• Nenhum resultado encontrado

Superior Tribunal de Justiça

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Superior Tribunal de Justiça"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.087.394 - SP (2008/0192116-9)

RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO AGRAVANTE : MANOEL DE ANDRADE

ADVOGADO : PEDRO BANNWART COSTA E OUTRO(S)

AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : ALEXANDRE AZEVEDO E OUTRO(S)

E

MENTA

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃO OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE MATÉRIA DE CUNHO CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE E AUXÍLIO-DOENÇA DECORRENTES DA MESMA DOENÇA. NÃO OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. RECURSO DESPROVIDO.

1. A questão ventilada em Embargos de Declaração foi devidamente analisada pelo Tribunal a quo, não padecendo, portanto, de qualquer omissão, contradição ou obscuridade. Observe-se, ademais, que o julgamento diverso do pretendido, como na espécie, não implica ofensa à norma ora invocada.

2. A análise de matéria de cunho constitucional é, por força do art. 102, III da Carta Maior, exclusiva da Suprema Corte, sendo, portanto, vedado a este Superior Tribunal de Justiça conhecer da suposta infringência, ainda que para fins de prequestionamento.

3. Nos termos do art. 6, § 1o. da Lei 6.367/76, vigente no momento da concessão do benefício, o auxílio-acidente será pago independentemente de qualquer remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente. Dessa forma, sendo o auxílio-doença concedido em razão da mesma doença que deu origem ao auxílio-acidente, como no caso, deverá ser suspenso o pagamento do benefício acidentário até a cessação do auxílio-doença.

4. Não há que se falar em ofensa ao instituo da coisa julgada, uma vez que o tema acerca da possibilidade de suspensão do pagamento do benefício acidentário na hipótese de eventual futura concessão de auxílio-doença não foi debatido na decisão transitada em julgado.

5. Agravo Regimental desprovido.

A

CÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao Agravo Regimental. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

(2)

Superior Tribunal de Justiça

Brasília/DF, 18 de maio de 2010 (Data do Julgamento).

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO MINISTRO RELATOR

(3)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.087.394 - SP (2008/0192116-9)

RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO AGRAVANTE : MANOEL DE ANDRADE

ADVOGADO : PEDRO BANNWART COSTA E OUTRO(S)

AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : ALEXANDRE AZEVEDO E OUTRO(S)

R

ELATÓRIO

1. Trata-se de Agravo Regimental contra decisão que negou provimento ao Agravo de Instrumento e manteve o acórdão que julgou improcedente o pedido de cumulação de auxílio-acidente e auxílio-doença decorrentes do mesmo mal.

2. O ora agravante reitera os argumentos lançados em seu apelo especial, quais sejam: (a) ocorrência de violação ao art. 535 do CPC por ter o acórdão recorrido deixado de analisar questões importantes, (b) violação à coisa julgada; e (c) possibilidade de cumulação entre auxílio-acidente e auxílio-doença.

3. Requer a reconsideração da decisão agravada ou a submissão do feito ao órgão colegiado competente.

(4)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.087.394 - SP (2008/0192116-9)

RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO AGRAVANTE : MANOEL DE ANDRADE

ADVOGADO : PEDRO BANNWART COSTA E OUTRO(S)

AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : ALEXANDRE AZEVEDO E OUTRO(S)

V

OTO

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃO OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE MATÉRIA DE CUNHO CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE E AUXÍLIO-DOENÇA DECORRENTES DA MESMA DOENÇA. NÃO OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. RECURSO DESPROVIDO.

1. A questão ventilada em Embargos de Declaração foi devidamente analisada pelo Tribunal a quo, não padecendo, portanto, de qualquer omissão, contradição ou obscuridade. Observe-se, ademais, que o julgamento diverso do pretendido, como na espécie, não implica ofensa à norma ora invocada.

2. A análise de matéria de cunho constitucional é, por força do art. 102, III da Carta Maior, exclusiva da Suprema Corte, sendo, portanto, vedado a este Superior Tribunal de Justiça conhecer da suposta infringência, ainda que para fins de prequestionamento.

3. Nos termos do art. 6, § 1o. da Lei 6.367/76, vigente no momento da concessão do benefício, o auxílio-acidente será pago independentemente de qualquer remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente. Dessa forma, sendo o auxílio-doença concedido em razão da mesma doença que deu origem ao auxílio-acidente, como no caso, deverá ser suspenso o pagamento do benefício acidentário até a cessação do auxílio-doença.

4. Não há que se falar em ofensa ao instituo da coisa julgada, uma vez que o tema acerca da possibilidade de suspensão do pagamento do benefício acidentário na hipótese de eventual futura concessão de auxílio-doença não foi debatido na decisão transitada em julgado.

5. Agravo Regimental desprovido.

1. A despeito das bem lançadas alegações do agravante, razão não lhe assiste, devendo a decisão agravada ser mantida pelos seus próprios fundamentos.

(5)

Superior Tribunal de Justiça

2. Com efeito, no que pertine à alegada violação do art. 535 do CPC, verifica-se que a questão ventilada em Embargos de Declaração foi devidamente analisada pelo Tribunal a quo, não padecendo, portanto, de qualquer omissão, contradição ou obscuridade. Observe-se, ademais, que o julgamento diverso do pretendido, como na espécie, não implica ofensa à norma ora invocada.

3. Em relação à alegação de violação de dispositivos constitucionais, cumpre esclarecer que a análise de matéria de cunho constitucional é, por força do art. 102, III da Carta Maior, exclusiva da Suprema Corte, sendo, portanto, vedado a este Superior Tribunal de Justiça conhecer da suposta infringência, ainda que para fins de prequestionamento. Nesse sentido, o seguinte precedente deste Tribunal Superior:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO. ANÁLISE. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211 DO STJ. COMPETÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. REVISÃO. VIA ELEITA. RECURSO NÃO CONHECIDO.

1. A via especial, destinada à uniformização do direito federal, não se presta à análise de possível violação a dispositivos da Constituição Federal.

(...).

4. Recurso Especial não conhecido (REsp. 394.570/RS, 5T, Rel. Min.

LAURITA VAZ, DJU 28/04/2003, p. 236).

4. Quanto ao mais, da análise dos autos, constata-se que a sentença transitada em julgado determinou a concessão de auxílio-acidente ao autor, no percentual de 40% do salário-de-benefício, nos termos da Lei 6.367/76, por constatar ser o segurado portador de asma crônica e rinite alérgica, decorrentes da atividade desempenhada por ele e que reduzem parcial e permanentemente sua capacidade laborativa.

5. Cinge-se a questão, posta em sede de execução, se o pagamento do citado benefício acidentário (DIB: 21.11.1988) deve ser cessado com

(6)

Superior Tribunal de Justiça

problemas de asma (conforme se depreende da sentença de fls. 454).

6. Inicialmente, de se ter em conta que o benefício acidentário foi concedido com base na Lei 6.367/76, que assim dispõe:

Art. 6o. - O acidentado do trabalho que, após a consolidação das lesões resultantes do acidente, permanecer incapacitado para o exercício de atividade que exercia habitualmente, na época do acidente, mas não para o exercício de outra, fará jus, a partir da cessação do auxílio-doença, a auxílio-acidente.

§ 1o. - O auxílio-acidente, mensal, vitalício e independente de qualquer remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente , será concedido, mantido e reajustado na forma do regime de previdência social do INPS e corresponderá a 40% (quarenta por cento) do valor de que trata o inciso II do Art. 5o. desta lei, observado o disposto no § 4o. do mesmo artigo (sem grifos no original).

7. Da leitura do citado dispositivo, verifica-se que o auxílio-acidente será pago independentemente de qualquer remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente . Dessa forma, sendo o auxílio-doença concedido em razão da mesma doença que deu origem ao auxílio-acidente, como no caso, deverá ser suspenso o pagamento do benefício acidentário até a cessação do auxílio-doença.

8. No mesmo sentido, os seguintes julgados:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISSÍDIO PRETORIANO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. AUXÍLIO-ACIDENTE. AUXÍLIO-DOENÇA. CUMULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

(...).

2. Subsiste incólume o entendimento firmado no decisum ora hostilizado no sentido de não ser possível a cumulação de auxílio-acidente com auxílio-doença, à medida em que o início do auxílio-acidente ocorre com a cessação do benefício de auxílio-doença, conforme preconiza o art. 86, § 2o., da Lei 8.213/91. Hipótese em que o auxílio-acidente concedido judicialmente à Autora decorreu do agravamento da moléstia que ensejara a anterior concessão do auxílio-doença, conforme constatado pelas instâncias

(7)

Superior Tribunal de Justiça

ordinárias.

3. Agravo Regimental desprovido (AgRg no Ag 1.036.421/DF,

5T, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJe 4.8.2008).

² ² ²

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO E AUXÍLIO-ACIDENTE. CUMULAÇÃO. MOMENTO DA INCAPACIDADE. SÚMULA 7/STJ. TERMO INICIAL. DATA DA CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA. MATÉRIA PACÍFICA. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

(...).

3. Esta Corte firmou entendimento de que "Inadmissível a cumulação de auxílio-doença e auxílio-acidente, por incompatíveis entre si, posto que um se inicia no término do outro, consoante o entendimento do art. 86, § 2o., da Lei 8.213/1991. " (REsp. 237.357/ SP, Relator o Ministro Jorge Scartezzini, DJU de 18/6/2001)

4. Agravo Regimental a que se nega provimento (AgRg no REsp.

1.050.126/DF, 6T, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, DJUe 30.6.2008).

9. Ressalte-se que não há que se falar em ofensa ao instituo da coisa julgada, uma vez que o tema acerca da possibilidade de suspensão do pagamento do benefício acidentário na hipótese de eventual concessão de auxílio-doença não foi debatido na decisão transitada em julgado.

10. Diante dessas considerações, nega-se provimento ao Agravo Regimental. É como voto.

(8)

Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA AgRg no Número Registro: 2008/0192116-9 Ag 1087394 / SP Números Origem: 5591915 5591915201 5591915603 EM MESA JULGADO: 18/05/2010 Relator

Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. LINDÔRA MARIA ARAÚJO Secretário

Bel. LAURO ROCHA REIS

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : MANOEL DE ANDRADE

ADVOGADOS : MARIA TEREZA DOMINGUES E OUTRO(S)

JOELSON COSTA DIAS

AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

PROCURADOR : ALEXANDRE AZEVEDO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO PREVIDENCIÁRIO - Benefícios em Espécie - Auxílio-Acidente (Art. 86)

AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : MANOEL DE ANDRADE

ADVOGADO : PEDRO BANNWART COSTA E OUTRO(S)

AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

PROCURADOR : ALEXANDRE AZEVEDO E OUTRO(S)

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."

Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 18 de maio de 2010

LAURO ROCHA REIS Secretário

Referências

Documentos relacionados

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

Entrando para a segunda me- tade do encontro com outra di- nâmica, a equipa de Eugénio Bartolomeu mostrou-se mais consistente nas saídas para o contra-ataque, fazendo alguns golos

3 — Constituem objectivos prioritários das áreas de intervenção específica a realização de acções para a recu- peração dos habitats naturais e da paisagem, a manutenção

Esses procedimentos, todos eles interrelacionados e definidos a partir da matriz teórica que fundamenta o nosso processo de investigação, envolvem: primeiro, a reafirmação

1 — As zonas de navegação livre, delimitadas na planta de síntese, correspondem à área do plano de água que, pelas suas condições naturais, possui aptidão para a navegação,

Analisar o perfil clínico dos pacientes com DNM que iniciaram tratamento no Setor de Investigação em Doenças Neuromusculares (SIDNM), quanto ao tempo, em meses, entre início

novas artes da vida (e da morte): qualidade de vida, nova era, biomímese.. The