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FONTE DE INFORMAÇÃO ELETRÔNICA: O PAPEL DO

BIBLIOTECÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

Ana Vera Rodrigues Isabel Crespo

Resumo

Este artigo pretende apresentar um panorama geral do papel a ser desempenhado pelos bibliotecários, especialmente os que atuam em bibliotecas universitárias, em função das mudanças tecnológicas. Para tal, buscou-se fazer uma revisão nos fundamentos contextuais das atuações destes profissionais, face às perspectivas apresentadas em decorrência das mudanças ocorridas no âmbito da comunicação científica, especialmente das fontes de informação disponíveis.

Palavras-chave

Bibliotecário; Bibliotecário-universidades; Fontes de informação eletrônica

ELETRONIC LIBRARY SOURCES: THE ROLE OF THE LIBRARIAN

AT UNIVERSITY LIBRARIES

Abstract

This article attempts to present a general view of the role of librarians, particularly those working at university libraries, in face of technological changes. As such, an attempt was made to revise the fundamental contexts of the duties of the professional librarian, keeping in mind the perspectives presented as a result of the changes on the scientific communication field, especially of the available information sources.

Key words

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1 INTRODUÇÃO

Face às novas tecnologias e mudanças de recursos informacionais disponíveis, nota-se a

necessidade de transformações no papel do bibliotecário, sendo o elo entre o usuário e a

informação científica em meio eletrônico. Nesta perspectiva, o bibliotecário que atua no

meio universitário deve adequar-se a este novo cenário e adotar uma postura pró-ativa,

usando recursos e ferramentas tecnológicas.

Antes da invenção da imprensa, os documentos para divulgação eram produzidos

manualmente, copiados um por um, historicamente, pelos chamados monges copistas.

Conforme Arenas (1994) desde os tempos de Galileo (1564-1642), de alguma forma se

comunicavam os resultados de pesquisas científicas, fosse de forma epistolar ou verbal.

Com o tempo essa troca evoluiu e passou a acontecer também através da apresentação de

trabalhos em eventos e publicações em periódicos e livros. Até então, o bibliotecário

assumia a função de “guardião da informação”. A partir da década de 90, com o surgimento

da Web e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), e a posterior disseminação

de seu uso, fez-se necessária a adaptação do profissional da área, no intuito de acompanhar

o advento e posicionar-se de acordo com esta nova exigência, de maneira a não perder

espaços e conquistar novos, atuando como agente de mudança e provedor da informação.

Os processos migraram, nesses novos tempos, do processamento do documento, antes

manual e, muitas vezes, solitário, para a catalogação em formatos eletrônicos e

cooperativos, exigindo, por exemplo, o conhecimento do uso de linguagens de marcação

como o Standard General Markup Language – SGML.

As fontes de informação em meio eletrônico também evoluíram de um modelo, físico ou

não (CD-ROMs, disquetes), para um acesso, direto e ágil, ao conteúdo completo, devido à

unificação entre busca e obtenção do documento através de diferentes fontes tal como a

possibilidade de consulta ao artigo na íntegra, imediatamente após sua publicação, sem ter

que esperar meses para que o exemplar chegue à biblioteca. Além disso, os editores estão

diminuindo a periodicidade, em função das diversas facilidades proporcionados por esse

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ao usuário final, após seu aceite, sem a necessidade dos trâmites antes impostos pela

publicação impressa. Dribla-se, assim, a morosidade do processo de edição, atendendo a

urgência na busca da informação (RODRIGUES,1999).

Os recursos disponíveis hoje possibilitam chegar ao documento, em curto espaço de tempo,

sem impor o deslocamento até o local onde encontra-se armazenado ou a solicitação de

busca e obtenção. Há possibilidade de buscar, acessar e ler o documento diretamente de sua

máquina.

Espera-se, do profissional da informação, uma postura efetiva frente aos recursos

decorrentes do acesso livre à publicação científica. A disseminação da informação

científica está sendo democratizada, quebrando barreiras de acesso e alterando o modelo

tradicional de publicação, que exigia, anteriormente, trâmites burocráticos, desde a sua

publicação, até o usuário final. Há ainda que considerar o aspecto custo, com alto valor de

assinaturas, que restringia o acesso para poucos, além da considerável redução do número

de assinaturas de periódicos pelas bibliotecas universitárias, em razão deste custo.

Face às mudanças impostas pelo avanço tecnológico, podemos colocar como novas

demandas ao papel do bibliotecário, as considerações de Souto (2005, p. 30), quando

coloca que o profissional irá atuar: “[...] de forma significativa no

desenvolvimento/gerenciamento de serviços informacionais, assumindo, assim, uma notória

participação no desenvolvimento industrial, social, econômico, cultural, científico e

tecnológico”. Complementando esse pensamento, Bueno e Blatmann (2005, p. 4) destacam

que é necessário deste profissional,

[...] além das competências, conhecer os recursos informacionais disponíveis para desempenhar com habilidade a pesquisa de conteúdos e tomar atitudes específicas quanto ao uso ético da informação (leal, sigiloso e confidencial). Ao reportar as atividades desenvolvidas utilizando as novas tecnologias da informação e comunicação na formação profissional espera-se buscar satisfação dos usuários no centro da informação.

Cabe ao bibliotecário a orientação e treinamento dos usuários, conceitos estes que, na era

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bibliotecário que, denominava-se, anteriormente, “treinamento em recursos bibliográficos”,

modificando-se com a evolução para o meio eletrônico, para treinamento em recursos

online, especialmente na busca e recuperação de informação. Este tipo de treinamento

deverá ser voltado para as necessidades dos usuários, visando a sua capacitação. A

indicação de Figueiredo (1996, p. 43) se aplica neste contexto, onde se torna necessário que

o bibliotecário desenvolva e ofereça “[...] programas de instrução que forneçam suficiente

informação para que o usuário possa escolher o instrumento de pesquisa mais apropriado às

suas necessidades”. A autora ainda ressalta que há “necessidade de treinamento contínuo, à

medida que novas bases de dados são incorporadas” (FIGUEIREDO, 1996, p. 43).

Pode-se, assim, concluir que tanto a orientação quanto o treinamento, visam a capacitação

de usuários na utilização de produtos e serviços de informação colocados à disposição pela

biblioteca. De acordo com Araújo e Dias (2005), é necessário ao bibliotecário um perfil

pró-ativo capaz de antecipar-se à exigência do seu usuário. Para tanto, pode dispor de

tecnologias de educação à distância, oferecendo treinamentos remotos, com a troca de

informações em tempo real, tutoriais e outros.

Para o desempenho das diversas funções descritas, há a necessidade do desenvolvimento de

algumas habilidades de cunho profissional. Para Tarapanoff (1997), são várias as demandas

ao profissional da informação. Entre elas: desenvolver parcerias entre bibliotecas ou

instituições, formar redes visando a globalização da informação proporcionando o acesso à

informação em nível mundial, trabalhar no desenvolvimento de bases de dados e

preocupar-se com a adoção de protocolos e padrões técnicos.

Neste sentido, verificamos a preocupação dos bibliotecários na utilização dos padrões de

catalogação e indexação quando da alimentação das bases como por exemplo: o padrão

MARC, os metadados padronizados e a adoção de protocolos de comunicação entre

computadores que possibilitem a pesquisa e recuperação de registros, como o Z39.50 - que

permite o acesso a documentos com textos completos, dados bibliográficos, som e imagem

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Outro fator importante, é a adequação das bibliotecas e bibliotecários às novas exigências

do meio acadêmico, em decorrência do uso das tecnologias. A partir desta evolução, as

bibliotecas universitárias necessitaram adaptar seus recursos e serviços a esta situação, na

intenção de dar suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Desse modo, pretende-se, no decorrer deste trabalho, levantar algumas questões a respeito

do papel a ser desempenhado pelo bibliotecário, especialmente os que atuam em bibliotecas

universitárias, em função das mudanças tecnológicas. Para tal, buscou-se fazer uma revisão

nos fundamentos contextuais das atuações deste profissional, das fontes de informação

disponíveis, seus novos recursos tecnológicos bem como as perspectivas apresentadas em

decorrência da comunicação científica.

2 FONTES DE INFORMAÇÃO ELETRÔNICA

Neste levantamento são apresentadas algumas das principais fontes de informação

utilizadas em bibliotecas universitárias nacionais e centros de informação acadêmica e

disponibilizadas na Internet.

Estas fontes têm vários aspectos que tendem a facilitar seu acesso ao pesquisador. Segundo

Leggett, Nürnberg e Schneider (1996, p. 95), a publicação eletrônica tem características que

“não são compartilhadas com os documentos em papel”. Os documentos eletrônicos são

disseminados com mais facilidade, podem sofrer, facilmente, modificações e múltiplas

versões podem ser armazenadas e referenciadas (RODRIGUES, 1999).

Destaca-se que algumas das fontes de informação tendem a unificar seus serviços e

recursos, uma vez que juntam características que anteriormente faziam parte de apenas um

único tipo de fonte, como os índices impressos. Assim pode-se obter, com um único

recurso, a busca, localização e obtenção do documento, distinguindo-o do panorama

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Taubes (1996) aponta as vantagens da publicação eletrônica em relação à impressa, como,

por exemplo: recursos de áudio e vídeo, variadas ferramentas de busca (através das

estratégias de busca), links para artigos relacionados e citações e serviços de alerta por

e-mail, entre outros.

Na definição de base de dados, bibliotecas digitais de teses e dissertações e de repositórios

de texto integral, muitas das fontes exercem papéis semelhantes, uma vez que podem

permitir o acesso ao texto completo. Nesse contexto, Pinheiro (2003) explica que uma

biblioteca digital pode abranger outras fontes, tais como, bibliografias ou bases de dados,

demonstrando que as barreiras conceituais ficam mais tênues na Internet.

Em relação a isso, buscou-se, então, agrupá-las, levando em consideração um maior

número de características que tenham em comum.

a) Periódicos científicos eletrônicos

Conforme relatado por Rodrigues (1999, p. 5), a informatização vem, ao longo dos anos,

operando modificações na forma de apresentação dos periódicos. A forma impressa divide

espaço com o formato online, que permite “o acesso aos documentos através de uma

simples conexão à rede de computadores”. De acordo com o conceito de Sweeney (1997, p.

9),

Um periódico eletrônico pode ser definido como aquele cujo texto pode ser acessado diretamente por transferência de um arquivo de um computador ou por outro mecanismo de leitura na máquina, cujo processo editorial é facilitado pelo computador e cujos artigos são também disponibilizados na forma eletrônica aos leitores.

Com isto, os periódicos científicos em meio eletrônico apresentam-se, cada vez mais, como

as principais fontes de informação e ferramenta para difusão de conhecimento em diversas

áreas da ciência, como, por exemplo, nas áreas biomédicas. Cabe aqui salientar, como

coloca Rodrigues (1999, p.12), a importância da urgência em fazer chegar a informação às

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avanços em sua área [...], evitando a defasagem da informação. “O periódico científico

desempenha papel essencial no desenvolvimento da pesquisa científica. Esta só pode

tornar-se contribuição para a ciência a partir da publicação dos seus resultados (COSTA,

1988).

Como os demais periódicos, em seus diversos meios de publicação, esses são publicados

sucessivamente e possuem, em sua maioria, todos os requisitos de qualidade científica

sendo, também, detentores dos recursos do meio eletrônico, como o acesso rápido aos

fascículos, através da Internet, tornando possível o exame ao conteúdo dos artigos,

desprezando o processo da impressão e distribuição física e atuando em prol da atualização

quase que imediata dos pesquisadores.

b) Bases de dados

As bases de dados são recursos que apresentam muitos modos de se pesquisar, com

diversos pontos de acesso, possibilitando a busca por campos específicos, como

palavras-chave, pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), utilizando-se de lógica booleana, escolhendo o

período de cobertura, e outros recursos que permitem buscas muito específicas, mais

eficientes que os demais, como os índices impressos utilizados anteriormente.

Normalmente, disponibilizam apenas as referências, mas também podem trazer os textos

completos dos documentos (CAMPELLO; CENDÓN; KREMER, 2000).

Segundo Cendón (2005, p. 75), as bases referenciais dividem-se em dois tipos:

bibliográficas, que podem ser “versão eletrônica dos periódicos de indexação e resumo

contendo citações bibliográficas e outros campos adicionais” e diretórios, “que contêm

dados cadastrais sobre instituições, softwares etc”.

Já as de acesso aos textos completos podem ser várias. Cendón (2005, p. 75) sugere sua

organização em quatro tipos: bases de texto completo, bases de dicionários, bases

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contêm, sob a forma gráfica, fórmulas químicas, imagens de logotipo, desenhos ou

figuras”.

c) Ferramentas de busca na Internet

Neste estudo, o uso das ferramentas de busca na Internet são definidas como um facilitador

para a localização de informações em buscas gerais, servindo, por exemplo, para identificar

o que era desenvolvido sobre um determinado assunto. Destacam-se, neste modelo,

recursos como o Google, Cadê, Lycos, Yahoo entre outros. Segundo Crespo (2005, p. 92)

”[...] esse tipo de ferramenta não é considerado totalmente confiável por não possuir garantias

quanto à qualidade do que disponibiliza, mesmo que, eventualmente, também recupere

documentos que possuam todos os requisitos para serem considerados científicos”.

Cabe ao bibliotecário dominar estes recursos de modo satisfatório, visando a obtenção de

informações de qualidade e tirando proveito da amplitude proporcionada por este meio, já

que recupera o conteúdo de milhares de páginas disponíveis na Web.

d) Bibliotecas digitais

Segundo Blattmann (2001, p. 93) “as bibliotecas digitais combinam recursos tecnológicos e

informacionais para acessos remotos, quebrando barreiras físicas entre eles.” Oferecem

vantagens, uma vez que ampliam o acesso à informação, permitindo consultar o texto na

íntegra de vários tipos de documentos em formato digital. Além disso, podem ser acessados

pelos usuários a qualquer momento e de qualquer lugar.

- Bibliotecas digitais de teses e dissertações

As bibliotecas digitais de teses e dissertações são ferramentas de pesquisa em meio

eletrônico e on-line, que contêm os trabalhos oriundos de cursos de pós-graduação. As teses

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sistema de publicação e distribuição comercial (CAMPELLO; CENDÓN; KREMER,

2000).

Esses recursos se disseminam, sendo disponibilizados por diversas instituições nacionais e

estrangeiras, em formato online e, normalmente, de livre acesso a partes ou ao documento

completo, permitindo o armazenamento e divulgação de informação científica. Vicentini e

Vicentini (2004) explicam que, desde 1999, a Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tem patrocinado este tipo de iniciativa. No

Brasil, o crescimento desse tipo de recurso se deu a partir de 2000, com projetos como a

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo.

Visando uma disseminação mais efetiva das pesquisas financiadas pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), foi determinado, a partir da

Portaria Nº 13 de 15 de fevereiro de 2006, publicada no Diário Oficial Nº 35 de sexta-feira,

17 de fevereiro de 2006, que os cursos de pós- graduação ficam obrigados a adotar um

sistema digital e online de todas as teses e dissertações produzidas através do programa,

estando esta, vinculada à avaliação e continuidade do programa de pós-graduação pela

CAPES e possuindo prazo até 31 de dezembro de 2006 para sua instalação final.

Junto às bibliotecas digitais de teses e dissertações, cabe ao bibliotecário diversas

atividades tais como: a descrição padronizada dos documentos (indexação, catalogação,

classificação) a digitalização e conseqüente disponibilização destes na íntegra.

f) Publicações de acesso livre

Historicamente, como já descrito, as formas de transferência da informação vêm sofrendo

mudanças, através dos tempos. À comunicação oral, seguiu-se a representação gráfica,

manual, quando cabia ao clero a censura à informação, privilegiando poucos. Com a

invenção da imprensa, iniciou-se uma “liberalização” da informação. Liberalização esta,

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direito do autor, imputando determinados limites a essa conquista, estabelecendo contratos

para que se pudesse gozar do direito à informação. Entretanto, com o avanço tecnológico e

das pesquisas, as comunicações científicas vêm em uma evolução tamanha, que sua

importância para o bem da humanidade está levando a ideais de acesso livre à informação.

De acordo com o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica

(MANIFESTO..., [2005]).

[...] a informação científica é o insumo básico para o desenvolvimento científico e tecnológico de uma nação. Trata-se de um processo contínuo em que a informação científica contribui para o desenvolvimento científico, e este, por sua vez, gera novos conteúdos realimentando todo o processo.

As publicações de acesso livre surgiram como uma alternativa ao modelo tradicional de

publicação científica e caracterizam-se por permitir o acesso sem barreiras, como a

necessidade de pagamento ou senhas. Como exemplo deste tipo de iniciativa, destaca-se os

arquivos abertos (open archives) que são arquivos online de acesso público, nos quais o

próprio autor deposita o documento no meio eletrônico, garantindo a visibilidade sem as

barreiras impostas pelos sistemas tradicionais (CAFÉ; LAGE, 2002). Ainda segundo

Manifesto...([2005]), “é importante observar que o paradigma do acesso livre à informação

provocará otimização nos custos de registro de acesso à informação, além de promover

maior rapidez no fluxo da informação científica e no desenvolvimento científico e

tecnológico”.

Destacam-se, como um tipo de recurso de acesso livre, os repositórios de texto integral.

Inicialmente eram temáticos. Agrupados, evoluíram para repositórios institucionais,

utilizados por universidades e instituições de pesquisa estimulando a publicação de

trabalhos científicos produzidos por estas (CAFÉ et al., 2003).

A posição das bibliotecas é de caracterizar o acesso aberto como prioritário. Neste sentido,

há um movimento buscando provê-las de tecnologias que permitam o desenvolvimento de

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documentos eletrônicos e cooperar na criação de recursos informacionais que integrem a

busca de documentos de acesso-livre” (JORNADA..., 2003 apud SILVEIRA; ODDONE,

2004).

g) E-books

A expressão “electronic book”, ou a sua contração “e-book”, pode ser definida, segundo

Roncaglia (2001), como qualquer texto suficientemente longo e completo, que pode utilizar

metadados descritivos, disponível em um formato eletrônico e legível através de um

computador. O livro eletrônico possui diversas nomenclaturas como, i-book, livro digital

etc. Adota hipertexto, recursos de interatividade, a web e a utilização de um computador

pessoal.

O e-book é o livro em formato eletrônico que pode ser visualizado na tela do computador

ou baixado através de download, via Internet, podendo ser acessado de forma gratuita ou

mediante pagamento.

Frente a todas essas novas fontes eletrônicas, expandem-se as funções do bibliotecário.

Redefine-se seu papel, transcendendo sua atuação de mero intermediário entre usuário e

informação.

O bibliotecário pode direcionar-se para a organização do acervo digital, buscando,

constantemente, novas fontes, através de observação e monitoramento dos canais de

informação tais como sites de busca, de editoras científicas, instituições de pesquisa, listas

de discussão entre outras e organização de um acervo digital em seus “favoritos” que o

auxiliem na execução das tarefas que lhe são exigidas. Segundo Souto (2005, p. 47),

“domínio das técnicas de acesso às bases de dados é uma importante característica de

qualquer profissional da informação”.

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suas pesquisas e dúvidas em relação às fontes de informação. Também pode fazer uso de

ferramentas de referência virtual como chats, fóruns de discussão, atendimento online em

tempo real, inclusive valendo-se de recursos multimídia como som e imagem.

A partir da análise e observação dos usuários potenciais, o bibliotecário trabalha na

adequação de interfaces, como Web sites de bibliotecas e em ferramentas de busca,

inclusive compilando as fontes e colocando-as à disposição conforme os interesses deste

usuário. Tende a atuar, cada vez mais, em um contexto no qual o usuário não depende do

horário de funcionamento da biblioteca, ou mesmo de um serviço de comutação

bibliográfica para obter um documento, podendo ele mesmo proceder a pesquisa e

baixá-los. Esta situação é verificada por Milne (1999) o qual conclui, em sua análise, que o

número de visitas à biblioteca diminuiu e que as buscas ocorrem através de recursos

eletrônicos acessados fora deste ambiente físico. A redução do número de visitas à

biblioteca deve-se, em parte, ao acesso direto do pesquisador a partir de seu computador,

aos artigos de periódicos científicos eletrônicos de que necessita. Entretanto, deve ficar

claro que cabe ao profissional em biblioteconomia a compilação, de maneira a organizar

este material, tornando-o adequado para o acesso do usuário.

Outra função inerente ao profissional é a divulgação das fontes eletrônicas, bem como os

serviços a ela vinculados, visando a ampliação do seu uso. Nesta função destaca-se o uso de

Disseminação Seletiva da Informação (DSI) que consiste em um serviço personalizado,

voltado às necessidades do usuário, enviando-lhe, por exemplo, boletins informativos via

e-mail.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A evolução tecnológica certamente otimizou, em suas diversas áreas, o trabalho até então

desenvolvido pelo profissional da informação. Entretanto, tal vantagem veio atrelada ao

aumento das demandas, devido aos desafios impostos, e à exigência de novas habilidades,

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Considerando que esta evolução não cessará, chegou-se a algumas conclusões a respeito

das exigências impostas a este “novo” profissional.

É importante que sua formação tenha como foco o aprimoramento de um perfil que permita

adaptar-se e dominar as mudanças decorrentes do avanço tecnológico, tornando-o apto a

atender o usuário remoto (via online), que, diante da globalização e da sociedade digital,

desponta com considerável potencial de crescimento, cujo deslocamento à biblioteca ou

centro de informação faz-se desnecessário, independentemente da distância que o separe do

profissional. Este profissional deve estar capacitado a atuar com fontes de informação de

qualquer tipo, em qualquer suporte, selecionando-as e adequando-as de acordo com as

necessidades do seu usuário.

Também vale ressaltar que a formação do profissional em biblioteconomia, deve ser

voltada para este novo contexto a partir da graduação, contemplando o ensino com

currículos adequados a esta nova demanda.

Deve, ainda, investir em educação continuada e expedientes que o levem ao domínio das

ferramentas capazes de torná-lo apto a assessorar, orientar, treinar todo e qualquer usuário,

adaptando-se naturalmente às mudanças decorrentes deste avanço.

A todas estas características, pode-se somar o interesse em descobrir novos caminhos e,

partindo-se de uma análise crítica, refletir sobre os serviços oferecidos, avaliar novos

serviços potencialmente interessantes e, desta forma, colocar-se, agir e atuar como o

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REFERÊNCIAS

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Ana Vera Finardi Rodrigues

Bibliotecária-chefe da Biblioteca Setorial da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Mestre em Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

anavera@ufrgs.br

Isabel Merlo Crespo

Bibliotecária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Mestre em Comunicação e Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

icrespo@pucrs.br

Recebido em: 18/04/2006

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