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AULA 14. Conteúdo da aula: Princípio da capacidade contributiva; Princípios institucionais (Todos).

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Turma e Ano: Master A (2015)

Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 14 Professor: Vanessa Siqueira

Monitora: Evellyn Nobre

AULA 14

Conteúdo da aula: Princípio da capacidade contributiva; Princípios institucionais (Todos).

Princípio da capacidade contributiva

Art. 145, §1º CF

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Esse princípio vai aferir a justiça tributária, então é um princípio que materializa o ideal de justiça.

A capacidade contributiva se subordina a ideia de justiça distributiva, mandando que cada qual pague o tributo de acordo com a sua riqueza.

Professor Ricardo Lobo Torres, entende que a distribuição de rendas se dá num momento inicial pela via da tributação, porque quem tem muito paga muito, quem tem pouco paga pouco e quem não tem não paga em virtude do mínimo existencial. A redistribuição de rendas, será levada a efeito pela via orçamentaria.

O art. 145, §1º CF fala tão somente em impostos, por conta disto a ideia equivocada no sentido em que a capacidade contributiva tão somente se aplica aos impostos foi espraiada.

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Nos impostos a capacidade contributiva ela ostenta uma dimensão mais ampla, porque nos impostos a capacidade contributiva se prestará a 2 finalidades:

- Mensurar o valor a ser exigido dos contribuintes;

- Limitar a tributação do hipossuficiente.

A capacidade contributiva DEVE ser aplicada a todos os outros tributos, porque é ilegítima a tributação onde não existe riqueza.

Há isenção de taxas aos hipossuficientes em respeito a capacidade contributiva, ao mínimo existencial.

A capacidade contributiva se aplica negativamente em relação as taxas, mas jamais poderia aplicar a capacidade contributiva as taxas de sorte a mensurar o valor exigido do contribuinte.

 Súmula vinculante 29

É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE TAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA.

Podemos falar em capacidade contributiva no momento em que o legislador elege como hipótese de incidência um signo de manifestação de riqueza, é o momento em que aquela capacidade econômica se torna capacidade contributiva efetivamente.

A capacidade contributiva deve ser sempre aplicada, mas vamos interpretar a seguinte expressão “... sempre que possível...” se presta a adequar a capacidade contributiva as diferentes possibilidades técnicas ostentadas pelos mais diversos tributos.

O princípio da capacidade contributiva é muito amplo, abstrato.

Nos impostos indiretos se aferi a capacidade contributiva através da seletividade, então quanto mais essencial for a mercadoria menor será as alíquotas.

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Subprincípios da capacidade contributiva:

1) Progressividade

O imposto deve ser cobrado por alíquotas maiores na medida em que se alargar a base de cálculo.

O IR é um imposto progressivo, quanto mais rendas a pessoa auferi maior será alíquota.

Aqui no Brasil há 4 graus de progressividade.

Conforme jurisprudência antiga o STF falava que a progressividade necessariamente deveria ter assento constitucional.

E a progressividade como forma de se captar riqueza só é aplicada aos tributos pessoais - isso está em curso de mudança.

No ano de 2000 foi promulgada a emenda 29 veio introduzindo a progressividade como forma de captar riqueza no IPTU, art. 156, §1º CF.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Havia apenas 1 imposto subsumido a progressividade, que era o IR, conforme o art. 153, §2º, I CF. Com a emenda 29, o IPTU passou a ser progressivo.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 2º - O imposto previsto no inciso III:

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I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

O IPTU foi contemplado com a progressividade em 2 vertentes:

- Extrafiscalidade, art. 182, §4º, II CF

- Capacidade contributiva, art. 156, §1º, I CF

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

 Verbete 668 da súmula do STF

É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.

Informativo 611 do STF – a progressividade poderia ser extraída diretamente da

letra do §1º do art. 145 CF. O STF quis dizer que a progressividade não precisa ter assento constitucional.

O ITCMD é um imposto real e dos Estados, que incide sobre a transmissão causa mortis e doações

O ITCMD gaúcho é progressivo, essa questão chegou no STF, então temos um imposto que é real, sendo que o Supremo sempre disse que os impostos reais não poderiam captar riqueza pela progressividade e não havia respaldo constitucional

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RE 562045 – o STF decidiu que o ITCMD gaúcho pode ser progressivo porque

temos uma limitação na Constituição no art. 155, §1º, IV, ou seja, aqui a progressividade jamais poderia descambar para o confisco, pois o Senado Federal está incumbido de fixar por resolução as alíquotas máximas.

O ITBI não pode ser progressivo de acordo com o verbete 656 da súmula do STF.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

SÚMULA 656

É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL

Alguns autores elegeram a proporcionalidade como elemento oficial aferidor de capacidade contributiva.

A progressividade tem se revelado o instrumento mais adequado a captação de riqueza.

2) Proporcionalidade

A alíquota do IPVA não sobe em razão do valor do carro, mas o contribuinte vai arrecadar mais em função do valor do carro em termos proporcionais.

Na proporcionalidade aquele que ostenta mais riqueza vai ser mais pesadamente tributado, portanto em termos proporcionais.

O imposto incide sempre pelas mesmas alíquotas independentemente do valor da base de cálculo.

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3) Personalização

Significa levar em consideração ao se fixar a tributação aspectos pessoais dos cidadãos contribuintes.

A personalização a de ser buscada sempre que possível.

Em alguns municípios há isenções de IPTU para ex combatentes, aposentados com determinadas características.

A tendência é da universalização da personalização. Então não a problemas em se personalizar tributos originalmente tidos como reais.

Alguns autores falam que aqui no Brasil a personalização é bastante tímida, como o ITCMD.

4) Seletividade

Pode ser utilizada tanto a serviço da capacidade contributiva como a serviço da extrafiscalidade.

Seletividade aponta para incidência na razão inversa da essencialidade do produto.

A seletividade é a forma mais adequada de se captar riquezas nos tributos indiretos, que são o IPI e o ICMS.

O legislador atribui alíquota mais baixa para produtos de primeira necessidade, que integrem a cesta básica.

No IPI a seletividade é obrigatória – art. 153, §3º, I CF. Já no ICMS é meramente facultativa – art. 155, §2º, III CF.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

Produto essencial varia de acordo com a região, como por exemplo a massa para de queijo é essencial em Minas Gerais.

O fato de alíquota do ICMS, no estado do RJ para energia elétrica ser alta, a argumentação do estado é que a seletividade do ICMS é meramente facultativa.

 Seletividade como emanação da capacidade contributiva - Art. 156, §1º

CF

É possível que alíquota do IPTU varie não só em função do valor venal do imóvel, mas em função da localização e do uso do imóvel.

A seletividade pode ser usada como instrumento de extrafiscalidade.

No IPI do cigarro, o IPI é alto com lastro na ideia de seletividade como para desestimular o consumo de um produto nocivo à saúde.

Princípios Institucionais

Diferentemente dos princípios – garantia, eles não guardam o objetivo de garantir o direito do contribuinte ante eventual fúria arrecadatória por parte do Estado.

Os princípios institucionais estão fulcrados na proteção do pacto federativo. Há 4 princípios institucionais – art. 151 e 152 CF:

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I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

1- Princípio da uniformidade geográfica – art. 151, I CF

A tributação federal a de ser nacional, bem como uniforme em todo pais.

A União no que se refere ao IR não pode estabelecer alíquotas diferenciadas tomando por base o índice de desenvolvimento humano.

Mas uma exceção a respeito dos incentivos fiscais vinculados ao desenvolvimento socioeconômico de regiões, de acordo o próprio art. 3º, III da CF.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

2- Princípio da igualdade dos entes da federação no que tange as suas obrigações

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A) Deve haver igualdade na tributação das obrigações da dívida pública da União, Estados e Municípios.

Crédito público é sinônimo de empréstimo público, é o dinheiro que o poder público toma emprestado do particular, o que configura dívida pública e o dinheiro que o poder público empresta ao particular, através dos bancos de fomento.

E há 2 maneiras de se pedir dinheiro emprestado ao particular: - através da celebração de contrato de empréstimo;

- ou através da colocação de títulos no mercado de capitais.

B) Dever de igualdade na remuneração dos agentes públicos

O servidor público federal não pode ser tributado em níveis menos elevados do que os servidores públicos estaduais e municipais.

3- Princípio da vedação de isenções heterônomas – art. 151, III CF.

Esse dispositivo agasalha a regra da isenção autonômica, segundo a qual é competente para isentar a mesma pessoa que é competente para criar o tributo, de modo que a Constituição veda a concessão de isenções heterônomas, ou seja, isenções concedidas por pessoas políticas que não ostentam competência tributária para criação do tributo.

 2 Exceções vinculadas ao comércio exterior: Há a possibilidade da União isentar o ICMS e ISS.

- ICMS na exportação de produtos não industrializados, a União pode isentar, art. 155, §2º, XII, “e” CF / art. 155,§2º, X, “a” CF.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

XII - cabe à lei complementar:

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a";

- Isenção de ISS para serviços prestados no exterior, art. 156, §3º, II CF

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Possibilidade de tratado internacional conceder isenção de tributo estadual ou municipal. Quando a União por intermédio de tratados internacionais concede a isenção de tributos municipais e estaduais, é a União ente político externo que celebrará o tratado. São tratados que trazem regras especiais.

4 – Princípio da vedação de distinção quanto a origem e ao destino das mercadorias – art. 152 CF.

Estados e Municípios não podem levantar barreiras alfandegárias uns em relação aos outros, proibição de privilegio em favor de bens e serviços produzidos no Estado ou Município tributante. Desdobramento do art. 19, III CF e art. 150, V CF.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

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III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

STF declarou inconstitucional a pretensão dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro no sentido de tributar mais pesadamente carros importados a título de IPVA.

Referências

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