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Finanças Pessoais para
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
NO AMBIENTE DE TRABALHO
Por que falar deste assunto?
Este eBook tem o objetivo de auxiliar profissionais que já per- ceberam como os problemas financeiros dos colaboradores in- fluenciam no bem-estar, na produtividade e, consequentemente, nos resultados das empresas.
Além disso, fatos como o aumento da inflação, do desemprego e da inadimplência, devido ao cenário econômico atual, contri- buem negativamente para elevar os níveis de estresse financeiro.
Por isso, nós do Dinheirama entendemos que este é o momento ideal para tratar do tema. Queremos ajudar na busca de alterna- tivas para que as empresas identifiquem o problema e promovam ações positivas por meio da Educação Financeira. É dessa forma que todos ganham.
De um lado, os colaboradores com plena noção de suas finanças e
conhecimento para lidar com seus desafios e atingir seus objeti-
vos de vida com qualidade. Do outro, as empresas com profissio-
nais motivados, diminuição na taxa de admissão e desligamento
(turnover), melhora no rendimento e, claro, nos resultados. Eis o
cenário que acreditamos ser saudável e lucrativo para todos os
envolvidos em uma organização.
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O que é estresse financeiro?
O termo é autoexplicativo, mas aqui no Brasil não é tão popular como nos Estados Unidos – país em que as pesquisas sobre o assunto já estão mais avançadas. Estresse financeiro é, basicamente, sofrer um certo nível de es- tresse que pode afetar a saúde física e mental, devido a problemas nas finan- ças, como: dívidas, falta de dinheiro para realizar um objetivo, desemprego, dificuldade em custear tratamento de saúde ou não poder ajudar um ente querido.
Improdutividade pode ser estresse financeiro
É muito comum achar que um profissional com queda na produtividade está com algum problema dentro da empresa – como falta de desafio, incom- patibilidade com a equipe ou ainda insatisfação com o salário atual.
Porém, o problema pode estar fora da empresa e, na maioria das vezes, é relacionado ao dinheiro. Apesar da importância em separar vida pessoal e profissional, somos seres humanos. Dependendo da gravidade do problema, é praticamente impossível não se deixar influenciar. Assim, outras esferas da vida também são afetadas.
Uma pesquisa feita pela PricewaterhouseCoopers, nos EUA, mostrou que 97% dos funcionários de empresas utilizam horas de trabalho para cuidar de assuntos financeiros pessoais – destes, 22% gastam pelo menos cinco horas por semana para essa finalidade. Esse dado mostra o cuidado com que a edu- cação financeira precisa ser considerada no país.
A importância da Educação Financeira
Infelizmente, a Educação Financeira não faz parte da grade curricular nas escolas e, por isso, nós, profissionais, precisamos estudar por conta própria e aprender com nossos erros e acertos. Somado a isso, no passado não era co- mum ter diálogo sobre dinheiro dentro de casa, com a participação de todos da família em tomadas de decisão. É tradicional ter um “chefe de família” res- ponsável por ganhar, controlar e decidir como utilizar o dinheiro.
Sabe qual é o resultado disso? Adultos que vão para o mercado de trabalho e passam a ganhar uma quantia em dinheiro que nunca tiveram antes, sem uma base sólida para lidar com tal situação.
Tais adultos despreparados são os mesmos que têm acesso ao crédito (o qual foi facilitado de uns anos para cá), sem planejamento familiar, e fazem fi- nanciamentos a perder de vista. Não queremos dizer que o acesso ao crédito é uma coisa ruim. É muito bom, pois mais pessoas conseguem conquistar a casa própria, a compra de um carro, a viagem dos sonhos. Porém, dar crédito para quem não tem uma boa base de conhecimento pode ser uma bola de neve.
Acredite, boa parte desses profissionais com dificuldades financeiras estão na mesma empresa que você, hoje!
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Alguns dados sobre estresse financeiro
Nos Estados Unidos, extensivas pesquisas têm sido realizadas há anos a fim de entender o nível de estresse financeiro, seu impacto dentro das organiza- ções, causas, perfis, motivos, efeitos sobre a saúde e nos resultados do negócio.
Um estudo realizado pelo Federal Reserve (sistemas de bancos centrais dos Estados Unidos) mostrou que o estresse financeiro gera um custo de 5 mil dólares por funcionário. Estima-se que as empresas perdem em torno de 230 bilhões de dólares ao ano, devido à queda de produtividade.
Outra fonte de pesquisa é o também americano Journal of Employee Assistance, que revelou haver uma queda de produtividade média de 20 horas por mês, em empregados com problemas financeiros. Outro dado preocupante mostra que cerca de 60 a 80% dos acidentes de trabalho têm como causa o alto nível de estresse do funcionário.
A Associação Americana de Psicologia, a maior do mundo, realiza anu- almente a pesquisa Stress in America. A mais recente, com dados de 2015, revelou que dinheiro e trabalho são as duas principais fontes de estresse.
Quase ⅓ dos entrevistados afirma que o estresse tem um grande impacto na saúde física e mental.
E por que a empresa precisa fazer alguma coisa?
A resposta é simples: porque as pessoas com dificuldades passam a maior parte do tempo dentro do ambiente de trabalho.
O fato é que, com certeza, isso não é um problema apenas de outros países.
Também ocorre aqui no Brasil! E mais: a sua empresa pode ter uma parcela dos seus colaboradores nessa situação.
Como falamos acima, o estado emocional atrapalha o dia a dia. Logo, reflete diretamente no trabalho, nos resultados esperados e, indiretamente, no au- mento dos custos com plano de saúde e frequentes demissões e admissões.
A sua empresa não tem obrigação de criar um programa sobre isso. Sabe- mos que o ideal seria ter isso coberto pela educação básica desde a infância.
Porém, sabemos das deficiências do nosso país e, inclusive, da educação den- tro de casa – visto que falar sobre dinheiro também é um grande desafio entre membros da própria família. Resta, portanto, dar o primeiro passo e promo- ver mudanças em nosso círculo de influência.
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Como identificar a necessidade de um pro- grama de educação financeira
O primeiro sinal vermelho é a queda da produtividade. Cada empresa pos- sui seu próprio instrumento de análise: avaliação de desempenho, taxa de performance, análise de clima etc.
Outros sinais recorrentes são: ausências, solicitação de adiantamentos, baixa adesão a benefícios, como previdência privada e outros, que envolvem coparticipação do funcionário. Por mais que seja um ótimo benefício, se o co- laborador não tem controle financeiro ou está endividado, qualquer desconto em folha faz diferença no curto prazo.
Por trás de tais sinais, podem existir motivos particulares relacionados à má administração das finanças pessoais. Uma pequena análise pode apresen- tar problemas diversos, como: não conseguir fechar o orçamento, dívidas, in- suficiência financeira para ajudar um ente querido, dificuldade em alcançar objetivos financeiros ou, até mesmo, não conseguir ou não saber onde encon- trar assistência para tomar uma decisão financeira.
Nesse contexto, um dos problemas merece destaque: o endividamento.
Hoje, as áreas de Recursos Humanos conseguem observar o problema de perto, a partir da análise de pedidos (recorrentes) por crédito consignado. O endividamento, por si só, é capaz de produzir um enorme efeito destrutivo e estressante nos colaboradores.
O estresse pode gerar problemas de saúde. Além do risco de ter o funcio- nário ausente, o custo com a assistência médica, provida pela empresa, pode e deve aumentar.
É importante ressaltar que o respeito à privacidade é fundamental dentro do ambiente corporativo. A abordagem de cunho pessoal, não relacionada ao trabalho, além de ser desconfortável, pode gerar problemas legais. Por isso, procure dentro da empresa os instrumentos que você já tem, para identificar os principais sintomas e, assim, introduzir o programa de educação financeira.
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E se não tiver como identificar a necessidade de um programa?
Bom, se você chegou até aqui e não está convencido da necessidade dessa iniciativa, pense o seguinte: o dinheiro é um dos setores mais importantes da nossa vida.
É por meio dele que conquistamos não apenas bens materiais, mas também a realização de grandes sonhos. Embora a prosperidade de cada um dependa de diversos fatores além do dinheiro, com certeza, as pessoas mais prósperas são aquelas que sabem lidar bem com ele.
Um programa de educação financeira serve como um benefício adicional que, entre outras coisas, promove a boa imagem da empresa, destacando-a da concorrência na hora de contratar os melhores profissionais do mercado;
promove o bem-estar dos funcionários; ajuda a compreender o importante papel do pacote de benefícios para as finanças e provê ensinamentos que da- rão segurança na tomada de decisões importantes na vida de cada um.
“SUA EMPRESA GANHA COM O PROFISSIONAL QUE VÊ O DINHEIRO NÃO COMO PROBLEMA, MAS
COMO SOLUÇÃO.”
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Como criar um programa de educação financeira
O departamento de RH pode “abraçar a causa”, mas, com tantas metas e atividades, é bem possível que este assunto se torne um item a mais na lista de afazeres. Porém, se existir equipe disponível, o preparo é possível. Lem- bre-se de que há uma linha tênue para manter a privacidade dos participan- tes. Por isso, não exponha situações reais nas apresentações e muito menos dê aconselhamento financeiro.
Uma segunda opção é contratar um consultor especializado em finanças pessoais, o qual irá combinar a sua metodologia à necessidade da empresa.
Esta, ao já possuir um modelo próprio de aplicação do programa, pode orien- tar na mensuração dos resultados.
Outro ponto importante é definir quais são as principais “dores” dos cola- boradores, ou melhor, onde “o calo aperta” quando o assunto é dinheiro.
Além disso, é preciso considerar que os problemas de um estagiário po- derão ser bem diferentes daqueles sofridos por um gerente. Assim, nossa sugestão é criar um programa para dois níveis profissionais: operacional e gerencial.
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Uma alternativa simples, como passo inicial, é realizar uma pesquisa inter- na para identificar os temas. Para ajudar, destacamos abaixo os que conside- ramos importantes, segundo interesses dos visitantes do site Dinheirama.
com:
Organização do orçamento familiar
Como controlar os gastos e cortar despesas
Dicas para renegociar e se livrar das dívidas
Como se planejar para conquistar metas financeiras
Como ter um fundo de emergência
Como começar a investir
Tipos de investimentos: renda fixa e renda variável
Como criar uma carteira de investimento
Planejamento da aposentadoria
Como se planejar para a chegada e a educação dos filhos
Como estruturar o programa e que atividades desenvolver
Essa ação pode ser um programa pontual ou um benefício permanente.
Isso vai depender da necessidade identificada. As formas de abordagem, contudo, são inúmeras e devem estar alinhadas ao estilo e ao negócio. Os formatos podem ser os seguintes:
Palestra com especialista
Sessão de perguntas e respostas
Coaching
Dinâmicas e jogos
Desafios, semanais e mensais, com premiações
Bate-papo com convidados que possam compartilhar sucesso financeiro
Jogos em equipe
Disponibilização de materiais de estudo e livros sobre o assunto
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Criatividade para ter adesão ao programa
Qualquer atividade que pareça ser obrigatória sempre sofre, no início, uma resistência. Por isso, a divulgação do programa e o lançamento devem ser especiais. Para mostrar a importância do programa e incentivar o envol- vimento, uma estratégia interessante é ter a presença de um (a) diretor(a) no lançamento do projeto.
Uma sugestão simples é fazer um café da manhã com a presença de al- guém da diretoria e de quem vai gerenciar o programa, seja através de uma equipe interna, seja por meio de um consultor. É claro que, dependendo do tamanho da empresa, fazer um evento como esse pode ser inviável. Dedique um tempo para criar a melhor ação de lançamento na sua empresa. Afinal, a divulgação é parte fundamental para a adesão.
Todos devem participar?
Observe que a participação pode ser espontânea ou obrigatória. A segun- da opção não é a mais agradável, pois pode gerar algum ruído interno. Por outro lado, deixar que o funcionário decida, se quer ou não participar, pode criar um certo desconforto – pode parecer que aqueles que participam são os que estão com problemas financeiros. Como o assunto é sensível, a chan- ce de um funcionário endividado não participar, por vergonha ou medo de ser exposto, é grande. Encontrar uma forma de tornar obrigatório, sem gerar estresse, é a grande sacada. Uma opção é considerar a participação no pro- grama como item para a avaliação de desempenho, como parte da meta da área e até mesmo estar atrelado a pagamento de bônus.
Avaliar, analisar, revisar e continuar
Não basta apenas organizar palestras. É preciso, também, fazer ava- liações, a fim de entender a eficácia e colher feedbacks para a melhoria contínua, revisando, pois, os métodos e ações, de acordo com as informa- ções colhidas, e continuar. Outra forma de avaliar é perceber alguns fato- res, como: aumento da adesão à previdência privada, diminuição na solici- tação de crédito com desconto em folha e diminuição de faltas.
Educar, inspirar, valorizar
Você verá que uma ação desse tipo pode transformar a vida das pes- soas. A educação financeira promove uma mudança de comportamento positiva, inspira mudanças, conquistas, faz com que as pessoas se sintam valorizadas no ambiente de trabalho e, melhor ainda, valorizem-se ainda mais. Afinal, a independência financeira eleva a autoestima, pois com ela alcançamos nossos objetivos, planejamos o futuro, cuidamos mais da saú- de e mudamos hábitos.
“ACREDITAMOS VEEMENTEMENTE QUE A MELHOR MANEIRA DE PRESTAR UM SERVIÇO EXCEPCIONAL PARA NOSSO CLIENTE É OFERECENDO-O PRIMEIRO AO NOSSO STAFF, ELES SÃO NOS-
SO CLIENTE NÚMERO 1”.
LIPP, Doug - ex Head da Disney University
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Você precisa de consultoria financeira na sua empresa?
Entre em contato com o Dinheirama, queremos entender suas dificuldades, e juntos encontrarmos uma solução que atenda as
características e necessidades de sua empresa .
Fale conosco através do e-mail
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Sobre os autores
Conrado Navarro
Sócio fundador do Dinheirama.com, autor de diversos livros sobre educação
financeira e colunista de importantes veículos. Foi eleito o “Guru Financeiro do Ano”, em 2012, pela comunidade de
investidores ADVFN.
Ricardo Pereira
Sócio fundador do Dinheirama.com, com vasta experiência em educação finan-
ceira e no mercado financeiro, tendo passagens por bancos de investimento e
também grandes organizações.
Giovanni Coutinho
Investidor, colaborador do Dinheirama e praticante da educação financeira como estilo de vida. Possui ampla experiência em vendas, marketing, gestão de conteú-
do e comunicação.
Renato De Vuono
Apaixonado por finanças pessoais, é investidor, colaborador do Dinheirama,
além de especialista em comunicação social e comportamento humano. Foi fundador da WEME/Galileo e do site
Café com Finanças.