ENSINO DA PATINAGEM
INICIAÇÃO À PATINAGEM
Luís Sénica
Nuno Ferrão
PATINAGEM NA ESCOLA – ASPECTOS POSITIVOS
• Desenvolvimento das capacidades motoras e coordenativas;
Equílibrio estático e dinâmico Lateralidade
• É uma actividade “nova e diferente” das tradiconais por isso é encarada de maneira diferente, com níveis de motivação e emotividade bastante elevados.
• Pode ser abordada através de actividades lúdicas que facilita o processo de ensino-aprendizagem;
• Actividade que permite grande períodos de empenhamento motor.
• Grande interdisplinariedade;
• Articula várias actividades desportivas:
Actividades Físicas Expresivas – Patinagem Artística Jogos Desportivos Colectivos – Hóquei em Patins
ENTRAVES PARA LECCIONAÇÃO DA MODALIDADE
Ø Falta de material (patins) para a sua leccionação.Ø Recintos para praticar patinagem:
q Pisos rugosos e irregulares (recintos exteriores);
q Pisos sintéticos, com grande atrito, ajudam numa fase inicial, mas não
permitem uma grande evolução;
q As rodas não riscam, nem estragam o piso;
Ø Insegurança e medo (medo de cair e lesões)
INICIAÇÃO À PATINAGEM
Objectivo:
Propor uma metodologia do ensino da patinagem, tendo como principal incidência o sucesso nas aprendizagens iniciais com o menor risco possível;
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA PATINAGEM
A Patinagem sobre rodas aparece no sec. XVIII, posterior à patinagem no gelo (sec. XII).
1º - 2 rodas em linha
4º - Jogo elástico vertical 2º - 4 rodas paralelas
COMPONENTES DO PATIM
Bota
Chassi
Roda Travão
Jogo elástico que permite curvar
Cruzeta ou Pontes Rolamentos
DIFERENÇAS ENTRE PRP E PL
Ø O patim de rodas paralelas é mais ligeiro e permite uma maior adaptabilidade às diversas turmas (ajustavél ao tamanho do pé);
ØMaior durabilidade dos patins tradicionais;
Ø Patim em Linha – Mais fácil as primeiras aprendizagens (só permite desiquilíbrios no eixo ântero-posterior, devido ao tornozelo se encontrar imobilizado);
Ø Patim de rodas paralelas , melhor meio de trabalhar as questões de equílibrio e mais rico em questões técnicas.
ØPatim em linha mais veloz, mas não permite movimentos (rotações) curtos.
PATINAGEM
Definição:
Deslocamento sincronizado e simultâneo de apoio/impulso alternado de um e outro patim com intencionalidade
É uma acção motora cíclica de propulsão, realizada sobre rodas, incorporadas num dos diferentes tipos de patins, caracterizado por duas fases, uma dinâmica e outra transitória.
Composta por duas fases: Dinâmica – Deslizamento
– Impulso
– Recuperação
Transitória – Saída – Recepção
DESCRIÇÃO TÉCNICA
Membros Inferiores
§ Perna da frente descreve sensivelmente um quarto de círculo, ligeiramente para o exterior, onde é ultrapassada (deslizamento); § Efectua uma extensão (impulso) e levanta o pé do solo (saída)
§ Iniciando-se fase aérea, com a flexão MI sobre o joelho e aproxima-se do pé contrário (recuperação) e contacta o solo à sua frente
(recepção);
DESCRIÇÃO TÉCNICA
Membros Superiores
§ Movimento pendular sem chegar à extensão máxima ou flexão total; § Movimenta-se no plano sagital;
§ Movimenta-se em oposição ao membro inferior.
Tronco e Cabeça
§ Ligeiramente inclinados à frente. Perpendicular a partir da cabeça, situando-se à frente do patim mais adiantado;
§ Devem ser mantidas as curvaturas da coluna, apenas na zona lombar existe alteração, pois é essa a zona de flexão do tronco à frente;
§ Olhar é dirigido para a frente;
Ø
Material de apoio
Frenador da patinagem e/ou de amortecimento na queda. Ex: Colchões, alcatifas, sacas plásticas
Ø
Material de Protecção
Prevenção de lesões
REGRAS DE SEGURANÇA
Ø
Principal preocupação:
Diminuir o risco de queda e consequentemente de lesão, de forma a não diminuir a
motivação e o receio de cair – Aspectos inibidores do processo de ensino-aprendizagem.
ØCuidados a ter por parte do treinador:
ü Utilizar superfícies planas, lisas e livres de obstáculos; ü Pé - Patim formam uma unidade:
Patins bem apertados - patins com correias;
Patim com bota – bota ajustada ao tamanho do pé; ü Vestuário cómodo e uso de protecções (se existirem);
ü Colocar os mais avançados a andar por fora e os mais lentos por dentro; ü Dar sempre os mesmos patins ao aluno;
ü Utilizar sapatilhas nos patins de iniciação;
ü Utilizar superfícies frenadoras e de amortecimento de quedas ü Não chamar o aluno que se encontra de costas.
REGRAS DE SEGURANÇA
Regras a definir com os atletas:
ü Não se agarrar a nada nem a ninguém;
ü Andarem sempre no mesmo sentido;
ü Andarem longe das paredes, tabelas, vedações ou balizas;
ü Não cruzarem trajectórias;
ü Não andarem muito juntos ou de mãos dadas em caso de
patinarem mal;
CALÇAR OS PATINS
q Cabeça do metatarso assente rodas frente e calcâneo sobre as rodas de trás;
q Calçar patins em plano elevado e nunca calçar os patins sentados no chão
AJUDAS / PEGAS
q Mãos dadas:
Professor de frente para o aluno, deslocando-se de costas;
q Uma mão no pulso e outra no braço por baixo do ombro;
q Com uma mão segura o calção por trás;
q Aluno e seguram o mesmo objecto (bastão, arco)
Devem ser aplicadas aos alunos com maior dificuldade e em fase inicial, ou sempre que sejam executados exercícios com grau elevado de dificuldade.
POSIÇÃO BASE
• Flexão dos MI;
• Pés à largura dos ombros;
• Flexão do tronco à frente;
• MS em extensão;
•Três pontos alinhados;
Ombro/Joelho/Ponta do Patim
numa vertical
• Olhar dirigido para a frente;
•Perpendicular a partir da
cabeça, cai à frente dos pés.
QUEDA (BOLINHA)
Acções a realizar em caso de desequilíbrio:
1º Flectir os joelhos, para sentar ou rolar
2º Ao cair deixar o corpo “mole”
3º Nunca colocar as mãos no chão se for a cair
Não existe um técnica especifica para cair, mas sim princípios ou acções a
realizar em caso de desequilíbrio.
COMO LEVANTAR (GATINHO)
Independentemente da posição da queda, deve: 1. Colocar-se em quadrúpedia, mãos e pés
apoiados no solo;
2. Colocar pé junto ao joelho do outro MI;
3. Apoio do outro pé, mantendo as mãos no solo de modo a ficar sobre as oito rodas;
4. Extensão dos MI, de forma a adquirir a posição base.
MARCHA
}
Levantar alternadamente os patins, com uma ligeira flexão dos MI ;
}Apoiar sempre em quatro rodas o patim de apoio;
}
Colocação do peso do corpo sobre o patim de apoio;
}Braços movimentam-se de forma descontraída;
}
Corpo descontraído;
}Olhar em frente.
PRIMEIROS PASSOS
1º Melhorar o equilíbrio e contactar com a modalidade - Jogos de equilíbrio
PRIMEIROS PASSOS
2º Tomar contacto com os patins sem perigo de queda descontrolada - Calçar os patins sentado num banco
- Fazer deslizar todas as rodas na posição de sentado - Actividades com as superfícies frenadoras
- Sentar e levantar
- Definição da posição base
Utilização de espaços intercalados,
entre as superfícies frenadoras e o piso normal.
PRIMEIROS PASSOS
2º Tomar contacto com os patins sem perigo de queda descontrolada - Calçar os patins sentado num banco
- Fazer deslizar todas as rodas na posição de sentado - Actividades com as superfícies frenadoras
- Sentar e levantar
- Definição da posição base
Utilização de espaços intercalados,
entre as superfícies frenadoras e o piso normal.
PRIMEIROS PASSOS
3º Compreender o deslize dos patins e relacionar a posição corporal com o desequilíbrio
- Deslocar em quadrúpedia (sem facilitação) Caranguejo
Elefante Carrinho
- Equilíbrio e Deslize de rodas em equilíbrio estático (sem facilitação)
Agachamentos
Elevação de um joelho, posição estática Marcha no local
Deslize alternado com pés paralelos Deslize alternado com pés em Charlot Marcha em deslocamento
PRIMEIROS PASSOS
4º Compreender o ACTO MOTOR DE PATINAR
Marcha em deslocamento Charlot em deslocamento
Movimentos laterais do MI de impulsão Arranque em T
Movimento lateral com aumento da amplitude (elevação do joelho)
Acção intercaladas com deslize Acções de apenas um MI
TÉCNICAS DE INICIAÇÃO À PATINAGEM
1º Nível
1 - Pequenos saltos, sem deslocamento
2 - Patinagem rectilínea para a frente
3 - Deslize para a frente na posição base
4 - Oitos para a frente
5 - Agachar e levantar em deslize
6 - Deslize num apoio/patim
7 - Curvas em deslize, com patins
semi-paralelos
ERROS MAIS COMUNS
§ Não ciclicidade da passada
Treinar a cadência dos impulsos
§ Deslize dos patins sem controlo para trás no plano sagital, provocando queda para a frente “Fixar” os patins e lateralizar mais a passada
§ Utilização constante do travão para impulsão e para equilíbrio Retirar/Não retirar o travão
§ Extensão do tronco, olhar para os lados, para cima ou para trás Flexão do tronco e MI
ERROS MAIS COMUNS
§ Movimentação de braços homo-lateral em relação às pernas;
§ Não colocação do peso do corpo sobre o patim mais avançado e em apoio (origina entradas em desequilíbrio);
§ Patinar com afastamento exagerado dos MI; Deslizamento num só patim
NOTAS IMPORTANTES
-Na acção de patinar é fundamental:
- Transposição do peso do corpo (CG) para o Mi de apoio; --Acção lateral do MI que realiza o impulso;
--Equilíbrio sobre um MI.
-Ter em conta as regras de segurança, a fim de evitar lesões; - Reforçar e corrigir os atletas com feedbacks orais e visuais; - Criar situações que ajudem a corrigir os erros;
- Proporcionar tarefas que não promovam quedas de forma a não desmotivar os alunos; - Organizar treinos lúdicos, alegres e competitivos.