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ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DA SAÚDE: CAUSAS, AGRAVOS E CONSEQUÊNCIAS.

JHENNIFER VANESSA XAVIER DOS SANTOS

Acadêmica do Curso de Administração (bacharelado) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, Brasil.

vanessa.xavier77@gmail.com (67) 9 9878 1148

HELEN PAOLA VIEIRA BUENO

Docente no Curso de Administração na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, Brasil. Orientadora.

helen.bueno@ufms.br

RESUMO

O nível de estresse ocupacional tem aumentado ao decorrer dos anos e produzido consequências negativas ao bem-estar psíquico dos colaboradores, o que gera a necessidade de estudos em torno do assunto, a fim de contribuir para minimização de tal problema. O trabalho objetivou a realização de um levantamento bibliográfico acerca do tema proposto, com o intuito de verificar as principais causas, agravos e consequências do estresse no ambiente de trabalho dos profissionais da área da saúde. Para isso foi consultado o banco de teses e dissertações de CAPES, e realizado a escolha de seis produções científicas para estudo. De acordo com os dados mostrados nesse artigo, pôde-se observar o quanto o profissional da saúde está propício ao desenvolvimento do estresse, e a importância de maiores cuidados e adoção de medidas preventivas por parte da organização, a fim de evitar esse mal em seus colaboradores.

Palavras-chave: estresse; estresse ocupacional; trabalho; trabalhadores da saúde; saúde mental.

1 INTRODUÇÃO

As organizações do trabalho estão em constantes transformações e evoluções frente ao mercado, em busca ininterrupta por espaço e estabilidade. Tal processo produz efeitos nos trabalhadores, principalmente no aparelho psíquico, onde é imposto um modelo exato do que deve ser realizado de acordo com altas demandas e diversas exigências por parte de terceiros e do próprio modo de produção (FERNANDES et al., 2006).

Devido a esse contexto de grande competitividade, o trabalho tem se tornado mais presente na rotina das pessoas, através também da utilização de tecnologias que auxiliam na execução de tarefas, através de aparelhos celulares, notebook e net book, contribuindo assim para o excesso do contato entre trabalhador e organização,

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colaborando ainda mais para o surgimento de uma das doenças mais discutidas na atualidade, que é o estresse (SILVA; SALLES, 2016).

De acordo com Cataldi (2002), o termo estresse pode ser definido como um conjunto de reações desenvolvidas por uma pessoa ao se deparar com situações desgastantes, as quais exijam um alto esforço de adaptação. O equilíbrio existente no organismo pode ser deturpado através de algum tipo de tensão sofrida.

Um tipo específico de estresse encontrado no ambiente de trabalho é o estresse ocupacional, que é definido de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), como um conjunto de fenômenos que se apresentam no organismo do colaborador, afetando sua saúde (SCHMIDT et al., 2009).

O estresse ocupacional vem se tornando um motivo de grande preocupação, pois ele afeta o bem-estar psíquico dos colaboradores, o que acarreta várias consequências negativas, bem como desempenho ruim, violência, afastamento e por consequência, alta rotatividade na empresa. Diante de tal situação, várias pesquisas demonstram o quão complexo é o assunto e a necessidade do estudo das causas dessa problemática e a busca por soluções de minimização de tal problema (SCHMIDT et al, 2009).

As consequências do estresse ocupacional nos trabalhadores da atualidade, e suas possíveis consequências negativas, tanto para o colaborador em si, como também para a organização, afirma-se a necessidade de pesquisas em torno do assunto, a fim de buscar maior entendimento e também de realizar uma averiguação mais detalhada com o intuito de apresentação das possíveis melhorias propostas de acordo com os autores e estudiosos da área.

Não se sabe ao certo se existe realmente o estresse em profissionais da área da saúde e se existente, em quais níveis se encontra tal estresse, devido a isso se busca verificar e apresentar os resultados obtidos acerca desses pontos através dessa pesquisa.

A presente pesquisa possui como objetivo geral realizar um levantamento bibliográfico em torno do tema proposto para dessa forma, verificar as principais causas, agravos e consequências do estresse no ambiente de trabalho dos trabalhadores da área da saúde, para isso foi consultado o banco de teses e dissertações de CAPES.

Como objetivos específicos, a pesquisa visa: i) apresentar uma breve definição sobre trabalho, estresse e estresse ocupacional; ii) apresentar as fases, os tipos e processos do estresse ocupacional; iii) analisar e interpretar dados obtidos através de pesquisas em teses e dissertações produzidas nos anos de 2017 e 2018 por estudantes de pós-graduação em Administração.

O artigo está estruturado da seguinte maneira: além da introdução, aqui apresentada, o item 2 expõe o referencial teórico dividido nas seguintes seções: 2.1 breves conceituações sobre o trabalho; 2.2 conceito de estresse; 2.3 fases, tipos e processos do estresse; 2.4 estresse ocupacional; 2.5 o estresse ocupacional em profissionais da área da saúde; 3 métodos e técnicas de pesquisa; 4 resultados e discussão; 5 considerações finais e referências.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Breves conceituações sobre o trabalho

A palavra trabalho vem do latim ―tripalium‖, referindo-se a um instrumento de tortura para punições dos indivíduos que, ao perderem o direito à liberdade, eram submetidos a trabalhos forçados. Do ponto de vista religioso, o homem foi condenado ao trabalho porque Eva e Adão constituíram o pecado. Em Gênesis, o trabalho é

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considerado o castigo no qual o homem terá que se submeter, e com o suor, conseguir o seu alimento para sobrevivência (SILVA, 2002).

O trabalho forma parte da identidade do indivíduo, sendo que a profissão do indivíduo caracteriza o ser. Jacques (1996) (apud SILVA, 2002) afirma que os diferentes espaços de trabalho oferecidos constituem-se em oportunidades diferenciadas para aquisição de atributos qualificativos da identidade do trabalhador.

―O trabalho – que é a ação transformadora do homem sobre a natureza – modifica também a maneira de pensar, agir e sentir, de modo que nunca permanecemos os mesmos ao fim de uma atividade, qualquer que ela seja. É nesse sentido que dizemos que, pelo trabalho, o homem se autoproduz, ao mesmo tempo em que produz sua própria cultura‖ (ARANHA, 1996).

O trabalho surge da necessidade do homem em satisfazer suas necessidades e continuar sobrevivendo. Para Oliveira (1995) trabalho é ―a atividade desenvolvida pelo homem, sob determinadas formas, para produzir a riqueza‖. Com isso podemos dizer que é a partir desta perspectiva temos o estabelecimento das relações sociais e na medida em que são satisfeitas suas necessidades é refeita novas relações e assim sucessivamente. Dizemos ainda que, baseada nas várias concepções de trabalho, o homem está cada vez mais dependente dele e principalmente em virtude das várias transformações ocorridas nas sociedades. ―O trabalho fica então subordinado a determinadas formas sociais historicamente limitadas e a correspondentes organizações técnicas, o que caracteriza o chamado modo de produção‖ (OLIVEIRA, 1995 p.6)

2.2 Conceito de estresse

Inicialmente, o estresse foi estudado pela Física e Engenharia e utilizado como um termo técnico para designar forças que atuam sobre a mesma resistência, representando a carga que um material pode suportar antes de romper-se (MASCI, 1988), posteriormente, foi considerado sinônimo de fadiga e cansaço (GUIDO, 2003).

O conceito de estresse passou a ter relação com o conceito de força, esforço e tensão no século XVIII e XIX. Nesse período, destaca-se a ocorrência da Revolução Industrial, caracterizada pelo notável desenvolvimento econômico e deslocamento dos indivíduos do meio rural para o urbano a fim de trabalhar nas fábricas, o que levou a modificações radicais nas condições de vida da sociedade (SILVA; GOULART; GUIDO, 2018). Segundo Ornelas e Monteiro (2003), no entanto, a miséria, o trabalho estafante e prolongado, as péssimas condições de moradia e de alimentação persistiram. Assim, iniciam-se as discussões sobre a saúde do trabalhador no mundo e ampliam-se aquelas relacionadas ao estresse.

O conceito de estresse tem sido amplamente utilizado nos dias atuais, chegando mesmo a tornar-se parte do senso comum (FILGUEIRAS; HIPPERT, 1999), mas foi Hans Selye o primeiro estudioso, que em 1926, utilizou o termo pela primeira vez, definindo estresse como um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação (CARVALHO; SERAFIM, 2002).

O estresse quando excessivo produz consequências psicológicas e emocionais que resultam em cansaço mental, dificuldade de concentração e perda de memória imediata, bem como crise de ansiedade e humor. Do ponto de vista físico, possíveis doenças podem surgir pelo baixo sistema imunológico. Essas respostas psicofisiológicas do organismo ocorrem uma vez que, existe uma ligação do sistema neurológico,

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imunológico e endócrino para a realização das funções regulatórias do organismo e controle perante estímulos internos e externos (ROSSETTI et. al., 2008).

A quantidade de mudanças nestes últimos anos vem afetando diretamente os trabalhadores. O escritor e sociólogo Alvin Toffler utilizou o termo choque do futuro para descrever o sentimento de ansiedade vaga e constante que aparece nas pessoas sujeitas a esse ritmo de mudanças (ALBRECHT, 1990).

O efeito dessa aceleração da mudança é obrigar praticamente as pessoas que passam por ela a atingir um nível de estresse fisiológico – uma forma de alerta biológico tangível que as torna mais vulnerável a outras pressões e acontecimentos de suas vidas. O próprio choque do futuro pode fazer com que as pessoas adoeçam fisicamente, predispondo-as a ficarem doente de uma maneira geral (ALBRECHT, 1990, p.33).

Com todos os problemas causados pelo estresse, é possível classificar alguns sintomas que são comuns: o aumento da sudorese, tensão muscular, taquicardia, hipertensão arterial, aperto da mandíbula, ranger de dentes, hiperatividade, náuseas, mãos e pés frios. Em termos psicológicos, vários sintomas podem ocorrer, tais como ansiedade, tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, dúvida quanto a si próprio, preocupação excessiva, dificuldade de concentração em outros assuntos que não o relacionado ao estressor, dificuldade de relaxar, ira e hipersensibilidade emotiva (FERREIRA; MARTINO, 2006).

De acordo com Lipp e Rocha (1996), é também considerada a alta complexidade da vida moderna onde os seres humanos possuem grandes exigências no mercado de trabalho, tendo como priori a competição do mercado com suas especialidades, a ameaça do desemprego, a busca por pessoas que tenha maior produtividade, as inovações tecnológicas onde nem todo o ser humano consegue se adequar.

2.3 Fases, tipos e processos do estresse

Hans Selye (1956) definiu o estresse como uma resposta orgânica não-específica para situações estressoras ao organismo, e ao revisar seus conceitos, descreveu a resposta orgânica a essas situações estressoras como Síndrome de Adaptação Geral, a qual possui três fases: alerta, resistência e exaustão (ROSSETI et. al., 2008).

A primeira fase é do alarme, onde o indivíduo ao se deparar com o agente estressor prepara-se para lutar ou fugir. Nesta fase ocorre a quebra do homeostase compreendido assim como um leve desiquilíbrio biológico e psíquico (RIBEIRO; RIBEIRO, 2005).

Conforme FRANÇA e RODRIGUES (1997) a reação do alarme é caracterizada pelos seguintes sintomas: aumento da frequência cardíaca; aumento da pressão arterial; aumento da concentração de açúcar no sangue; aumento de frequência respiratória; dilatação dos brônquios; dilatação da pupila; aumento da concentração de glóbulos brancos e ansiedade.

A segunda fase trata-se da resistência que é compreendida quando o estressor é de longa duração ou quando sua intensidade é demasiada, nesta fase a pessoa faz uso de

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energia adaptativa agindo no meio social tentando modificá-lo com a intenção de reequilibrá-lo (RIBEIRO; RIBEIRO, 2005).

De acordo com FRANÇA e RODRIGUES (1997) esta fase é caracterizada pela atrofia de algumas estruturas relacionadas a produção de célula do sangue, ulcerações no aparelho digestivo, irritabilidade, mudança no humor e diminuição no desejo sexual.

FRANÇA e RODRIGUES (1997) esclarecem que a terceira fase denominada fase de exaustão representa a falha dos mecanismos de adaptação onde em parte existe um retorno à fase de alarme e, posteriormente caso o estímulo estressor permaneça pode levar o indivíduo à morte. Nesta fase as doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte, úlceras, psoríase, depressão e outros (Lipp, 2003) e RIBEIRO e RIBEIRO (2005) também afirmam que essa fase tem como consequência o adoecimento e estado de depressão.

Conforme FRANÇA e RODRIGUES (1997), nesta fase os sintomas estão caracterizados pelos seguintes fatores: retorno parcial e breve reação de alarme; falha do mecanismo de adaptação; esgotamento por sobrecarga fisiológica e morte do organismo.

Para Lipp (2002), o estágio de esgotamento desenvolve-se quando a ação do estressor, a qual o organismo se adaptou, permanece por um longo período, esgotando a energia de adaptação. O organismo é atingido no plano biológico ou físico e no plano psicológico ou emocional.

Lipp (2003) encontrou um quarta fase para o modelo trifásico proposto por Selye, denominado de quase-exaustão, caracteriza-se por um enfraquecimento da pessoa que não consegue mais se adaptar ou resistir ao estressor e, assim, as doenças começam a surgir, embora, não sejam tão graves, como na fase de exaustão (Lipp, 2003).

Segundo Selye (apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002), existem dois tipos de estresse: i) Eustress ou estresse positivo o qual ocorre quando a intensidade do estressor é positiva e/ou breve, e as resposta de estresse suave e controlável, podendo ser estimulantes e excitantes ao indivíduo possibilitando crescimento, prazer, desenvolvimento emocional e intelectual e o ii) Distress ocorre quando o estressor tem um caráter negativo, é mais prolongado ou denota maior gravidade. Ele sobrevém quando o estressor ultrapassa um determinado limite, que pode variar de organismo para organismo ou dependente das perdas ou transtornos que acarreta ou ameaça.

Para RIBEIRO e RIBEIRO (2005) o Eustress é conhecido como o bom estresse, ou seja, a capacidade que uma pessoa tem em impelir-se para ação, motivando-o a atuar nmotivando-o mundmotivando-o. Pmotivando-orém motivando-o mau estresse chamadmotivando-o de Distress pmotivando-ode variar de intensidade, do desconforto variado ao extremo podendo levar uma pessoa do esgotamento físico e mental.

FRANÇA e RODRIGUES (2005, p. 32) elucidam que

em essência, o que temos é um estímulo sobre o organismo, o estressor, que desencadeia uma resposta, que é estresse. O estresse pode ser observado em pelo menos duas dimensões: como processo e como estado. O estresse como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista. O estresse como estado é o resultado positivo ou negativo da tensão realizada pela pessoa.

FRANÇA e RODRIGUES (2005) esclarecem que existem dois tipos de processos que o indivíduo pode passar, caracterizados como processo de avaliação e de enfrentamento. No processo de avaliação existe uma atividade mental, que em parte é racional e, em parte é emocional e não necessariamente é consciente, no qual a pessoa

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faz um reconhecimento de situação ao qual está vivendo baseadas em experiências passadas, que terá importância não apenas no momento em que o indivíduo percebe ou estresse ou como irá enfrentá-lo, mas também na determinação do tipo e da intensidade da resposta a ser produzida. A avaliação permite ao indivíduo entender o momento que está sendo vivido. Um acontecimento estressante pode se distinguir de uma pessoa para outra, podendo ser para alguns um motivo de grande alegria e para outros uma causa de sofrimento.

França e Rodrigues (2005, p. 48) conceituam o enfrentamento como

um conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, avaliadas por elas como excessivas ou acima de suas possibilidades (FRANÇA; RODRIGUES, 2005, p. 48).

O enfrentamento pode ser visto como um encorajamento ou estratégia da pessoa, não necessariamente consciente, para obter o maior número de informações sobre o que está acontecendo e condições internas (psíquica) para o processamento e administração da informação, permitindo que indivíduo tenha condições de agir em situações de estresse podendo assim diminuir a resposta do Distress mantendo o equilíbrio do seu organismo (FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

2.4 Estresse ocupacional

O estresse ocupacional consiste em um conjunto de fenômenos e sintomas associados ao estresse, que se manifesta a partir do ambiente de trabalho. Dessa forma, pode ser definido como um processo que o indivíduo percebe as atividades, tarefas e exigências do trabalho como estressores, as quais, ao exceder os seus recursos de enfrentamento, provocam reações de estresse (JEX, 2002; PASCHOAL; TAMAYO; 2004 apud MARTINS, 2011). Segundo LAZARUS (1978)

O modelo interacionista define estresse como qualquer estímulo que demande do ambiente externo ou interno e que taxe ou exceda as fontes de adaptação de um indivíduo ou sistema social, com um fator determinante da severidade do estressor (LAZARUS, 1978).

Contudo, é associado às tensões causadas no trabalho e na vida profissional. Assim, o trabalho, além de possibilitar crescimento, transformações, reconhecimento e independência pessoal e profissional também causa problemas de insatisfações, desinteresse, apatia e irritação. O estresse ocupacional é entendido como aquele que provém do ambiente laboral e envolve aspectos da organização, da gestão, das condições e da qualidade das relações interpessoais no trabalho (RIBEIRO et. al., 2018).

As traumáticas mudanças pelas quais está passando este país é que a busca da eficiência a todo custo está moendo as pessoas. Do ponto de vista humano é cruel. Do ponto de vista econômico é contraproducente (LUTTWAK, 1995, p. 46).

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O estresse ocupacional é então a sensação particular de desiquilíbrio entre o trabalho e o emocional do colaborador, podendo ser causado por medo de fracassar, cansaço físico e emocional e dentre outros motivos. A preocupação científica com a questão do estresse reside na sua provável relação com adoecimento ou sofrimento que ele provoca (BIANCHI, 1990; LAUTERT, 1995).

O estresse ocupacional está presente em qualquer profissão ou nível hierárquico (LARANJEIRA, 2009). A aptidão de criar e manter um ambiente com presença reduzida de estressores organizacionais é uma exigência crescente e todo administrador deve estar capacitado para gerir e reduzir o próprio estresse e para auxiliar na diminuição das tensões de seus subordinados. Além disto, é necessário admitir que haja estressores inerentes à natureza da atividade, à cultura organizacional e às interações humanas. Ainda assim, a identificação dos estressores é essencial para que se possa adequar o perfil dos cargos à convivência com estes estressores (BALASSIANO; TAVARES; PIMENTA, 2011).

O estresse ocupacional pode ser evitado ou combatido através de um ajustamento funcional, da promoção da autoconfiança, da progressão e promoção na carreira de um apoio social eficaz (AFONSO, 2006).

Dessa forma, uma implementação de serviços técnicos de vigilância e preservação da saúde nos locais de trabalho; formação dos trabalhadores, chefias e dos representantes eleitos para a segurança, higiene e saúde no trabalho auxiliam no processo de redução dos estressores ocupacionais.

2.5 O estresse ocupacional em profissionais da área da saúde

O estresse ocupacional na área da saúde é um tema contemporâneo de debate e investigação. Assim, os estudos evidenciam que os trabalhadores da área da saúde representam uma parte da classe dos profissionais particularmente expostos a elevados níveis de pressão e estresse (CABANELAS, 2009).

Para Guimarães e Grubits

[...] o estresse ocupacional da enfermagem torna-se um fator extremamente importante de ser compreendido, assim como outros fatores que se interpõem na relação que os enfermeiros estabelecem com o trabalho, para que se possam implantar medidas preventivas e interventivas mais eficazes e adequadas na promoção da saúde de quem trabalha com a saúde (GUIMARÃES; GRUBITS, 2004 p.170).

Stacciarini e Tróccoli (2001) relatam que a enfermagem é classificada pela Health Education Authority (HEA) como a quarta profissão mais estressante no setor público e privado e são poucas as pesquisas que procuram investigar os problemas associados ao exercício da profissão do enfermeiro no Brasil.

Assim, concordante com o autor DOMINGOS (1996)

Os profissionais que trabalham com pessoas em sofrimento, como é o caso dos enfermeiros, vivenciam frequentemente situações de estresse, visto que os problemas nem sempre são solucionados imediatamente e com facilidade (DOMINGOS, 1996).

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Ser responsável por pessoas obriga um maior tempo de trabalho dedicado à interação, aumentando a probabilidade de ocorrência do estresse por conflitos interpessoais (BAUK, 1985).

O ambiente hospitalar apresenta aspectos muito específicos como a excessiva carga de trabalho, o contato direto com situações limite, o elevado nível de tensão e os altos riscos para si e para os outros. A necessidade de funcionamento em turno, que implica na existência de regime de turnos e plantões, permite a ocorrência de duplos empregos e longas jornadas de trabalho, comuns entre os trabalhadores da saúde, especialmente quando os salários são insuficientes para a manutenção de uma vida digna. Tal prática potencializa a ação daqueles fatores que, por si só, danificam suas integridades física e psíquica (PITA, 1991).

BORGES et al. (2002) afirma que o profissional de saúde pública é um exemplo de categoria de trabalhadores que está submetida à influência de estressores, pois, além de conviver com inúmeros problemas estruturais, tais como falta de infraestrutura e material básico para o trabalho, sofrem demanda imposta pelos órgãos competentes etc, precisam constantemente estar atentos a seus papéis e ao papel da instituição pública frente ao usuário, como: universalização, regionalização, hierarquização dos serviços, dentre outros.

Ajudar outras pessoas sempre foi reconhecido como objetivo nobre, mas apenas recentemente tem sido dada atenção para os custos emocionais da realização do objetivo. O exercício destas profissões implica uma relação com o cliente permeada de ambiguidades, como conviver com a tênue distinção entre envolver-se profissional e não pessoalmente na ajuda ao outro (BORGES et al. 2002).

Estudos revelam que os profissionais da área da saúde enfrentam cargas elevadas de pressão, desencadeando problemas de saúde para eles devido ao alto grau de estresse que enfrentam. Como afirma Batista (2011, p. 26): ―Ao longo das três últimas décadas, o estresse no ambiente de trabalho é percebido como algo ameaçador ao indivíduo, ao invés de possibilitar o crescimento e a transformação do indivíduo‖.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura acerca dos estudos sobre o estresse ocupacional em trabalhadores da área da saúde. Uma revisão sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada. As revisões sistemáticas são particularmente úteis para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada terapêutica/ intervenção, que podem apresentar resultados conflitantes e/ou coincidentes, bem como identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações futuras (LINDE; WILLICH, 2003).

A busca foi conduzida no Banco de Teses e Dissertações da CAPES. Para tal, utilizaram-se as palavras estresse ocupacional, com os seguintes filtros: i) Tipo: mestrado e doutorado; ii) Anos: 2017 e 2018; iii) Grande área do conhecimento: ciências sociais aplicadas e; iv) Área do conhecimento: administração.

Foram encontrados 46 resultados, porém, como critério de inclusão, optou-se pelas pesquisas na área da Administração que possuíssem itens sobre estresse

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ocupacional em trabalhadores da área da saúde, portanto, com base nesse critério, foram encontradas 6 produções científicas que serão apresentadas e discutidas a seguir.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir serão apresentados os resultados de pesquisa em teses e dissertações realizadas nos anos de 2017 e 2018, realizadas por estudantes de pós-graduação de Administração, disponibilizadas no Banco de Teses e Dissertações da CAPES.

A pesquisa 1 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse Ocupacional: estudo com profissionais de enfermagem de uma instituição hospitalar localizada na Zona da Mata Mineira‖, de autoria de Valmir Goncalves, do ano de 2017.

A pesquisa 1 teve como objetivo descrever e explicar as manifestações de estresse no trabalho dos profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) que atuam em um hospital filantrópico, localizado na região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.

Os resultados apontaram que 66,7% dos sujeitos pesquisados apresentaram quadro de estresse, variando de estresse leve/moderado a estresse muito intenso.

Os principais sintomas relacionados ao estresse ocupacional identificados na pesquisa foram: dor nos músculos do pescoço e ombros, dor de cabeça por tensão, nervosismo, insônia, irritabilidade e indisposição gástrica.

As principais fontes de tensão no trabalho foram: conviver com indivíduos desiquilibrados emocionalmente, realizar várias atividades ao mesmo tempo com alta cobrança, realizar mais com o mínimo de recursos e decisões no trabalho tomadas sem a participação do responsável pela atividade.

As principais fontes de tensão vivenciados pelos indivíduos pesquisados foram: levar a vida de forma muito corrida, realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, ter o dia todo tomado por muitos compromissos, com pouco ou nenhum tempo livre e pensar e/ou realizar duas ou mais coisas ao mesmo tempo, com dificuldade de concluí-las.

Os principais indicadores de impacto no trabalho identificados foram: desmotivação importante com o trabalho, desejo de trocar de emprego com frequência e excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais.

A pesquisa 2 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse ocupacional: estudo com gestores de um hospital público regional do Estado de Minas Gerais‖, de autoria de Ana Paula Lara de Vasconcelos Ramos, do ano de 2017.

A pesquisa 2 teve por objetivo descrever e explicar as manifestações de estresse dos gestores que atuam em um hospital público localizado na macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais–MG.

Os resultados apontaram que o contexto de trabalho dos gestores produz importantes fontes de tensão, que podem provocar estresse ocupacional. Apurou-se que 82% dos gestores possuem algum nível de estresse ocupacional, variando de leve a moderada a muito intenso, sendo o nível estratégico com 100% de estresse, o nível intermediário com 82,6% e o nível operacional com 80%.

As principais fontes de tensão no trabalho identificadas foram: realização de várias atividades ao mesmo tempo com alto grau de cobrança, pressão excessiva no trabalho, cobrança por fazer mais com o mínimo de recurso, execução de trabalho complexo e desgastante e excessiva carga de trabalho.

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As principais fontes de tensão vivenciadas foram: levar a vida de forma muito corrida, não conseguir se desligar do trabalho, ter o dia tomado por uma série de compromissos, pensar ou realizar uma ou duas atividades ao mesmo tempo e ter os horários de descanso tomados pelo trabalho.

As principais fontes de tensão específicas do trabalho de gestor identificadas foram saber o valor da qualidade de vida e não praticar pela absorção do trabalho, situações de tensão excessiva inerente às relações humanas, não poder questionar sobrecarga de trabalho por ser gestor e conciliar inovação/autonomia com as normas da empresa.

Em relação aos sintomas de estresse foram identificados dores nos músculos do pescoço e ombros, fadiga, angústia, nervosismo e ansiedade. Os impactos do estresse no trabalho dos gestores identificados relacionaram-se a dificuldade de lembrar fatos recentes do trabalho, desmotivação importante com o trabalho, excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais, fuga das responsabilidades de trabalho.

Os resultados mostraram que aqueles gestores que têm problemas de saúde apresentam, em tendência central, maior estresse ocupacional em comparação aos que não possuem problemas de saúde.

A pesquisa 3 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse Ocupacional: estudo com gestores de um hospital filantrópico localizado na região Centro-Oeste do Estado de Minas Gerais‖, de autoria de Luciana Amaral Azevedo Santos, do ano de 2017.

O estudo teve por objetivo descrever e analisar as manifestações associadas ao estresse no trabalho, na percepção dos gestores de um hospital filantrópico que atende ao SUS e à rede privada na região Centro-Oeste de Minas Gerais.

Os resultados revelaram que o contexto de trabalho dos gestores possui importantes fontes de tensão, capazes de provocar estresse ocupacional nos gestores. As principais fontes de tensão identificadas no ambiente de trabalho foram: situação financeira da instituição, aspectos relacionados às mudanças organizacionais, pressão e cobrança, em seus diversos contextos, sobrecarga de trabalho e administração de situações imprevisíveis e/ou complexas.

Identificou-se, também, que essas fontes de tensão promovem alterações físicas e psíquicas nos indivíduos, como: insônia, fadiga, dores no estômago, ansiedade, nervosismo e irritabilidade. Também foram observadas algumas manifestações orgânicas que podem estar relacionadas ao quadro de estresse ocupacional, como: gastrite, psoríase, pressão alta e síndrome do pânico.

Os indicadores de impacto no trabalho mais frequentes foram: desgaste nos relacionamentos interpessoais no trabalho e/ou fora dele, dificuldades relacionadas a concentração e/ou a memória e interface casa/trabalho.

A pesquisa 4 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse ocupacional: estudo com analistas administrativos assistenciais em instituição hospitalar pública‖, de autoria de Gisele Ferreira Pinto Siqueira Pereira, do ano de 2018.

O objetivo do estudo foi descrever e explicar o estresse ocupacional (EO) dos analistas administrativos e assistenciais que atuam em um hospital público universitário da cidade de Belo Horizonte/MG.

Em relação aos resultados, apurou-se que 69,5% dos respondentes apresentaram quadros de estresse, variando de leve/moderado a muito intenso.

As principais fontes de tensão no trabalho foram: cobrança por fazer mais com o mínimo de recursos, realizar várias atividades ao mesmo tempo com alto grau de cobrança e execução de trabalho complexo, desgastante e cansativo.

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As fontes de tensão no indivíduo foram: levar a vida de forma muito corrida, ter o dia tomado por uma série de compromissos e não conseguir desligar-se do trabalho, mesmo fora dele.

Os principais sintomas foram: fadiga, ansiedade, nervosismo e dor nos músculos do pescoço e ombros.

Os indicadores de impactos no trabalho mais relevantes foram: levar a vida de forma muito corrida, pensar e/ou realizar duas ou mais atividades ao mesmo tempo e ter o dia tomado por uma série de compromissos.

A pesquisa 5 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse ocupacional: estudo com gestoras de unidades acadêmicas de saúde de uma instituição pública federal de ensino superior na cidade de Belo Horizonte/MG‖, de autoria de Diva Karla Rocha Goncalves, do ano de 2018.

O objetivo do estudo consiste em descrever e explicar as manifestações de estresse ocupacional em gestoras que atuam nas unidades acadêmicas de saúde de uma instituição pública federal de ensino superior na cidade de Belo Horizonte/ MG.

Os resultados da análise quantitativa apontaram que 73,0% das gestoras apresentaram quadro de estresse ocupacional, sendo 24,0% estresse intenso/muito intenso.

Na abordagem quantitativa a pesquisa revelou que as principais fontes de tensão de trabalho são: realização de várias atividades ao mesmo tempo com alto grau de cobrança, número excessivo de horas de trabalho e pressão excessiva no trabalho.

Quanto às fontes de tensão do indivíduo a pesquisa apontou: levar a vida de forma muito corrida, pensar e/ou realizar duas ou mais coisas ao mesmo tempo e não conseguir desligar-se do trabalho, mesmo fora dele.

A análise qualitativa, de forma complementar, apontou a existência de tensão, cansaço, nervosismo e ansiedade. Ainda na análise quantitativa, as fontes de tensão específicas no trabalho são: conciliar inovação/autonomia com as normas da instituição, não poder questionar sobrecarga de trabalho por ser gestora, não poder agir de forma autoritária e ter que ser autoritária.

Na abordagem qualitativa acrescentou-se: número excessivo de horas de trabalho, necessidade exagerada de fazer mais com o mínimo de recursos e pressão excessiva no trabalho.

Quanto às fontes específicas de tensão da mulher gestora, a análise quantitativa revelou que: ser discriminada simplesmente por ser mulher, a necessidade de dar atenção aos filhos, ser casada e ter que cuidar do lar e a gravidez interferindo significativamente no trabalho.

Em relação aos sintomas mais relevantes, observou-se: ansiedade, fadiga, dor de cabeça por tensão, insônia e nervosismo acentuado.

A pesquisa 6 do Centro Universitário Unihorizontes, dissertação em Administração, intitulada ―Estresse no Trabalho: estudo da equipe de enfermagem da unidade de pronto atendimento localizada no município de Brumadinho-MG‖, de autoria de Marcos Paulo Campos Gonçalves, do ano de 2017.

O objetivo do estudo consistiu em identificar e descrever as manifestações de estresse no trabalho da equipe de enfermagem que atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada na cidade de Brumadinho-MG.

Os resultados evidenciaram que a maioria dos entrevistados apresentou estresse, variando de leve/moderado a muito intenso.

As principais fontes de tensões identificadas no ambiente de trabalho foram conflitos com a equipe e relacionamento interpessoal; falta de material, equipamento e infraestrutura; sobrecarga de trabalho; excesso de responsabilidade; política e poder;

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número insuficiente de profissionais na equipe de enfermagem; convívio com o sofrimento; acúmulo de vínculos empregatícios e relacionamento desgastante com a classe médica.

Os principais sintomas de estresse identificados nestes profissionais foram ansiedade; nervosismo; insônia; angústia; dor de cabeça por tensão; dor nos músculos do pescoço e ombros; fadiga e irritabilidade. Identificaram-se os seguintes indicadores que impactam o trabalho destes profissionais: vida pessoal e social; fuga das responsabilidades de trabalho; desgastes nos relacionamentos interpessoais; desmotivação com o trabalho e diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho.

Foi possível constatar que os profissionais técnicos de enfermagem apresentam maior ocorrência de estresse se comparado com os profissionais enfermeiros. Também foi possível constatar que a maioria dos profissionais manifestou estresse leve a moderado, porém o agravamento dos fatores estressores pode levar ao aumento do nível de estresse e consequente comprometimento das capacidades psíquicas e físicas.

Constatou-se também que os principais fatores para responsáveis pelo desencadeamento de níveis de estresse mais elevado estão relacionados a conflitos interpessoais e ao excesso de carga horária de trabalho.

Quanto aos sintomas, observou-se que o pânico está presente na maioria dos indivíduos com manifestação crônica de estresse. Quanto aos indicadores de impacto no trabalho, estes, que em sua maioria, estão relacionados a insatisfação e desmotivação da classe com o trabalho.

Após essa apresentação das pesquisas sobre estresse ocupacional em profissionais que atuam na área da saúde é possível perceber que em relação aos resultados apontados, em todas as pesquisas foi possível perceber que a maioria dos entrevistados apresentaram níveis de estresse ocupacional de leve/moderado a muito intenso.

Segundo Prado (2016) o estresse ocupacional afeta o indivíduo, a prestação de serviço e a qualidade dele, sendo necessário o trabalho preventivo. A prevenção é de fundamental importância porque enfatiza a dimensão humana e sinaliza os cuidados quanto ao respeito à saúde do trabalhador. O enfrentamento do estresse tem como objetivo principal minimizar ou moderar os efeitos sobre o bem-estar emocional e físico do indivíduo. Algumas estratégias aliviam temporariamente e podem ser mal adaptativas em longo prazo. Outras são ineficazes, pois o estressor não é eliminado e sua recorrência não pode ser impedida. Entretanto, estratégias com foco na emoção e no problema são mais efetivas, pois o indivíduo lida diretamente com o estressor, reduzindo as demandas deste.

Os principais sintomas relacionados ao estresse ocupacional identificados nas pesquisas apresentadas foram: dor nos músculos do pescoço e ombros, dor de cabeça por tensão, nervosismo, insônia, indisposição gástrica, fadiga, angústia, ansiedade, dores no estômago, irritabilidade, psoríase, pressão alta e síndrome do pânico.

Dias et. al. (2016) também encontraram em publicações pesquisadas que os principais sintomas físicos que o trabalhador sob estresse ocupacional são: distúrbios osteomusculares, sensação de desgaste físico, síndrome da fadiga e hipertensão. Já com relação a sintomas psicológicos, a irritabilidade, insônia, tensão, angústia e depressão são sintomas citados.

Em relação as fontes de tensão encontradas nas pesquisas realizadas como levar a vida de forma muito corrida, ter o dia tomado por uma série de compromissos e não conseguir desligar-se do trabalho, mesmo fora dele, (Couto 1987, p. 75) afirma que tensão é um estado em que o organismo encontra-se preparado para agir, fisiológica e psicologicamente‖. Assim, o ponto fraco do trabalhador extremamente estressado é a

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tensão uma vez que, nesse estado, alguns órgãos do corpo humano, tais como o coração, o fígado e os músculos têm o seu funcionamento alterado/acelerado. Aqui é possível observar que a tensão, apesar de ser um estado em que o organismo encontra-se preparado para agir, torna-se nociva quando ocorre de forma excessiva e prolongada.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados da revisão, constatou-se que o ambiente de trabalho onde atuam trabalhadores da área da saúde configura-se como um ambiente de trabalho que pode apresentar condições desfavoráveis e potencializadoras do esgotamento profissional e do estresse ocupacional.

O estresse se faz presente de forma considerável na vida dos profissionais da saúde, interferindo no desempenho da atividade laboral, bem como também podendo acarretar consequências graves tanto para o profissional em questão, como também para o público.

Uma das maiores problemáticas encontradas atualmente no setor ocupacional é o conflito gerado entre conseguir acompanhar as exigências cada vez mais altas no ambiente de trabalho e ainda conciliar com problemas da vida particular, tudo isso gera alterações psíquicas, principalmente o estresse, e, além disso, este, estando em nível elevado, acarreta graves consequências, não só para o colaborador, como também para toda a organização.

Como limitações de pesquisa podem ser destacadas ausência de alguns dados percentuais exatos sobre o nível de estresse em colaboradores estudados em alguns dos artigos pesquisados, o que veio a acarretar uma ausência destes dados nesse estudo aqui apresentado, porém tal fato não interferiu nos resultados finais desta pesquisa.

De acordo com os dados mostrados nesse artigo, pôde-se observar o quanto a área da saúde é um ambiente propicio ao estresse e o quanto esses profissionais estão sujeitos a desenvolver tal problema, onde nem sempre recebem auxilio ou tratamento, por ser um ambiente muito estressor é de suma importância que se tenham maiores cuidados com o psíquico desses trabalhadores.

Dessa maneira, é importante que a organização possua formas de minimização de fatores estressores, possuindo um profissional especializado na área de Gestão de Pessoas, para que dessa forma, seja verificado individualmente possíveis conflitos internos, facilitando assim a implantação de medidas que colaborem na diminuição do estresse ou de qualquer outro sentimento negativo existente por parte dos colaboradores da organização e assim evitando problemas ainda maiores no futuro.

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