Eletromagnetismo II – 1
o
Semestre de 2007
Noturno - Prof. Alvaro Vannucci8
a
aula – 23/mar/2007
• Na última aula vimos: Ondas planas: t i iK ω ∂ → − ∂ ∇ → (operadores)
• Das equações de Maxwell, considerando as amplitudes dos campos, números complexos: ( ˆ ) 0 0 0 0 ; : ˆ ˆ i K u r t p s E E e sendo que E E p E s ω ⋅ − = = + ⇒ K B0 2 RE0 ; e K E0 B0 c
ω
ε
ω
× = − × = • A parte real:(
)
(
)
0 ˆ 0 ˆ ( , ) p cos s cos E r t =E p ωt−K r⋅ − φ +E s ωt−K r⋅ ;(1)
sendo K=Kuˆ • Para linearmente polarizadas elipticamente (circularmen ou ondas ondas 0 2 + ( àdirei te) polariz e à ta esquer ) a da -ad s φ π π φ = = ⇒ ⇒ ± .• Vimos que B E⊥ e K×E=ωB; K =nωc
(
K =Kuˆ)
. Então:(
)
(
)
0pˆcos 0sˆcos n B E s t K r E p t K r cω
φ
ω
= − ⋅ − − − ⋅ (2)Lei de Malus
• Radiação não-polarizada, quando atravessa certos materiais (polaróides) → pode tornar-se polarizada!
• Um polaróide pode ser construído a partir de um material com cadeias de moléculas paralelamente direcionadas.
• De forma que os elétrons de valência dessas moléculas passam a mover-se ao longo das cadeias (em resposta a um campo elétrico aplicado) → absorvem energia.
• No entanto, estes elétrons não conseguem passar de uma cadeia para outra (não se movem perpendicularmente às cadeias).
• Na incidência de uma onda EM com E
oscilando na direção que faz ângulo θ com Eixodo Polarizador:
• Então, componente paralela do campo (E//), em relação ao Eixo do Polarizador (∴ ⊥⊥⊥⊥ à cadeia) não é absorvida e atravessa o polaróide.
• A componente perpendicular (E⊥⊥⊥⊥) ao Eixo do Polarizador, no entanto, não atravessa o
polaróide (elétrons absorvem a energia incidente). • Portanto: Etransmitido = E0(incidente) cos θ (E=E cos0
θ
)• Em termos da Intensidade de Radiação, ou seja, potência transmitida (I∝ E2):
• Responda: o que ocorre (com a luz) quando uso dois polaróides?
Densidade e fluxo de energia
• Temos verificado que a representação complexa de Ee Bé útil, sendo que para se obter as quantidades físicas reais, basta tomar as partes reais das grandezas complexas.
Eixo do Polarizador
θ
(
da onda
)
E
Lei de Malus
2 0cos
I
=
I
θ
Cadeias Moleculares
• Isto, porém, pode ser feito porque, nas equações de Maxwell, os campos estão na forma linear, sempre; e as equações são satisfeitas separadamente pelas partes real e imaginária da grandeza complexa.
• No entanto, expressões envolvendo
1 2 (densidade de energia) (energia/área/tempo) u E D B H S E H = ⋅ + ⋅ = ×
não são funções lineares com relação aos campos.
• Nestes casos, faz-se necessário primeiro tomar as partes reais, antes de se efetuarem as multiplicações necessárias: 1 2 Re Re Re Re Re Re u E D B H S E H = ⋅ + ⋅ = × ; 0
B
D
ε
E e H
µ
=
=
• Assim, pegando as partes reais dos campos e realizando as multiplicações (eqs. 1 e 2), obtemos:
(
)
(
)
(
)
(
)
2 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 0 cos cos cos cos p s p s E E t K r E t K r n n B E t K r E t K r c c E Ee
ω φ ω ω φ ω µ ε = − ⋅ − + − ⋅ = − ⋅ − − − ⋅ = = .• De forma que, calculando:
2 0 2 0 1 E D E B H B
ε
µ
µ
⋅ = × = = 0ε
µ
2 E • Então, a densidade volumétrica de energia, transportada por uma onda EM é:
(
2 2)
2 2 0 1 2 1 E E n u E c E ε ε µ ε = = + = , onde usamos que: 0 0
0 1 e sendo R R n c
µ ε
ε
ε
ε
ε
= = = • Da mesma forma, para o Vetor de Poynting:
(
)
(
)
(
)
(
)
0 0 0 0 0 1 ˆ ˆ ˆ cos cos 0 cos cos 0 p s s p p s u S E H E t Kz E t Kz n n E t Kz E t Kz c c ω φ ω µ ω ω φ = × = − − − − − − ; com 0 1 H = µ B ⇒ aqui, vemos que os dois campos contribuem na mesma proporção para a energia de(
)
(
)
2 2 2 2
0 0
0 0
ˆ ˆ
Componente p do campo elétrico Componente s do campo elétrico ao quadrado ao quadrado ˆ cos cos p s n n S E H E t K r E t K r u c ω φ c ω µ µ = × = − ⋅ − + − ⋅
( )
2( )
2 2 Ep + Es = E • Portanto: (em mó ) 2 0 dulo 2 0 1 ˆ n S E u S n E c c µ µ = ⇒ = • Ou seja, a energia da onda é proporcional ao quadrado do campo elétrico. • Agora, substituindo este último resultado na expressão da densidade de energia u: 0 1 u µ = 2 n 2 c 0 µ c n (vetorialmente) ˆ n S u S cu u c S n ⇒ = ⇒ =
• Em termos de velocidade de propagação da onda: ˆ p p c v u S u v n = ⇒ =
• Interessante notar, deste último resultado, a analogia com J=ρv, que define o vetor densidade de corrente elétrica. Ou seja, talvez possamos entender S como uma
“densidade de corrente energética”, ou densidade de energia (na verdade potência) que se desloca com a velocidade vp da onda.
• Outra observação interessante: a dependência de u e S (da onda) com o tempo depende do estado de polarização da onda! Isto porque, do que vimos na aula passada:
(
)
( )
2 2 2 2 2
0 0
z=
(real, para 0) = pcos scos
E E ωt−φ +E ωt
• Para polarização circular: E0s =E0p e =φ ±π2, daí:
(
)
(
)
( )
2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 0 0 2 2 sin sin 2= pcos scos psin scos
t t E E t E t E t E t ω ω π ω ω ω ω = = + = + ∓ ∓ • Na situação que 2 2
(
2 2)
0 0 0 0 1 sin cos p s E E E E E ωt ωt = = = ⇒ = + 2 2 2 0 0 = p s constante no tempo! E E E ∴ = ≡• Por outro lado, para ondas linearmente polarizadas (φ = 0,π): E2=E02pcos2
( )
ωt +E02scos2( )
ωt =(
E02p+E02s)
cos2( )
ωtDensidade de energia Versor varia de 0 a 1 ⇒ E2 é sempre positivo ⇒
• Mas, se os valores de E2
são diferentes nestes dois casos, como analisarS
? • Veja que este último resultado, em termos de valores médios:(
)
2 2 2 0 0 1 2 p s E = E +E ,que poderia ter sido calculado fazendo: (ver apêndice):
(
*)
2 1 Re 2
E = E E ⋅
• Igualmente, posso fazer:
(
)
(
)
* * * 1 1 2 2 1 2 Re Re u E D B H S E H = ⋅ + ⋅ = × Ondas planas monocromáticas em
meios condutores
• A solução de onda plana, neste caso, pode ser obtida de maneira bastante análoga ao quefizemos com meios dielétricos. Vamos continuar considerando ρ = 0 e Jsó existirá em resposta ao campo elétrico da onda EM: J=σE E; ≡ campo da onda EM.
• Desta forma, da 4a equação de Maxwell:
i t iK D H E iK H E i D t ω ω σ σ ∂ ∇ × = + ⇒ ⇒ × = − ∂ ∂ → ∂ ∇ → ⇒ ⇒ K H0 D0 i E0 usando B= 0H D E µ ω σ ε × = − − ⇒ = ⇒ ⇒ 0 2 0 0 R i K B E c ω σ ε ε ω × = − +
• Note que, fazendo σ→ 0 caímos no caso do meio dielétrico! (veja aula 7). • Agora, permitindo que a constante dielétrica seja um grandeza complexa: 0 R R R iσ ε ε ε ε ω → = + ,
(não importa qual das grandezas eu escolho conjugada) no cálculo dos valores médios ( )
(
0)
i K r t E e ⋅ −ω ( )(
0)
i K r t H e ⋅ −ω(
( ))
0 i K r t D e ⋅ −ωentão, esta 4a equação de Maxwell adquire a mesma forma que tínhamos para meios dielétricos: 0 2 R 0 K B E c ω ε × = − , (3)
de forma que os mesmos procedimentos anteriores de análise podem ser seguidos. Veja que este é um modelo matemático e a suposição, que está sendo feita, irá facilitar na abordagem dos problemas.
• Assim, da 3a equação de Maxwell: B E i t ∂ ∇ × = − ⇒ ∂ 0 K×E = iωB0 • Multiplicando vetorialmente ambos os lados
( )
×K :(
0)
0 K× K×E =ωK×B ⇓ ⇓ ⇓ ⇓(usando a relação A B C = B A C -× ×
(
⋅) (
C A B ⋅)
e a equação (3) acima) ⇓ ⇓ ⇓ ⇓ 2 0 0 2 0 2 0 R K K K E E K K E c ω ε = = ⋅ − ⋅ = − • Portanto: 2 2 2 R K c ω ε = ⇒ K R n c ε c ω ω = =• Igualmente, da equação acima, vemos que (mantendo ω real) K também corresponde a uma grandeza complexa (para meios condutores):
• Então, posso fazer: K=Kr+i Ki =
(
Kr +i K ui)
ˆ=K u ˆ• Assim procedendo, praticamente todas os resultados obtidos anteriormente para meios dielétricos também valerão, como veremos, para meios condutores, com a ressalva: εR, e n K → εR, e n K .
• Desta forma, as expressões dos campos, com K →K
(
K r⋅ = Kr⋅ +r i K ri⋅)
:(
)
(
)
(
)
(
)
0 0( , )
( , )
r i r i i K r t K r i K r t K rE r t
E e
e
B r t
B e
e
ω ω ⋅ − − ⋅ ⋅ − − ⋅
=
=
• Que correspondem a uma onda plana propagando-se na direção e sentido de Kr
, com 2 r K π
λ= , mas com amplitude que não é mais constante (decai exp. ao propaga-se)!
Note que eu estou impondo εR =n, em vista do resultado anterior, com dielétricos!