relataramquejávivenciaram asituaçãodenãoconseguir reservaraTV

eo vídeo a tempopara realizar uma projeção para seus alunos e que quase sempreaesperapela oportunidadedeutilização ébastantelonga

.

Podemos verificar,portanto,que a infra-estruturadeumnúmero signi

-ficativodeescolas nãofacilita o trabalho do professor e pode constituir

-se concretamente em um impedimento à utilização das linguagens audiovisuais noprocessopedagógico

.

Essa situação se torna mais evidente quando se observa a exis

-tência ou não de salas próprias para a utilização da TV edo vídeo

.

Entre as escolas abrangidas pela pesquisa, 30% não possuem salas para projeção de vídeo

.

Isso significa que, quando os professores

decidem explorar um material audiovisual com seus alunos, é necessárioqueosaparelhosdeTVevídeo sejam transportadosaté a sala de aula,quese faça aconexão entre os aparelhos para só então projetar o material audiovisual para os estudantes

.

Não podemos esquecerqueessamaratonaocorre dentro deumtempo cronometrado,

os50 minutosdahora/aula do professor

.

Encontramosainda,em 27% das escolas, aimprovisação desalas

deprojeção.Asbibliotecas sãopreferencialmenteoslugaresescolhidos parase colocarosaparelhosdeTVevídeo

.

Assim,esseambientepassa a ter função dupla,éaomesmotempolugarparaleituraepesquisa dos estudantes eparao usodaTVedo vídeo

.

Essefatocertamenterestringirá ousodoespaço para asduasatividades,trazendo prejuízo para osalunos emaior dificuldade deacesso porpartedosprofessores

.

As dificuldades não se restringem às relatadas acima

.

Um outro fator destacadopelosprofessoresem seus depoimentos foi a dificuldade de obter a fitasdevídeoparagravarosprogramasdeinteressedadisci

-plina

.

Asescolasnãooferecemaosprofessoresessematerialdeconsumo, oque, associado às dificuldades da própria gravação dos programas, somam grande impedimento à sua utilização na prática docente

.

O

(7)

BOLETIM PAULISTADEGEOGRAFIA,SÃOPAULO,n

.

79,p.23-49, 2003

depoimento abaixonosmostracomoa situação estásendoconsideradada pelos docentes:

[...]o queestáacontecendo nasescolaséoseguinte:ogoverno mandou

para a escola uma parabólica, um vídeo e uma TV. E só isso que ele chama dekit. Paraa minhaescola,por exemplo, que tem mais de900

alunos,nãoexiste salaambiente,nãotemdinheiro para comprar as fitas e não temfuncionáriopara operare organizar oequipamentoeomaterial gravado.Não é raroa gentesaberqueovídeoestá estragadoea TV queimou. As condições para ofuncionamentoe aproveitamento desse

material nãosãoboas[

.

..

](Entrevista n.10)

.

Apesar dos problemas ligados às condições de trabalho dos

professores,dadas pelos limitesdoespaçofísico e demateriaisda escola, a TV nãoestá ausente das atividades e doespaço pedagógico, seja de formadireta,seja indireta.Observamos que os professores apresentam capacidadeparadriblar asdificuldadesecarências

,

paratrabalharcoma escassez, recriando formas e alternativas possíveis para as atividades pedagógicase issoresultaemsucessosetambéminsucessos

.

Asrelações

dentro do espaçoescolarsãodinâmicas e complexas, mantêmum curso direcionado por descobertasdeopçõescriativase,àsvezes

,

pelocontrário, por recuos e insatisfações. Não são definitivas e passíveis de serem explicadas por um ou outro dado decaráter generalizante

.

É preciso infiltrar

-

se no interior desse espaço, conhecer as suas múltiplas faces usando metodologias diversas. Nossa opção foi adedesvendar algumas questõ

es

utilizandoafalados professores.

Quandointerrogamos oprofessorsobreosrecursosmetodológicos mais utilizados emseu trabalho comoensinodaGeografia em salade

aula, obtivemoscomo resultado oseguinte quadro:orecurso utilizado commaior frequência pelo professorado é olivro-didático,aoqualeles

sereferem como livrotexto;comosegundaopçãoaparecem os jornais e revistas; como terceira opção aparecem os programas, filmes,

documentáriosetc

.

jáveiculadospela TV e,comoquartaeúltima opção elencada pelos professores,aparecem osfilmesedocumentários ainda não veiculados pelaTV.Nasentrevistas podemos perceberqueháentre

(8)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

tornar o ensino da disciplina mais interessante, vivo e dinâmico,

despertando o interessedos alunos pelo conteúdoeassim tomandoas aulas e a relação professor-aluno mais prazerosas

.

Na tentativa de diversificaçãodasestratégiasdidáticas

,

osrecursosmetodológicosque apresentam maiordestaquesão a imprensa escrita e o vídeo. Percebemos

aquique, apesarde todosos limites colocados pelaescola,

o

vídeore

-presenta a terceira alternativa metodológica maisutilizada porpartedos professores deGeografia

.

A utilizaçãode jornais e revistas nas aulas de Geografia é bastante comum por parte dos professores entrevistados

.

Isso ocorre porque,

além de esse tipo de material ser valorizado pelos docentes, tanto o

acessoaelecomoamaneira detrabalhar com eleem sala de aulasão bem maissimples doque emrelação a TVe vídeo

.

Para trabalharcom jornais e revistas osprofessoresnãoprecisam enfrentarasdificuldades

degravar o programaouconsegui-loem locadorasdevídeo,emoutras instituições ou ainda com terceiros. Além disso não precisam passar pela desgastante tarefa de reservar a sala de projeção ou

,

como em

muitasescolas, levaroequipamento para asalade aula. Apesar disso o professor afirma que o vídeoéumrecursomais interessante para os alunos que a imprensa escrita e que quase sempre obtém melhores

resultados quando o utiliza, pois, como

os

alunos gostam

,

eles se envolvem mais nasatividades,

Antes de adentrarmos as questões sobre quais programas televisivos são utilizados e comoosão,procuramosapreender como o professorde Geografiaentende a relaçãoentre a escola e aTV

.

Para

nós foi particularmente interessante contrapor os resultados obtidos

por nossa pesquisa com o queabibliografiaapresenta sobreoassunto

.

A maior parte dos textos que tratam da relação escola/TV apontam paraofato de que aescola se encontrafechada para aTV por motivos

diversosquevão desde asupervalorização daescritaeo menosprezoa

outrasformas de linguagens, até a aversão pelo meio televisivo por considerá

-

lodeseducativo.Alguns autores chegamaapontaruma certa

(9)

BOLETIMPAULISTA DEGEOGRAFIA,SÃOPAULO,n

.

79,p.23-49, 2003

existência de duas escolas paralelas

.

Vejamos,então, de forma mais específica, oque abibliografiaeos dados nosapontam

.

Penteado,emseulivroTelevisão e escola:conflitooucooperação

,

nos afirma quea TV se apresenta, de formaextremamente vantajosa,

comoum desafioeao mesmotempo uma concorrência paraa escola. Nesse ambiente de competição estabelecida, a TV é habitualmente acusada de:

roubar das criançase adolescentes muitas horas de estudos, bem como

de outrosafazeressaudáveis,comode brincadeiras,jogos eesportes; -exporosjovenstelespectadoresaumalinguagem oralpadronizada,cheia

dechavões,empobrecida;-apresentar,através deumrecursoda imagem, reduzida em sua potencialidade reveladora (pela linguagemoral, tal

como é utilizada), uma dada versãodofato, que passa como se forao própriofato ;[

.

.

.

]-desestímulo àaquisição deinformação por outros meiosque exijammaioresforço,comoaleitura detextosescritos,por

exemplo;-desinteressepelasaulas,uma vez que nãoseapresentamtão

sedutoras eatraentes.5

Ao questionarmos os professores sobreseéválidocomparara função daescolae da TVna sociedade, obtivemos, damaioria deles,resposta afirmativa, tendo eles justificado que as duas instâncias veiculam informação e conhecimentos, mas o fazem de forma diferente, assim como possuemobjetivos diversificados.Entretanto os entrevistados não se dão contadaconcorrência anunciada pelaautora, expostaacima

.

Os professoresdelimitamdeforma simples as diferenciaçõesentreaescola

e a TV,apontandomajoritariamenteofatodequenãoé possívelpromover conhecimento somente através do lazer e do entretenimento

.

A aprendizagem,para amaior parte dos docentes, pressupõe opensar, o esforço,oestudoparaasuperaçãodeetapas, tarefa bem mais ampla e complexa do que ficar estaticamente parado diante de um aparelho assistindoaumasucessãodeimagensrápidas e de fácilcompreensão.A

competiçãoentrea escola e a TV anunciada pormuitosautoresnãoestá

presentenouniversodoprofessordeGeografia

.

(10)

IARA VIEIRAGUIMARÃES

Constatação semelhante podemos tirar no que se refere à idéia

usualmenteveiculada de queteríamos uma televisão forte e uma escola fraca. Os professores, conforme já expusemos no capítulo anterior, reconhecem o poder da TV na formação da opinião pública, assim como sua influência nasatitudes ena vidadas pessoas

.

Entretanto o professor vê como sendo significativa a experiência escolar para a conformaçãodosentendimentos,idéias e comportamentos dos alunos, alé

m

se serela uma das maisimportantesalternativas de promoção

social

para

a grande parcela da população

,

o que lhe confere

importância e significado social. A escola, para os professores de Geografia,apesarde todas

as

suas debilidades,não éfracadiante do

fascínioedopoder daTV.

No questionário aplicado aos professores colocamos a seguinte questão: a televisão atrapalha/dificultaa açãoeducativa da escola?Para amaiorpartedosdocentes (47%)a televisãonão atrapalha a escolaem suas açõeseducativas,18% responderam quesime 35%dosprofessores

responderamqueemalguns

casos

, sendoque os maiscitados foramos

fatos deesse veículo ocupar muito tempo doaluno, empobrecer sua linguaguem e exceder-se na veiculação de cenas de violência

.

Nas entrevistas verificamosamesmatendência,a maiorpartedos professores considerandoque a TV pode influenciar na educação dos alunos pela

escola,masqueissonão significanecessariamenteumadificuldade, já

que aquela pode também facilitar o trabalho pedagógico, conforme nos apontao depoimento abaixo:

Atelevisãoestánavidadas pessoas, masaescolatambémestá.O aluno

fazassociações, ele cruzaoque vê naTVeoqueaprendenaescola,e para mim isso émuitobom.Entãoeunãoachoqueatelevisãosóatrapalha a escola,achoqueela complementa, interfere,às vezesaté enriquece

.

Penso queoprofessor devediscutir o papel da televisão na sociedade, para queos alunossejam maiscriteriosos para escolher a programaçãoa que vãoassistir,esse trabalho de conscientizaçãoagente temque fazer

(Entrevista n

.

14)

.

Percebemos através dos depoimentosqueos professores deGeo

-grafia,em sua maioria, não apresentam visões radicais econtrárias às

(11)

BOLETIMPAULISTADE GEOGRAFIA, SÃO PAULO,n,79,p

.

23-49, 2003

aproximaçõesentreaTVeaescola.Pelo contrário,semostraramflexíveis e abertosao uso da TVcomorecursometodológicoalternativo.Entretanto

é preciso assinalar que emrarosdepoimentos verificamos o enaltecimento exacerbadodoveículo

.

Omesmoocorreu emumasituaçãoextremamente oposta, em poucos casos verificamos um certo receio com relação à presençadaTV naescola, conformepodemosobservarabaixo:

Eu achoque aposição doprofessorfrenteàTVdevesermaismoderada, porque aíasuafunçãopodesermuitodescaracterizada

.

Hojena escola

públicao alunoestá sempreemprimeiro plano.Antigamente vocêtinha o professorláemcimaepor últimooaluno.Hoje inverteu,o alunotá lá

em cima e o professor lá em baixo. Eu acho que teria que ter uma

equiparaçãonessarelação.Porissoeu achoquea televisão deveserusada

moderadamente para nãodescaracterizarmuitoa profissão,maisdoque

ela já está. Hoje no estado a genteestávendoaíque nas propostas do governo a função do professor vaiser de animador. Não vaiser mais professor.O que agenteouveé isso!Elesótirariaasdúvidasdoaluno, existiriaos programasdetelevisãoque demonstrariamoconteúdoe teria oanimadorsóparatiraras dúvidas.Sinceramenteeunão duvidoque o

governomaiscedo ou mais tarde queira implementar isso,eu nãoduvido mais denada(Entrevista n.6)

.

Nesse caso podemos perceber que o professorassocia a presença da TV naescolacomafalta deautonomiaem seuprocessodetrabalho

.

Asquestõesnão sãocolocadas diretamentesobreaTV, masao usoque se podefazerdela no sentido dedesfavoreceredescaracterizar otrabalho docente

.

Esse depoimento está profundamente relacionado à situação

vivenciadapelosprofessores da rede estadualde ensinoemMinas Gerais atualmente,ao desconforto gerado pelasmudançasconstantes lançadas

a nível governamental, à perda latente do poder do professorado em organizar, gerir e avaliar o trabalho pedagógico realizado em sala de

aula e, ainda,às mudançasna relaçãoprofessor/alunoquesãonitidamente desfavoráveis aos professores, o que acentua neles o sentimento de

insegurançaedesesperança quantoao seufuturoprofissional

.

Portanto

o professor em foco não está negando propriamentea televisão, mas todoo conjunto de situaçõesque norteiam o seu fazerprofissional,as suascondições de trabalho

.

(12)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

É inegável,entretanto,queodepoimento acima anunciaumacon

-corrência entreoprofessor eaTV

e

, aomesmo tempo, umcertoreceio

por parte dos entrevistados,de que esse veículo venha a ocupar

o

seu lugar no processo pedagógico. Apesar de esse processo ser motivado por questões ligadasauma

cr

íticadecarátergeral sobre astransformaçõ

es

do seu ofício,ele acaba expressandoumentendimentodequeaescola

devefechar-se emtomo dasuaprópria culturaeprocedimentose,ainda

,

não aceitar a introduçã

o

de novas linguagens metodológicas. Ficam comprometidasnesse processo

as

necessáriasinter-relaçõesentreaescola e a TV,o aproveitamento do potencial desse meio

.

Resguardadosos entendimentos deordem pontual, evidenciou

-

se queamaioriadosdepoimentos dos professores caminham nosentidode mostrar como possível a relação escola/TV, percebendo

-as

como ins -tâncias quepossuemsemelhanças,mas também diferenças marcantes. Essaéuma visão que podemos qualificar como equilibrada

,

pois,como esclareceRocco,

se é válidoe pertinente compararmos TV eEscola, já queambas têm alguns pontos de intersecção, uma vez que às duas cabe a função de informareeducar, épreciso,noentanto,resguardarmosessasinstituições

naquiloquelheséinerente.TVeEscola configuram

-

se como realidades diferentes umada outra, seja pelasuasorigens,sejapelasuas naturezas.

TVeEscola nãosão perfeitamente complementares eisomórficas,nem

semostramcomo totalmenteantagónicas.Secabeà escola,precipuamente, promover a educação formal, na qual está compreendida também a informação,tocaàTV,fundamentalmente, propiciarlazere divertimento

ao público por meio da informação, porque não dizer, por meio de propostas educativas de caráter não

-

formal.6

Um número muito reduzido de professoresabrangidospela pesquisa revelou nunca ter utilizado programas televisivos em saladeaula

.

Entre os professores que responderam ao questionário,9%declararamjamais terfeitousodaTVemsalade aula

.

Jáentreosabrangidospela entrevista

6 ROCCO

,Maria T.Fraga.Quepodeaescoladiantedofascínio daTV.In:TRUFFI,Y.

(13)

BOLETIMPAULISTADEGEOGRAFIA,SÃOPAULO,n.79,p.23-49,2003

essa situação não foi encontrada. Os programas mais usados pelos

professoresemsaladeaula são,porordemdeimportânciaefrequência: osfilmes gravados pelos professoresapartir de sua veiculação pela TV, oprogramaGloboRepórterproduzido e transmitido pela RedeGlobo

deTelevisão, oprograma Globo Rural e o programa GloboEcologia,

ambos tambémtransmitidos pelaRedeGlobo de Televisão.Um grande número de programas foram citados pelos professores, como, por exemplo: Brasil Legal e Fantástico(RedeGlobo),SBT

-

Repórter (Sistema

BrasileirodeTelevisão)

.

OprogramaGloboRepórter,depoisdos filmes,éa referênciamais

forte para o trabalho do professor de Geografia, no que se refere à televisão

.

Ele écertamenteoprogramaproduzido pela TV brasileira

maisutilizado pelos professores,oqueéjustificadopelapossibilidade

de inter

-

relação entre muitosdostemasporeleabordadoseoconteúdo curricular da Geografia. Associado a isso aparece o alto índice de audiência da emissora (Rede Globo)que garantedestaque aodebate dos temase ainda ofato de oprograma ser veiculado semanalmente

em horário fixo, o que confere ao professor maior facilidade para realizaragravação

.

Constatamos ainda que a utilização dos programas da TV por assinatura temsidopequena em saladeaula.O mesmo ocorre comaTV Escola7.Suainfluênciaatéomomentotem sido insignificantenoensino

da Geografia, pois apenas 3% dos docentes abrangidos pela pesquisa

revelaram terusadoseusprogramas. Issoestárelacionado àsdificuldades dasescolasparaa realização dagravação,alémda ausênciadoprofessor

7 TV Escola é um programa daSecretariadeEducação à Distância doMEC,quetem uma

programaçãotransmitidaatodooBrasilatravés dosatéliteBrasiisat,podendosér captado

pelasescolasatravésdeantenaparabólica.Os programas transmitidosnecessitamser gravados em fitas de vídeo-cassetepara posteriorutilização pelos professores. Os

equipamentos para captação e gravaçãodos programas compõemochamado Kit tecnológico,compostoporantenaparabólica,receptordesatélite,televisão,vídeo-cassete

efitas VHS, que foi adquirido pelas escolas com verbado Fundo Nacional de

(14)

IARA VIEIRAGUIMARÃES

na introdução e discussão dessa intervenção pedagógica e tecnológica

por parte do governo.Apesarde a instalação do equipamento naescola ter-se concretizado,ohouveinvestimento noprofessore

o

decorrente compromisso deste com o projeto

.

Sem a sua participação efetiva, estabelecedo as conexões necessárias,o projeto não está funcionando

bemnosetorque pesquisamos

.

Para tentarmos apreenderque vantagens oprofessor de Geografia vêno usodatelevisão, lançamosa eleaseguintequestão: A TV auxilia de alguma forma os conteúdosque desenvolveemsaladeaula?Amaioria

absoluta dos professores respondeu que sim e elencou como ponto

positivoparaserealizar um trabalho comaTVofatodeque esse veículo despertao interessedosalunos peloconteúdo.Portanto, para

os

docentes,

suamaior virtudeéacapacidade demotivação.Alémdessa razão, uma

outrafoi citadademodosignificativo: ofato deaTVpossibilitar,através da imagem, o entendimento direto de espaços distantese realidades impossíveis de os alunos conhecerem pessoalmente ou mesmodifíceis de serem apreendidas através de um texto

.

O depoimento abaixo é

ilustrativopara nos mostrarcomo osprofessores, de diferentes formas,

demonstraramessavisão:

Eu acho que a TV auxilia bastante a Geografia. Quando os alunos conseguem assistir qualquercoisa denovoque aparece, nooutro dia podeficarpreparadaqueeles vãofazer perguntas.Ovisualparaoaluno

émuito importante,nãosó paraoaluno,para nós também.É terrível

para oaluno terqueficarsempreimaginandocomoéafloresta,comoé

aChina,comoéa indústria....Por isso a televisão pode serumaforte

aliadadoprofessorde Geografia,até mesmo porque os alunosadoram

ver TV,eles vibram quando agentefala que vai passar umfilme ou

outroprogramaqualquer,aía gentepercebe que elesficam realmente a fim de estudar Geografia, ela começa a fazer algum sentido na vida deles(Entrevistan.13)

.

Notamos que,ao usarem sala de aula osprodutos televisivos, os professores demonstraram-nos estar imbuídos de uma preocupação

didática de tornaro ensinomais lúdicoe agradável,oque certamente poderá resultar em melhorias no relacionamento, na disciplina e em

(15)

BOLETIM PAULISTA DEGEOGRAFIA, SÃOPAULO,n.79, p.23-49,2003

umaumento dointeressepelo conteúdo, porpartedosalunos

.

Assim

como, pelo contrário, pode tornarosalunosmaisdóceisparaaceitar as imposições e os paradigmasdadisciplina econseqúentementeda escola, assimilando o conteúdo curricular de modo mais ameno e passivo

.

Nessecaso, a funçãodo professorcontinuasendo a detransmitircon

-teúdoeadoaluno,derecebê-lo.Observamosque osdoissentidos da

motivaçãoanunciados acima se apresentam de forma associada para

os professores pesquisados: ousoda TVocorre tantoparaconseguir maior controledisciplinarsobreosalunos,comotambémparatornara aula mais prazerosa.M.Enguitanos mostraquea motivação proposta no interior da escola está quase sempre associada à necessidade do controledisciplinar,sendo que:

ascriançase jovensacodem aela(aescola)carregadosde motivação, mas aobsessãodaescolaé substituirasqueelestrazem pelasqueela

consideraassociadasaobjetivos dignosdeseremperseguidos.Motivá

-los,na realidade, quer dizerconvencê-losde que desejamporsipróprios

irparaondeoprofessorjá decidiu que vão.Ecomo os objetivos com frequência nãosãocompatíveis,isto implicafazer tábuarasade todos osque possam entrar emconcorrência com aescola, o que em uma sábiapolíticapreventivaacabapor consistiremtodososqueelespodem trazer porsimesmos.8

Sabemosqueumadas principais críticasdirecionadasàescolano

mundo contemporâneorelaciona

-

se àsua incapacidade para despertar o interesse dos alunos mobilizando-os na busca do conhecimento, o que se deve ao fato de essa instituiçãoser pouco sedutora e lúdica,

levando o aluno a trabalhar e aprender maisem função das regrasedo

deverde obediênciadoqueporprazer.Nesse sentido,se colocacomo fundamental para a escola descobrir, reinventar e estar aberta a linguagensmetodológicasalternativas queencaminhem de modo mais

inventivo a relação do aluno com o saber. A televisão se apresenta nesse processo como um recurso possível, tendo em vista o enorme potencial motivador que representa

.

(16)

IARAVIEIRA GUIMARÃES

Entretanto ousoda televisãopela escolapossuiumsignificadomaior

doque o relacionadoà adoçãodelinguagens metodológicasalternativas, o qual não se apresentou de forma marcante nos depoimentos dos professores

.

Dado osignificadodatelevisãonoâmbito da sociedade é, também,importanteque

a

escola realizeumaintervençãonosentidode

promover um constante exercício de reflexão sobre o fato de que a mensagem rápida da TV muitas vezes não revela oque está além do observável

.

Ouseja,é imprescindívelquea escolapromova umareflexão sobre como a TV mostra a realidade, colocando em discussão os estereótipos e as informações veiculadas por essemeio

.

A nosso ver,

pensarsobreaspossibilidades da mídia

,

em especialdaTV,requer por

parte dos professores e alunos o exercício da reflexão, o cultivo da

desconfiança

.

Afinal a escola nãoépassivadiantedaTV,especialmente se todo esse processo ocorrer de modo a contrariar o conteúdo

reprodutivista do ensino,sendoelepermeado pelaanálise, pela

cr

ítica

.

Ousodamídia pode então despertarconsciências

cr

íticas

.

Concordamos com a afirmativa deque“em quepesem aslimitações da escolaeem que pesem os inúmeros tabus que enrodilham seus profissionais, confundindo-os e tornando-os instrumentos da confusão, que tudo homogeniza, É elaaindaesão eles ainda a agência eosagentes deum

esclarecimento,de umadesbarbarização.”9

Os professoresdeGeografianosdemonstraramentenderclaramente que as imagenscumprem umafunção importantecomodistribuidoras

de informações impossíveis de serem conhecidas diretamente

.

Assim como o estudo de lugares e realidades distantes pode ser bastante enriquecido através da utilização deste meio de comunicação, e não

somente através dolivro didático

.

Para os docentes, se aGeografiase limitar a apresentar o mundoàs criançase jovens, desprezandooutras fontesde informação,oslimitesse constituirãonãosomentecomrelação àmotivação dosalunos,mastambém com relação asuaaprendizagem, asuapossibilidadedeconhecere entenderomundo

.

5 OLIVEIRA,N

.

R

.

de.A escola,essemundo estranho.In: PUCCI, B

.

(Org

.

)

.

Teoria

criticae educação:aquestão daformação cultural naescola de Frankfurt

.

p.138. 38

(17)

BOLETIMPAULISTADE GEOGRAFIA.SÃOPAULO,n.79,p.23-49,2003

Entendemos, entretanto, que o professor de Geografia deveria preocupar-se também com o desvendamento e problematização dos

processos comunicacionais que ocorrem no interior da sociedade

contemporânea.A função daescola sedistancia daquela dosmeios de

comunicação de massa porque

sua

função nãose restringe a fornecer

aosalunos informaçõessobreos lugares numa quantidade e velocidade

frenéticas.À escola cabeumoutro papel

,

ode dartempo econtinuidade à análise, odepossibilitar a reflexão tentandosuperar,ou pelo menos entender, o simulacroproduzido pelasmídias.

Ao serem questionados sobre como

os

programas são utilizados

em

saladeaula,osprofessoresdemonstraram, emsuamaioria,partirde

e

analisarcomosalunos somenteas informaçõese oconteúdo racional colocado pelos programas televisivos

.

Prevalece,portanto,a ênfase no racional,nas questõesdeordemcognitiva domaterial,sendo aemoção, afruição,o prazerdo espetáculotelevisivo desprezadospeloprofessor. Não

se

dedicaatenção ao universo das fantasias e das afetividades geradas pelos recursosaudiovisuais

.

Aodescreversuaspráticas, os professores

deixamemergir claramentesuasintervençõesnodirecionamentodoolhar

doalunopara aquilo que elegemcomoimportanteparaque eles vejam

.

Nãoexploram os desejos,os valores,asemoçõesesensaçõesprovocadas pelosprogramas,eassimos alunos

n

ãotêmaoportunidade dediscutire demonstrarcomo o programa visto mexeucom sua afetividade. Dessa forma, o professor de Geografia deixa de fazer uma associação fundamental entre prazere conhecimento, o que poderia ser bastante

rico na apreensão das linguagens audiovisuais

.

M. Franco,

em

um primorosotextosobreo prazeraudiovisual ea

educação,nos mostraque

quando nos sentamos diantedas telinhas ou telonas para usufruir do

universoonírico desons e imagenscriados à semelhançaeà reveliada

realidade, abrimos todosos nossos sentidospara que nenhum detalhenos

escape enosfurteao prazereàcompreensão.Assim como cada sentido

docotidianoque nosfereos sentidos éapreendido,emprimeirainstância, sem a mediação do racional, também a linguagem audiovisual foi

(18)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

dassuas peripécias narrativasetécnicas, podemos ounãopassar para um

estágiodeanálise racionalecríticadesse estado emocional radical aque

nos permitimos

.

10

Nesse sentido, quando usamos em sala de aula os recursos audiovisuais,devemos contribuirparaesseavançardeestágio,pois a análise

cr

ítica é importantee necessária

.

Entretantooenfoquenãose

deve dar unicamente em torno dela

.

O professor de Geografia de

-monstrou-nos reconhecer a importânciadaTVcomomotivadora para captar o interesse e a curiosidade do aluno

.

Apesar de reconhecer o princípio da diversão, o docente possui dificuldade na exploração didática do audiovisual, em entender e desenvolver o processo na perspectiva da união/integração entre, ocognitivo e o afetivo

.

Falta,

portanto, conciliar o “clima de viagem de aventuras entreos estados sensíveis estimulados pela linguagem audiovisual e o caminho da

compreensãoracional dosconteúdoscomunicados esteticamente pelos

artistas da mídia”

.

11

Sabemosqueosrecursosaudiovisuais combinamemoçãoerazão, sendoque o processo comunicativo inicia-se peloemocional para, só emumestágioposterior,atingira razão

.

Essesegundoestágio pode não

acontecer,daíaimportância doprofessorpara promovere garantirque os alunospassem para a análise racional e

cr

ítica

.

Entretanto isso não

devesignificar o abandono do ladoemocionale intuitivodosprogramas.

y

Eimportante dedicaratençãoao som,à música, aosefeitos, à palavra,

aocenário,e fundamentalmente,aoqueesseconjuntodefatores provoca no aluno

.

Por isso, durante a projeção, é sempre aconselhável que o

professor observe as reações dos seus alunos diante do audiovisual, identificandooquemais gostaram,quaiscenasprovocaram risos,quais provocaram tristeza, como eles manifestaram suasemoções durante a exibição.Dessaforma o docente terámais condições para encaminharo processodediscussão e análise damídia,terá mais chancesde estimular

aatuaçãodo alunocomoreceptor

.

10FRANCO,Marília.Prazeraudiovisual.In:Comunicaçãoe Educação

,p.51.

11Idem,p.52.

(19)

BOLETIMPAULISTA DEGEOGRAFIA,SÂOPAULO,n.79,p.23-49, 2003

Encontramos,em nossa pesquisa juntoaos professores,diferentes

formas de trabalhar os programas televisivos em sala de aula

.

Há professores quedemonstram claramenteque o vídeo“fala por si só”,e que por isso ele é utilizadomaisparailustrarum conteúdo visto.Como simplesilustração,oprofessor nãorealizaumadiscussão sobre

o

material, ficando delado tantoaspossíveis leituraseentendimentosque osalunos construiriam sobre omaterial,comotambém asemoções sentidasdurante

a exibiçã

o.

Encontramos professoresque usamde formaexagerada o vídeo e que o entendem como de suma importância para os alunos, pois aí se

estariaensinandoaGeografiadeumaforma diferente daconvencional.

Odepoimento abaixoéilustrativo paranosmostrar aquestão:

Eu não passo filmes mais.Como eu tefalei, a escolanãoaceita

.

Você nãopodevoltar duas vezesna sala devídeo porquejáfalamque você não dá aula mais, só passa vídeo. Acho isso terrível, mas tenho que conviverporquesenãoperco omeu emprego.Achoqueoprofessorde Geografia que não leva para osalunosrecursos visuais nãoconsegue fazer com queos alunos entendamo conteúdo, porque é impossível

ficarsóna basedaabstração.Teveumaépoca queeurealmenteestava usando muitovídeo,passei um bomtempo trabalhandoosconteúdosa

partirdaTV.Na6asériefoiótimo, porque eutrabalhava comosvídeos da RevistaCaras,estudamosas regiõesdoBrasilemcima delese eu

acho que os alunos aprenderam melhor doque se tivéssemos ficado

presosnolivro didático.Infelizmentea direçãodaescolanãopercebe quefazeressetipo detrabalhoémuitomaisinteressantepara osalunos

(Entrevista n.5).

Atravésdeste depoimento podemosobservarque oprofessortenta fazer uma mudança de recursos didáticos, trocar o livro didático pela

televisão, argumentando que esse veículo é mais interessante para os

alunos. Nãoconsidera, entretanto,que o usoexagerado do vídeo,além

decausar uma depreciação e desvalorizaçãodesserecurso porparte dos

alunos, não é suficientepara trabalhar um conteúdo, empobrecendo a

Geografiaenãolhedandoaprofundidade necessária

.

O próprio exemplo

dado pelo professor serve para comprovar quehouve uma redução no

(20)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

dereferênciaosvídeosproduzidospelaRevistaCaras

.

Verificamosnesta

situação que o vídeochegouàsala de aula, masnão conseguiu transformar a relação pedagógica,aíaTVpassaaexercera funçãodo livrodidático, correndoo sériorisco de rebaixar aumpatamarinferioraqualidade do ensinodaGeografia

.

Encontramosaindaumaterceirasituaçãoentreosprofessores

.

Há docentesque nãotrabalham comvídeos de“ baixa qualidade

,exigem quesejambemproduzidoseprincipalmente que veiculemasinformações corretassobreasquestões relacionadas ao assunto.O depoimento a seguir nos mostra uma das maneiras pelas quais os entrevistados nos de

-monstraram tal visão:

Eu não trabalho com qualquer vídeo, não

.

Acho um absurdo alguns professores, principalmente de História eGeografia,queficam dando filmeoano todo sem haver objetivo nenhum e,oqueépior,unsvídeos

quesão péssimos,nãovãoajudarosalunos em nada, atépode prejudicar porque omaterial éruim mesmo

.

Euachoqueagente temquetercautela para escolher osvídeos,pensar bemno conteúdoqueestamostrabalhando

eseesse vídeo vai atenderaos objetivosdo assunto

.

Nós não podemos trazertudoparaasalade aula, temosquetercritériosesótrabalharcom aqueles programas de televisãoou filme querealmenteforem bons,que possammelhorar a visãodoaluno sobreascoisas,porque programaruim elevêemcasa,o tempo todo(Entrevistan

.

2)

.

O professor demonstra ter uma preocupaçãocom a qualidade dos programasaseremlevadospara

a

salade aula,oqueémuito pertinente, pois énecessário medirasvantagens e desvantagens de umprograma a ser trabalhado

com

os alunos,entender se ofilme é adequado para a turma,observar se o clima emocional apresenta sintonia coma faixa

etária, alémda linguagem e doconteúdoemsi

.

Entretantoé importante considerarmosqueeducativaé arelaçãoque o aluno estabelececomo recurso

.

Escolher o programa mais edificante, mais adequado

,

não significa necessariamenteque estaremos garantido a experiência mais educativa aosalunos

.

O professor deveusar de formadidática a TV,o

que não deve significar, entretanto,aadoção deumdidatismo limitante ou no estabelecimentoígido

r

doquepode ounãoser levado paraasala 42

(21)

BOLETIM PAULISTADEGEOGRAFIA,SÃOPAULO,n.79,p.23-49,2003

de aula

.

Devemos pensar inclusive na utilização de programas con

-siderados ruins ou pouco construtivos no intuito de analisá

-

los cri

-ticamente,descobrindo osseus problemas

.

Tal atitude pode ajudaros alunos a adotaremumaposturamais questionadora e reflexivasobrea mídia,a

pensarem

sobre o fetiche datecnologia

.

M. J.Almeida possuiumavisãosingular sobreessaquestão.Parao

autor, as imagens e sons produzidos pelo cinema e pela televisão são pensados comoumaprodução cultural e nã

o

em função dadidáticaou

da pedagogia e isso gera um certo conflito e pouca aceitação desse

materialporpartedaescola

.

Nas palavras doautor, quandoessesprodutos

sãoapresentados naescola,

aprimeirapergunta quese fazé:adequado para quesérie, quedisciplina, queidadeetc.?Àsvezesouvimos dizer queumfilmenão podeserpassado na6asérie,porexemplo,enoentanto eleéassistidoemcasa peloaluno, juntamente comos pais

.

Omesmo acontece com diferentes objetosde

conhecimento,novas teorias

,

novas tecnologias,descobertashistóricase

científicas, assuntos polítcos, que todos ficam sabendo através de diferentesmeios decomunicação eque nunca entramnaescola, porque

elaestá presa àquela pergunta sobre a adequação, àidéiade fases, ao currículo, ao programa

.

Parece que a escola está em uma constante desatualização que é sublinhada pela separação entre a cultura e a

educação.Aculturalocalizadanumsaber fazereaescola num saberusar, enesse saber-usar restrito desqualifica

-

se o educador, quevaiser sempre

uminstrumentalista desatualizado

.

12

Dessa forma, o autor faz uma crítica radical à escolha e análise exageradamentecriteriosados programas aserem trabalhadoscom os alunos

.

Concordamos parcialmentecomaanálise, pois sabemos quea escoladeveserdiferente da TV, já quenãocabeàquela instituiçãolançar

sobre osalunos indiscriminadamente

,

produtosculturaiseinformações

.

' O aprendizadooua aquisiçãodesaberseconstróiporetapas

, os

alunos

estão em estágios cognitivos diferenciados, por isso deve haver um

respeito à faixa etária, ao perfil do aluno. Entretanto isso não pode

(22)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

significar que as crianças e jovens sejam considerados como seres

incompletos,quenecessitam derestriçõesquantoaoquedeveservisto

eensinado

.

Acreditamosapenasque a televisão deveser trabalhada de formadidáticapelaescola,ou seja,otrabalho deve serdirecionado por

objetivospedagógicos,semqueisso representeumarigideznaescolha dosprogramas.

Encontramos em nossa pesquisa umaquarta situação que merece

destaque

.

Algunsprofessoresnosdemonstraramqueorganizamosvídeos

paraserem trabalhados emsala de aula de modo a inserir pelo menos umem cada unidadedoprogramaaser trabalhado com osalunos,oque épensado já no iníciodoanoesegueem todo o seu decorrer, à medida que se faz necessário

.

Esses professores demonstraram organizar e entregar para os alunos roteiros de atividades para discussão dos programas,filmese documentários

.

Nessesroteirosaparecem, alémde

questões para direcionar o debate inicial sobre o material audioviual,

trabalhos posteriores quelevam os alunos a registrarem os principais

pontos do material, à produção de textos, cartazes, e várias outras

atividades que lhes possibilitam relacionar o conteúdo que estão

estudandoem sala deaulacomaquilo que o materialmostra

.

Nocaso dessegrupo de professores,verificamosque o trabalho

com os programas televisivos é valorizado e já se encontra em um nível de organização e desenvovimento metodológico bastante

avançado, ou seja, esses docentes já conseguem fazer uma relação significativa dosconteúdosdaGeografiacom osmateriais audiovisuais,

lançandomãode estratégiasquelevam oalunoa pensaromaterialde

forma

cr

ítica ea estabecerasrelações necessáriascom o conteúdoem foco

.

Foi

-

nos relatado inclusive que, ao analisar programas, documentários, filmes etc

.

, é sempre sugerido aos alunos que estabeleçamaquiloqueo vídeo apresenta de positivo eaquilo deque nãogostaram;aofinal,estes pontossãoexpostos oralmente pelos alunos

à salae discutidos por todos, podendo

-

se estabelecer um painel de

-mostrativo doqueo material significouparaosalunosequemudanças

elesintroduziriamnelespara melhorá-los

.

(23)

BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA,SÂO PAULO,n.79, p.23-49,2003

Verificamos

,

ainda,através danossapesquisa,que atelevisãotem

umafortepresença indireta no trabalhodoprofessordeGeografia. Isso pode ser constatado através das inúmeras situações descritas pelos professores sobre osfatosque osalunos levam para asala de aula. De ummodogeral osprofessoresconsideramque a TV auxilia osconteúdos da Geografia e que os alunos aprendem Geografia vendoTV, como podemos ver no depoimento abaixo, dadoporumaprofessoraqueacredita noauxílio da televisão àssuasaulasdeGeografia, embora não recorra freqúentemente aela:

[

...

] Por mais superficial ou conservador que sejam as coisas que a televisãomostra eque osalunos comentam em saladeaula,agente tem que aproveitar.Eu acho que se aescolaficar alheia,agente fica para

traz,o quechamaaatenção dos alunosagente precisa trabalhar. Não achoqueseja tãonecessário,ésó maisno sentido de levaroalunoa ver quea escola tem aver com o queacontecelá fora,comoquepassa na televisão. Por exemplo, quando ocorreu a morte dos Mamonas Assassinas,euestavatrabalhandocomumtextoquetinha umdesenho

deumamontanha,vários alunosescreverampertodestamontanha “Serra

da Cantareira”

.

Naoutra aula eu então converseicomelessobre ofato.

Então, acho queoquechama a atençãodeles agente precisa discutir. Não façoissocom muitafrequência,mas achoqueauxilianesseponto

(Entrevistan.1).

A influência indiretadaTVnasaulas deGeografia ocorredevariadas

formas,como,porexemplo,quando o aluno levapara asalaumfatoque viu na TV, gerando uma discussão e solicitando do professor uma

intervenção, seja nosentido de coordenar odebate, seja no sentidode

expressar asuaopinião sobre o acontecimento ou situação.Nessesentido ressalta

-

se ofato dequeoprofessor,parafazer o conteúdoserentendido, recorre freqúentementeàTV,lembrandoaosalunosimagense programas queilustram a sua explicação.O professornão só faz referência ao que passa na TV,mastambém aprende com ela,obtém informaçõessobre os lugares que a Geografia estuda

.

Portanto o trabalho com as imagens

ocorredeformaindireta,oque pode demonstrar uma vertente importante sobre oque a escola tem feito daquiloque os alunos assistem

.

Nesse sentido uma interessante experiênciafoi-nosrelatada:

(24)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

Quando a RedeGlobotransmitiuofilme Sociedade dosPoetasMortos, aconteceu comigoumaexperiência inesperada

.

No dia seguinteeutinha

oprimeiro horáriona turma,eassim que inicieia aula uma aluname

perguntouse eu tinhavistoofilme

.

Praticamenteaturmatodatinhavisto eestavam commuitavontadeem falarsobre o filme

.

Elesficarammuito impressionadoscomahistória eprincipalmente como fato de um dos

garotostersematadoporquenãoaguentouo conflitoque um professore

sua famíliageraram dentrodele.Ficamosaaulatoda conversando sobre o filme, osalunosfizeram muitasperguntasporquequeriamsaber coisas queelesnãotinhamentendidodireito

.

Conversamossobreosproblemas

queosjovens enfrentam e atésobrecomo deveria seroprofessor,aescola, seus pais

.

.

.

(Entrevistan.4)

.

Verificamos nesse depoimentoque,mesmoa televisão nãoestando presente materialmente na saladeaula,elaserviucomoponto de partida

para a realização de um debate sobre um conteúdo que, apenas aparentemente, nãoestá ligado à Geografia

.

O que a TV veicula está profundamente relacionadocomo ensino,com o universo dojoveme osconflitos sobreoseu porvirque,como nofilme,estãonoentornoda

escola, dafamília, daatuação de um professorque transforma o modo dever omundo,com seuspróprios medos e desafios internos

.

Nãofoi

poracasoque o referido filme se mostrou perturbador para os alunos,

assim como não foi por acaso que eles escolheram a professora de

Geografia para demonstrarem sua perplexidade, seu desconfortocom relação aodesfecho da história a queassistiram

.

Certamente, nasduas situações,houveidentificação.

Para nósficouclaroquea televisãoestáchegando na saladeaula e constituindo maisumamediação,assimcomo oslivros didáticos, para apresentar o mundoaosalunos

.

Entretanto,a TV,enquantoumamediação discursiva,não devesubstituiro convíviocoma concretudeda realidade

.

O professor de Geografia nãodevese absterdeolhar,observare analisar

comseusalunosos lugares concretos,não podeperder a afinidadecom oseuentorno,comavida latentequeanimaarealidade

.

Seconsideramos

apossibilidade do ensinode Geografiaemalfabetizaro aluno naleitura doespaçoem suasdiversas configurações,é precisoqueaceitemosos

(25)

BOLETIM PAULISTADEGEOGRAFIA, SÃOPAULO,n

.

79,p.23-49,2003

diferentesconhecimentos e instrumentosque avidacontemporâneanos

impõe, como por exemplo a TV, e, mais que isso, é preciso que não esqueçamosos velhos ensinamentos, que resgatemos a práticadeolhar intimamenteparaa nossa realidade.

(26)

IARA VIEIRA GUIMARÃES

REFERÊNCIAS

ADORNO,TheodorW

.

Educaçãoe emancipação

.

São Paulo:PazeTerra,1995

.

ALMEIDA,Milton José. Imagens e sons: anovaculturaoral

.

SãoPaulo:

Cortez, 1994

.

ARENT,Hannah.Crisenaeducação/crisena cultura:suaimportânciasocial

epolítica

.

In: Entreo passado eo futuro

.

SãoPaulo: Perspectiva, 1988

.

p

.

221-281.

BAUDRILLARD,Jean

.

Tela total:mito

-

ironiasdaeradovirtualedaimagem

.

PortoAlegre:Sulina,1997.

CANCLINI, Nestor. Consumidores ecidadãos: conflitos multiculturais da

globalização.Rio deJaneiro:UERJ,1995

.

CERTEAU, Michel de

.

Aculturano plural

.

Campinas:Papirus,1995.

DAYRELL,Juarez (org.)

.

M últiplosolharessobre educaçãoe cultura

.

Belo Horizonte: UFMG,1996

.

ECO,Umberto

.

Apocalípticoseintegrados

.

SãoPaulo:Perspectiva,1986

.

ENGUITA, Mariano

.

A face ocultadaescola

.

PortoAlegre:Artes Médicas, 1989

.

FRANCO,Marília

.

Prazer audiovisual

.

ComunicaçãoeEducação

.

SãoPaulo: Moderna,ano 1,n

.

2,p

.

49-52,1995

.

FISCHER,RosaM

.

Bueno. Adolescência emdiscurso-mídiaeproduçãode subjetividade

.

PortoAlegre,1996

.

(Tesede Doutorado/UFRGS).

GIROUX,Henry

.

Escolacríticaepolítica cultural

.

São Paulo:Cortez,1988.

MARTÍN-BARBEIRO,Jesus

.

Dosmeios àsmediações:comunicação, cultura ehegemonia

.

Rio deJaneiro:UFRJ,1997

.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

.

Secretariado Ensino Fundamental- SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais

Geografia

.

Brasília,1997

.

MORAN, ManuelJosé

.

Osmeios de comunicaçãona escola

.

In:TRUFFI,Y

.

H

.

eFRANCO,L

.

A. C.Multimeiosaplicadosà educação:umaleituracrítica

.

São Paulo:FTD,1990

.

NÓVOA, Antônio(Org

.

)

.

Profissão

-

professor

.

Porto:Porto Editora,1991

.

PENTEADO, HeloisaDupas. Televisãoeescola: conflito ecooperação. São Paulo: ECA/USP,1996.

(27)

BOLETIMPAULISTADEGEOGRAFIA,SÂO PAULO,n.79,p

.

23-49, 2003

PERROTTI,E.Acultura dasruas

.

In: PACHECO,E

.

D

.

(Org

.

)Comunicação, educação e arte na cultura infanto

-

juvenil

.

SãoPaulo:Loyola,1991

.

PUCCI,Bruno(Org

.

).Teoriacrítica eeducação:aquestãodaformaçãocultural

na escola de Frankfurt

.

Petrópolis: Vozes,1994

.

ROCCO,MariaT

.

Fraga de

.

Linguagemautoritária: televisão e persuasão

.

São Paulo:Brasiliense,1989

.

.

Que pode a escola diante dofascínioda TV

.

In: TRUFFI, Y

.

H

.

;

FRANCO,L

.

A

.

C.Multimeios aplicados à educação

-

umaleituracrítica

.

SãoPaulo:FTD,1990

.

SANTOS,Milton

.

Técnica, espaço etempo-globalização e meio técnico

-científicoinformacional

.

São Paulo: Hucitec,1994

.

SOJA,Edward

.

W

.

Geografias pós

-

modernas:aredefiniçãodoespaço na

teoria socialcrítica

.

Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1993

.

SOUZA,MauroWilton de(Org.)

.

Sujeito

,

olado oculto do receptor

.

SãoPaulo:

Brasiliense,1995

.

THERRIEN, Jacques

.

O saber social dapráticadocente

.

Educação esociedade

,

Campinas: Papirus, ano 14,p

.

408-418,1993

.

VESENTINI, José William

.

OensinodeGeografia no séculoX X I

.

Caderno prudentinodeGeografia, Presidente Prudente, AGB,n

.

17,p

.

5-19,1995

.

(28)

Referências

Documentos relacionados

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

A Variação dos Custos em Saúde nos Estados Unidos: Diferença entre os índices gerais de preços e índices de custos exclusivos da saúde; 3.. A variação dos Preços em

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

A autuada deverá ser informado de que a não interposição de recurso ocasionará o trânsito em julgado, sendo o processo remetido ao Núcleo Financeiro para cobrança da multa.. O

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação