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GERENCIAMENTO DE MATERIAIS: ESTUDO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS DA CIDADE DE GUANAMBI-BA

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GERENCIAMENTO DE MATERIAIS: ESTUDO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS DA CIDADE DE GUANAMBI-BA

MATERIALS MANAGEMENT: STUDY IN DENTAL CLINICS IN THE CITY OF GUANAMBI-BA

Idaísia Aparecida dos Santos Gomes ¹, Shirley Moura Silva ², Adller Moreira Chaves ³

¹ Graduada em Administração pela UNIFG. E-mail: idaisia.santos@gmail.com ² Graduada em Administração pela UNIFG. E-mail: mourashirley60@gmail.com ³ Professor do Centro Universitário UNIFG e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

(UESB). Mestre em Administração pela UFES. E-mail: adllerchaves@gmail.com

Resumo: A implantação do gerenciamento de materiais busca otimizar o processo de

distribuição e armazenagem dos produtos, proporcionando ao consumidor final um atendimento com maior eficiência e eficácia. Sem o devido controle, poderá ocorrer problemas como: excesso de estoque, mau armazenamento, ineficiência de cadastros, entre outros. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a gestão de materiais nas clínicas odontológicas da cidade de Guanambi-Ba. A metodologia utilizada na pesquisa é um estudo quantitativo de caráter descritivo e exploratório. Os dados foram coletados através de questionários com uma amostra que representa 47,30% da quantidade de clínicas presentes na cidade. Os resultados encontrados apontam que os gestores responsáveis pelo gerenciamento de materiais, apesar do atual avanço tecnológico, fazem uso de controle manual, o que acarreta em lentidão para levantamento de inventário, realizado geralmente uma vez ao ano. Destarte, concluiu-se que em todo processo de entrada e saída, a requisição e nota fiscal são conferidas para realização do registro.

Palavras-chave: Administração de materiais, Clínicas odontológicas, Estoque. Abstract: The implementation of materials management seeks to optimize the process

of distribution and storage of products, providing the end consumer with greater efficiency and effectiveness. Without proper control, problems may occur such as: excess inventory, poor storage, inefficient records, among others. This research aims to analyze the management of materials in dental clinics of the city of Guanambi-Ba. The methodology used in the research is a quantitative descriptive and exploratory study. Data were collected through questionnaires with a sample representing 47.30% of the population. The results show that the managers responsible for materials management, despite the current technological advances, make use of manual control, which results in slow inventory surveys, usually performed once a year. Thus, it was concluded that in every entry and exit process, the requisition and invoice are checked for the registration.

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1 INTRODUÇÃO

Considerado como item indispensável para o desenvolvimento das atividades desempenhadas em uma instituição, o estoque deve ser visto com bastante atenção pelos gestores envolvidos nesse processo. Sobretudo em empresas prestadoras de serviços, visto que o estoque é necessário para melhoria da qualidade e eficiência dos serviços prestados. A realização de serviço odontológico exige um grande número de materiais para prestação de serviço de qualidade. Por isso, as clínicas devem fazer um gerenciamento eficaz para que não faltem materiais, para que os mesmos cheguem na data planejada, com observância na data de validade, e para que o local de armazenagem seja apropriado. Tudo isso com o objetivo de evitar desperdício e perdas dos materiais.

Nesse contexto, a administração de materiais trabalha na busca da maximização de recursos, do lucro e minimização dos prejuízos causados pelas perdas decorrentes da falta de um gerenciamento de estoque eficiente e eficaz. De acordo com Ballou (2008), uma boa administração de materiais colocada em prática poderá ocasionar a diminuição de custo e, em consequência, um superávit dos lucros. Para um bom funcionamento do sistema de produção de uma empresa, são necessárias garantias de que os produtos básicos para o desenvolvimento de suas tarefas estejam sempre disponíveis na hora certa e na quantidade certa. Essa garantia está relacionada aos estoques de materiais.

O estoque é responsável por proporcionar economias significativas para uma empresa, pois é considerado como fator de segurança na hora da venda do produto por ela comercializado e quando comprado em grandes quantidades com descontos. A maximização dos lucros das empresas não está somente em calcular o valor de venda, mas sim desde o preço de compra do produto, uma vez que realizar compras que proporcione descontos acarretará em um melhor preço de venda. Os estoques representam um dos ativos mais importantes da maioria das organizações industriais e comerciais. É essencial sua correta contabilização no início e no fim do período contábil para uma apuração adequada do lucro operacional do exercício e assim chegar ao lucro líquido.

No setor odontológico, alguns materiais devem ser estocados em locais apropriados, higienizados e embalados, requerendo um bom gerenciamento desses

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materiais para que conservem suas qualidades e funcionalidade. É fundamental que esses cheguem aos locais de atendimento ao usuário na data planejada, sem que haja carência dos mesmos, mantendo a qualidade oferecida pelo fabricante, bem como sejam observadas as datas de validades de todos os produtos antes de sua utilização.

Visando que ocorra o relatado acima ou que seja possível identificar possíveis problemas na logística de armazenamento de materiais, para que não interfiram de forma negativa nos serviços prestados pelas clínicas odontológicas, este estudo busca responder a seguinte questão: como é feito o gerenciamento de materiais das clínicas odontológicas da cidade de Guanambi-Ba?

A dificuldade de gerenciamento de estoque conduz a empresa a não ter controle dos materiais corretamente, assim poderá ocorrer gastos desnecessários e ainda a não disponibilidade dos materiais na quantidade e no momento certo. O objetivo geral analisa a gestão de material das clínicas odontológicas da cidade de Guanambi-BA. E, para chegar a tal objetivo, discorre sobre os referenciais utilizados, identificam-se os métodos utilizados no controle de estoque, bem como as particularidades da gestão no setor odontológico.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ESTOQUES

Para que uma empresa possa ter um sistema de produção que funcione bem e sem falhas é preciso haver garantias que os produtos necessários para o desenvolvimento de suas tarefas estejam sempre disponíveis na hora certa e na quantidade certa. Essa garantia está relacionada aos estoques de materiais, pois a gestão de estoques é uma ferramenta muito importante dentro de uma organização, onde deverá ser medida e acompanhada para trazer bons resultados para empresa.

Segundo Moreira (2009, p. 463), o conceito de estoque é: [...] “quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas [...]”. O autor ainda cita que os estoques trabalham como reguladores, dentro de uma organização, garantindo estabilidades nas vendas, podendo proporcionar lucros e recursos para a mesma. E que necessita

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de muito cuidado com sua gestão, pois é um grande gerador de trabalho por estar vinculado com vários setores dentro da empresa (MOREIRA, 2009).

Para Dias (2010), conhecer o estoque de uma empresa é um grande desafio, porém, muitas empresas pensam que a grande dificuldade está em diminuir os custos, ou em reduzir as quantidades dos produtos estocados. A dificuldade está em saber a quantidade correta de mercadorias estocadas para atender as necessidades gerenciais de modo eficaz. Quando se trata de material de consumo é importante que se tenha uma certa atenção do que é para venda ou uso próprio da empresa. Por isso é importante ter estoques disponíveis em quantidade considerável, não podendo confundir excesso com necessidade. É denominado de estoque todo material adquirido e produzido pela empresa que estejam armazenados para o uso ou comercialização.

Segundo Slack, Chamber e Johnston (2009), todas as atividades desenvolvidas na comercialização ou prestação de serviços mantem um estoque. Quando se trata de material para comercialização, destaca-se os bens que serão vendidos. Quando se trata dos itens utilizados na fabricação dos produtos, destaca-se a indústria. Já na prestação de serviços destacam-se os materiais que estão guardados com a finalidade de serem utilizados nas atividades que serão desenvolvidas.

2.2 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE

O estoque é um item indispensável para a composição de uma empresa, seja ela industrial ou comercial. O modo como o estoque é controlado e armazenado pode aumentar a lucratividade da empresa ou causar prejuízos para a mesma. Por isso, é indispensável que o gestor participe fielmente na administração da empresa. De acordo com Tadeu (2010), para uma tomada de decisão eficiente, o gestor precisar observar e avaliar todas as variáveis possíveis, para que suas escolhas sejam baseadas em critérios objetivos, evitando-se risco de cair em armadilhas.

Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante da maioria das organizações industriais e comerciais. É essencial sua correta determinação no início e no fim do período contábil para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício. Os estoques têm uma ligação muito próxima às principais áreas de operação dessas organizações, e por isso envolvem problemas de controle, contabilização e principalmente de avaliação. (IUDÍCIBUS; MARTINS;

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GELBCKE, 2000). Diante dos fatos, percebe-se como é importante para o gestor desenvolver técnicas eficazes para obter bons resultados no fechamento contábil.

Segundo Oliveira et al (2003), qualquer incorreção nos valores de vendas e compras do estoque poderá diretamente afetar o valor do ativo e como consequência o resultado contábil do exercício também poderá ser afetado. Por isso há uma grande necessidade de implantação de um bom sistema de controle interno sobre as movimentações. Diante das circunstâncias percebe-se que sem planejamento é impossível para um setor administrativo que busca um controle eficiente para colocar em pratica seus procedimentos. Deste modo, para quem deseja um aumento de ganho de capital, reduzindo as compras desnecessárias, manter um controle físico de seus produtos acaba sendo uma excelente alternativa.

2.3 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAS NAS ORGANIZAÇÕES

Viana (2009) conceitua a administração de materiais como uma atividade de planejamento, onde coordena e controla todas as atividades relacionadas para adquirir materiais e formar estoques, desde a sua compra até a sua distribuição final. A administração de materiais tem a responsabilidade de planejar e manter em controle o fluxo dos materiais com a finalidade de maximizar os recursos utilizados e melhorar o nível do serviço requerido pelo consumidor (VIANA, 2009).

Segundo os autores Ballou (2008), Fenili (2016) e Pozo (2016), a administração de materiais tem como principal finalidade possibilitar que os materiais sejam entregues corretamente, com agilidade, rapidez, eficiência e atendendo as exigências do cliente, como querem, no instante e local adequado e por um custo menor possível. Independente se a empresa for pública ou privada, a principal finalidade da administração de materiais é entregar o material certo que os clientes querem no local adequado e com o custo mínimo (POZO, 2016).

A administração de materiais, também conhecida como administração de estoques, por ser considerada como membro regulador da logística, acaba atraindo atenção dos gestores que buscam alcançar vantagem competitiva para suas organizações através da administração eficaz dos estoques. (MARTINS; ALT, 2009). Para obter êxito, a administração de materiais deve incorporar suas atividades básicas de planejamento, armazenagens e compras, aprimoradas numa política eficaz de

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materiais que defina critérios, procedimentos e normas voltadas ao atendimento das necessidades de cada organização.

2.4 GESTÃO EM ALMOXARIFADO

O almoxarifado é fundamental para qualquer organização, pois é nele que estão guardados os materiais que sustentam o funcionamento das organizações. Segundo Viana (2002) guardar materiais no almoxarifado é o mesmo que guardar dinheiro em banco. Dessa forma o almoxarifado deve possuir condições para atender as exigências dos materiais de forma adequada, na quantidade devida, no ambiente certo, preservando e mantendo suas qualidades. A função maior do almoxarifado é fazer com que a empresa esteja sempre abastecida de seus bens de consumo, através da entrega contínua e sem interrupção, para os diversos ambientes organizacionais.

O espaço físico do almoxarifado para armazenamento dos itens deve ser adequado para a movimentação dos materiais e das ruas para movimentação de equipamentos e pessoas. Além disso, para cada setor da empresa as embalagens devem ser padronizadas e, se possível, identificadas visualmente para facilitar sua estocagem, controle do estoque e movimentação. Os equipamentos, localização e a disposição interna ficam relativos a política geral de estoques da empresa. A minimização das perdas de inventário ou de qualquer natureza, deve ser a principal preocupação de qualquer almoxarife. Para alcançar tal finalidade, é preciso dar a este profissional as condições necessárias para garantir que o material apropriado, na quantidade solicitada, na embalagem correta, será entregue quando necessário conforme as normas vigentes, visando conservar, a preservação da qualidade, e a acurácia dos pedidos. O almoxarifado para cumprir sua finalidade deve ter recursos de movimentação e distribuição suficientes a um andamento rápido e eficaz, bem como instalações adequadas. (PAOLESCHI, 2009).

É importante destacar que administração de um almoxarifado requer um procedimento transparente dos que ali trabalham, por ser um local de guarda dos materiais que representam grandes quantias em valor, portanto é a administração de um patrimônio de uma empresa.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Os procedimentos para a realização do artigo científico iniciam por uma pesquisa bibliográfica. Essa primeira etapa tem como objetivo a familiarização com o tema abordado, através da utilização de periódicos, livros, entre outros. Após este período, inicia-se a pesquisa de campo. Sua importância se dá pela necessidade de investigar a indagação da proposta (GIL, 2002).

Quanto ao tipo de estudo é caracterizado como descritivo e exploratório. A pesquisa descritiva visa apresentar as características de determinada população ou fenômeno, envolvendo a utilização de técnicas próprias de coleta de dados, tais como: questionário e observação sistemática (FREITAS, 2013). Por outro lado, a pesquisa exploratória tem como objetivo central uma maior familiaridade com o problema principal e procura entender com o aprimoramento de ideias ou intuições (GIL, 2002). Em relação a abordagem, a pesquisa é caracterizada como quantitativa, uma vez que utiliza de parâmetros estatísticos para expor o comportamento dos participantes em dados numéricos (GERHARDT; SOUZA; SILVEIRA, 2009).

A população da pesquisa representa um total de 74 diferentes empresas odontológicas da cidade de Guanambi, as quais estão devidamente cadastradas no CRO-BA (Conselho Regional de odontologia do Estado da Bahia), enquanto a amostra apresenta 35 empresas – 47,30% da população. Os questionários foram entregues e respondidos pelos funcionários responsáveis pela gestão das clinicas. A coleta de dados foi realizada na cidade de Guanambi-Bahia entre os períodos de 26 de setembro 2019 e 04 de outubro de 2019, após esse período os dados foram quantificados e serão demonstrados a seguir. É importante ressaltar que os resultados são apresentados na sua maioria por tabelas, usando a variável e a frequência em valor absoluto e em porcentagem dos dados coletados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 1 aborda a existência do espaço físico exclusivo para almoxarifado, visto que este deve possuir condições para atender as exigências dos materiais, na quantidade devida, no ambiente adequado, preservando e mantendo a qualidade e funcionalidade dos produtos.

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Tabela 1 – Existência de espaço físico específico para armazenamento.

Variável Frequência Porcentagem

Sim, espaço é de uso exclusivo do almoxarifado 33 94,3% Não, o espaço é compartilhado com outras unidades 2 5,7%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Os dados apontam que 94,3% dos entrevistados utilizam o espaço de forma exclusiva para armazenamento. Esse tipo de utilização auxilia o gestor ao atendimento rápido e eficiente, já que o tempo da busca por materiais é reduzido, além do fácil acesso para contagem e evito de desperdício (DIAS, 2005). Somente 5,7% utilizam espaço compartilhado com outras unidades. Todos os participantes apontaram que o espaço é suficiente para armazenagem, ainda que 5,7% utilizam de espaço compartilhado (tabela 1). Embora suficiente, é aconselhado sempre manter ajustado o estoque de acordo com a entrada e a saída de mercadorias, para que seja suficiente o atendimento à demanda e evitar acúmulo de produtos. A armazenagem compreende a guarda, segurança, localização e a preservação dos materiais. Para Fenili (2016), a armazenagem tem por objetivo principal a minimização dos custos pertencentes a ela e deve buscar fazer de acordo com as particularidades envolvidas. A estrutura física do local de armazenagem, que é de suma importância para o controle e qualidade dos produtos. Para cada setor da empresa, os produtos devem ser padronizados e, se possível, identificados visualmente para facilitar a estocagem, o controle do estoque e a movimentação (PAOLESCHI, 2009). Além disso, o mau armazenamento é um dos principais motivos de perda. E manter produtos a altas temperaturas ou em ambientes com elevada umidade pode danificar os materiais.

A Tabela 2 apresenta dados sobre o sistema utilizado para controle dos materiais. Segundo Oliveira et. al (2003), há a necessidade de implantação de um bom sistema de controle interno sobre as movimentações, isso porque qualquer incorreção nos valores de compras e vendas do estoque pode afetar diretamente o valor do ativo. Nesse quesito, o uso de um software específico para gestão de materiais é considerado o melhor sistema de gestão a ser implantado, por automatizar tarefas, facilitando as atividades do dia-a-dia, fornecendo maior mobilidade e acelerando processos. Em segundo lugar, pode-se citar a planilha eletrônica, que também automatiza processos, porém necessita de maior acompanhamento. Já o controle manual, ainda que eficaz, está mais sujeito a erros e dispõe de maior tempo no controle das tarefas, tornando o processo menos eficiente comparado aos anteriores.

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Tabela 2 – Sistema de controle de materiais.

Variável Frequência Porcentagem

Uso de software específico para gestão de materiais. 0 0,0%

Planilha eletrônica 9 25,7%

Controle manual 24 68,6%

Não possui sistema de controle 2 5,7%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Demonstra a Tabela 2 que a grande maioria, um total de 68,6%, ainda utiliza o controle manual. Seguindo pelo uso da planilha eletrônica, com 25,7%. Já os que não possuem sistema ou outro tipo de gerenciamento de materiais representam 5,7%. O uso de algum software específico para gestão de materiais apresentou nenhum valor. Isso pode acarretar alguns problemas, pois o controle manual pode gerar diversas falhas no preenchimento (OLIVEIRA et al, 2003).

A Tabela 3 diz respeito à periodicidade de atualização dos materiais no sistema de controle de estoque que cada clínica utiliza.

Tabela 3 – Periodicidade de atualização dos materiais no Sistema de Controle de Estoque.

Variável Frequência Porcentagem

De imediato, quando da ocorrência de entrada e saída

12 34,3%

No final de cada dia 0 0,0%

Semanalmente 4 11,4%

Mensalmente 18 51,4%

Não é realizado nenhum registro patrimonial 1 2,9%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

O período que apontou a maior ocorrência foi a atualização mensal, que representa 51,4% dos participantes. Enquanto que 34,3% apontam para a realização da atualização de imediato, assim que ocorre a entrada e saída dos materiais. Ao passo que 11,4% realizam a atualização semanalmente. Ainda que 5,7% não possuem nenhum sistema de controle de materiais, apenas 2,9% não realizam nenhum registro patrimonial. É fundamental que as organizações, principalmente as que representam produtos químicos e perecíveis, como no caso as instituições hospitalares ou consultórios odontológicos.

A Tabela 4 apresenta a frequência de levantamento de Inventário Físico. Esse inventário é responsável por fazer o levantamento de quais e quantos bens estão nos estoques da companhia. Portanto, é uma maneira eficiente de gerir o estoque e deve

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ser atualizado com frequência. Quanto menor o período de atualização, mais eficaz será a identificação das causas e resoluções de problemas. Entretanto, ao deparar com alguma diferença em relação ao valor ou quantidade, é necessário buscar orientação do departamento contábil. (MARTINS; CAMPOS ALT, 2009). De acordo com Dias (2006), o procedimento do Inventário Físico deve ser feito anualmente pelas entidades, atualizando-se o valor de cada item do patrimônio, fazendo-o constar do inventário anual.

Tabela 4 – Frequência de levantamento de inventário físico.

Variável Frequência Porcentagem

Anual 16 45,7%

Mensal 1 2,9%

Semanal 0 0,0%

Não é realizado 18 51,4%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 4 aponta que 51,4% dos participantes não realizam inventário em nenhum período. Enquanto que 45,7% dos entrevistados realizam o inventário de maneira anual, sendo o sugerido pela bibliografia, e somente 2,9% faz de maneira mensal. A periodicidade semanal não apresentou valores. Portanto, basicamente metade seguem as diretrizes dos principais autores para uma boa gestão de inventário (DIAS, 2006)

A Tabela 5 identifica a rotina de controle e práticas gerais de gestão dos materiais, já que a identificação de materiais através da classificação facilita o controle da utilização dos produtos. De acordo com Dias (2010), a classificação de materiais inclui catalogação, simplificação, normalização, especificação, padronização e codificação de todos os materiais referentes ao estoque.

Tabela 5 – Rotina de controle e práticas gerais.

Variável Frequência Porcentagem

Cada um dos materiais possui “ficha de prateleira”. Indicação física na prateleira com descrição do

produto, código, entradas, saídas e saldo;

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62,9% Os materiais estão dispostos conforme intensidade do

fluxo de entradas e saídas; 13 37,1%

Os materiais são identificados por meio de código de

barras ou outro tipo de codificação de material 0 0,0%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 5 aponta que 62,9% das clínicas utilizam “ficha de prateleira”, ou seja, indicação na prateleira com descrição do produto, código entrada, saída e saldo. Ao

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passo que 37,1% indicaram que os materiais estão dispostos conforme a intensidade do fluxo de entra e saída. A identificação por código de barra ou outro tipo de codificação não apresentou frequência.

Além disso, a pesquisa buscou constatar se há conferência de entrada do material com a nota fiscal, no que diz respeito à rotina de entrada de materiais. Essa verificação é importante para identificar algumas inconformidades de maneira rápida, bem como informar se os itens encomendados estão coerentes com os recebidos. A nota de entrada das mercadorias precisa estar de acordo com o que foi comprado. Ao dar entrada nos materiais, de acordo com os participantes, é realizada a conferência junto a nota fiscal do produto em 97,1% das clínicas. A utilização desse procedimento procura evitar falhas no recebimento. Somente 2,9% não fazem essa conferência. Conforme o autor Araújo (2007), o processo de conferencia deve ser criterioso e organizado, uma vez que a falta de atenção na hora da conferência poderá levar a erros, causando discórdias nos estoque.

Após a conferência do produto relacionada à nota fiscal, ocorre a identificação da verificação dos produtos físicos em relação ao sistema. Etiquetar o que não estiver com as informações importantes à vista e passar esses dados para o sistema de controle fazem parte dessa ação. É válido indicar as quantidades, lotes, fabricantes e validade dos produtos a fim de facilitar o controle e manejo de estoque. De acordo com a pesquisa de campo, 91,4% realizam a revisão do produto físico junto ao cadastro do sistema e apenas 8,6% não recorrem a esta rotina de gerenciamento.

Ao realizar a saída de materiais é necessário que esta seja acompanhada por uma requisição de saída, não permitindo retiradas de mercadorias sem a devida requisição, bem como a identificação de quem as retirou (BALLOU, 2008). Nesse sentido, a Tabela 6 tem por objetivo verificar se há permissão de saída dos materiais somente com a requisição assinada, a fim de manter os níveis de confiabilidade do sistema.

Tabela 6 – Rotina de saída de materiais – Saída somente com requisição assinada.

Variável Frequência Porcentagem

Sim 21 60%

Não 14 40%

Total 35 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Apesar de ser igualmente importante o controle apurado tanto da entrada quanto da saída de materiais, a Tabela 6 indica que somente 60% realizam a saída

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de materiais através da requisição assinada e que 40% não fazem esse procedimento. Também sobre a rotina de saída de materiais, se a clínica realiza a revisão da saída, com a verificação dos produtos físicos no sistema. Essa rotina é essencial para que o sistema apresente resultados dos saldos de cada item que sai do estoque. De acordo os participantes, 74,3% fazem a revisão da nota fiscal com o sistema, em contrapartida 25,7% não fazem revisão. Vale ressaltar a importância da rotina de saída de materiais, pois, com isso, o processo vai convergir em dado momento para gerar uma solicitação de compra de determinado item. O controle de saída de mercadorias deve ter um planejamento bem detalhado, pois o não registro de saída provoca uma alteração no estoque, sem falar no prejuízo que a empresa terá uma vez que já pagou pelo produto (MOREIRA, 2009).

Finalmente, foi questionado para as clínicas odontológicas sobre quais ferramentas são utilizadas pelos gestores para auxiliar na tomada de decisão. Dentre as diversas respostas, a mais frequente foi a utilização de fluxo de caixa. Além disso, alguns teóricos analisados discorrem que os administradores mais hábeis preferem, antes de pronunciar a palavra lucro, avaliar cuidadosamente seu fluxo de caixa. Diante disso, pode-se dizer que o fluxo de caixa serve como instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma empresa. Com isso, subtende-se que a demonstração do fluxo de caixa é apropriada para proporcionar às clínicas a segurança e orientação nas suas tomadas de decisões.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O gerenciamento de materiais proporciona ao consumidor final um atendimento com maior eficiência e eficácia, já que a empresa consegue atender toda a demanda exigida por meio da otimização dos processos e organização do estoque. Por ser tão importante, o objetivo deste trabalho foi identificar como esse gerenciamento é realizado nas empresas, a fim de detectar os problemas e propor melhorias no processo, mais especificadamente nas clínicas odontológicas da cidade de Guanambi-Ba. O problema para o artigo baseou-se em entender como é feito o gerenciamento de materiais nessas clínicas, trabalhando com a hipótese que a falta de gerenciamento conduz as empresas a não ter o controle correto dos materiais, gerando perdas.

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Foi observado que a gestão de materiais compõe uma série de ações que auxiliam o administrador a verificar os mesmos em relação a sua utilização, armazenamento, manuseio e registros. Como demonstrado nos dados recolhidos, aponta-se que 94,3% das clínicas possuem espaço exclusivo para armazenagem dos materiais, ao passo que 71,4% estão armazenados em estantes, paletes e afins, e ainda que em 62,9% dos casos, os materiais estão indicados por descrição do produto, código, entrada e saída. Esse processo contribui para organização e estrutura do almoxarifado.

Entretanto, o estudo apresentou que as 68,6% das clínicas ainda utilizam o gerenciamento de matérias através do controle manual. Esse meio de gerenciamento pode ocasionar falhas e lentidão no processo, necessitando de maior acompanhamento para evitar tais danos. Sendo assim, tendo em vista a importância apresentada do gerenciamento dos materiais e o avanço da tecnologia, a utilização de um software de gerenciamento otimizaria o processo de contabilização e levantamento de inventário, obtendo resultados instantâneos e de maneira automática, já que 45,7% realiza o inventário de forma anual e 51,4% das clínicas fazem a atualização dos materiais no sistema de forma mensal.

Por fim, considera-se que o objetivo principal deste trabalho foi alcançado, pois, possibilitou ampliar o conhecimento sobre o assunto, bem como desenvolver uma análise sobre o caso em estudo. Confirma-se que o gerenciamento de materiais é um instrumento que o administrador financeiro tem a seu alcance para organizar e otimizar processos, tomar decisões com maior segurança, evitar perdas e tornar o atendimento mais eficiente. Em vista da importância do estudo do gerenciamento de materiais para a empresa, sugere-se a continuidade desse tipo de pesquisa para estudos de futuros possíveis estudantes e pesquisadores sobre o aprofundamento do tema. Em empresas com grande quantidade de estocáveis, como: supermercado, farmácias, portos, indústrias e outros, como também aplicar a pesquisa para cidades com diferentes índices de desenvolvimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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