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Implantação de um Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora

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*A lombada deve ser ajustada de acordo com o volume de páginas final do caderno.

C ADERNO 2

GUIA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR

Este Guia existe para apoiar e orientar interessadas e interessados na ampliação e execução do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora no Brasil, como municípios, estados, organizações e profissionais.

Composto de seis cadernos temáticos, proporciona uma compreensão ampla sobre o que é o Serviço de

Acolhimento em Família Acolhedora, suas principais características, parâmetros e benefícios para crianças e adolescentes acolhidos. Também apresenta em detalhes o processo de implementação e execução deste Serviço de Acolhimento, oferecendo subsídios teóricos, metodológicos e práticos para seu desenvolvimento.

CADERNO 2

Implantação de um

Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora

GUIA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR

REALIZAÇÃO

APOIO

PATROCÍNIO COORDENAÇÃO

(2)

CADERNO 2

GUIA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR

Implantação de um

Serviço de Acolhimento

em Família Acolhedora

(3)

A composição desta ficha ilustra a cooperação técnica e intersetorial que caracterizou a elaboração deste Guia e os apoios a ele concedidos. Reflete, portanto, a união e a articulação de atores do Sistema de Garantia de Direitos em prol do melhor interesse das crianças e adolescentes, conferindo segurança e coesão ao processo de ampliação e qualificação de Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora no Brasil.

Ficha Técnica

REALIZAÇÃO

Coalizão pelo Acolhimento em Família Acolhedora

Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC) Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania (SNAS) PESQUISA E PROJETO EDITORIAL Luciana Cassarino-Perez

PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Adriana Pinheiro (org.) Ana Angélica Campelo (org.) Jane Valente (org.)

Julia Salvagni Lara Naddeo Monica Vidiz

REVISÃO DE CONTEÚDO Claudia Cabral

Claudia de Freitas Vidigal Denise Avelino

Flávia Guerreiro Juliany Santos

Luciana Cassarino-Perez Patrick Reason

Sandra Sobral

Sérgio Eduardo Marques da Rocha REVISÃO FINAL

Adriana Pinheiro Monica Vidiz

APOIO INSTITUCIONAL

Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania (SNAPI)

Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (SNDCA)

PATROCÍNIO

Charities Aid Foundation America Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) Fundação Bernard van Leer

Instituto Justiça Instituto Galo da Manhã COORDENAÇÃO Instituto Fazendo História REVISÃO ORTOGRÁFICA Leoclícia Alves

Renata Peña

DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Designeria

Renata Figueiredo IMAGENS

Envato, Freepik, Unsplash, Pexels, Maristela Cizeski, AdobeStock e FG Trade AGRADECIMENTOS

Cínthia Oliveira dos Anjos Maria Eduarda Frisoni Porticus

COALIZÃO PELO ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Aconchego - Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária Aldeias Infantis SOS

Associação Brasileira Terra dos Homens Fundação Bernard van Leer

Instituto Fazendo História Instituto Geração Amanhã

Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC) Núcleo de Estudos em Políticas Públicas - Universidade Estadual de Campinas (NEPP-UNICAMP)

Pastoral da Criança

Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania (SNAS) DEZEMBRO DE 2021

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Diversas pesquisas mostraram a importância de um ambiente familiar positivo para o desenvolvimento saudável na infância e na

adolescência. Nas situações em que o afastamento da família de origem é necessário para assegurar proteção, a ciência já apontou que – principalmente nos primeiros anos de vida – o acolhimento em instituições com falta de estímulos e poucas condições para a construção de relações afetivas individualizadas e seguras pode levar a impactos de longo prazo no desenvolvimento humano.

Os estudos indicaram, ainda, que tais impactos podem ser minimizados se o acolhimento for ofertado por famílias acolhedoras preparadas e acompanhadas. Essa modalidade viabiliza o acolhimento em ambiente familiar, com oferta de atenção individualizada, construção de relações de afeto e constância dos cuidados, que são elementos essenciais para o desenvolvimento integral

saudável de crianças e adolescentes.

Com a palavra,

a Secretária Nacional

de Assistência Social

(5)

Esses avanços no campo científico impulsionaram mudanças nas legislações e no sistema de

acolhimento em diversos países, com o objetivo de priorizar o acolhimento em famílias acolhedoras. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que, nos casos em que for necessário o afastamento temporário da família de origem, a inclusão da criança ou adolescente em acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional.

No âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora compõe a Proteção Social Especial de Alta Complexidade, sendo previsto na Política Nacional de Assistência Social e na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

Apesar da previsão legal de priorização do acolhimento familiar, baseada nas evidências científicas, ainda predomina no Brasil a oferta da modalidade de acolhimento institucional. A mudança desse cenário exige, necessariamente, a conscientização e o compromisso de todos os atores envolvidos na oferta do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora: a Assistência Social, nas diferentes esferas de governo, o Sistema de Justiça, as organizações da sociedade civil e a comunidade como um todo.

O conhecimento técnico é um elemento

fundamental para materializar esse compromisso e a convergência de esforços nessa direção. Nesse sentido, a publicação deste Guia de Acolhimento Familiar é uma enorme satisfação para a Secretaria Nacional de Assistência Social. Sua elaboração é resultado de um processo de construção conjunta entre governo e sociedade civil, que envolveu a participação da SNAS, de especialistas na temática e demais representantes da Coalizão pelo Acolhimento em Família Acolhedora,

unidos por um mesmo propósito: criar melhores condições de cuidado e proteção de nossas crianças e adolescentes com medida protetiva de acolhimento.

Este Guia é um material de excelência que, com certeza, será uma ferramenta muito útil a todos os atores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, em especial os gestores de Assistência Social e as equipes técnicas dos Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora.

Convidamos todos os trabalhadores do SUAS e gestores de Assistência Social à leitura deste riquíssimo material e, também, a fazer parte dessa mudança de cenário, de modo a oportunizar que crianças e adolescentes com medida protetiva

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de acolhimento possam ser prioritariamente

acolhidas em famílias acolhedoras bem preparadas e acompanhadas, até que seja possível o retorno seguro ao convívio com a família de origem ou, se for o caso, a colocação em família por adoção.

Maria Yvelônia Barbosa Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) Secretaria Especial de Desenvolvimento Social Ministério da Cidadania

O Movimento Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC) é uma rede nacional de organizações da sociedade civil atuantes, direta ou indiretamente, na promoção, proteção, defesa e garantia do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária em todo Brasil. O Movimento surgiu a partir do Grupo de Trabalho Nacional Pró Convivência Familiar e Comunitária (GT Nacional), criado em novembro de 2005, com a missão de discutir e fundamentar a formulação do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. Dando continuidade a esse processo, o MNPCFC tem como missão fortalecer as incidências técnica e política nessa área, articulando iniciativas para que crianças e adolescentes tenham garantidos seus direitos de viver em família e de se desenvolver plenamente, por meio de ações intersetoriais do Estado,

articuladas às da sociedade civil organizada.

Com a palavra,

o Secretário Nacional

do Movimento Nacional

Pró Convivência Familiar

e Comunitária

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A partir dessa posição, o MNPCFC vem manifestar sua alegria com a publicação deste Guia, que favorece a implementação do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, colaborando com a ampliação orientada e qualificada de Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora no Brasil. Além disso, este Guia representa uma grande conquista e contribuição diante dos

desafios da atuação intersetorial e em rede. Juntas e juntos, vamos divulgar e utilizar estes cadernos para a efetivação e ampliação desta modalidade de atendimento de crianças e adolescentes no Brasil.

Patrick Reason Secretário Nacional do Movimento Nacional Pró

Convivência Familiar e Comunitária (MNPCFC)

O site www.familiaacolhedora.org.br é um portal que contém informações de fácil acesso e recursos de apoio para a

implementação dos Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora.

Acesse e compartilhe!

VOCÊ SABIA?

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Existem hoje no Brasil aproximadamente 30 mil crianças e adolescentes acolhidos, entre os quais 5% são atendidos em Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora. Essa modalidade, consolidada internacionalmente e corroborada por diretrizes da Organização das Nações Unidas, tem crescido timidamente no país, ainda que seja prioridade em Lei Federal desde 2009. Esse cenário motivou a criação da Coalizão pelo Acolhimento em Família Acolhedora, um grupo de atores governamentais e não governamentais unidos pelo objetivo de elevar a proporção de crianças e adolescentes acolhidos em famílias acolhedoras no Brasil para pelo menos 20%

dentro de quatro anos. A ideia de elaborar e publicar este Guia surgiu da percepção de que o processo de implementação do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA), ainda muito novo para diversos municípios brasileiros, enfrenta uma série de barreiras que precisam ser transpostas, o que requer caminhos construídos coletivamente e saberes compartilhados.

Este Guia existe para apoiar e orientar

municípios, estados, organizações e profissionais interessados na ampliação e execução do

acolhimento familiar no Brasil.

Apresentação

(9)

Seu conteúdo serve igualmente para todos e todas que buscam informações sobre o tema. Foi produzido com base na experiência dos membros da Coalizão, documentos, estudos e pesquisas elaborados por diferentes instituições, como serviços de acolhimento, OSCs, entes do Sistema de Justiça e do Executivo, entre outros. Esperamos que, por meio do conteúdo apresentado em cada caderno, o conhecimento sobre a modalidade e as vias para fazê-la acontecer sejam acessados e compreendidos pelo maior número de pessoas, tornando o acolhimento familiar cada vez mais possível. Um trabalho que exige

comprometimento e vontade de muitos âmbitos da sociedade e do Sistema de Garantia de

Direitos e que representa um avanço necessário para as crianças, adolescentes e suas famílias.

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA) possibilita proteção temporária, em casas de famílias acolhedoras, para uma criança,

adolescente ou grupo de irmãos. Essas famílias são selecionadas e preparadas para oferecer atenção adequada para cada criança e adolescente sob seus cuidados, proporcionando uma experiência de segurança e afeto em um momento crítico de suas vidas. O ambiente familiar é comprovadamente reconhecido como o mais adequado para

propiciar a continuidade do desenvolvimento integral das crianças e adolescentes que foram separados temporariamente de suas famílias de origem, especialmente aqueles na primeira infância, para quem os prejuízos da institucionalização se provam mais sérios.

Durante o período de acolhimento, a criança e/

ou adolescente e sua família de origem são acompanhados por profissionais do SFA, com vistas à reintegração familiar sempre que possível.

Com a finalização da medida, as crianças e adolescentes podem seguir o seu percurso

fortalecidos, desta vez junto às pessoas que são, ou que serão a partir de então, sua família definitiva:

seja a de origem, a extensa, ou aquela por adoção.

A pandemia nos trouxe a oportunidade de vivenciar profundas transformações pessoais e sociais. Nesse contexto, o olhar para as

vulnerabilidades de várias ordens tornou-se mais atento: a vulnerabilidade da nossa espécie, dos nossos sistemas, a nossa e a do próximo. Frente a isso, a importância do cuidado se reforça.

Percebemos também a nossa capacidade e, portanto, a responsabilidade de promover

mudanças em nossos hábitos e práticas cotidianas.

Diante desse cenário, convidamos a todos e a todas a mudarmos também nossa cultura de

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acolhimento. A família está no centro de toda a Política Nacional de Assistência Social - ela pode e deve ser a principal unidade para acolher aqueles que precisam de cuidados alternativos, quando privados dos cuidados parentais.

Construamos pontes para povoar os campos da vida em comunidade, tecendo, através das mais diversas famílias brasileiras, redes de cuidado, proteção, afeto, empatia, direitos e amor.

Vamos juntas e juntos!

Claudia de Freitas Vidigal Coordenadora da Coalizão pelo Acolhimento em Família Acolhedora

Composto de seis cadernos temáticos, este Guia proporciona uma compreensão ampla sobre o que é o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora e suas principais características, parâmetros e

benefícios para crianças e/ou adolescentes acolhidos.

Oferece orientações para sua implementação qualificada a todas e todos envolvidos direta ou indiretamente em sua execução.

O Caderno 1 apresenta o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA), abordando: o

contexto histórico em que se encontra no Brasil e no mundo, os fatores que o inserem na proteção integral de crianças e adolescentes, seus objetivos, principais características e parâmetros, bem

como os benefícios que proporciona às crianças e adolescentes acolhidos. O primeiro caderno é, portanto, uma leitura básica, pertinente a todas e todos envolvidos ou interessados no Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, sendo uma base necessária para a leitura dos cadernos seguintes, que podem ser selecionados de acordo com o interesse do leitor.

Sobre este guia

(11)

O Caderno 2 trata do processo de implantação e implementação do SFA em consonância com a Política Nacional de Assistência Social e no âmbito do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. Também aborda questões formais, procedimentais, operacionais e técnicas relacionadas às etapas de sua implantação, sendo mais especificamente útil para os gestores da Política de Assistência Social.

O Caderno 3 oferece parâmetros gerais para o bom funcionamento do SFA em todas suas atividades e processos. O conteúdo é especialmente relevante para a equipe técnica que executa diretamente a modalidade e para o órgão gestor municipal, responsável pelo monitoramento e avaliação de sua execução.

O Caderno 4 descreve os processos de mobilização, seleção e formação de famílias para acolher

crianças e adolescentes no SFA, em seus aspectos procedimentais, operacionais, metodológicos e técnicos, detalhando suas especificidades por meio de um passo-a-passo. O conteúdo é pertinente, em particular, para a equipe técnica que irá executar as etapas diretamente e para membros do órgão gestor municipal, que supervisionarão essas atividades e serão os principais responsáveis pela divulgação da modalidade.

Os Cadernos 5 e 6 trazem subsídios teóricos,

metodológicos e procedimentais para a qualificação da atuação de profissionais da equipe do SFA em situações recorrentes, trazendo recomendações e recursos de apoio para a prática. Enquanto o quinto caderno trata do acompanhamento dos envolvidos e das envolvidas - a família acolhedora, a criança e o adolescente e sua família de origem -, o sexto caderno aborda as transições e despedidas que fazem parte da rotina do SFA.

Boa leitura!

(12)

4

4

MOBILIZAÇÃO, SELEÇÃO E FORMAÇÃO DE FAMÍLIAS ACOLHEDORAS

3 3

5 5

6 6

1

1

O SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

PARÂMETROS DE FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

ACOMPANHAMENTO

DA FAMÍLIA ACOLHEDORA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DA FAMÍLIA DE ORIGEM

CHEGADAS E PARTIDAS:

TRABALHANDO AS TRANSIÇÕES

2

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

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Este caderno trata do processo de implantação e implementação do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA) em conformidade com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e no âmbito do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGD/CA). Aborda desde a sensibilização e articulação da rede até a organização do SFA, sendo especialmente útil para gestores da Política de Assistência Social.

Também discute questões formais, procedimentais, operacionais e técnicas relacionadas às etapas de implantação. Para isso, descreve as funções de cada ator envolvido no processo, esclarece a necessidade de normativas e inscrições para a constituição e execução do SFA, oferece parâmetros de infraestrutura física e humana, propõe aspectos metodológicos para elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) e para o plano de mobilização de famílias acolhedoras, além de apresentar as possíveis fontes de financiamento para o SFA.

Implantação de um

Serviço de Acolhimento

em Família Acolhedora

(14)

SUMÁRIO

1. ONDE IMPLANTAR E DE QUEM DEVE SER

A INICIATIVA ...31

2. SENSIBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE DO MUNICÍPIO ...35

2.1. A AÇÃO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS E OS SETORES IMPLICADOS ...35

2.2. CONSTITUIÇÃO DE COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO ...41

3. ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO ...45

4. ESCOLHA DA FORMA DE EXECUÇÃO ...49

5. NORMATIVAS MUNICIPAIS PARA REGULAMENTAÇÃO DO SERVIÇO ...57

5.1. ELABORAÇÃO DE PROJETO DE LEI MUNICIPAL ...57

5.2. ENCAMINHAMENTO DO PROJETO DE LEI À CÂMARA DE VEREADORES ...62

5.3. REGULAMENTAÇÃO DA LEI MUNICIPAL ... 64

6. REGISTRO E/OU INSCRIÇÃO DO SFA NOS CONSELHOS PERTINENTES ...67

6.1. CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ...68

6.2. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ...71

7. INCLUSÃO DO SERVIÇO NOS PLANOS MUNICIPAIS ...73

8. ASPECTOS OPERACIONAIS PARA O INÍCIO DO SFA 75 8.1. INSTITUIÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA ...75

8.2. FORMAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA...80

8.3. INFRAESTRUTURA ...83

9. ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ...89

10. LANÇAMENTO DO SERVIÇO E APRESENTAÇÃO À COMUNIDADE ... 99

11. CADASTRAMENTO DO SERVIÇO NO CADSUAS ...103

12. ELABORAÇÃO DO PLANO DE MOBILIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS FAMÍLIAS ...107

13. OFERTA REGIONALIZADA ... 111

13.1. REGIONALIZAÇÃO ORGANIZADA PELO ESTADO ... 114

13.2. OFERTA COMPARTILHADA ENTRE MUNICÍPIOS ... 120

14. DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA IMPLANTAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, MANUTENÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SERVIÇO ...127

(15)

CadSUAS Cadastro Nacional do Sistema Único de Assistência Social

CEAS Conselho Estadual de Assistência Social CF Constituição da República Federativa do Brasil CIB Comissão Intergestores Bipartite

CIT Comissão Intergestores Tripartite CMAS Conselho Municipal de Assistência Social CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente

CNAS Conselho Nacional de Assistência Social

CNEAS Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

CRAS Centro de Referência de Assistência Social CREAS Centro de Referência Especializado

de Assistência Social

CT Conselho Tutelar

DP Defensoria Pública

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente FEAS Fundo Estadual de Assistência Social FIA Fundo para a Infância e a Adolescência FMAS Fundo Municipal de Assistência Social

FMDCA Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

FNAS Fundo Nacional de Assistência Social

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA Lei Orçamentária Anual

LOAS Lei Orgânica da Assistência Social

LISTA DE SIGLAS

MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MP Ministério Público

MROSC Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil

NOB/

SUASAS

Norma Operacional Básica do SUAS NOB-RH/

SUAS Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS

OAB Ordem dos Advogados do Brasil OSC Organização da Sociedade Civil

OT Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes

PAS Plano de Assistência Social PIA Plano Individual de Atendimento

PL Projeto de Lei

PMAS Plano Municipal de Assistência Social PNAS Política Nacional de Assistência Social

PNCFC Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária

PNEP/

SUAS Política Nacional de Educação Permanente do SUAS

PPA Plano Plurianual

PPI Plano Nacional pela Primeira Infância PPP Projeto Político Pedagógico

PSEAC Proteção Social Especial de Alta Complexidade SFA Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora SGD/CA Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do

Adolescente

SUAS Sistema Único de Assistência Social

TN Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais VIJ Vara da Infância e da Juventude

(16)

1. ONDE IMPLANTAR E DE QUEM DEVE SER A INICIATIVA

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA) compõe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e tem sua operacionalização prevista na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (TN)1 - Resolução n.º 109/2009 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Dessa forma, o principal responsável por sua implementação deve ser o órgão gestor da Política de Assistência Social no território (Secretaria de Assistência Social ou congênere). A abrangência da oferta desse Serviço é municipal – com possibilidade de implantação em cidades de pequeno, médio, grande porte e

metrópoles –, podendo também ser ofertado de forma regional para atender municípios de pequeno porte que não possuam demanda suficiente ou condições de manter um SFA próprio.

(17)

32 Guia de Acolhimento Familiar Guia de Acolhimento Familiar 33

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

As experiências de Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora já consolidados no país têm mostrado alguns pontos de partida possíveis:

O gestor público (secretário municipal de assistência social) designa um coordenador e, quando possível, já a equipe técnica que estará à frente da implantação do SFA. Essa equipe fomenta discussões com os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e com outras secretarias de governo, principalmente as de educação e de saúde. Sugere-se, quando for o caso, a inclusão das secretarias de planejamento e orçamento. O gestor público apresenta a proposta para os órgãos de defesa de direitos: Vara da Infância e da Juventude (VIJ), Ministério Público (MP), Defensoria Pública (DP), Conselho Tutelar (CT), visando o engajamento de todos. Poderá ser incluída, neste momento, a participação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e de atores estratégicos locais.

Em alguns municípios, Estados e regiões existem iniciativas de estímulo para a implantação do SFA a partir de ações do Ministério Público, Vara da Infância e da Juventude e da Defensoria Pública.

Mesmo assim, a propositura para implantação e execução deverá ser sempre do Poder Executivo e, como citado no item anterior, as competências dos órgãos devem ser preservadas.

É importante ressaltar que independentemente do órgão que se responsabiliza pela iniciativa, o sucesso do SFA está intimamente ligado à construção coletiva de conceitos e na forma escolhida para sua operacionalização, como:

a metodologia, a defi nição de papéis, as atribuições e competências de todos os envolvidos.

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2. SENSIBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE DO MUNICÍPIO

2.1.

A AÇÃO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS E OS SETORES IMPLICADOS

Os parâmetros para a institucionalização e o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do

Adolescente foram formalizados pela Resolução n.º

113/20062 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e constituem-se na articulação e integração das instâncias governamentais e da sociedade civil para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente. As funções dos órgãos públicos e das organizações da sociedade civil que integram o sistema se encontram em três eixos de ação, a saber: I - promoção dos direitos humanos; II - defesa dos direitos humanos; e III - controle da efetivação dos direitos humanos.

(19)

36 Guia de Acolhimento Familiar Guia de Acolhimento Familiar 37

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

A implantação do SFA deverá envolver Profissionais, serviços, os diversos atores do SGD/CA, a comunidade e seus principais representantes. Cada integrante dessa rede terá um papel importante, colaborando com a implantação e a execução do novo Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. Veja abaixo alguns atores cujas contribuições são fundamentais em sua implantação e consolidação:

SGD/CA - EIXO PROMOÇÃO Executivo Municipal

Secretaria Municipal de Assistência Social:

é responsável pela execução do SFA. Deve prover a equipe de referência e a formação necessária dos profissionais para o desenvolvimento adequado de suas funções. É a principal encarregada de promover a mobilização dos atores que precisam ser envolvidos no processo de implantação e na execução desse Serviço.

• Rede socioassistencial: o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de

Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) devem atuar de forma corresponsável com os serviços de acolhimento no atendimento e encaminhamento das famílias e das próprias crianças e/ou adolescentes acolhidos. Sua atuação junto às famílias é fundamental para a superação das situações que levaram à necessidade de

acolhimento. É importante que os serviços de acolhimento institucional participem e atuem em parceria na definição dos perfis a serem acolhidos pelo Serviço de Acolhimento em

Família Acolhedora, pois conhecem as crianças e adolescentes e as características da demanda por acolhimento no território.

Secretarias de Saúde, Educação, Trabalho, entre outras: são responsáveis por políticas públicas de atenção a crianças, adolescentes e famílias, por meio de um trabalho intersetorial e articulado. É importante que conheçam o SFA e as especificidades de seu funcionamento para a efetivação de um

trabalho corresponsabilizado. Isso facilita o diálogo e o estabelecimento de fluxos que contemplem, por exemplo, a garantia de matrícula em escola e de atendimento em unidades de saúde mais próximas à casa da família acolhedora. Os fluxos podem

definir também as situações em que o atendimento à criança e/ou adolescente ou aos integrantes da família de origem devem ser priorizadas.

(20)

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

SGD/CA - EIXO DEFESA

Poder Judiciário e Ministério Público

Poder Judiciário: é o responsável pela

aplicação da medida de proteção, pela concessão de guarda provisória às famílias acolhedoras, pelo acompanhamento de todo o processo de acolhimento e pela fiscalização da execução do SFA no município. Envolver o Poder Judiciário no processo de implantação do Serviço, sensibilizando os juízes e construindo uma relação de parceria com suas equipes, é fundamental para a efetivação do SFA.

Ministério Público: tem atuação próxima ao serviço de acolhimento, avaliando e requerendo medida protetiva ao Judiciário quando necessário.

Fiscaliza todos os programas e serviços no âmbito da infância e juventude da localidade e fomenta, monitora e acompanha a implantação do SFA.

Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

Atuam principalmente na defesa de direitos da família de origem e/ou extensa durante o acolhimento da criança e/ou adolescente. É muito importante que ambos entendam o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. Em alguns lugares do país, a Defensoria Pública tem fomentado a implantação do SFA.

Conselho Tutelar

Atua em situações de violação dos direitos da criança e/ou adolescente, nos acolhimentos emergenciais conforme disposto no Art. 101 § 2º e Art. 136 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)3 (1990), na articulação da rede de serviços e nos encaminhamentos às diversas políticas de atendimento, sendo importante sua compreensão sobre o SFA e a ação articulada com ele.

SGD/CA - EIXO CONTROLE

Conselhos Municipais de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente

Operam a partir de instâncias públicas colegiadas de forma paritária na participação dos órgãos governamentais e organizações sociais. São os

propositores e fiscalizadores das políticas públicas e da identificação das prioridades em cada realidade. O SFA precisa ser inscrito, registrado e aprovado nos Conselhos Municipais para funcionar regularmente.

Comunidade e outras organizações

Atores da sociedade civil organizada que atuem na defesa dos direitos da criança e do adolescente, especialmente aquelas envolvidas em ações de promoção do direito à convivência familiar e comunitária, como Centros de Defesa da Criança e do Adolescente, Pastoral da

(21)

40 Guia de Acolhimento Familiar Guia de Acolhimento Familiar 41

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Criança, grupos que ofertam acompanhamento

sociofamiliar, grupos de apoio à adoção, além de outras que se destacam pela atuação na comunidade, como instituições religiosas, grupos comunitários, associações de bairros, sindicatos, empresas e órgãos de classe.

Poder Legislativo

É o principal fórum para deliberar, debater e aprovar leis. Considerando que para a implantação do SFA é importante a aprovação de uma lei municipal (mais informações no item 5 deste caderno), é fundamental buscar o seu apoio. É essencial informar os parlamentares sobre o Serviço e envolvê-los nas etapas que antecedem a apresentação do Projeto de Lei pelo Executivo para que eles estejam cientes da importância do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora no momento dos debates e votações.

2.2.

CONSTITUIÇÃO DE COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO

A instituição de uma comissão de trabalho para implantar o SFA não é obrigatória, mas tem sido avaliada como uma experiência positiva.

A Comissão de Implantação poderá ser instaurada por iniciativa do gestor da Política de Assistência Social e formada por representantes do SGD/CA local. Seu objetivo é elaborar o planejamento das etapas iniciais e o

estabelecimento dos fl uxos e procedimentos necessários à implantação, destacando as responsabilidades de cada órgão. Após a implantação do SFA, a continuidade dessa Comissão poderá garantir espaços de discussão, refl exão e de articulação dos diversos atores do SGD/CA para a qualifi cação continuada do Serviço.

A escolha dos representantes para compor a Comissão de Implantação deve considerar as especifi cidades da rede de proteção do território. Deve contar tanto com atores já cientes da importância do SFA quanto aqueles que desconhecem ou que ainda precisam ser sensibilizados sobre seus benefícios.

(22)

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Nas ações definidas pela Comissão (mais informações no item 3 deste caderno) poderão estar incluídas a apresentação e discussão do SFA com a finalidade de acessar os recursos previstos no Art. 260 do ECA3 sobre a utilização do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA).

Seminário e formalização da Comissão de Implantação

Para as ações iniciais dessa Comissão, sugere- se a realização de seminário com a presença de profissionais estratégicos do SGD/CA do município e de outras localidades com experiência no tema, especialistas no assunto, além da participação de famílias acolhedoras que possam contar suas experiências cotidianas no cuidado de crianças e adolescentes. Podem ser convidados ainda atores externos que tenham se mostrado contrários ao SFA, mas que estejam abertos ao debate, e pessoas identificadas como possíveis apoiadoras.

O seminário poderá, entre outros objetivos, oferecer discussões ampliadas sobre o tema, alinhamento de conceitos e formalização dos representantes da Comissão de Implantação. A partir daí, seus membros poderão planejar as ações coletivas de forma mais efetiva.

PARA INSPIRAR

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45

Guia de Acolhimento Familiar

3. ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

A discussão das etapas necessárias para a implantação do SFA deve ser delineada pelo órgão gestor da assistência social do município em conjunto com a Comissão de Implantação, quando houver. A definição das ações necessárias, com metas, prazos e responsáveis, facilitará o acompanhamento e a avaliação da trajetória de implantação do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora.

Cada município possui necessidades e realidades

diferentes, apresentando configurações diversas na gestão da assistência social, na oferta de serviços no território e na organização do SGD/CA. Portanto, o cronograma para implantação do SFA deverá considerar as especificidades locais, tomando as ações do “PASSO A PASSO” abaixo como exemplo:

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PASSO A PASSO PARA IMPLANTAÇÃO DO SFA

Constituição de Comissão de Implantação;

Definição das ações necessárias para a implantação, com metas, prazos e delimitação das responsabilidades e competências;

Realização de ações de sensibilização e de articulação com atores estratégicos;

Definição da forma de execução no município;

Elaboração de Projeto de Lei (PL) pelo Executivo municipal referente à regulamentação do Serviço e envio para a Câmara de Vereadores para sua aprovação;

Inscrição do SFA ou registro da Organização da

Sociedade Civil executora, quando for o caso, nos Conselhos Municipais (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Municipal da Assistência Social);

Cadastramento no Cadastro Nacional do Sistema Único de Assistência Social (CadSUAS);

Registro prévio no Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social (CNEAS), caso a execução seja por meio de parceria com OSC;

Definição do orçamento necessário e da origem dos recursos que serão utilizados na implantação e execução;

Inclusão como meta nos planos municipais existentes (Plano Municipal de Assistência Social, Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e Comunitária e Plano Municipal pela Primeira Infância);

Designação de equipe técnica e de coordenação do Serviço;

Definição da sede, com espaço e infraestrutura necessários para o desenvolvimento das atividades inerentes ao trabalho;

Realização de formação inicial da equipe técnica;

Apresentação do SFA e dos profissionais para a rede de serviços e comunidade;

Elaboração de um plano para mobilização, seleção e preparação das famílias da comunidade que se candidatem ao acolhimento;

Evento de lançamento;

Cadastramento das famílias acolhedoras que concluíram a formação inicial no CadSUAS;

Início do encaminhamento de crianças e/ou adolescentes para o Serviço.

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49

Guia de Acolhimento Familiar

4. ESCOLHA DA FORMA DE EXECUÇÃO

Seguindo as orientações legais, a execução de um Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora poderá ocorrer de duas formas:

Execução direta: quando o SFA é executado pelo órgão gestor municipal no qual está alocada a Política de Assistência Social, que é o responsável pela organização e oferta do SFA, incluindo a contratação/

designação dos profissionais, infraestrutura,

manutenção e demais aspectos necessários ao seu funcionamento;

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O SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Execução indireta: quando o órgão gestor de assistência social faz parceria com uma Organização da Sociedade Civil e esta passa a ser responsável pela execução do SFA. O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC)4 – Lei Federal n.º 13.019/2014, estabelece como regra a realização de chamamento público para seleção/

formalização de parceria com a OSC que melhor atender às exigências do edital, devendo ser

observados os requisitos estabelecidos na Resolução CNAS nº 21/20165. No caso em questão, sendo um serviço socioassistencial tipificado, em que a gestão pública firma parceria para execução de atividades de sua competência e responsabilidade, deverá ser formalizado um Termo de Colaboração. Nessa situação, será selecionada a OSC com as condições e capacidades técnicas necessárias para integrar a rede de atendimento municipal. Ao gestor público cabe a gestão, monitoramento e avaliação durante o período de vigência do termo.

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53

Guia de Acolhimento Familiar

52 Guia de Acolhimento Familiar

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Execução direta e indireta prevista no SUAS A Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS)6 (2012), em seu Art. 17, apresenta, entre outros, a responsabilidade dos municípios pela execução direta de serviços do SUAS:

(...)

V - prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS;

VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e projetos de assistência social, em âmbito local;

(...)

VIII - aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;

(...)

X - organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de serviços da proteção social básica e especial;

A Lei n.º 13.019/2014 (MROSC)4 estabelece o regime

jurídico e as diretrizes das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil por meio de termos de colaboração, termos de fomento ou acordos de cooperação. Considerando os serviços de acolhimento, o Art. 2º desta Lei esclarece:

(...)

VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;

(...)

XII - chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Para conhecer mais sobre a oferta indireta e a celebração de parcerias entre o órgão gestor de assistência social e as OSCs, acesse o link:

www.familiaacolhedora.org.br/guia/201

SAIBA MAIS

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IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Execução direta no Brasil

Os dados do Censo SUAS 20197- sistema que coleta informações anualmente e monitora os padrões de funcionamento de serviços, programas e projetos realizados pelo SUAS no território nacional (mais informações no item 11 deste caderno) -, mostram como as unidades executoras do SFA se encontravam no Brasil durante aquele período.

Segundo esse levantamento, existiam no país 381 SFAs em funcionamento. Desses, 380 eram executados por municípios e um estava sob responsabilidade estadual (Tocantins). Um dado significativo, apresentado no gráfico ao lado, indicou que 356 unidades de SFAs (municipais e estadual) estavam sob a responsabilidade direta de oferta governamental e que 25 eram

executadas por organizações da sociedade civil. Fonte: Censo SUAS 20197 - Unidades executoras do SFA Esses dados revelam que ainda existe um número pequeno de SFAs em funcionamento no país, que a iniciativa direta dos municípios para sua execução predomina e que investimentos podem ser

realizados para a ampliação da oferta estadual.

PARA PENSAR

400 350 300 250 200 150 100 50 0

RESPONSABILIDADE PELA EXECUÇÃO

GOVERNAMENTAL OSC UNIDADES ESTADUAIS UNIDADES MUNICIPAIS

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57

Guia de Acolhimento Familiar

5. NORMATIVAS MUNICIPAIS PARA REGULAMENTAÇÃO

DO SERVIÇO

5.1.

ELABORAÇÃO DE PROJETO DE LEI MUNICIPAL

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é regulado por normativas nacionais e deve contar com a aprovação de lei municipal para sua implantação em cada município. A iniciativa deverá partir do Executivo municipal, normalmente representado pela Secretaria de Assistência Social ou congênere, que elabora o Projeto de Lei e o encaminha para a Câmara de Vereadores.

A proposta de lei municipal, além do que está disposto na legislação nacional pertinente, deverá considerar as necessidades e características locais, o público-alvo para atendimento, a rede de serviços e fluxos. Importante considerar discussões já existentes sobre a implantação da modalidade, envolvendo profissionais, serviços e o SGD/CA.

Recomenda-se, para evitar dúvidas e questionamentos posteriores sobre o funcionamento do SFA, que alguns

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IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

critérios e aspectos8,9 relacionados à sua forma de execução sejam contemplados na lei municipal, conforme segue:

Objetivos - Citar os principais propósitos, baseados em parâmetros nacionais, a serem alcançados com a efetivação da modalidade, tais como: a garantia do direito à convivência familiar e comunitária da criança e/ou adolescente; a manutenção e/ou o fortalecimento dos vínculos familiares; o atendimento individualizado em ambiente familiar; o investimento na família de origem e extensa, de forma corresponsável com a rede de serviços, com vistas à reintegração familiar segura ou, quando isso não for possível, o encaminhamento para família por adoção

devidamente habilitada; e a articulação com o SGD/

CA.

Gestão municipal - Apresentar a Secretaria de Assistência Social como o órgão gestor responsável pelo SFA do município e mencionar a necessidade de articulação com o SGD/CA, citando todos os atores envolvidos.

Público-alvo - Informar que a modalidade se destina a crianças e adolescentes em medida protetiva, residentes no município (leia sobre a excepcionalidade da faixa etária no caderno 3, item 1, deste Guia). Apontar que, preferencialmente, cada família deve acolher uma criança ou um adolescente por vez, à exceção dos grupos de irmãos, conforme

Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (OT)10 (2009), mas que situações diferentes e/ou excepcionais poderão ser avaliadas pela equipe técnica do SFA.

Recursos financeiros - Informar que a lei deverá observar as fontes de recursos que poderão ser utilizadas (conforme descrito no item 14 deste caderno).

Atuação do Executivo - Mencionar expressamente que a competência da

operacionalização é do Poder Executivo municipal, por meio do órgão gestor da assistência social.

Explicitar que a oferta poderá se dar tanto por

execução direta do órgão gestor da assistência social como por meio de parcerias com organizações da sociedade civil; e que o referido órgão gestor tem competência para editar normas e procedimentos de execução e monitoramento do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora.

Equipe técnica e coordenação do SFA -

Fornecer informações sobre a composição da equipe e as principais atribuições de cada profissional,

conforme as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes10 e a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS)11 (2006) (saiba mais sobre equipe técnica abaixo, no item 8, e no caderno 3 deste Guia).

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60 Guia de Acolhimento Familiar Guia de Acolhimento Familiar 61

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

Famílias acolhedoras - Apresentar o conceito;

destacar a natureza voluntária do trabalho (sem vínculo empregatício); enumerar os principais critérios de inscrição, etapas de seleção, avaliação, formação inicial, continuada e acompanhamento;

listar atribuições e obrigações gerais da família acolhedora; apresentar motivos e formas de desligamento.

Subsídio financeiro - definir o valor e o índice de reajuste automático do subsídio financeiro destinado ao custeio das despesas da família

acolhedora com o acolhido, tais como: alimentação, vestuário, transporte, lazer, entre outros; informar a periodicidade do pagamento do subsídio - valor recebido durante o acolhimento da criança e/

ou adolescente; definir como será efetuado o repasse mensal. Recomenda-se que a lei municipal apresente a previsão de um acréscimo no valor desse subsídio caso a criança e/ou adolescente possua alguma necessidade especial, como

situações de deficiência física ou mental, doenças graves, dependência química, entre outras,

definindo o responsável por avaliar a pertinência do valor ampliado.

Outros benefícios - Especificar na lei a concessão de eventuais benefícios às famílias acolhedoras, durante o período em que estiverem vinculadas ao SFA, tais como: isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); descontos nas

contas de água, luz e na utilização do transporte urbano; fornecimento de cestas básicas, entre outros.

Fiscalização - Ressaltar os órgãos com atribuições de monitorar, avaliar e fiscalizar o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, esclarecendo que a fiscalização deve ser

direcionada para ações de gestão e atendimento. A responsabilidade do acompanhamento das crianças e adolescentes acolhidos nas famílias acolhedoras é da equipe técnica do SFA.

Modelos de leis municipais de SFAs

Para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, veja alguns modelos de leis municipais de Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora já em vigor no país. Acesse o conteúdo no link:

www.familiaacolhedora.org.br/guia/202

PARA INSPIRAR

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IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

5.2.

ENCAMINHAMENTO DO

PROJETO DE LEI À CÂMARA DE VEREADORES

Após a elaboração pelo Executivo municipal, o PL deverá ser encaminhado para a Câmara de Vereadores para análise, discussão e posterior votação.

A articulação entre a rede de serviços e os outros atores do SGD/CA, promovida pelo órgão gestor e pela Comissão de Implantação do SFA, é fundamental nessa fase. É necessário disponibilizar informações e apresentar dados quantitativos e qualitativos para que o Legislativo seja adequadamente sensibilizado quanto à importância do SFA, compreendendo como está inserido na rede de proteção à criança e ao adolescente do município (conforme caderno 1 deste Guia). Esse movimento deve ser iniciado antes do encaminhamento do PL para a Câmara, de modo a facilitar os trâmites desde o início e evitar entendimentos equivocados devido ao desconhecimento dos parlamentares quanto ao tema.

Uma sugestão é a mobilização e realização de audiência pública antes da votação do Projeto de Lei, possibilitando um espaço ampliado de participação popular, informando e esclarecendo os vereadores, e ao mesmo tempo,

divulgando e publicizando o SFA, podendo contar,

quando possível, com a apresentação de experiências já consolidadas em outros municípios, com falas de técnicos, gestores e famílias acolhedoras. Caso as famílias não

possam estar presente, sugere-se a apresentação de vídeo com depoimentos que pode enriquecer as falas durante a audiência pública. Toda essa etapa poderá, inclusive, ser divulgada nos meios de comunicação, como forma de disseminação do acolhimento familiar à população.

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64 Guia de Acolhimento Familiar

5.3.

REGULAMENTAÇÃO DA LEI

MUNICIPAL

Após a aprovação da lei municipal, um decreto deverá ser expedido pelo Poder Executivo local.

Trata-se de uma norma jurídica que irá pormenorizar disposições gerais e abstratas. O decreto esmiuçará os pormenores para a fiel execução da lei, isto é, apresentará como será a operacionalização do SFA, como por exemplo, os critérios de inclusão e/ou desligamento de famílias acolhedoras, as etapas de seleção e formação inicial e/ou continuada dessas famílias, como se dará o trâmite local para pagamento do subsídio financeiro, entre outros.

Modelos de decretos municipais de SFAs

Acesse no link abaixo modelos de alguns decretos de SFAs que regulamentaram as leis municipais aprovadas.

www.familiaacolhedora.org.br/guia/203

PARA INSPIRAR

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6. REGISTRO E/OU INSCRIÇÃO DO SFA NOS CONSELHOS PERTINENTES

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Municipal de Assistência Social são órgãos de natureza colegiada, permanentes, deliberativos, orientados pelo princípio da paridade,

garantindo a representação e a participação de diferentes segmentos sociais e do Poder Executivo local.

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68 Guia de Acolhimento Familiar Guia de Acolhimento Familiar 69

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

6.1.

CONSELHO MUNICIPAL

DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora deverá ser inscrito e reavaliado de acordo com prazos fixados pelo CMDCA, como aponta o Art. 90 do ECA3:

§ 1o. As entidades governamentais e não- governamentais deverão proceder a inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.

(...)

§ 3o. Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento.

Além da inscrição, se o SFA for executado por uma OSC, por meio de Termo de Colaboração, a organização deverá registrar-se no CMDCA, conforme Art. 91 do ECA3:

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.

§ 1o. Será negado o registro à entidade que:

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas;

e) não se adequar ou deixar de cumprir as

resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis.

§ 2o. O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no §1o deste artigo.

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IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

De acordo com o ECA, o CMDCA deverá exigir o registro da entidade de atendimento (OSC) quando esta não for governamental. As entidades de atendimento governamentais são dispensadas de registro por serem diretamente vinculadas a um órgão público e estarem inseridas na rede de serviços do município, realizando apenas a inscrição do SFA, de acordo com o Art. 90 do ECA3.

6.2.

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Segundo a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)12 (1993), em seu Art. 9º:

O funcionamento das entidades e organizações de assistência social depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso.

(...)

§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e ao Conselho de Assistência Social do Distrito Federal a fiscalização das entidades referidas no caput na forma prevista em lei ou regulamento.

Por integrar a rede socioassistencial, a OSC que executa o SFA também deve ser inscrita no CMAS, submetendo-se à sua fiscalização.

(37)

73

Guia de Acolhimento Familiar

7. INCLUSÃO DO SERVIÇO NOS PLANOS MUNICIPAIS

O Plano de Assistência Social (PAS) é um instrumento de planejamento estratégico que organiza e direciona a execução da Política Nacional de Assistência Social e possibilita a consolidação do SUAS no município. Deve ser elaborado pelo órgão gestor da assistência social, juntamente com o Plano Plurianual (PPA) e pode ser alterado sempre que necessário.

Recomenda-se que os planos municipais das diversas políticas públicas estejam alinhados com os planos transversais, por exemplo, no caso da política de famílias acolhedoras, o Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e o Plano Municipal pela Primeira Infância. Portanto, o SFA e a previsão de sua ação deverão ser incluídos nesses planos.

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8. ASPECTOS OPERACIONAIS PARA O INÍCIO DO SFA

8.1.

INSTITUIÇÃO DA

EQUIPE TÉCNICA

A NOB-RH/SUAS11 define que a equipe de referência para o atendimento no SFA deve ser formada por coordenador, assistente social e psicólogo, considerando ainda o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento prestado e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários acompanhados. O documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes10 destaca que deverá ser

respeitado o número mínimo de profissionais necessários, a carga horária mínima e o cumprimento das atribuições de cada profissional.

Segundo a previsão da NOB-RH/SUAS11 e OT10, a equipe mínima, a escolaridade, carga horária e número de famílias referenciadas são assim definidas:

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76 Guia de Acolhimento Familiar PROFISSIONAL /

FUNÇÃO

ESCOLARIDADE QUANTIDADE NÚMERO DE FAMÍLIAS REFERENCIADAS Coordenador Nível superior 01

Assistente Social Psicólogo

Nível superior Nível superior

01 dupla de profissionais Carga Horária Mínima Indicada: 30/h semanais.

Para

acompanhamento de até 15 famílias acolhedoras e até 15 famílias de origem dos usuários nesta modalidade

A instituição da equipe técnica pode ocorrer mediante concurso público ou processo seletivo quando o SFA for de execução direta; ou contratada pela OSC parceira, quando de execução indireta. A seleção para contratação de profissionais ou a elaboração de editais de concursos públicos para o provimento de cargos é uma etapa importante e deve ser cuidadosa e criteriosa, garantindo pessoal com perfil adequado, com experiências

anteriores congêneres, habilidades e conhecimentos técnicos, conforme sugestão das OT10.

Alguns dos conhecimentos técnicos básicos, habilidades e competências desejáveis10,13,14 podem ser listados

para direcionar os processos de seleção e avaliação dos profissionais que irão compor o quadro técnico do SFA, como segue:

PROFISSIONAL CONHECIMENTOS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Coordenador Gestão, seleção e desenvolvimento de RH

Trabalho em equipe

Famílias, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e risco

Articulação e trabalho em rede

Legislação e normativas nacionais e internacionais na área

Estrutura e funcionamento da Política Nacional de Assistência Social

Normativas sobre serviços de acolhimento para crianças e

adolescentes

Sistema de Garantia de Direitos

Capacidade de liderança e gestão da equipe de trabalho

Capacidade de análise crítica, resolução de conflitos e tomada de decisões

Capacidade de organização e gerenciamento dos processos de trabalho

Capacidade de comunicação e de representatividade

Atitude condizente com o conhecimento técnico acerca da condição de famílias, crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, evitando a discriminação e culpabilização destas

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