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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS CAUSADOS PELO ATERRO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO DE MARITUBA - PA. Apresentação: Pôster

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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS CAUSADOS PELO ATERRO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO DE MARITUBA - PA

Apresentação: Pôster

Ludmila da Rocha Nogueira1; Danielle Santana Rito2; Wellington dos Santos Silva3; Andrea Bianca Vieira Vieira4; Cyntia Meireles Martins5

DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00521

Introdução

O lixo urbano é considerado um dos grandes problemas da atualidade, principalmente, em relação ao seu despejo e tratamento. Segundo a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), Belém produz diariamente uma média, 1.800 toneladas de lixo, o que representa aproximadamente 200 caminhões-caçamba cheios. Diante, dessa quantidade de lixo, faz-se necessário o escoamento de maneira rápida, ocorrendo assim, a abertura de lixões a céu aberto, como foi o caso do lixão do Aurá, com funcionamento desde 1990 e fechado em Dezembro de 2015.

Com o fechamento do lixão do Aurá, foi preciso criar projeto para o redirecionamento do lixo vindo da região de Belém, assim foi construído o aterro sanitário na região de Marituba – PA, município com extensão territorial de 111,09 km, com população de 107.123 habitantes. Em 2016 o aterro, foi gerenciado pela empresa Guamá Tratamento de Resíduos - REVITA, que iniciou suas atividades no início de 2016, porém, desde antes de sua construção vem gerando polêmica, principalmente entre os moradores da área e segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade - SEMAS a empresa foi autuada por 14

1 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, E-mail:

luddmilarn@gmail.com

2 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, E-mail:

daniellesrito@gmail.com

3 Graduando em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, E-mail:

Wellingtonsantos1095@gmail.com

4 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, E-mail:

andreavieira757@gmail.com

5 Prof.ª Doutora Titular da disciplina de Sociologia Rural, Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém , cyntiamei@hotmail.com

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infrações no ano de 2016 e outros 14 autos foram aplicados nos primeiros meses do ano de 2017. Portanto, a administração começou com diversas falhas.

Outros problemas encontrados no aterro dizem respeito à falta de sistema de separação de resíduos orgânicos para reciclagem e o centro de triagem, que logo no início das atividades do aterro, foi identificado pela imprensa local. Além das fragilidades detectadas no Estudo de Impacto Ambiental - EIA, visto que, a área escolhida pela REVITA para o funcionamento do aterro é utilizada para extração de materiais de construção, apresenta degradação ambiental e está próxima de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral Refúgio de Vida Silvestre, sendo área de importância para a qualidade de vida no município de Belém. (JUNIOR;

CORRÊIA, 2017, p. 7).

O artigo pretendemostrar aos moradores que vivem nas proximidades do aterro sanitário, que após dois anos de funcionamentonão benefíciou o município, além disso,divulgar para a comunidade os problemas que o mau gerenciamento do lixão causaráà sociedade e ao meio ambiente.

Fundamentação Teórica

O trabalho busca identificar os problemas socioambientais causados pelo lixão de Marituba e de que forma afeta direta e/ou indiretamente a população do entorno. Portanto, visa contribuir com sociedade para alertar sobre os problemas que envolvem o projeto do aterro sanitário, que apesar de ativo possui complicações no funcionamento. Assim, a partir desse projeto será possível apresentar os impactos negativos que dificultam a vida das pessoas que moram próximo do local.

Metodologia

O estudo é uma pesquisa exploratória qualitativa, com anáise de caso nas proximidades do aterro sanitário de Marituba, no estado do Pará, foi iniciada em março de 2018 junto à população no bairro do Uriboca, períometro compreendido da BR-316 na Rua Uriboca Velha até a Alça Viária, com paradas a cada 200 metros. No trajeto, estavam os seguintes estabelecimentos: Balneário Floresta Park, Paraíso das Pedras, Restaurante Terra do Meio e residências. Foram feitas perguntas para moradores, proprietários e/ou funcionários dos estabelecimentos, exceto no Restaurante Terra do Meio, que fez questão de esclarecer que

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o estabelecimento não está relacionadoa o nome da empresa “Terra do Meio” que faz o transporte de lixo para oaterro sanitário de Marituba.

O estudo realizou pesquisa de campo que abrangeu temas voltadados para a saúde, lazer, qualidade de vida e infraestrutura. Foram aplicados 40 questionários com perguntas fechadas e polinomiais, oferecendo opções para os entrevistados/as, com objetivo de captar suas percepções a respeito das temáticas menciosadas. Posteriormente foi realizada a verificação dos dados para obtenção das respostas e adquirição dos resultados.

Resultados e Discussões

Os “lixões urbanos” são práticas antigas e constantes nas cidades brasileiras, nas quais encontramos resíduos sólidos em locais inadequados e sem qualquer tratamento, geralmente às margens de rodovias, a céu aberto e próximo a locais habitados. Todavia, se obedecidas às normas legais, deveriam estar localizados há dois quilômetros do núcleo urbano, a 200 metros de distância de regiões de água e três metros acima do lençol freático e em local isolado.

(FIGUEIREDO, 2005, p. 1).

Contudo, o município de Marituba apresenta vários problemas socioambientais causados pela falta de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, o local onde está localizado o aterro apresenta fragilidade e acarreta danos, tanto pela inadequação do aterro quanto pelos impactos ligados a qualidade de vida da população do entorno.

De acordo com as interpretações dos dados, foi possível constatar que 100% dos entrevistados são contra a existência do aterro sanitário no local, tendo em vista que, 85% das pessoas que responderam às perguntas afirmaram que tiveram sua qualidade de vida afetada pelo novo local de despejo do lixo advindo da Região Metropolitana de Belém. Além disso, foi constatada pelos próprios moradores, num total de 100% dos entrevistados, que a coleta de lixo ao redor do aterro não apresentou melhoria e mesmo com caminhões de lixo passando pela frente das moradias, a coleta não é realizada.

Com base nas respostas das pessoas que residem no bairro do Uriboca, foi possível verificar que as reclamações acerca dos problemas de saúde estão relacionadas aos problemas respiratórios, de pele e gastrointestinal, entre outros. Houveram pessoas que responderam mais de uma opção. Foi constatado que os maiores problemas detectados foram os respiratórios, com um total de 24 pessoas, afirmando que após a implantação do aterro

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sofreram com esse tipo de complicação, 20 tiveram problemas de pele e gastrointestinal e por fim, 10 pessoas alegaram outros tipos de problemas.

Além dos problemas que afetaram a saúde da população próxima ao aterro, houve fatores que influenciaram indiretamente na qualidade de vida, como por exemplo: o deterioramento das vias de acesso próximas ao lixão por conta do constante tráfego de caminhões de lixo. Visto que, embora tenha sido destinada uma estrada exclusivamente para escoar os carros de lixo vindos da Alça Viária, ainda são utilizadas vias alternativas, como a Rua Velha do Uriboca, que se encontra sem asfaltamento, com buracos e parte da rua alagada.

De acordo com FIGUEREDO (2005), os lixões urbanos ocasionam danos ao meio ambiente e colocam em risco a vida e a saúde da população, tendo em vista provocarem a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos) e o aparecimento de animais peçonhentos (escorpião, cobra, aranha). Desse modo, foi demonstrado por meio da pesquisa que os problemas em questão se repetiram em relação ao aterro sanitário de Marituba.

Foi possível observar que os maiores fatores causados pelo aterro foram os vetores de doenças nas proximidades do local, 26 pessoas queafirmaram que se sentem prejudicadas com a constante presença de moscas e mosquitos. O trânsito de acordo com 18 pessoas foi outro fator que afetou o cotidiano, por fim, 14 pessoas reclamaram da presença de animais peçonhentos e da infraestrutura do local.

Em relação à escolaridade, 60% dos entrevistados afirmaram que existe escola próxima as suas moradias, no entanto, essas pessoas residem relativamente longe do aterro.

Os demais, que moram adjacentes ao local de despejo do lixo, alegaram que as escolas são distantes e de difícil acesso por conta da pouca infraestrutura das ruas. Além disso, todas as pessoas entrevistadas reconheceram que não existem praças ou áreas de lazer e recreação na circunvizinhança. Tendo em vista que as áreas de lazer envolvem a qualidade de vida e o bem estar da população.

A partir da implatação do aterro, surgiu a problemática que envolveu estabelecimentos comerciais que foram afetados de forma negativa por conta do aparecimento do lixão, alguns dos proprietários de balneários, principalmente os que contam com a presença de piscinas naturais, declararam que sofreram com a diminuição da população pela procura pelo local por conta da proximidade com o lixão a cargo do mau cheiro e a possibilidade de haver contaminação das águas.

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Considerações Finais

Com base nos dados obtidos, conclui-se que o aterro sanitário influencia direta e indiretamente na qualidade de vida da população, além dos mesmos sofrerem com o mau cheio constante, aparecimentos de vetores de doenças e a degradação da infraestrutura do local. Desse modo, acarretou na desvalorização de residências do bairro e nos estabelecimentos comerciais. Portanto, tanto moradores e comerciantes estão sofrendo impactos socioeconômicos e ambientais no município de Marituba.

Dessa forma, foi possível analisar a percepção dos impactos socioambientais causados a população que reside no em torno do aterro sanitário do município de Marituba na região metropolitana de Belém. Além disso, foi possível identificar as dificuldades causadas aos moradores da circunvizinhança por conta do aterro sanitário, como por exemplo, os problemas de saúde, ambientais e econômicos.

Referências

PARÁ. SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE-SEMAS. SEMAS estabelece prazos para regularização do aterro sanitário de Marituba. Disponível em:

https://www.semas.pa.gov.br/2017/03/22/semas-estabelece-prazos-para-regularizacao- doaterro-sanitario-de-marituba/

VASCONCELOS JUNIOR, M. R. V; CORRÊA, R. do S. da S. Impactos Socioambientais Causados pelo Aterro Sanitário no Município de Marituba – PA. In: II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Política Social (2017).

FIGUEIREDO, M. S. L. Lixões urbanos e gestão municipal. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, VIII, n. 21, maio 2005.

BELLINI, M.; MUCELIN, C. A. Lixo e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano. In: Sociedade & Natureza, Uberlândia, 20 (1): 111-124, jun.2008.

Referências

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