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Filosofia. Adam Smith. Teoria. Adam Smith e o liberalismo econômico

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Academic year: 2022

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Adam Smith

Teoria

Adam Smith e o liberalismo econômico

Adam Smith foi um importante filósofo e economista escocês, que nasceu em 1723 e faleceu em 1790, sendo considerado o “pai” da economia moderna e o teórico mais importante do liberalismo econômico. Smith vivenciou o século XVIII, mais conhecido como o “século das luzes”. Nesse período, a economia ainda não tinha se tornado uma área do conhecimento autônoma e era considerada uma parte da “filosofia moral”. A grande inovação de Adam Smith foi reconhecer a importância dessa área da atividade humana e dedicar seu pensamento a desenvolver uma análise minuciosa a seu respeito.

Adam Smith criticou a política econômica mercantilista, típica dos reinos europeus absolutistas, defendendo a livre circulação econômica. Nesse sentido, Smith considerava que a iniciativa privada deveria estar livre da interferência do Estado, o que aumentaria a concorrência, diminuiria preços, facilitaria as inovações tecnológicas, bem como contribuiria para uma melhor qualidade dos produtos e para aumentar o ritmo de produção. Além de atuar na expansão territorial e na exploração de bens externos, a nação deveria incentivar o desenvolvimento de um mercado interno, deixando que os indivíduos atuassem livremente nas trocas internas e externas.

Em 1776, Adam Smith escreveu sua obra mais importante, “A riqueza das nações”. A seguinte frase resume bem o seu pensamento: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses. Apelamos não à sua generosidade, mas ao seu amor-próprio, pois nunca os comoveremos pelas nossas necessidades, mas pelas vantagens que eles podem obter.” Isso significa que, do seu ponto de vista, a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma interferência governamental. A sua tese, portanto, era contrária ao mercantilismo e aos direitos feudais, tendo exercido uma influência muito grande na burguesia da época (comerciantes, industriais e financistas). Adam Smith afirmava que, mesmo sendo acidentalmente, o egoísmo humano redundaria no bem comum se os indivíduos fossem livres para atuar no mercado.

De acordo com Adam Smith, a divisão do trabalho era um fator importantíssimo para o desenvolvimento do liberalismo econômico. Segundo ele, o trabalho deveria ser executado por etapas, para que cada trabalhador fosse capaz de se aperfeiçoar e melhorar o seu desempenho. Além disso, ele acreditava que as nações deveriam se especializar em determinados bens e serviços, de modo que pudessem ocupar com excelência um lugar no processo de produção e comércio com o mercado internacional, evitando o risco de ser superada.

Nesse sentido, o comerciante ou mercador, buscando satisfazer os seus próprios interesses, seria levado por uma “mão invisível” a promover o bem-estar da sociedade, à medida que estaria contribuindo para o avanço econômico. Assim, Smith rechaça a ideia de que a riqueza de uma nação estaria relacionada com a quantidade de ouro e prata existente em seu cofre (concepção conhecida como metalismo). Ao contrário, a verdadeira riqueza de uma nação está relacionada com a sua capacidade de produzir bens.

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Ainda sobre a “mão invisível”, conceito estabelecido na sua principal obra, trata-se de um termo para descrever como, numa economia de mercado, apesar de não haver uma entidade coordenadora do interesse comum, é como se houvesse uma força invisível que orienta e regula a economia. Em grande medida, podemos compreender a “mão invisível” da economia, a que Smith faz menção, como aquilo que chamamos, hoje, da lei da oferta e da procura. Trata-se, portanto, de uma ordem econômica que regula a economia sem a interferência do Estado. Desse modo, cabe ao Estado a tarefa de manter a ordem, proteger o patrimônio, construir obras de infraestrutura e cuidar da educação.

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Exercícios

1.

A respeito do liberalismo econômico, assinale o que for incorreto.

a) O livro de Adam Smith, “A riqueza das nações” (1776), é a base teórica principal do capitalismo liberal.

b) O liberalismo opõe-se teoricamente ao mercantilismo.

c) Mesmo tendo algumas diferenças teóricas, a visão de Adam Smith se somava à fisiocracia na defesa do livre comércio.

d) A frase: “Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même” (Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo) expressa o pensamento do liberalismo.

e) As teses liberais de Adam Smith serviram de inspiração, inclusive, para os regimes fascistas que floresceram na Europa no século XX.

2.

"Todos os sistemas, sejam de preferência ou contenção, devem ser afastados, estabelecendo-se o simples e o óbvio sistema de liberdade natural. Todo o homem, desde que não viole as leis da justiça, fica perfeitamente livre para procurar atender seus interesses da forma que desejar e colocar tanto uma indústria como capital em concorrência com o de outros homens ou ordem de homens.”

Essas propostas de Adam Smith, em 1776, no livro Investigação sobre a natureza e a causa das riquezas das nações, basearam-se no liberalismo econômico, que combateu o

a) Comunismo.

b) Fisiocratismo.

c) Capitalismo.

d) Imperialismo.

e) Mercantilismo.

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3.

[...] Já tive a ocasião de ver diversos rapazes com menos de vinte anos de idade que nunca tinham feito qualquer trabalho além de produzir pregos e que, quando se esforçavam, conseguiam fazer mais de dois mil e trezentos pregos por dia. O fabrico de um prego, porém, não é de forma alguma uma das tarefas mais simples. A mesma pessoa aciona o fole, agita ou corrige o fogo se tal for necessário, aquece o ferro e forja todas as partes do prego; para forjar a cabeça é ainda obrigada a mudar de ferramentas. As diferentes operações em que o fabrico de um prego, ou de um botão metálico, se subdivide são muito mais simples do que a totalidade das operações, e por conseguinte é muito maior a destreza do operário que durante toda a sua vida tenha tido sempre a mesma função. A rapidez com que algumas das operações dessas indústrias são efetuadas excede aquilo que se pode imaginar e que nunca tinha sido visto sobre a destreza do trabalho humano.

(SMITH, A. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. In: SMITH, A.; RICARDO, D. Os pensadores.

Trad. de Conceição Jardim Maria do Carmo Cary e Eduardo Lúcio Nogueira, São Paulo: Abril, 1974).

Com base no texto, assinale a alternativa que, corretamente, contemple o pensamento de Adam Smith acerca da divisão do trabalho e suas implicações sociais.

a) A divisão do trabalho não distribui naturalmente bem-estar às camadas mais pobres; porque, ao consumir uma mercadoria, um trabalhador especializado consome menos trabalho desempenhado por outros trabalhadores do que aquele que ele mesmo efetivou em sua atividade específica.

b) A divisão do trabalho não distribui naturalmente bem-estar às camadas mais pobres, porque produz desigualdades justificáveis e injustificáveis, sendo as primeiras de estatuto econômico e as segundas de características políticas e impeditivas da liberdade.

c) A divisão do trabalho distribui naturalmente bem-estar entre todos e não pode; por isso, nas relações entre explorados e exploradores, receber interferências da política a mão invisível do mercado resolve os desequilíbrios mediante a autorregulação da oferta e da demanda.

d) A divisão do trabalho distribui naturalmente bem-estar entre todos; contudo, além da autorregulação pela oferta e pela demanda, conta com a colaboração da política, uma vez que a mão invisível do mercado elimina apenas as desigualdades justificáveis e não as injustificáveis.

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4.

(UESB, 2013) Adam Smith e David Ricardo (1772-1823), outro economista liberal inglês, afirmavam que a economia deveria se guiar por si mesma, sem qualquer restrição ou regulamentação.

(CÁCERES, 1996, p. 254).

Ao condenarem a “restrição ou regulamentação” da economia, que fundamentava o antigo sistema colonial, os economistas ingleses do final do séc. XVIII condenavam, também,

a) o chamado “Pacto Colonial”, que atrelava as economias metropolitanas e coloniais e impediam, por meio do exclusivo comercial, o livre comércio entre as nações.

b) o tráfico de indígenas escravizados no interior da América do Norte, atividade restrita aos traficantes privilegiados das colônias inglesas.

c) a presença de concorrentes holandeses e franceses no comércio colonial do Caribe, tradicionalmente dominado pelos ingleses.

d) a atuação da lei da oferta e da procura; que, até então, orientara as relações comerciais entre colônias e metrópoles.

e) a cobrança de impostos e taxas aduaneiras sobre as mercadorias que entravam e saíam dos portos coloniais.

5.

Segundo os historiadores, o mercantilismo foi uma prática econômica da era moderna que defendeu o fortalecimento do Estado por meio da posse de metais preciosos, do controle governamental da economia e da expansão comercial.

Um dos mais importantes críticos do mercantilismo foi Adam Smith, autor da obra “Ensaio sobre a riqueza das nações”. Apresente o argumento central de Adam Smith que contraria os pressupostos mercantilistas.

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Gabarito

1. E

De todas as alternativas, a única que está incorreta é a letra E, que afirma que a teoria liberal clássica foi uma fonte de inspiração para a formação de regimes fascistas. Os regimes fascistas, ao contrário do que propõem os pensadores liberais, promovem um forte controle sobre a economia.

2. E

Enquanto os mercantilistas diziam que a riqueza de uma nação é quanto de dinheiro ela possui, Smith retrucava que a verdadeira riqueza de uma nação vem do trabalho e do fluxo de mercadorias e serviços que ele produz. Para ele, a capacidade nacional de produzir se baseia em duas coisas. A primeira é a divisão do trabalho em pequenas tarefas, que devem ser realizadas por especialistas. A segunda é a acumulação de capital.

3. C

De acordo com Adam Smith, a divisão do trabalho distribui naturalmente bem-estar entre todos e não pode receber interferências da política; isto é, do Estado. Para ele, a "mão invisível" do mercado é capaz de resolver os possíveis desequilíbrios nas relações por meio da autorregulação; ou seja, daquilo que nós conhecemos como lei da oferta e procura.

4. A

Ao condenarem a “restrição ou regulamentação” da economia, que fundamentava o sistema mercantilista, Adam Smith e David Ricardo apontam para o fato de que a limitação do comércio exclusivamente entre colônias e metrópole, além de desperdiçar o potencial de produção de riqueza, gera instabilidade política. De fato, as colônias britânicas que deram origem aos Estados Unidos se rebelaram contra a metrópole, tendo o impedimento de livre comércio como um de seus principais motivos.

5. Para os teóricos mercantilistas, o acúmulo de reservas monetárias e de metais preciosos correspondia ao acúmulo de riqueza. Por isso, eles eram alvo da crítica de Smith que, junto com outros teóricos do liberalismo econômico, defendia que o que determina a riqueza é o valor contido nos bens e serviços desenvolvidos pelo trabalho. Ou seja, o que produz riqueza é o trabalho humano, que gera valor na forma de bens e serviços utilizáveis, que suprem as necessidades dos indivíduos. Adam Smith também defendeu a livre atividade comercial e manufatureira; isto é, sem interferência do Estado. Para ele, a atividade econômica é regida por leis gerais que guiam a produção, a distribuição e o consumo. Essas leis promoveriam o equilíbrio necessário para as sociedades, funcionando como uma espécie de “mão invisível”. Nessa perspectiva, a liberdade se apresenta como uma condição essencial para o exercício da razão e para a expressão das capacidades humanas.

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