CARIDADE E SOLIDARIEDADE
PAPEL DOS CRISTÃOS NUMA SOCIEDADE MAIS SOLIDÁRIA1.
«então
vai e faz
o
mesmo»
“Quando tal não é
suficiente, os cristãos levam-nos eles próprios para a “estalagem” - que é a IGREJA - para que, nos serviços da Igreja,
que, conforme os tempos e as necessidades, ela cria e sustenta, os estalajadeiros tratem deles e os restituam à comunidade defendidos e operativos.”
a IGREJA
como
ESTALAGEM
os cristãos que (…) “se enchem de
compaixão, aproximam-se, ligam as
feridas e os colocam sobre as suas próprias
montadas”
NOVO MANDAMENTO
DO AMOR
lei fundamental da perfeição humana
e da transformação do mundo
o “vinho e o azeite” do
AMOR entregue
gratuita e
generosamente,
através da justiça e da
caridade
a certeza que
«DEUS É AMOR»
SERVIÇO CARITATIVO & DEFESA DOS DIREITOS DOS POBRES E DOS DOENTES
colectas paroquiais | confrarias leigas mutualistas | irmandades | ordens terceiras | misericórdias | hospitais
a certeza que
«sem caridade,
dizia, não havia
Igreja»
uma comunidade só o é
quando ali alguém cuidasse
dos seus membros mais
desvalidos
é sentir que todo o bem
que se faz a um dos mais
pequeninos é feito ao
próprio Cristo e querer
vê-lo defendido e
operativo na
comunidade que o gerou
e onde é chamado a ser
“De uma forma
silenciosa e
espontânea, por
imperativo de piedade e
de fé, o serviço ou ajuda
de umas pessoas a
outras vem sendo uma
marca da Igreja
Portuguesa
Poder-se-á afirmar que
essa é a exigência mais
expressiva da fé que os
crentes usam, até como
expressão religiosa”
a IGREJA
PORTUGUESA
Muitas vezes as comunidades cristãs são
quem mais rápida, melhor e mais eficazmente
respondem.
“Através de grupos
sócio-caritativos, vem
sendo exercida uma
importantíssima
actividade em favor
dos mais
desfavorecidos. (…)
São esses grupos o
despertar das
consciências para a
solidariedade, para a
comunhão, para a
ajuda fraterna e para o
agir Cristão.”
a IGREJA
PORTUGUESA
Em assuntos de protecção social, promoção
da saúde e educação a Igreja tem
experiência, autoridade e história – o Estado
é um novato que, por vezes, aparece
SERVIÇO CARITATIVO COMO RESPOSTA E MINIMIZAÇÃO DE PROBLEMAS SOCIAIS
pobreza | exclusão | baixos rendimentos | falta de emprego/habitação | doença | baixa escolaridade | disfunção familiar | violência
a certeza que
«o que fazem a um
dos pequeninos é a
Cristo que o
fazem» (Mt 25)
todos eles vão dando o seu
contributo para que múltiplos
problemas sejas minorados
Poder-se-á dizer que se nem
sempre os cristãos estão
conscientes de que aquilo
que fazem a um dos mais
pequeninos é a Cristo que o
fazem (Mt 25). Mas, pelo
menos, têm a consciência de
que o bem que fazem aos
outros é emprestado a Deus
que, certamente, em tempo
oportuno recompensará.
2.
durante séculos
tudo o quanto se
fez, por caridade
e solidariedade,
era quase
exclusivamente
por iniciativa da
Igreja em geral e
dos seus fiéis
em particular
“mas ao Estado, sobretudo, compete
assegurar os direitos sociais e a existência de
serviços que os ministrem,
conhecendo, reconhecendo e apoiando quem os promove e quem os serve, coordenando os seus promotores, regulando, estabelecendo
metas a atingir e suprindo
quando necessário.”
o ESTADO como
PROMOTOR DA
JUSTIÇA SOCIAL
se o Estado não servir para promover uma melhor justiça social e um futuro melhor e mais
_ fundações ou instituições canonicamente erectas _ irmandades _ misericórdias _ associações de inspiração cristã _ cruzadas de bem-fazer
_ centros de bem-estar social _ centros sociais paroquiais
a ACÇÃO SOCIAL
da IGREJA
através das
INSTITUIÇÕES
SOCIAIS
em Portugal 41% das 4 747 Instituições de
Solidariedade existentes advém directamente da Igreja, contudo a sua inspiração, cristã, a sua
marca, exerce-se sobre a quase generalidade de todas as outras instituições.
INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE EM PORTUGAL
Infância e juventude | cidadãos com deficiência | idosos | trabalho comunitário | trabalho socioeducativo
a certeza que
a comunidade
tem apoio
umas em comunidades
economicamente ricas e
outras a actuar em
comunidades estruturalmente
pobres.
Umas são de grande dimensão, com muito pessoal técnico e contratado, outras com menos
pessoal (uma média de 80
colaboradores por Instituição, atingindo os 100 mil no conjunto
das Instituições da Igreja e 250 mil no total das Instituições de Solidariedade Social); umas com muitos voluntários e outras com poucos (todas estas Instituições –
e acentuadamente as Instituições da Igreja – são lideradas por
Criaram respostas para
problemas concretos, que
tendem a ser encarados
sempre da mesma forma e
solucionados sempre com os
recursos obtidos nas mesmas fontes, sentindo
dificuldades em adaptar-se a circunstâncias novas. Porque
serviços institucionalizados são naturalmente serviços em
estruturas “conservadoras”,
com dificuldades para
enfrentar novos problemas, novos desafios, novas
respostas, até porque têm de responder perante quem lhes disponibiliza meios de acção.
os serviços da Igreja
como SERVIÇOS
INSTITUCIONALIZADOS
São instituições que criaram e desenvolvem
respostas para problemas já tipificados e a esses limitam ou têm de limitar a sua intervenção não podendo fazer o mesmo a novos problemas,
ainda não tipificados, porque são ainda indefinidos ou não simplesmente balizados, novos e grandes, ou porque não podem ou, simplesmente, não
São serviços financiados pelo orçamento do
Estado e aguentados por gente generosa mas por vezes tratada como ingénua, sendo,
frequentemente, o pároco, no caso concreto dos centros sociais e paroquiais, o mais trabalhador e o mais ingénuo, barato, frágil e a quem é muitas vezes difícil suceder quando era ele o fundador.
São serviços que, muitas
vezes, “quase” absorvem a
acção do pastor e, quantas
vezes, a sua existência como que parece dispensar a
existência de outros grupos organizados de acção
sócio-caritativa e, quantas
vezes, ainda, reagem mal a
iniciativas pontuais de acção solidária porque
podem elas aparecer como “sorvedouros” de meios de
que as instituições podem vir a carecer.
os serviços da Igreja
como SERVIÇOS
INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE EM PORTUGAL
motores da Acção Social em território nacional
INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
Registadas com Fins de Acção Social
Até 2009 Até 2010 Até 2011
Associações de Solidariedade Social 2.970 3.049 2.917 Fundações de Solidariedade Social 192 200 190 Centros Sociais Paroquiais 1.174 1.177 1.048 Outras Instituições de Organizações Religiosas 233 233 217 Irmandades Misericórdia 353 353 346 Uniões, Federações e Confederações 27 27 29
INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE EM PORTUGAL
motores da Acção Social em território nacional
ACÇÃO SOCIAL
ECLESIAIS
IPSS 66.5% 28%
Equiparadas a IPSS 3.2% 2%
Outras Organizações com fins lucrativos 1.9% Entidades Oficiais 1.5% SCML 0.02% Serviços Sociais Empresas 0.2%
INSTITUIÇÕES E MOVIMENTOS E OBRAS DE ÂMBITO NACIONAL
INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE EM PORTUGAL
_ Acção Católica Portuguesa
_ ACEGE - Associação Cristã de Empresários e Gestores
_ ACEPS - Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde
_ ACISJF - Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude Feminina _ Associação dos Médicos Católicos Portugueses
_ Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima _ Associação O Ninho
_ Cáritas
_ Comissão Justiça e Paz
_ FITI - Federação das Instituições de Terceira Idade _ Movimento Fé e Luz
_ Obra de Rua
_ OSZ - Obra de Santa Zita _ Pax Christi
_ Sociedade de S. Vicente de Paulo
_ UMP - União das Misericórdias Portuguesas _ União Noelista Portuguesa
3.
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
CARIDADE E SOLIDARIEDADE | papel dos Cristãos numa Sociedade Mais Solidária
1 . A dignidade da pessoa humana, como criatura à imagem de Deus e a igual dignidade de todas as pessoas;
2 . Respeito pela vida humana, 3 . Princípio de associação,
4 . Princípio da participação,
5 . Opção preferencial pelos pobres, 6 . Princípio da solidariedade,
7 . Princípio da subsidiariedade, 8 . Princípio do bem comum,
9 . Princípio da destinação universal dos bens.
A acção social e
caritativa emana da
DOUTRINA SOCIAL
DA IGREJA, cujos
princípios básicos
são:
CARACTERÍSTICAS DA ACÇÃO DA IGREJA (I)
CARIDADE E SOLIDARIEDADE | papel dos Cristãos numa Sociedade Mais Solidária
1. Capilaridade
2. Instituições com respostas de gratuidade: são instituições de iniciativa de
particulares, sem finalidade lucrativa e implementadas por voluntários;
3. Instituições de solidariedade e de caridade com nomes como: Centros
Sociais Paroquiais, Institutos, Misericórdias, Obras, Veneráveis ordens...
4.Instituições da comunidade e de proximidade: são respostas nascidas de
uma convergência de vontades de pessoas solidárias, que se aproximam para serem próximas, e que se organizam em virtude da consciência dos valores da sociabilidade, tais Instituições têm contribuído decisivamente para a
consolidação de um novo tipo de sociedade, constituída a partir da base ou, se quisermos, a partir de comunidades concretas.
CARACTERÍSTICAS DA ACÇÃO DA IGREJA (II)
CARIDADE E SOLIDARIEDADE | papel dos Cristãos numa Sociedade Mais Solidária
5. Instituições com assunção da subsidiariedade: são Instituições que,
simultaneamente, são a consolidação da importância do contributo de todos na causa comum, são a afirmação de que não há inclusão sem envolvimentos
colectivos e são a consagração da subsidiariedade como princípio inspirador de uma prática de boas práticas;
6. Instituições com envolvimentos: da comunidade, dos dirigentes, dos
trabalhadores, dos utentes, dos agentes económicos e dos agentes públicos (centrais ou locais);
7. Instituições com opção preferencial pelos mais carenciados: é o seu
passado, o seu espaço e o seu futuro;
8. Instituições com sobriedade: onde sobra a caridade, com poucos recursos
fazem-se milagres com qualidade e segurança;
9. Instituições de pessoas para as pessoas, de cristãos para os todos, crentes e
4.
Tem vindo a aumentar progressivamente o
número das respostas sociais. Também têm crescido as dúvidas sobre o seu futuro.
Talvez se imponha uma
reflexão sobre o seu
espaço, o envolvimento da Igreja nas respostas sociais e a sua
cooperação com o Estado.
Um IDEÁRIO para
uma ACÇÃO DOS
CRISTÃOS
As respostas sociais preponderantes da Igreja são de apoio à família, a crianças e jovens e à
integração social e comunitária, de educação e formação profissional dos cidadãos e de