TRANSISTORES BIPOLARES
Prof. Dr. Ulisses Chemin Netto (ucnetto@utfpr.edu.br) 19 de Outubro de 2015
Objetivo da Aula
Iniciar o estudo do transistor bipolar de junção.
Conteúdo Programático
Estrutura do transistor bipolar de junção;
Operação do Transistor bipolar de junção;
Configurações do Transistor bipolar de junção
– Base-Comum;
– Emissor-Comum;
– Coletor-Comum.
Construção de Conhecimento esperado
Familiarizar-se com a estrutura e operação do
transistor bipolar de junção, ser capaz de
identificar e aplicar a polarização adequada
para o transistor trabalhar na região ativa e
identificar as três regiões de operação do
transistor na curva de saída.
Divisão dos Transistores
Transistor Bipolar
NPN PNP
Tipo de portador majoritário
O que significa Bipolar?
• Dois tipos de portadores envolvidos no processo de condução de
corrente;
• Elétrons e Lacunas.
Bipolar
• Um único tipo de portador envolvido no processo de condução de
corrente;
• Elétrons para o JFET de canal n;
• Lacunas para o JFET de canal p.
Unipolar
Estrutura do Transistor
Construção
– Transistor Bipolar de Junção (TBJ) ou Bipolar Junction Transistor (BJT):
• Elétrons e lacunas participam do processo de injeção.
– Construção análoga à do diodo:
• No diodo, junta-se semicondutores do tipo P e N, com mesmo nível de dopagem. Porém, no TBJ o nível de dopagem é distinto.
– Temos dois tipos de combinação para formar o TBJ:
• Junção de materiais do tipo P, N, e P;
• Junção de materiais do tipo N, P e N.
Estrutura do Transistor
Construção
– Transistor não polarizado
Junção 1 Base-emissor
Junção 2 Base-coletor
Portador Majoritário
Estrutura do Transistor
Construção
– Transistor não polarizado
Comportamento Análogo ao diodo
Após a difusão
Estrutura do Transistor
Construção
– Relação entre o tamanho de cada camada.
Estrutura do Transistor
Construção
– Emissor
• Material fortemente dopado.
– Base
• Material levemente dopado (resistência alta).
• Largura 150 vezes menor do que a largura do transistor.
– Coletor
• Material moderadamente dopado.
– Importante
• Diferentes dopagens para os materiais do transistor.
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– Com tensão VEE aplicada na junção base-emissor,
• Polarização direta.
• Redução da zona de depleção na junção p-n.
• fluxo de portadores majoritários.
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– Com tensão VCC aplicada na junção coletor-base,
• Polarização reversa.
• Aumento da zona de depleção na junção p-n.
• fluxo de portadores minoritários.
– Tal fluxo depende da temperatura.
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– Polarização:
• Direta na junção base-emissor
• Reversa na junção coletor-base
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– iE corrente no emissor
• Induzida pela polarização direta
– iB corrente na base
• Pela baixa dopagem, parte dos portadores majoritários do emissor seguem pela base (ordem de μA)
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– iC corrente no coletor
• Parcela devida aos portadores minoritários (iCO)
– Parcela devido aos portadores majoritários da junção emissor-base (iC-majoritários).
Estrutura do Transistor
Operação (pnp)
– iC corrente no coletor
• Injeção de “minoritários” no material de base.
– iC = iCO + iC-majoritários
– Lei das correntes: iE = iC + iB
Estrutura do Transistor
Operação (npn)
– iC = iCO + iC-majoritários
– Lei das correntes: iE = iC + iB
Operação
Os transistores BJT operam na região ativa sempre que:
– Junção base-emissor é polarizada diretamente.
– Junção coletor-base é polarizada reversamente.
Símbolo e sentido da corrente
PNP NPN
Fluxo convencional De corrente (lacunas)
Operação
Configurações
– Base-comum
– Emissor-comum – Coletor-comum
O termo “comum” refere-se a qual terminal do
transistor é comum às suas seções de entrada e
de saída.
Operação
Base-Comum
0
BC557A
VCC
VEE VCC
BC547A
VEE
0
PNP NPN
Ponto Comum
Operação
Base-Comum
0
BC557A
VCC
VEE VCC
BC547A
VEE
0
Seção de entrada
(junção base-emissor polarizada diretamente)
PNP NPN
Operação
Base-Comum
Seção de Saída
(junção coletor-base polarizada reversamente)
PNP NPN
0
BC557A
VCC
VEE VCC
BC547A
VEE
0
Operação
Base-Comum
– Corrente do emissor X Tensão da junção base- emissor.
Operação
Base-Comum
– Tensões abaixo de um patamar não polarizam diretamente a junção base-emissor (VBE)
• Semelhante ao diodo;
• Independente da tensão na junção coletor-base;
• Corrente no emissor (iE) é forçada a zero.
– A partir desse patamar, a corrente sofre leve influência da tensão na junção coletor-base (VCB).
– “Geralmente”, podemos assumir VBE=0,7 V como tensão para “ligar” o transistor.
Operação
Base-Comum
– Corrente do emissor X Tensão da junção base- emissor.
Aproximação para o comportamento na seção de entrada
VBE 0,7V – transistor “ligado”
Operação
Base-Comum
– Corrente do emissor X Tensão da junção base- emissor.
VBE 0,7V – transistor “ligado” para qualquer valor de corrente de emissor que seja controlada pelo circuito externo.
Ou seja, se o transistor estiver na região ativa, pode-se especificar de imediato que VBE = 0,7V.
Operação
Base-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
Região Ativa Região de Corte
Região de Saturação
Operação
Base-Comum – Região Ativa
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
• A junção base-emissor é polarizada diretamente
• A junção coletor-base é polarizada reversamente ,
– Fluxo de portadores majoritários e minoritários
• O transistor está operacional
– Pode funcionar como amplificador.
Operação
Base-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
Região Ativa
Faixa de operação como
amplificador linear
Operação
Base-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor-base.
• A junção base-emissor é polarizada reversamente
• A junção coletor-base é polarizada reversamente ,
• Não temos fluxo de portadores majoritários (iC-majoritários=0)
• Apenas fluxo de portadores minoritários (iCBO = iCO>0)
– Lembre-se... iCO é da ordem de μA
– iCBO corrente em “CB” quando “E” é aberto.
– Temos então o corte do transistor.
• Resistência elevada na junção “virtual” coletor-emissor.
Operação
Base-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
BC557A
VEE VCC
0
BC547A
0
VCC VEE
iCBO iCBO
Emissor aberto
PNP NPN
Operação
Base-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
Região de Corte O amplificador está
basicamente desligado.
Há tensão, mas pouca corrente.
“Chave Aberta”
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Base-Comum – Região de Saturação
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
• A junção base-emissor é polarizada diretamente
• A junção coletor-base é polarizada diretamente ;
– Qualquer pequena variação positiva de VCB provoca aumento exponencial da corrente no coletor (iC);
– Temos então a saturação do transistor.
• Resistência nula na junção “virtual” emissor-coletor.
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Operação
Base-Comum – Região de Saturação
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- base.
Região de Saturação
O amplificador está totalmente ligado.
Há corrente, mas pouca tensão.
A esquerda de VCB = 0
Operação
Base-Comum
– Para a região ativa:
• Similaridade entre iC e iE.
• Na prática temos:
– αDC = iC-majoritários/iE (para sinais CC)
» O índice DC refere-se a valor de α definido em um ponto da curva na região de operação. Apenas para portadores majoritários.
– αAC = ΔiC-majoritários/ΔiE (para sinais CA)
» O índice AC refere-se a variação de IC em relação a IE em um ponto da curva na região de operação (para um VCB específico). O ponto de operação move-se sobre a curva característica.
Definido para o ponto de
operação
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Base-Comum
– Para a região ativa:
• iC = iCO + iC-majoritários
• iC = αiE + iCBO
– Geralmente
• αDC = αAC = α
– Lembrando que:
• Lei das correntes: iE = iC + iB
• iE ≈ iC
– Então: (para efeitos de análise):
• iB ≈ zero
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Varia entre 0,9 e 0,99
Operação
Base-Comum
– As condições descritas implicam na configuração abaixo:
Operação
Base-Comum
– Região de Ruptura
Região de Ruptura
Aumento elevado da corrente IC pequenos
aumentos de VCB.
limite
Operação
Emissor-Comum
0
BC557A
VCC VBB
VBB
0
BC547A VCC
PNP NPN
Ponto Comum
Operação
Emissor-Comum
PNP NPN
0
BC557A
VCC VBB
VBB
0
BC547A VCC
Seção de entrada
(polarizada diretamente a junção base-emissor)
Operação
Emissor-Comum
Seção de saída
(polarizada reversamente a junção coletor-base através da tensão coletor-emissor)
0
BC557A
VCC VBB
VBB
0
BC547A VCC
PNP NPN
Operação
Emissor-Comum
– Corrente da base X Tensão da junção base-emissor.
Operação
Emissor-Comum
– Corrente da base X Tensão da junção base-emissor.
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente da base X Tensão da junção base-emissor.
• Tensões abaixo de um patamar não polarizam diretamente a junção base-emissor (vBE).
– Semelhante ao diodo.
– Independente da tensão na junção coletor-emissor.
– Corrente na base (iB) é forçada a quase zero.
• A partir desse patamar, a corrente sofre influência da tensão na junção coletor-emissor (VCE).
• “Geralmente”, podemos assumir VBE=0,7V como tensão para “ligar” o transistor.
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Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
Região Ativa Região de Corte
Região de Saturação
Não tão lineares influência de VCE.
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum – Região de Saturação
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• A junção base-emissor é polarizada diretamente
• A junção coletor-base é polarizada diretamente
• Tensão VCE-sat Tensão de saturação entre coletor e emissor.
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Operação
Emissor-Comum – Região de Saturação
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
Região de Saturação
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum– Região de Saturação
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• Qualquer pequena variação positiva de VCE provoca aumento exponencial da corrente no coletor (iC);
• Temos então a saturação do transistor;
• Resistência nula na junção “virtual” coletor-emissor.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum – Região de Corte
– A junção base-emissor é polarizada reversamente – A junção coletor-base é polarizada reversamente – Temos então o corte do transistor.
– Resistência elevada na junção “virtual” coletor- emissor.
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Operação
Emissor-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
0
BC557A
VCC VBB
VCC VBB
0
BC547A
iCEO iCEO
PNP NPN
Operação
Emissor-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum – Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• Quando a corrente na base é zero, temos uma corrente não-nula no coletor.
– Temos que iC = α iE + iCBO = α (iC + iB) + iCBO;
– Rearranjando: iC = [α iB / (1 - α)] + [iCBO / (1 - α)];
– Para a situação de iB = zero: iC = iCBO / (1 - α).
• Definiremos então a grandeza
– iCEO = iCBO / (1 – α) ou iCEO = iC para iB = zero.
– iCEO depende da temperatura pois, iCBO comporta-se assim.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum– Região de Corte
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• Para amplificação linear, a região de corte para a configuração emissor-comum é definida por IC = ICEO.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum – Região Ativa
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• A junção base-emissor é polarizada diretamente
• A junção coletor-base é polarizada reversamente
• O transistor está operacional
– Pode funcionar como amplificador.
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Operação
Emissor-Comum – Região Ativa
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
Região de operação
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• Há relação entre iC e iB.
• βDC = iC/iB(considerando sinal CC)
– O índice DC refere-se ao valor de β definido em um ponto da curva na região de operação.
• βAC = ΔiC/ΔiB (considerando sinal CA)
– O índice AC refere-se a variação de IC em relação a IE em um ponto da curva na região de operação (para um VCE específico).
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor-emissor.
• βDC = hFE (em folha de dados);
• βAC = hfe (em folha de dados);
• São “fatores de amplificação de corrente direta em emissor comum”
– Termo “h” vem do modelo híbrido do transistor;
– Termos “fe” e “FE” são “forward current in common-emissor configuration”;
• hFE é obtido da curva a partir do ponto de operação Q.
• hfe é obtido da curva a partir do intervalo de variação em torno de Q.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• βDC ≠ βAC por causa de iCEO ≠ zero
– Se iCEO = zero βDC = βAC.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• As curvas iC x vCE possuem uma inclinação
– Resistência intrínseca na saída do emissor-comum.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Emissor-Comum
– Corrente do coletor X Tensão da junção coletor- emissor.
• Primeiramente, relacionando α e β
– iE = iC + iB iC / α = iC + iC / β – α = β / (β + 1) ou β = α / (1 – α)
• Isso implica em:
– iCEO = (β + 1) iCBO – iE = (β + 1) iB
• Essas são relações importantes para análise de circuitos com transistores.
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Operação
Emissor-Comum
– Região de Ruptura
Operação
Coletor-Comum
BC557A VEE
VBB
0
VEE
0
VBB
BC547A
Ponto Comum
PNP NPN
Operação
Coletor-Comum
BC557A VEE
VBB
0
VEE
0
VBB
BC547A
Seção de entrada
(Polarizada diretamente a junção base-emissor através da tensão emissor-coletor)
PNP NPN
Operação
Coletor-Comum
Seção de saída
(polarizada reversamente a junção coletor-base)
PNP NPN
BC557A VEE
VBB
0
VEE
0
VBB
BC547A
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Coletor-Comum
– As curvas de comportamento são aproximadamente as mesmas do emissor comum.
• Entrada: iB vBE para diferentes valores de vECs;
• Saída: iE vEC para diferentes valores de iBs;
– E não vCE.
– Como é iE e não iC, haverá pequena diferença devido a α.
» iC = α iE.
» Se α fosse 1, as curvas de saída das configurações emissor- comum e coletor-comum seriam iguais.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Limites de Operação
• Condições para o transistor não queimar:
– Corrente máxima no coletor (iC-max)
– Tensão máxima coletor-emissor (vCE-max)
» “breakdown” – v(br)CE
• Potência máxima de dissipação (PC-max)
– Contidas na folha de dados do transistor.
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Limites de Operação
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• Coletor-comum:
C CB Cmáx V I
P
C CE Cmáx V I
P
E CE Cmáx V I P
• Base-comum:
• Emissor-comum:
ET74C – Eletrônica 1
Operação
Exemplo de folha de dados
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ET74C – Eletrônica 1
Operação
Exemplo de folha de dados
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ET74C – Eletrônica 1
Referências Utilizadas
BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis.
Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 11.
ed. São Paulo: Pearson education do Brasil, 2013.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C..
Microeletrônica. 5ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4. ed. São Paulo:
Makron, c1997. 2v.
71
Obrigado pela Atenção!
Prof. Dr. Ulisses Chemin Netto – ucnetto@utfpr.edu.br
Departamento Acadêmico de Eletrotécnica – DAELT – (41)3310-4626 Av. Sete de Setembro, 3165 - Bloco D – Rebouças - CEP 80230-901
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