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QUEM NÃO PODE PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL {página 06} QUAIS OS REQUISITOS DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL {página 07}

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O QUE É RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 03}

POR QUE PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 03}

QUANDO PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 04}

QUEM PODE PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 05}

QUEM NÃO PODE PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 06}

QUAIS OS REQUISITOS DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 07}

QUE DÍVIDAS PODEM SER NEGOCIADAS EM UM PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 09}

PASSO A PASSO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 10}

PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 13}

O QUE É E QUAIS AS FUNÇÕES DE UM ADMINISTRADOR JUDICIAL NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 14}

O QUE É O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 15}

RISCOS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 15}

ÔNUS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL • {página 16}

SITUAÇÃO ESPECIAL EM RAZÃO DO SURTO DE COVID-19 - RECUPERAÇÃO DE LEI Nº 1.397/2020 • {página 17}

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A Recuperação Judicial é um mecanismo processual, amparado na Lei Federal nº 11.101/2005, que tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira de uma empresa que se encontra em estado de insolvência.

Por meio de um procedimento judicial voltado para estimular a economia, a Recuperação Judicial visa permitir a preservação da empresa, sua função social, a manutenção de empregos e o interesse dos credores.

A Recuperação Judicial possui uma série de benefícios que poderão ser utilizados pelo devedor para poder superar a situação de crise econômico- financeira.

Dentre os principais destaca-se que o devedor poderá ter prazos, deságios e condições especiais para o pagamento de obrigações vencidas e vincendas. O devedor será capaz ainda de reduzir salários e jornada de trabalho por meio de acordo ou convenção coletiva, bem como poderá promover o trespasse ou o arrendamento de estabelecimentos.

A Recuperação Judicial não impede que o devedor promova a cisão, incorporação, fusão ou transformação da sociedade, a constituição de subsidiária integral, ou ainda a cessão de cotas ou ações, bem como a alteração do controle societário.

Finalmente, o devedor poderá equalizar encargos financeiros de créditos de qualquer natureza.

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Apesar de ter surgido em 2005, a Recuperação Judicial somente ganhou evidência em 2015, quando o Brasil começou a passar por uma severa crise econômico-financeira.

A opção pela Recuperação Judicial sempre é bastante delicada e uma decisão acertada neste sentido deve levar em consideração fatores bastante específicos para cada empresário e sociedade empresarial.

O que todas as Recuperações Judiciais têm em comum é o fato de que a empresa está passando por uma crise econômico-financeira.

O receio de que o pedido de Recuperação Judicial possa ser entendido como um princípio de falência faz com que muitos empresários evitem considerar este processo como uma opção para sair de uma situação de crise econômico-financeira. Assim, o estigma da Recuperação Judicial faz com que muitos empresários terminem optando por sucessivos empréstimos bancários, factorings ou ainda parcelamento de dívidas com juros e multas elevados.

Apesar disso, uma Recuperação Judicial bem planejada e estruturada pode, em muitos casos, ser a solução mais barata para uma empresa.

Se estiver pensando em pedir a Recuperação Judicial de uma sociedade, o empresário deve procurar obter o máximo de informações sobre a saúde financeira da sua empresa a fim de identificar dois pontos fundamentais:

1. Existência de situação de insustentabilidade econômica da empresa;

2. Viabilidade econômica da empresa de continuar existindo no mercado;

3. Verificação se o perfil e a concentração do endividamento da empresa permitem que esta se beneficie da recuperação judicial.

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É importante destacar que a Recuperação Judicial envolve alguns custos imediatos, os quais serão mais bem abordados em outro tópico. Assim, o momento ideal para ajuizar um pedido de Recuperação Judicial costuma ocorrer quando a empresa ainda possua capital de giro e recursos para adimplir despesas mais urgentes, como pagamento de impostos e salários.

Quanto maior for a discrepância entre o passivo e o ativo empresarial, menores serão as chances de sucesso da Recuperação Judicial, pois isso atrapalhará a capacidade do empresário de renegociar os débitos da sociedade.

Assim, prudência administrativa e um bom conhecimento do fluxo financeiro da empresa são as chaves para o sucesso da Recuperação Judicial.

De forma geral, a Lei nº 11.101/2005 estabelece que a Recuperação Judicial pode ser pedida pelo empresário ou sociedade empresária que esteja devidamente registrada perante a Junta Comercial e que exerça regularmente suas atividades há pelo menos mais de 02 (dois) anos.

A definição de empresário e sociedade empresária é dada pelo Código Civil e compreende aqueles que têm por objeto o exercício de atividade empresarial sujeita a registro e em leis especiais, tais como sociedades limitadas, sociedades anônimas, EIRELI, sociedades rurais com registro na Junta Comercial, etc.

Além do empresário ou da sociedade empresária, a Recuperação Judicial pode ser requerida pelo cônjuge sobrevivente do empresário, seus herdeiros, inventariante ou sócio remanescente.

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A legislação determina também que a pessoa que pede recuperação judicial não pode ser falida ou, caso tenha passado por um procedimento falimentar, que não tenha sido responsabilizado judicialmente.

Por fim, o autor de um pedido de Recuperação Judicial não pode ter obtido a concessão de uma Recuperação Judicial nos últimos 05 (cinco) anos e nem pode ter, entre seus controladores, alguém que já foi condenado por um dos crimes previstos na Lei nº 11.101/2005.

A Recuperação Judicial é de iniciativa do próprio devedor, seja ele empresário ou sociedade empresária. Assim, credores não podem pedir a Recuperação Judicial de empresas que estão em situação de inadimplência.

Além disso, a atual legislação prevê que a Recuperação Judicial não se aplica a todas as empresas existentes. São excluídos da Recuperação Judicial as empresas públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras públicas ou privadas, consórcios, entidades de previdência complementar, operadoras de planos de saúde, sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, cooperativas, sociedades simples e sociedades em conta de participação.

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Por se tratar de um procedimento judicial, o empresário ou sociedade empresária que opte por entrar com um pedido de Recuperação Judicial deve estar devidamente representado por um advogado, sendo bastante recomendado que seja profissional que não apenas possua experiência nesta área do Direito, como seja alguém que conheça a atividade da empresa em crise econômico-financeira.

A Recuperação Judicial deverá ser pedida na comarca em que a empresa tiver o seu principal estabelecimento, que concentra o centro das atividades da empresa e não necessariamente se confunde com a sua sede constante em estatuto social.

Além disso, a Lei nº 11.101/2005 estabelece que o pedido de Recuperação Judicial deve vir acompanhado das seguintes informações e documentos:

1. Exposição da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;

2. Demonstrações contábeis relativas aos 03 (três) últimos exercícios sociais, as quais devem conter os balanços patrimoniais, a demonstração de resultados acumulados, demonstração de resultado desde o último exercício social e relatório de fluxo de caixa e sua projeção para o tempo de se acredita que será a duração do processo;

3. Relação nominal detalhada de todos os credores, contendo nome, endereço, origem do crédito, sua natureza, classificação e valor;

4. Relação nominal de todos os empregados, suas funções, salários e valores pendentes de pagamento;

5. Certidão de Regularidade perante a Junta Comercial, Atos Constitutivos e Atas de Nomeação dos Atuais Administradores;

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6. Relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;

7. Relação das contas bancárias do devedor, acompanhadas dos extratos atualizados e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;

8. Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;

9. Relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.

No caso Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, a apresentação de livros empresariais e escrituração contábil poderá ocorrer de forma simplificada, nos termos da Lei Complementar nº 123/2006.

Caso seja requerido pelo devedor, o juiz poderá autorizar que o depósito dos livros empresariais e da documentação contábil, ou suas cópias, ocorra em cartório.

Por se tratar de um processo de interesso coletivo, envolvendo credores e afetando o mercado econômico, não se aceita que a tramitação de um processo de Recuperação Judicial ocorra em segredo de justiça.

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As dívidas sujeitas à renegociação em um processo de Recuperação Judicial são chamadas de créditos pela Lei nº 11.101/2005. Salvo algumas exceções, esta legislação estabelece que todos os créditos existentes na data do ajuizamento do pedido podem ser objeto de negociação no curso do processo, incluindo-se inclusive as dívidas não vencidas.

Obrigações assumidas pela empresa posteriormente ao ajuizamento do pedido de Recuperação Judicial não se sujeitarão ao processo.

No caso de obrigações de natureza trabalhista, apesar de elas estarem submetidos ao processo de Recuperação Judicial, a apuração do valor do crédito deverá ocorrer perante a Justiça do Trabalho. Somente quando o valor do crédito for apurado é que ele será devidamente habilitado no processo de Recuperação Judicial.

Por expressa determinação da Lei nº 11.101/2005, não se submetem ao procedimento de Recuperação Judicial:

1. Os créditos de natureza tributária;

2. Os créditos de credores titulares de posição de proprietário fiduciário de bens móveis e imóveis;

3. Os créditos de credor arrendador mercantil;

4. Os créditos de proprietário ou promitente vendedor de bem imóvel cujo contrato contenha cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias;

5. Os créditos de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio;

6. Obrigações a título gratuito, tais como doações, fiança, aval, etc.;

7. As despesas dos credores para tomar parte no processo de Recuperação Judicial.

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Nos casos de obrigações relativas aos bens que compõem os estabelecimentos do devedor ou que são essenciais para a sua atividade empresarial, estes não poderão ser retirados da sua posse durante o curso do prazo de suspensão da Recuperação Judicial, mesmo que estes bens integrem relações cujos créditos não se submetem ao processo recuperacional.

Por fim, no caso de condenações ao pagamento de custas judiciais decorrentes de litígios contra o devedor, a sua exigibilidade fica suspensa durante o cursa da Recuperação Judicial, podendo ser devidamente cobradas após o seu encerramento.

De forma bastante sintética, os procedimentos de uma Recuperação Judicial são os que seguem:

1. Ajuizamento e Distribuição do Pedido de Recuperação Judicial: O ajuizamento do pedido de Recuperação Judicial deverá contemplar as informações e documentos já mencionados e a sua distribuição deverá ocorrer para uma Vara Judicial de Recuperação de Empresas. Nas comarcas que não possuírem juiz especializado, a distribuição do processo deverá ocorrer em uma Vara Cível;

2. Deferimento do processamento da Recuperação Judicial: Após receber o pedido, o juiz analisará se ele está acompanhado dos documentos e informações exigidos por lei. Caso esteja de acordo, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial, nomeará um administrador judicial, determinará a suspensão de todas as ações ou execuções existentes contra o devedor pelo prazo de 180 dias corridos, determinará que seja anotado “Recuperação Judicial” no registro empresarial e, por fim, determinará a intimação do Ministério Público, das Fazendas Públicas e dos Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimentos;

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3. Expedição de Edital de Deferimento de Recuperação Judicial: Uma vez autorizado o deferimento da Recuperação Judicial, o juiz determinará a expedição de um edital com as informações contidas na sua decisão. Este edital tem o objetivo de permitir que os credores tomem conhecimento do processo e possam requerer a habilitação dos seus créditos, caso eles não estejam listados na relação apresentada pelo devedor no ajuizamento do pedido;

4. Habilitação de Créditos: Uma vez expedido o Edital do Deferimento da Recuperação Judicial, os credores que não estiverem corretamente indicados na relação apresentada pelo devedor poderão apresentar pedidos de habilitação de crédito para o Administrador Judicial, o qual analisará a validade do pedido e emitirá parecer favorável ou não à habilitação do crédito;

5. Apresentação do Plano de Recuperação Judicial: Após a publicação da Decisão que deferiu o processamento da Recuperação Judicial, o devedor terá o prazo de 60 (sessenta) dias corridos para apresentar o Plano de Recuperação Judicial;

6. Objeção ao Plano de Recuperação Judicial:Após a apresentação do Plano de Recuperação Judicial, o juiz abrirá o prazo de 30 (trinta) dias para que os devedores regularmente habilitados no processo possam apresentar objeções ao conteúdo do Plano de Recuperação Judicial;

7. Assembleia Geral de Credores: Será convocada com o objetivo de permitir que os credores de todas as classes possam deliberar pela Aprovação ou Rejeição do Plano de Recuperação Judicial apresentado pelo devedor. Credores titulares de créditos trabalhista ou equiparados votam “por cabeça” e o plano será aprovado por maioria simples. Nas demais classes, o voto leva em consideração o valor do crédito e a aprovação por classe deverá ocorrer com a maioria simples e a aprovação de mais da metade dos créditos presentes. Ocorrendo a Aprovação do Plano de Recuperação Judicial, o processo caminhará para o seu deferimento. Contudo, caso ocorra a Rejeição do Plano de Recuperação Judicial em Assembleia, por via de regra, o juiz determinará a convolação da Recuperação Judicial em falência¹;

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8. Apresentação de Certidões Negativas de Débitos Tributários: Após a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, o devedor deverá apresentar Certidões Negativas de Débitos Tributários. Todavia, alguns tribunais entendem que esta exigência não é cabível e o Conselho da Justiça Federal (CJF) possui enunciado entendendo que este requisito não deve ser aplicado;

9. Deferimento da Recuperação Judicial: Ocorrendo a Aprovação do Plano de Recuperação Judicial, seja em Assembleia, seja por decisão judicial, o juiz concederá a Recuperação Judicial. Todas as ações e execuções que foram suspensas no início do processo serão encerradas e os seus créditos serão reunidos para pagamento com base no Plano de Recuperação Judicial, mesmo em relação aos credores que foram contrários a ele. O processo de recuperação judicial continuará por mais dois anos contados da sua concessão e o cumprimento do Plano de Recuperação Judicial será fiscalizado pelo Administrador Judicial e pelo Comitê de Credores, se houver. Caso haja o descumprimento de obrigações, o juiz determinará a convolação da Recuperação Judicial em Falência;

10. Encerramento da Recuperação Judicial: Passados 02 (dois) anos da concessão da Recuperação Judicial, o juiz determinará o encerramento do processo e cumprimento das obrigações pendentes no plano continuará de forma administrativa pelo devedor. Em caso de descumprimento, os credores poderão entrar com novas ações ou execuções.

¹No caso da Rejeição do Plano de Recuperação Judicial, a Lei 11.101/2005 prevê uma situação excepcional que permite que o juiz defira a Recuperação Judicial contrariamente à decisão dos credores. Esta hipótese excepciona poderá ocorrer quando se verificar que a Rejeição do Plano de Recuperação Judicial ocorreu em apenas uma das classes de credores e que mesmo nesta classe, pelo menos um terço dos votantes foi favorável à aprovação do Plano de Recuperação Judicial.

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O Administrador Judicial é um profissional de livre escolha do juiz e que será nomeado no momento do deferimento do pedido de Recuperação Judicial.

A Lei nº 11.101/2005 estabelece uma série de atribuições ao Administrador Judicial, dentre as quais destaca-se:

1. Enviar correspondência aos credores indicados na Relação de Credores fornecida pelo devedor a fim de comunicar sobre o processo e o crédito habilitado;

2. Fornecer as informações solicitadas pelos credores;

3. Emitir pareceres favoráveis ou desfavoráveis àqueles interessados em habilitar créditos no processo;

4. Exigir informações dos credores, devedor e administradores;

5. Consolidar o Quadro Geral de Credores após o julgamento das habilitações de crédito;

6. Requerer ao juiz a convocação de Assembleia Geral de Credores;

7. Presidir a realização da Assembleia Geral de Credores;

8. Contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas para auxiliá-lo no desempenho de suas funções;

9. Emitir manifestações no processo quando for solicitado;

10. Fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do Plano de Recuperação Judicial;

11. Requerer a falência do devedor em caso de descumprimento de obrigação assumida no Plano de Recuperação Judicial;

12. Apresentar para o juiz um relatório mensal das atividades do devedor;

13. Apresentar relatório sobre a execução do Plano de Recuperação Judicial.

Apesar da nomenclatura, o Administrador Judicial não possui qualquer poder diretivo na empresa em recuperação, de modo que suas funções estão limitadas à fiscalização do cumprimento das obrigações do devedor.

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O Plano de Recuperação Judicial é um documento que deverá conter a discriminação detalhada dos meios de recuperação a ser empregados para permitir o soerguimento da empresa. O Plano de Recuperação Judicial deverá ser elaborado por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada e deverá conter informações sobre a viabilidade econômica da empresa e os Laudos Econômico-Financeiro e de Avaliação de Bens e Ativos do devedor.

Além disso, o Plano de Recuperação Judicial precisa apresentar os prazos, deságios, carência e demais condições de pagamento dos credores regularmente habilitados no processo, os quais obedecerão a critérios gerais para as classes em que se encontram.

Destaca-se que no caso dos créditos derivados da legislação do trabalho ou equiparados, o Plano de Recuperação Judicial não poderá prever prazo superior a 01 (um) ano para o seu pagamento. Na hipótese de créditos de natureza estritamente salarial e que estejam vencidos nos 03 (três) meses anteriores ao ajuizamento do pedido de Recuperação Judicial, o Plano de Recuperação Judicial não poderá prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o seu pagamento, o qual deve observar o limite de 05 (cinco) salários mínimos para cada trabalhador.

Em razão da popularização da Recuperação Judicial, sua aceitação está cada vez maior no mercado. A crise financeira vivida no Brasil desde 2015 terminou derrubando o estigma que este mecanismo possuía.

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Desse modo, o principal risco atrelado ao processo de Recuperação Judicial é o fato de que a rejeição do Plano de Recuperação Judicial ou o descumprimento de obrigações pode levar à decretação da falência do devedor.

Este risco é mitigado quando a Recuperação Judicial é feita de forma planejada, transparente e acompanhada por profissionais qualificados.

O processo de Recuperação Judicial possui custos que podem ser considerados elevador para alguns empresários ou sociedades empresárias, de modo que conhecê-los e incluí-los no planejamento do devedor permitem que a empresa possa se preparar e não comprometer bastante o seu capital de giro.

Dentre os principais gastos estão as custas processuais, os emolumentos para obtenção de certidões, honorários de advogados, custos com a realização perícia prévia sobre as demonstrações financeiras e despesas com a contratação de profissional para a elaboração do Plano de Recuperação Judicial.

Além disso, caberá ao empresário ou à sociedade empresária arcar com o pagamento da remuneração do Administrador Judicial nomeado pelo juiz, cuja remuneração está limitada a 5% (cinco por cento) do valor do passivo declarado no processo.

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Em razão da situação de calamidade pública reconhecida pelo Decreto Legislativo nº 06/2020, um Projeto de Lei foi apresentado na Câmara dos Deputados com o objetivo de alterar dispositivos da Lei de Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005), permitindo que medidas sejam tomadas para permitir o sucesso de recuperações judiciais e evitar falências.

As medidas têm caráter temporário e sua validade está prevista para terminar em 31 de dezembro de 2020.

As principais medidas são compiladas neste material e seguem discriminadas a seguir:

•Suspensão Legal:

Suspensão, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, de execuções judiciais, ações de revisão de contrato, realização de garantias, decretação de falência, despejo por falta de pagamento, resolução unilateral de contratos e cobrança de multas de qualquer natureza.

•Negociação Preventiva:

Trata-se de um procedimento judicial criado para soerguer empresas atingidas pelo isolamento social causado pelo COVID-19. Terão o direito a esse procedimento as empresas que comprovarem, por meio de profissional de contabilidade, uma redução de pelo menos 30% (trinta por cento) do seu faturamento comparado com a média do último trimestre correspondente ao período de fechamento no exercício anterior.

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Após aberto o procedimento, o juiz analisará o pedido formulado pelo empresário ou sociedade empresária. Caso verifique que os requisitos foram atendidos, o juiz nomeará um negociador que terá o prazo de 60 (sessenta) dias para presidir sessões de negociações com os credores.

Durante as negociações, a sociedade devedora poderá firmar contratos e obter financiamentos independentemente de autorização do juiz que estiver conduzindo o caso.

Caberá ao negociador emitir relatórios e comunicar ao juiz do resultado das negociações.

Ocorrendo negociações, o procedimento será encerrado com acordos entre devedor e credores, os quais serão homologados pelo juiz.

Caso os acordos sejam infrutíferos, o procedimento será encerrado e as partes procurarão outros mecanismos para resolver os efeitos da insolvência.

O procedimento de Negociação Preventiva não se confunde com uma Recuperação Judicial e nem tampouco lhe constitui uma fase preliminar, sendo um procedimento judicial específico que visa a evitar o ajuizamento de pedidos de Recuperação Judicial e Falência.

•Alterações da Lei nº 11.101/2005:

O projeto de Lei nº 1.397/2020 propõe ainda algumas alterações na Lei de Recuperação de Empresas, destacando-se as que seguem abaixo:

1. As obrigações previstas nos Planos de Recuperação judicial ou extrajudicial já homologados, independentemente de deliberação da assembleia geral de credores, não serão exigíveis do devedor pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias.

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2. Possibilidade de apresentar alterações ao Plano de Recuperação Judicial que já foi aceito pelos credores e homologado pelo juiz. Esta alteração deverá ser discutida e aceita em Assembleia Geral de Credores;

3. O quórum para aprovação de Planos de Recuperação Extrajudicial será de maioria simples e não mais 3/5 dos créditos, sendo especialmente no caso dos titulares dos créditos trabalhistas, de microempresas e empresas de pequeno porte, calculados sobre o número total dos presentes;

4. Pedidos de Falência somente poderão ser ajuizados com base em dívidas de valor mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais), e não mais apenas 40 (quarenta) salários mínimos previstos na legislação em vigor.

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