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Infra 04 Caracteristicas de Aeronaves Parte 3

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Academic year: 2021

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(1)

Disciplina:

Infraestrutura Industrial e

Aeroportuária

Prof. Fernando Porto

Características de Aeronaves

Relacionadas ao Projeto de

Aeroportos

Parte 3

(2)

Condições Atmosféricas

Assim como variam em características dimensionais, as aeronaves variam em capacidade para voar em

determinadas velocidades e altitudes sobre certas distâncias.

Além disso, ocorrem variações nos comprimentos de pista necessários para realizar com segurança

operações de pouso e decolagem, bem como na quantidade das emissões de ruído e consumo.

Muitas destas variações não são apenas funções das aeronave em si, mas dos ambientes em que operam.

(3)

1. Pressão e Temperatura do Ar

• A performance de todos os aviões é muito afetada pela densidade do ar no qual operam.

• Quanto mais denso o ar, mais moléculas de ar fluem sobre as asas, criando mais sustentação. Com uma menor densidade do ar, aeronaves exigem maior velocidade para manter a mesma sustentação.

• A densidade do ar é principalmente uma função da pressão de ar, medida em unidades inglesas como

polegadas de mercúrio (inHg) e em unidades métricas como milibares (mb) ou Pascal.

(4)

• A densidade do ar é afetada pela pressão e temperatura do ar. Com a redução da pressão ou aumento da

temperatura, há redução da densidade do ar, e vice-versa.

• Embora essas características da atmosfera variam de dia para dia e de lugar para lugar, por conveniência prática para comparar o desempenho de aeronaves, bem como para o planejamento e projeto de aeroportos, uma

atmosfera padrão foi definida.

• A atmosfera padrão representa as condições médias

encontrados na atmosfera real em uma região geográfica específica. Várias atmosferas normalizadas diferentes

estão em uso, sendo que a FAA recomenda 15oC e

(5)

1. Na atmosfera normal, assume-se que, a partir do nível do mar até uma altitude de cerca de 36.000 pés

(10.973,8 m), conhecidos como troposfera, a temperatura diminui linearmente.

2. Acima disto até cerca de 65.000 pés (19.812 m), conhecida como a estratosfera, a temperatura permanece constante;

3. acima de 65.000 pés, a temperatura sobe.

• Muitos aviões a jato convencional voam tão alto quanto 41.000 pés (12.496,8 m), e o Concorde operava em

(6)

• A cada aumento de 1000 pés (304,8 m) na altitude, a temperatura diminui em cerca de 1,98oC, até alcançar o

valor de -56,5oC.

• A pressão também varia em função da altitude:

Onde P0 e 0 são pressão e densidade do ar ao nível do mar (101,3kPa e 1,225kg/m3), g

0 é aceleração da

gravidade ao nível do mar (9,80665 m/s2), h, a altitude a

ser verificada a pressão, em metros, e Ph, a pressão na altitude h, em kPa.

(7)

Altitude sobre o nível do mar - h - (m) Temperatura - t - (oC) Aceleração da gravidade - g - (m/s2) Pressão absoluta - p - (104 N/m2) Densidade - ρ - (10-1 kg/m3) Viscosidade Dinâmica - μ - (10-5 N.s/m2) -1000 21,50 9,810 11,39 13,47 1,821 0 15,00 9,807 10,13 12,25 1,789 1000 8,50 9,804 8,988 11,12 1,758 2000 2,00 9,801 7,950 10,07 1,726 3000 -4,49 9,797 7,012 9,093 1,694 4000 -10,98 9,794 6,166 8,194 1,661 5000 -17,47 9,791 5,405 7,364 1,628 6000 -23,96 9,788 4,722 6,601 1,595 7000 -30,45 9,785 4,111 5,900 1,561 8000 -36,94 9,782 3,565 5,258 1,527 9000 -43,42 9,779 3,080 4,671 1,493 10000 -49,90 9,776 2,650 4,135 1,458 15000 -56,50 9,761 1,211 1,948 1,422 20000 -56,50 9,745 0,5529 0,8891 1,422 25000 -51,60 9,730 0,2549 0,4008 1,448 30000 -46,64 9,715 0,1197 0,1841 1,475 40000 -22,80 9,684 0,0287 0,03996 1,601 50000 -25 9,654 0,007978 0,01027 1,704 60000 -26,13 9,624 0,002196 0,003097 1,584 70000 -53,57 9,594 0,00052 0,0008283 1,438 80000 -74,51 9,564 0,00011 0,0001846 1,321

(8)

US Standard Day em

unidades inglesas.

(9)

Altitude [m] Temperatura [oC] Pressão [kPa] 0 15,00 101,32 500 11,75 95,48 1000 8,49 89,89 2000 1,99 79,51 3000 -4,52 70,12 4000 -10,99 65,79 5000 -17,46 61,69 6000 -23,93 57,59 7000 -30,42 54,05 8000 -36,91 50,57 9000 -43,40 47,10 10000 -47,75 41,97 11000 -51,74 36,58 12000 -55,73 31,18 13000 -56,50 28,49 14000 -56,50 26,44 15000 -56,50 24,40 16000 -56,50 23,36 17000 -56,50 22,64 18000 -56,50 21,91 US Standard Day em unidades SI

(10)
(11)
(12)

A lt it u d e [ km ]

(13)

2. Velocidade e Direção do Vento

• Aeronaves dependem da velocidade do ar que flui sobre as suas asas para conseguir sustentação. Assim, a direção e velocidade do vento perto dos aeroportos têm grande efeito sobre o desempenho da aeronave no pouso e

(14)

Velocidade de solo

(groundspeed): a velocidade da

aeronave em relação ao solo.

Velocidade real (true airspeed):

velocidade da aeronave em relação ao ar que flui sobre as superfícies de sustentação.

(15)

A velocidade indicada nos instrumentos é a “true airspeed”, enquanto a velocidade absoluta é a “groundspeed”, velocidade em relação ao solo.

(16)

Ventos contrários, frontais ou de proa (headwinds)

permitem que uma aeronave obtenha sustentação em menores groundspeeds, e, assim, permitem pousos e decolagens com comprimentos de pista mais curtos.

Ventos de cauda (tailwind) são preferíveis para aeronaves já em rota de voo, em altitude, pois permitem que os

aviões alcancem maiores groundspeeds com menor

consumo de combustível, mas não são preferíveis para pouso ou decolagem.

• Assim, aeroportos tendem a ter suas pistas planejadas de modo que as aeronaves possam operar na maioria das vezes com ventos frontais, orientando as pistas primárias na direção dos ventos dominantes.

(17)

Ventos laterais ou cruzados (crosswind): as aeronaves

frequentemente pousam e decolam sem que os ventos estejam diretamente orientados contra ou a favor do movimento do avião, ou seja, não raro pousam e

decolam com ventos atingindo lateralmente o avião. • Ventos laterais afetam grandemente o movimento de

aeronaves em pouso ou decolagem, forçando o piloto a

caranguejar, pedalar ou adotar um crab angle.

(18)

Rota

Pista

• Exemplo: Uma aeronave aproxima-se de uma pista a uma velocidade real (groundspeed) de 135 kn (knots, ou nós; 250 km/h) sob vento cruzado de 25 kn (46,3 km/h). O “ângulo de caranguejo” seria de 10,67. Este crab angle é reduzido a zero pouco antes da aterragem, de modo que a aeronave esteja apontada diretamente para o centro da pista.

(19)

• Embora os pilotos sejam treinados para operar com segurança em condições de vento lateral, é desejável minimizar esta ocorrência.

• Além disso, a capacidade física de uma aeronave de pousar corretamente em condições de vento lateral é limitada pelo peso da aeronave, velocidade de pouso, e os ventos existentes. Muitas vezes, pequenos aviões não conseguem pousar com segurança se os crosswinds

numa pista são muito grandes.

• Por esta razão, os aeroportos podem acomodar aviões menores e mais lentos em pistas secundárias com

diferentes orientações, que permitam a estes encontrar condições de vento variáveis.

(20)
(21)

• Ao contrário das pistas primárias que são orientados para os ventos predominantes, as pistas secundárias de vento lateral são orientadas na direção dos ventos que ocorrem com menor frequência.

Dublin Airport

Pista primária

(22)
(23)

Características de Performance

1. Velocidade

As performances de aeronaves são, em parte,

definidas pelas diferentes velocidades com que

podem realizar com segurança decolagem, cruzeiro,

manobra e aproximação à terra.

Essas velocidades são definidas nos manuais de

desempenho como velocidades V (V-Speeds).

Algumas destas velocidades, de maior interesse para

a disciplina, são detalhadas a seguir.

(24)

• V

ne

: Velocidade máxima ou velocidade que não deve

ser excedida (Do-Not-Exceed Speed), velocidade

máxima que o avião pode alcançar mantendo

integridade estrutural.

• V

a

: velocidade de manobra (Design Maneuvering

Speed

), a velocidade recomendada para a realização

de manobras em voo ou para operação em ar

turbulento.

(25)

• V

lo

: Velocidade de decolagem (Liftoff Speed),

velocidade recomendada com qual a aeronave pode

decolar em segurança.

• V

r

: velocidade de rotação (Rotate Speed), velocidade

na qual o trem de nariz pode ser elevado da pista

durante a decolagem.

(26)

• V

1

: velocidade de decisão ou velocidade crítica de

decolagem (Decision Speed). É a velocidade acima da

qual, durante a corrida de decolagem, a decolagem

continuará mesmo na ocorrência de falha de motor

ou outro falha grave, tal como o colapso de um pneu.

Se um avião desenvolve a falha antes de alcançar V

1

,

o piloto aborta a decolagem. Entretanto, abortar

uma decolagem após ultrapassar V

1

é fortemente

desencorajado porque a aeronave pode não ser

capaz de parar antes do fim da pista.

Esta velocidade depende de fatores tais como peso

da aeronave, comprimento e superfície da pista, e

portanto deve ser determinada pelo piloto antes da

decolagem.

(27)

• V

so

:

Velocidade de estol em pouso (Stall Speed

-landing configuration

), mínima velocidade possível

para o avião, em configuração de pouso (trem de

pouso e flaps baixados), para manter sustentação.

No caso do avião atingir uma velocidade menor, este

perderá toda a sustentação e é dito estolar. Esta

velocidade é também tipicamente na qual um avião

tocará a pista no processo de pouso.

• V

ref

: Velocidade de referência (Reference Landing

Approach Speed

), velocidade na qual um avião se

(28)

Para o projeto de aeroportos, muitas destas

velocidades contribuem para determinar os

comprimentos de pista necessários para pouso e

decolagem, bem como para determinar o número

máximo de operações que podem ser realizadas ao

longo de um determinado período de tempo.

(29)

V-speeds

Velocímetro do Cessna 150L

(30)

Diagrama do envelope de voo do caça F-104A Starfighter mostrando VS

(velocidade de estol a 1G), VC (velocidade de manobra) e VD (velocidade de mergulho)

Envelope de voo: capacidade de um projeto em termos de velocidade indicada (airspeed) e fator de carga (aceleração G) ou altitude.

(31)

2. Carga Útil e Alcance

• A máxima distância que uma aeronave pode voar, dado uma determinada quantidade de combustível nos

tanques, é conhecida como o alcance (range) da aeronave.

• Há uma série de fatores que influenciam o alcance de uma aeronave, estando entre os mais importantes a carga útil (payload). Normalmente, o alcance é

aumentado quando a carga é diminuída, um

compromisso de peso que ocorre entre o combustível necessário para voar para o destino e a carga que deve ser transportada.

(32)

• A relação entre a carga útil e alcance é ilustrado a seguir.

Alcance

Ca

rg

a

Út

il

(33)

O ponto A indica o máximo alcance (Ra) para um avião com o máximo de carga útil (Pa).

Para voar uma distância Ra e transportar uma carga útil

Pa a aeronave tem a decolar em seu peso estrutural

máximo de decolagem; no entanto, os reservatórios de combustível não estarão completamente preenchidos.

(34)

O ponto B indica o alcance com o máximo de

combustível, representando a maior distância (Rb) que uma aeronave pode voar se os reservatórios de

combustível estiverem completamente preenchidos no início da viagem. A carga útil correspondente que pode ser transportada é Pb.

Para viajar a distância Rb a aeronave deve decolar no seu peso estrutural máximo de decolagem.

(35)

• Assim, para prolongar a distância da viagem a partir de um Ra a carga tem de ser reduzido em favor da adição de mais combustível.

O ponto C representa a distância máxima que um avião pode voar sem qualquer carga útil. O alcance Rc é muito usado na entrega de aeronaves (ferry range).

(36)

• Em alguns casos, o peso estrutural máximo de pouso pode ditar quanto tempo uma aeronave pode voar com uma carga estrutural máxima.

Neste caso, a linha DE representa o compromisso entre a capacidade de carga e alcance.

Lembrando que Ra é o máximo alcance para um avião com o máximo de carga útil

(37)

• Desta forma, o compromisso carga útil versus alcance acompanha a linha DEBC em vez da linha ABC.

(38)

• O compromisso carga útil versus alcance depende de

uma série de fatores, como condições meteorológicas em rota, altitude de voo, velocidade, combustível, vento e

quantidade de combustível de reserva.

• Para comparação do desempenho de diferentes aviões de forma aproximada, as curvas carga vrs. alcance

geralmente são mostrados para o dia normal, sem vento, e configuração para cruzeiro de longo alcance.

• A carga real em aviões de passageiros normalmente é menor do que a carga útil máxima mesmo quando a aeronave estiver completamente cheia. Isto é devido à limitações na utilização do espaço. Para o estimativa de carga, passageiros e suas bagagens são normalmente considerados como unidades de 100kg (200 lb).

(39)

• Esses diagramas são úteis no planejamento do

aeroporto, permitindo determinar as características de peso mais prováveis das aeronaves.

• Finalizando, para efeito de concepção de pavimento de pista, considera-se que 5 por cento do peso da aeronave é suportado no trem de nariz e o restante sobre o trem principal.

• Assim, se existem duas pernas no trem de pouso

principal, cada perna suporta 47,5 por cento do peso total.

(40)

Bibliografia

R.M. Horonjeff, F.X. McKelvey, W.J. Sproule

Planning and Design of Airports. McGraw-Hill

Professional Publishing; 5th ed; 2010.

ISBN-10: 0071446419

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