Eksamen
21.05.2014
PSP5648 Portugisisk nivå III
Elevar og privatistar / Elever og privatister
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Exercício 1
Use o texto para responder, em português, às seguintes perguntas o mais detalhadamente possível.
a) Como explica Tiago Brangança haver tanto “lixo” em Benfica?
b) De que maneira são Rodrigo e Tiago colecionadores diferentes? O que fazem com o excedente de “lixo”?
c) Ambos criticam as carrinhas de caixa aberta. Porquê? d) Mencione o “lixo” favorito destes dois colecionadores.
Viver com o lixo dos outros
Tiago Bragança é um jovem de 25 anos que acredita que aquilo que outros condenaram a lixo tem direito a nova vida. E nota o aumento de concorrência à ‘cata’ de entulho no bairro lisboeta de Benfica: «As coisas desaparecem muito mais depressa. E, às vezes, a concorrência é desleal». Refere-se às carrinhas, de caixa aberta ou fechada, que batem a cidade de Lisboa à procura de objectos de valor no lixo ou de matérias primas, como ferro, ou aço, para vender a outros. Mas em Benfica, há ‘lixo’ para todos. «Há constantemente casas que ficam vazias, seja porque eram habitadas por idosos que faleceram ou foram para lares, seja porque simplesmente as pessoas se mudaram».
Tiago é um expert. Tem o olhar treinado e a experiência de alguns anos a vasculhar o lixo, apesar da sua juventude. «Tinha dez anos quando comecei a levar coisas da rua. Primeiro eram tampões de carro e depois o que encontrava e gostava». Gosta especialmente de ventoinhas e, em Guimarães, sua terra natal e onde continuam a viver os pais, o estudante de Arquitectura tem já três objectos destes.
Quem não gostou muito do passatempo de Tiago foi a mãe. «Ficou furiosa por levar lá para casa aquelas coisas que tinham sido de outras pessoas». Mas a paixão é assim, resistente, e a de Tiago foi crescendo com o tempo. Hoje leva de tudo para a casa lisboeta que divide com dois amigos: livros, baús, revistas, quadros. Para ele, ficar com objectos já usados, entre outras coisas, é ecológico. «Há melhor forma de reciclar?».
Na sua casa, quase tudo ganhou nova vida. Há paletes que se transformaram em estantes, livros à espera de uma leitura, cadeiras, candeeiros, cómodas, baús antigos, uma balança de cozinha... «Às vezes, é complicado, porque encontramos uma coisa que gostamos, mas já temos a casa cheia», admite o jovem a sorrir. Nesses casos, a única solução é vender objectos na Feira da Ladra, na capital. E o negócio não corre mal: «Costumo fazer 40, 50 euros». E os amigos de Tiago também não escapam à sua paixão. «Às vezes encontro bolsas de senhora giríssimas e ofereço às minhas amigas», conta.
Tiago já apanhou praticamente de tudo ao lado do ecoponto ou à porta dos prédios antigos que tinham apartamentos a ser desmontados. Mas o que mais o impressionou foram os álbuns de fotografias. Tem vários: de casamento, de momentos íntimos ou da cidade de Lisboa nos anos 40. «Não sei como é que as pessoas conseguem deitar este tipo de coisas fora. Sou incapaz de deixar uma coisa destas no
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lixo», comenta. É que por detrás de um objecto deitado à rua há sempre uma história para contar. «Encontrei um álbum dentro de uma mala antiga, fechada. E com ele havia documentos de identificação. Agora estou a reconstruir a vida da senhora, a imaginar os passos que deu», entusiasma-se. Tem um livrinho onde aponta a vida da mulher desconhecida, que terá, imagina Tiago, chegado a Lisboa de Luanda. Mas os álbuns não são a única coisa que o jovem recupera. «Adoro recuperar objectos antigos, isso faz parte desta paixão».
Procurar lixo é ‘uma aventura’
Rodrigo, de 49 anos, também começou em criança à ‘cata’ de entulho. «Ia com o pai de um amigo meu, que tinha uma carrinha, percorrer a cidade, à procura de lixo», conta. Sempre associou estes ‘passeios’ a uma aventura. «Era sempre um dia especial, de cada vez que acontecia. Nunca sabíamos o que íamos encontrar». Ficou-lhe a paixão, que manteve ao longo dos anos. Mas o seu método de reciclagem é diferente do de Tiago. Rodrigo simplesmente vai deitando fora objectos que já encontrou se achar outros de que goste mais. «É a reciclagem natural».
Não é por necessidade que leva para casa coisas do lixo. «É porque gosto. Faz sentido para mim», diz o empresário, apaixonado por um retrato antigo de Vítor Hugo que pendurou na sala. Abaixo tem um candelabro de madeira, antigo, que andou meses a desejar até o encontrar na rua ao pé do ecoponto em Arroios, onde vive. «Num antiquário, este tipo de coisas são caríssimas. Não sei porque se deita um objecto destes, com tanto valor, fora», comenta.
Como Tiago, Rodrigo também sente que há cada vez mais concorrência: «Não há um único dia em que não passe uma daquelas carrinhas de caixa aberta, para levar coisas», conta. «O pior é que eles vêm equipados e tudo. E isso não me parece bem. Porque deixam as coisas inutilizadas, tiram as juntas e as dobradiças», indigna-se. O valor da matéria prima está a levar muitas pessoas a ‘atacar’ o lixo, para depois vender. Rodrigo fá-lo por paixão. «Quase todos os dias, depois de tomar um café à noite, dou um passeio para ver se há alguma coisa interessante. E quase sempre encontro alguma coisinha». Mas se deixa para trás alguma peça é certo que desapareça. Ele, além do lixo, tem a paixão de recuperar as peças, seja pintando-as ou limpando-as. É que para fazer isto, lembra Rodrigo, é «preciso saber», e só levar para casa objectos que realmente façam falta.
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Exercício 2
A sua turma tem como objectivo fazer uma viagem de estudo. Para conseguir fundos, vocês decidiram organizar um evento que inclui um mercadinho de segunda mão. Escreva, em português, um convite para o evento, não se esquecendo de indicar
• o local • a data
• o tipo de produtos a serem vendidos
• outras actividades que decorrerão durante o evento, como por exemplo entretenimento musical, venda de comida ou bebida.
Exercício 3
Desenvolva apenas um dos três temas seguintes. Escreva em português.
a) Conhece alguma pessoa que tenha um hobby pouco usual ou até estranho? Acha que certos passatempos podem interferir em prestações escolares, no emprego ou até no tempo usado com amigos? Dê exemplos.
b) Lixo de uns, tesouro de outros
«Muitos portugueses ainda torcem um bocadito o nariz a comprar algo que já foi usado por outra pessoa. Associam segunda mão a roupa esfarrapada, brinquedos estragados, coisas sujas, etc… E se por algum motivo acabam por comprar algo usado, omitem esse facto dos amigos por vergonha ou sabe-se lá porquê!»
Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Acha que a atitude dos noruegeses é diferente da dos portugueses? Você tem algum preconceito relativamente à compra de artigos em segunda mão ou costuma comprar artigos usados?
c) O desenho que se segue ilustra uma campanha de sensibilização para a proteção do meio ambiente. Exprima a sua opinião sobre este tipo de campanhas, não esquecendo de mencionar como você e a sua família contribuem para um planeta verde.
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