Sistemas de Comunicação Óptica
Fibras Ópticas e Componentes
Passivos
© João Pires
Vantagens das fibras ópticas
•
Baixa atenuação
Na terceira janela (λ=1.55 μm) o coeficiente de atenuação tem um valor de cerca de 0.2 dB/km.
•
Largura de banda elevada
A largura de banda disponível na terceira janela é de cerca de 200 nm (25 THz). Considerando a 2ª e 3ª janela têm-se cerca de 400 nm (50 THz).
•
Dimensões e peso reduzidos
Um cabo óptico ocupa uma secção que é 1/10 da secção ocupada por um cabo coaxial e o seu peso é de cerca de 1/30.
•
Imunidade à interferência electromagnética
A sílica (SiO2) não é sensível à interferência electromagnética.
•
Custo reduzido
Atenuação das fibras versus meios metálicos
1 2 5 10 20 50 100 200 500 1000 Frequência (MHz) 100 α (dB/km) 50 20 10 5.0 2.0 1.0 0.5 0.2 0.1 Fibra monomodal Fibra multimodal de índice gradual Cabo Coaxial Par simétrico© João Pires
Estrutura das fibras ópticas
• A variação do índice de refracção é dada por
n1: valor máximo do índice de refracção, a: raio do núcleo, g: parâmetro de perfil, Δ: diferença de
índices normalizada 2a Núcleo (GeO 2/ SiO2) Bainha (SiO 2)
(
)
⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎨ ⎧ > Δ − = ≤ ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ Δ − = a r n n a r a r n r n g 2 / 1 1 2 2 / 1 1 2 1 2 1 ) ( 1 2 1 2 1 2 2 2 1 2 n n n n n n − ≈ − = Δ Índice em degrau a r n(r) g=1 g=2 g=∞ Índice parabólico Revestimento primáriointerior Revestimento primário
Tipos de fibras
•
Fibra multimodal
- Fibra com indíce em degrau
- Fibra com índice de variação gradual (
50 ou 62.5μm)•
Fibra monomodal
- Fibra padrão ou G.652
- Fibra de dispersão deslocada ou fibra G.653
- Fibra de dispersão deslocada, com dispersão
não nula ou G655
125 μm 50 ou 62.5μm 125 μm 8.6 a 9.5μm 405 . 2 2 2 1 Δ ≤ = an V λ π 405 . 2 2 2 1 Δ > = an V λ π© João Pires
Parâmetros característicos da fibra
•
Diferença de índices normalizada
•
Abertura numérica
•
Coeficiente de atenuação
•
Parâmetro de dispersão
•
Parâmetro de dispersão de polarização
Abertura numérica
• O cone de aceitação de uma fibra óptica define um ângulo sólido segundo o
qual toda a radiação incidente é transmitida pela fibra.
• A abertura numérica (AN) de uma fibra corresponde ao seno do ângulo de
aceitação. Para uma fibra com índice em degrau têm-se
• Exemplos: Fibra multimodal 62.5/125 AN=0.275
Fibra multimodal 50/125 AN=0.2 Fibra monomodal AN=0.14
Cone de aceitação Bainha Núcleo a θ Δ ≈ =sin n1 2 AN θa
© João Pires
Atenuação
• O coeficiente de atenuação é definido como a razão entre a potência óptica de
entrada, Po(0), e a potência óptica de saída Po(L), de uma fibra óptica com
comprimento L. O coeficiente de atenuação em dB/km é ) ( ) 0 ( log 10 L P P L o o = α 0 1 2 3 4 5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 Comprimento de Onda (μm) C o e ficie n te de A ten uaçã o (d B /km ) 0 1 2 3 4 5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 Comprimento de Onda (μm) nm dB/km 850 1.81 1300 0.35 1310 0.34 1383 0.29 1550 0.19 1625 0.21 nm dB/km 850 1.81 1300 0.35 1310 0.34 1383 0.5 1550 0.19 1625 0.21
Fibra óptica monomodal Corning SMF-28 Fibra óptica monomodal Corning SMF-28e
0 1 2 3 4 5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 Comprimento de Onda (μm) nm dB/km 850 2.42 1300 0.65 1380 1.10 1550 0.57
Fibra óptica multimodal Corning 50/125
C o e ficie n te de A ten uaçã o (d B /km ) C o e ficie n te de A ten uaçã o (d B /km )
Dispersão intermodal
• A dispersão intermodal só ocorre nas fibras ópticas multimodais e resulta do
facto de diferentes modos terem diferentes tempos de propagação.
• O alargamento do pulso, definido a meia potência é aproximado por
• O desvio padrão do alargamento devido à dispersão intermodal é definido por
• O produto largura de banda óptica×comprimento da fibra é dado por
Bainha t t 1 δτ c θ τ min τ max degrau em índice : 1 min max − ≈ Δ = n c L τ τ δτ :índiceparabólico 10 2 1 min max − ≈ Δ = n c L τ τ δτ res rectangula pulsos : 3 2 int δτ σ er = : pulsosgaussianos 2 ln 2 2 int δτ σ er = degrau em índice : 44 . 0 1 0× ≈ Δ n c L B 4.42 :índiceparabólico 1 0 Δ ≈ × n c L B 0.5 L P0 P0
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Dispersão intramodal
• A dispersão intramodal ou cromática resulta do facto de diferentes
comprimentos de onda de um modo apresentarem diferentes velocidades de propagação na fibra.
• Um sinal com uma largura espectral Δλ apresenta um alargamento temporal a
meia potência Δτ (ou σintra quando expresso em desvio padrão).
n(λ) Comprimento de onda v g Comprimento de onda λ=1.3 μm g g L v L τ τ = = : propagação de Tempo λ λ λ τ τ = Δ = λ Δ Δ L D L d d g λ λ σ
σintra = D L Dλ
[
ps/(nm.km)]
:parâmetrodedispersãocromática1.3 μm 1.55μm λ 0 G.652 G.655 G.653 Atraso de grupo Fibra G.652 D λ
Dispersão intramodal (cont.)
• O valor do parâmetro de dispersão resulta da contribuição da dispersão do
material e da dispersão do guia:
• A dispersão do material só depende do material constituinte da fibra. Para a
sílica pura anula-se para 1.27 μm. A dispersão do guia depende de vários
parâmetros tais como a diferença de índices normalizada, o perfil do índice de refracção e o raio do núcleo da fibra. Actuando nestes parâmetros pode-se
alterar a variação do parâmetro Dλ com o comprimento de onda.
guia mat D D Dλ = + a 1 a 2 Dispersão do guia Dispersão do material Dispersão total a 1 a 2 1.3 μm 1.55 μm λ 0 Pa râ me tr o de d ispe rsão raio a 1< raio a2 1.3 μm 1.55 μm 0 λ Pa râ me tr o de d ispe rsão do ma te ri a l SiO2 SiO 2/ GeO2
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Limitações impostas pela dispersão
• O desvio padrão da largura do pulso na saída da fibra (σt), depende da largura
do pulso na entrada (σ0) e do alargamento devido à dispersão (σd):
• Largura espectral da fonte (σλ) elevada
• Largura espectral da fonte reduzida
s multimodai fibras : ) ( , monomodais fibras : , )
( 02 d2 d intra d int2 er int2 ra
t σ σ σ σ σ σ σ
σ= + = = +
Fibra Óptica Monomodal (D
λ) Laser 2σ0 Esp e ctro λ Esp e ctro λ 0 λ 0 σ λ P o tempo Interferência iintersimbólica 2σt L λ λ σ σd = D L
Fibra Óptica Monomodal (D
λ) Laser P o tempo 2σt L Laser Modulador Externo 2σ0 Esp e ctro λ Esp e ctro λ 0 λ 0 λ 0
(
2)
, / 0 2 σ β σd = L β λπ Dλ c 2 2 2 =− σ m m m Db c f c2 2ln2 2 2ln2 2 2 λ λ σ = Δ ≈Produto largura de banda
×comprimento
• Fibras multimodais (n1=1.5, Δ=0.01) Índice em degrau Índice parabólico • Fibras monomodais (λ=1.55 μm, σλ=0.1 nm) Fibra G.652 (Dλ= 17 ps/(nm.km)) Fibra G.653 (Dλ= 1 ps /(nm.km)) Fibra G.655 (Dλ= 4 ps /(nm.km)) km MHz 8.8 44 . 0 1 0× ≈ Δ = × n c L B km GHz 8.8 4 . 4 2 1 0 = × Δ ≈ × n c L B km GHz 110 187 . 0 0× = = × λ λσ D L B km GHz 1870 187 . 0 0× = = × λ λσ D L B km GHz 467.5 187 . 0 0× = = × λ λσ D L B Não se considerou a dispersão intramodal© João Pires
Produto débito binário
×comprimento
• O débito binário de um sistema de transmissão digital óptico é limitado pela
dispersão devida à fibra óptica. Para impedir que a interferência
intersimbólica seja elevada é necessário garantir que o alargamento do pulso
seja inferior ao período de bit (Tb=1/Db), sendo usada normalmente a seguinte
regra
• Para o caso das fontes com largura espectral elevada (LED, Laser FP, Laser
DFB com modulação directa) obtem-se
• Para o caso de fontes com largura espectral reduzida (Laser DFB+modulador
externo)
• Para um débito de 10 Gbit/s tem-se no primeiro caso um comprimento máximo
da ligação de cerca de 14.7 km e no segundo caso de 66.6 km.
d b D σ 4 1 ≤ λ λσ D L Db 4 1 ≤ × (λ =1.55μm,Dλ =17ps/(nm.km),σλ =0.1nm) Db× L≤147Gbit/s×km 2 2 12 λ π λ D c L Db × ≤ (λ =1.55μm,Dλ =17ps/(nm.km)) Db2× L≤6.66×103(Gbit/s)2×km
Limites do parâmetro de dispersão:ITU-T
•
Os valores máximos do parâmetro dispersão são fixados pelo ITU-T
(International Telecommunications Union- Telecommunication
sector). A recomendação G-652 impõe o seguinte limite para uma
fibra padrão operando entre 1260 e 1360 nm, com um comprimento
de onda de dispersão nula (
λ
0) entre
λ
0min=1300nm e
λ
0max=1324 nm.
•
Para fibras com dispersão deslocada a recomendação G-653 impõe
onde
λ
0é o comprimento de onda de dispersão nula (
≈1.55μm) e λ é o
comprimento de onda de trabalho.
.km) m 0.093ps/(n : ) nula(S dispersão de Declive , ps/(nm.km) 4 2 0 3 4 0 0 ≤ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ − = λ λ λ λ S D ( 0)ps/(nm.km), S0 0.085ps/(nm2.km) 0 − ≤ = λ λ λ S D
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Compensação de dispersão (I)
• Para aumentar a distância entre os regeneradores para além dos limites impostos pela dispersão pode-se usar técnicas apropriadas para compensar os efeitos da dispersão.
• Fibra compensadora de dispersão
Fibra com um parâmetro de dispersão negativo elevado na região de 1550 nm.
• Gestão de dispersão
Troços de fibra com dispersão alternadamente positiva e negativa. Fibra monomodal padrão (L, D
λ) Lc, Dλc D λ l L L+L c l 0 = +D cLc L Dλ λ
Fibra compensadora de dispersão
D λ l l L 1, D λ1 L2, D λ2 L1, D λ1 L2, D λ2 ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡ = nm.dB ps mérito de Factor c c D αλ
Fibra com parâmetro dedispersão negativa Fibra com parâmetro de dispersão positiva
0 2 2 1 1L +D L = Dλ λ
Compensação de dispersão (II)
• Igualação com dispositivos ópticos
Ex: Grelhas de Bragg com “chirp” distribuído
• Igualação suportada na dispersão
O emissor gera um sinal óptico com modulação FM. A fibra converte o sinal FM num sinal com modulação de intensidade
• Inversão espectral a meio do sistema
λs elevados λs baixos Entrada Saída Circulador Grelha de Bragg Atras o Comprimento de onda n Posição
O atraso máximo que é possível introduzir é igual a1 ns
Fibra Óptica Monomodal
Laser f tempo tempo P o frequência Potência óptica f tempo tempo P o efeito diferenciador Receptor tempo V efeito integrador
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Tópicos sobre polarização
• O campo eléctrico da luz polarizada pode ser expressa em termos da sua
projecção sobre os eixos dos x e dos y : . As duas componentes do campo são descritas por e .
• No caso do polarização vertical o campo eléctrico varia segundo o eixo dos y,
ou seja a componente Ex é nula. Na polarização horiznotal Ey é igual a zero.
• Nos casos da polarização circular as duas componentes estão desfazadas de
90º e no caso da polarização elíptica de 45º.
y y x xe E e E E = + ) cos( ) , ( ox x x z t E wt kz E = − +δ Ey(z,t)=Eoycos(wt−kz+δy) x y z λ
Se nos situarmos num
determindo ponto z a variação temporal também, é sinusoidal.
Polarização vertical ωt x y δ δ δ = − ox E y E0 x E y E E Polarização circular δ=90º Polarização elíptica δ=45º
Dispersão de polarização
• Numa fibra óptica monomodal ideal a propagação de um sinal é feita através
de dois modos linearmente polarizados e ortogonais, caracterizados por apresentarem exactamente a mesma constante de propagação.
• Nas fibras reais essas constantes de propagação não são exactamente iguais,
devido à perda de simetria circular do núcleo no processo de fabrico, ou devido à pressão mecânica não simétrica. Esse fenómeno designa-se por
birefringência (B), sendo especificada pelo índice de refração diferencial (Δn).
• A diferença entre as constantes de polarização faz com que a propagação
através da fibra origine um alargamento dos pulsos:
dispersão de
polarização ou PMD (polarization mode dispersion).
x 11 HE y 11 HE λ π β λ π β y y x x n n 2 2 = = = Ideal Bainha elíptica
Pressão não simétrica Núcleo elíptico , xy y x n n n B= − = Δ B∈
[
10−5,10−7]
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Limitações da dispersão de polarização
• Nas fibras reais diferentes polarizações propagam-se com diferentes
velocidades de grupo. A distribuição de energia de um sinal pelas diferentes
polarizações varia com o tempo. Assim, a penalidade devida à dispersão de
polarização varia com o tempo. O valor médio temporal do atraso diferencial entre duas polarizações ortogonais é dado por
• O valor de DPMD para diferentes fibras varia entre 0.1 e 2 ps/√km
• Para garantir uma penalidade inferior a 1 dB faz-se
L DPMD =
Δτ L:comprimentodafibra(km),DPMD :parâmetrodePMD(ps km)
b D / 1 . 0 < 〉 Δ 〈 τ 1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 Dé bit o bin á rio ( G bit/s) L (km) Dispersão intramodal (σ λ= 1nm) Dispersão intramodal (σ λ= 0) Dispersão de polarização (D PMD=0.5 ps√km)
A dispersão de polarização pode limitar a distância máxima de transmissão em ligações que usem compensação de dispersão
Efeitos não lineares (I)
• Os efeitos não lineares podem ser devidos a efeitos de difusão não linear
(difusão estimulada de Brillouin e difusão estimulada de Raman) e a efeitos
resultantes da dependência do índice de refracção da potência óptica
(auto-modulação de fase, modulalação de fase cruzada e mistura de quatro ondas).
• Difusão estimulada de Raman
Há transferência de energia de uma onda óptica para uma outra onda (onda de Stokes) com maior comprimento de onda. A energia absorvida vai originar vibracões moleculares.
A largura espectral do ganho de Raman é muito elevada (≅125nm),permitindo
construir amplificadores ópticos com grande largura de banda. Em sistemas
WDM para garantir uma penalidade inferior a 0.5 dB deve-se garantir que Fibra monomodal (L)
λ
1 λ2 λ1 λ2
Átomos com baixo nível de energia Átomos com elevado nível de energia
Emissão estimulada (onda de Stokes) α α ) exp( 1 L Le = − − Comprimento eficaz:
α::coeficiente de atenuação (Nepper/km)
mW.nm.km 000 40 ) 1 ( − Δ s e < o N L NP λ N: número de canais, P
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Efeitos não lineares (II)
• Difusão estimulada de Brillouin
Neste caso a onda de Stokes proga-se em sentido oposto ao da onda
transmitida e a largura de banda de interacção é muito reduzida (~20 MHz).
• Índice de refracção não linear
Para potências ópticas eleva das o índice de refracção do núcleo passa a
depender da potência do sinal transmitido (Po):
O parâmetro n2 (coeficiente de índice não linear) tem um valor de cerca de
2.35×10-20m2/W. Usa-se a área eficaz em vez da área real do núcleo, porque a
potência óptica não está uniformemente distribuída pela secção da fibra.
Para reduzir os efeitos não lineares deve-se usar fibras ópticas com áreas
eficazes elevadas, Ex: Corning LEAF, Alcatel TeraLight
, 2 ef o o A P n n
n= + ′ n0 :índicederefracçãolinear, n2′ :coeficientedeKerr,Aef :áreaeficazdafibra
raio In ten s idade raio In ten s idade (A ef/π)1/2
Mistura de quatro ondas
• Considere-se três ondas ópticas com frequências ν1, ν2, ν3. Por acção da
mistura das quatro ondas ou FWM (four-wave mixing) que têm lugar na fibra, é originada uma quarta onda com frequência νfwm= ν1 +ν2 –ν3.
• A potência do sinal FWM é directamente proporcional à potência dos
diferentes canais e inversamente proporcional ao espaçamento entre canais e ao valor do parâmetro de dispersão.
frequência ν1 νfwm ν2 ν3 Po tên c ia 100 1000 10 000 Distância(km) M á x im a potên cia po r cana l( m W ) 0.01 0.1 1 10 100 1000 8 canais, espaçados de 100 GHz 32 canais, espaçados de 50 GHz Fibra G.652 Fibra G.653
Inviabiliza a utilização da fibra G653 para operação em volta de 1.55 μm
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Auto-modulação de fase
• As variações de potência óptica associadas à modulação do sinal óptico são
convertidas pela não-linearidade do índice numa modulação de fase, que vai contribuir para variar a frequência instantânea do sinal.
• A variação de freqência vai contribuir para aumentar a largura do espectro do
sinal. Como consequência o pulso alarga em operação em regime de
dispersão normal, ou comprime-se em operação em regime de dispersão anómalo.
• Há um pulso com uma forma especial (solitão), em que o estreitamento do
pulso devido a efeitos não lineares compensa o alargamento devido à dispersão. ) ( 2 ) , ( 2 L P t A n t L ef o ef λ π φ = ′ Δ dt t dP L A n dt t L d t L ef o ef ) ( 2 ) , ( ) , ( 2 λ π φ δυ =− Δ =− ′ P o(t) t δν(t) t ν0
Solitões
• A transmissão óptica com solitões usa codificação RZ (return to zero),
enquanto a transmissão convencional usa NRZ (non-return to zero), tendo o
pulso uma forma do tipo secante hiperbólica.
• A potência de pico necessária para garantir a estabilidade do solitão é dada
por
• Devido às perdas da fibra tem de se usar amplificadores ópticos para garantir
que a potência nunca desce abaixo desse valor. O ruído gerado pelos
amplificadores ópticos vai provocar variações na amplitude e na frequência central dos solitões. As variações de frequência são transformadas pela dispersão cromática em “jitter temporal”.
• A transmissão com solitões apresenta-se com algum interesse para ligações
transoceânicas, embora não tenha tido até agora nenhum uso comercial.
1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 T b T b tempo tempo P o(1) P o(0) NRZ RZ ef p A n P λ π κ τ κ β 2 2 2 2 2 2 e 11 . 3 = ′
© João Pires
Reflectómetro no domínio do tempo (OTDR)
• O reflectómetro no domínio do tempo ou OTDR (optical time domain
reflectometer) permite caracterizar uma fibra óptica através do acesso a uma
das suas extremidades.
• A potência retrodifundida resulta das reflexões de Fresnel e da retrodifusão de
Rayleigh. Laser Pulsado Fotodetector e Amplificador. Potência retrodifundida Reflexão de Fresnel Retrodifusão
[
]
dB/km ) ( 2 ) ( log ) ( log 10 1 2 1 2 z z z P z PD D − − − = αCoeficiente de atenuação da fibra óptica Fibra Óptica Osciloscópio PD(z) PD(z1) PD(z2) z1 z2 Z
Ligação de fibras ópticas
• As fibras ópticas são fabricadas com comprimentos que variam entre cerca de
2 e 20 km. Para distâncias maiores é necessário ligar diferentes troços.
• As ligações podem ser permanentes (juntas), ou temporárias. As primeiras
são realizadas por fusão das extremidades da fibra, enquanto as segundas são realizadas com fichas (ou conectores).
• As ligações são caracterizadas pelas perdas de inserção (Aj) e pelas perdas
de retorno (Ar) .
• As juntas apresentam perdas de inserção <0.1 dB e as fichas entre 0.1 e 0.3
dB. As perdas de retorno típicas das fichas são de cerca de 55 dB.
• No sentido de reduzir as perdas as duas extremidades das fibra a serem
ligadas devem estar aplanadas, perpendicularmente ao eixo da fibra e polidas.
P 0 P r P 1
( )
dB 10log(
P1/P0)
Aj =−( )
dB 10log(
P /P0)
Ar =− r Ligação© João Pires
Bandas de utilização das fibras
WDM e LAN
Monomodal
(G.652)
1450-1528
S
Sexta
WDM
Monomodal
(All Wave)
1350-1450
E
Quinta
WDM
Monomodal
(G.653)
1561-1620
L
Quarta
Mono –λ
e WDM
Monomodal
(G.655)
1528-1561
C
Terceira
Mono –λ
Monomodal
(G.652)
1280-1350
O
Segunda
Tipo LAN
Multimodal
820-900
__
Primeira
Aplicações
Tipo de fibra
Banda (nm)
Designação
Janela
Características de algumas fibras
≤0.08
≤ 0.06
≤ 0.092
≤ 0.092
DPMD (ps/√km)0.058
5.5-10
1440-1450
65
Alcatel Tera-Light0.06
2-6
1490-1500
72
Corning LEAF0.050
2.6-6
1470-1490
50
OFS TrueWave-RS0.060
16-19
1300-1320
80
Alcatel ColorLock0.088
17-20
1300-1322
80
OFS AllWave0.09
16-19
1302-1322
80
Corning SMF-28 Declive S (ps/(km.nm2)) Dλ (banda C) (ps/(nm.km)) Nulo de dispersão (nm) Área eficaz (μm2)Tipo
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Acopladores
• O acoplador direccional é usado para combinar e derivar sinais nas redes
ópticas
.
• Parâmetros: Coeficiente de acoplamento:
Perdas em excesso: Directividade: Perdas de inserção: • Derivador 1x8 Comprimento de acoplamento Entrada 1 Entrada 2 Saída 1 Saída 2 P 1 P 4 P 2 P 3 3 1 log 10 P P C = 3 2 1 log 10 P P P Ad + = 4 1 log 10 P P D= ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ − − = = −10 −10 2 1 10log 10 10 log 10 C A i d P P A P o/8 P o/8 P o/8 P o/8 P o
Atenuação total do derivador 1xN
) log( 10
log2N A N At = × d +
Isoladores e circuladores
• Os isoladores são dispositivos não recíprocos, que transmitem numa direcção
e bloqueiam noutra direcção. Os dois parâmetros relevantes são as perdas de inserção (perdas na direcção de transmissão) e isolamento (perdas na
direcção inversa).
• Princípio de funcionamento
• Circulador
Princípio de funcionamento similar ao do isolador mas com portos múltiplos
Polarizador Rodador de Faraday Polarizador Sinal de entrada Sinal reflectido Polarização vertical Polarização horizontal Sinal bloqueado 1 2 3
Um sinal na entrada do porto 1 é enviado para o porto2. Um sinal na entrada do porto 2 é enviado para o porto 3 e um sinal na entrada do porto3 é enviado para o porto 1.
O polarizador deixa passar só uma polarização. O rodador de Faraday roda a polarização de 45º.
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Cabos ópticos
• Os cabos ópticos são projectados tendo presentes dois aspectos: 1) Minimizar a atenuação adicional resultante do fabrico e uso do cabo;
2) Manter a integridade física da fibra (na instalação e em serviço).
• O cabo é revestido no exterior por uma bainha para proteger o cabo de efeitos mecânicos, térmicos, químicos ainda da húmidade. No caso dos cabos submarios têm-se também uma blindagem metálica para aumentar a resistência mecânica.
• Há cabos que podem ter várias dezenas (mesmo poucas centenas) de fibras ópticas. Os cabos com mais de 24 fibras estão organizados em subunidades.
Tensor central
Bainha do cabo (polietileno Membro reforçador (dieléctrico ou metálico)
Fibra com revestimento secundário
Subunidade com várias fibras