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Conselho Deliberativo Fernanda Busanello Ferreira (GO) Celso Fernandes Campilongo (SP) Manuela Abath Valença (PE) Felipe da Silva Freitas (BA)

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ISSN 2358-4270

Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

SOCIOLOGIA JURÍDICA HOJE: cidades inteligentes, crise sanitária e desigualdade social Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito

COMISSÃO ORGANIZADORA DO XICONGRESSO DA ABraSD DIRETORIA (BIÊNIO 2020-2021)

Diretores

Presidenta: Renata Almeida da Costa (RS) • 1ª Vice-Presidenta: Marília Montenegro Pessoa de Mello (PE) • 2º Vice-Presidente: David Barbosa de Oliveira (CE)

Conselho Deliberativo

Fernanda Busanello Ferreira (GO) • Celso Fernandes Campilongo (SP) • Manuela Abath Valença (PE) • Felipe da Silva Freitas (BA)

Conselho Fiscal

Raphael da Rocha Rodrigues Ferreira (SP) • Sandra Regina Martini (RS) • José Antônio Callegari (RJ)

Comissão Executiva Discente

Doutorando Emerson Wendt • Mestre Valquíria Wendt • Mestranda Liziane Menezes de Souza • Mestranda Iricherlly Dayane da Costa Barbosa • Mestranda Karen Lúcia Bressane Rubin • Mestranda Mariana Eva Souza Dias

Comissão Científica

Adalberto Antonio Batista Arcelo • Alexandre Almeida Barbalho • Alexandre da Maia • Alexandre Douglas Zaidan de Carvalho • Ana Cláudia Pompeu Torezan Andreucci • Ana Pontes Saraiva • Ana Virginia Moreira Gomes • Andréia Garcia Martin • Antonio Carlos Wolkmer • Arnelle Rolim Peixoto • Artur Stamford da Silva • Camila Holanda Marinho • Camila Silva Nicácio • Carina Barbosa Gouvêa • Carlos Victor Nascimento dos Santos • Carolina Busco • Carolina Valença Ferraz • Celso Fernandes Campilongo

• Charlise Paula Colet Gimenez • Cicero Krupp da Luz • Clara Cardoso Machado Jaborandy • Clara Moura Masiero • Daiane Moura de Aguiar • Daniel Braga Lourenço • Dani Rudnicki • Daniela Cademartori • David Oliveira • Debora Ferrazzo • Elton Fogaça da Costa • Emiliano Maldonado • Fabiana Severi • Fabiane Simioni • Federico Lorenc Valcarce • Felipe Araújo Castro • Fernanda Bittencourt Ribeiro • Fernanda Valli Nummer • Fernando da Silva Cardoso • Fernando Goya • Fernando Rister de Sousa Lima • Fiammetta Bonfigli • Gabriel Borges da Silva • Gabriel Ferreira da Fonseca • Germano Schwartz • Gilberto Vianna • Giorge André Lando • Guilherme de Azevedo • Gustavo Menon • Gustavo Oliveira de Lima Pereira • Hilbert Maximiliano Akihito Obara • Irineu Francisco Barreto Junior • Isabele Bandeira de Moraes D’Angelo • Ivone Fernandes Morcilo Lixa • Jair Silveira Cordeiro • Janaína Machado Sturza • João Paulo Allain Teixeira • Joice Graciele Nielsson • Jorge Luiz Oliveira dos Santos • José Mário Wanderley Gomes • José Rodrigo Rodriguez • Josiane Petry Farias • Júlia Francieli Neves de Oliveira • Juliana Izar Soares da Fonseca Segalla • Juliana Teixeira Esteves • Julieta Mira • Juracy Costa Amaral • Laura N. Lora • Leandro Ayres França • Leonardo Seiichi Sasada Sato

• Leonel Pires Ohlweiler • Leonel Severo Rocha • Lia Beatriz Torraca • Lídia Valesca Pimentel • Luana Renostro Heinen • Lucas de Alvarenga Gontijo • Lucas Fucci Amato • Luciana Grassano de Gouvêa Melo • Luciane Cardoso Barzotto • Luciano Vaz Ferreira • Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth • Marcio Henrique Pereira Ponzilacqua Marco Antonio Loschiavo Leme de Barros • Marcus Dantas • Maria da Glória Costa Gonçalves de Sousa Aquino • Maria Lúcia Barbosa • Maria Pia Guerra • Maria Raquel Lino de Freitas • Maria Tereza Fonseca Dias • Marilia Montenegro • Mateus de Oliveira Fornasier • Matteo Finco • Maurício Palma Michelle Asato Junqueira • Paula Pinhal de Carlos Paulo Eduardo Alves da Silva Paulo Junior Trindade dos Santos • Paulo Rogério Marques de Carvalho • Paulo Velten • Pedro Heitor Barros Geraldo • Pedro H. Villas Bôas Castelo Branco • Orlando Villas Bôas Filho • Rafael Diniz Pucci • Rafael Lamera Giesta Cabral • Raquel Fabiana Lopes Sparemberger • Raquel von Hohhendorff • Renata de Almeida Costa • Renato Duro Dias • Roberto Dutra Torres Junior • Rogerio Borba da Silva • Rosane Teresinha Carvalho Porto Salo de Carvalho • Sandra Regina Martini • Sérgio Cademartori • Silva Bonfim • Thiago Arruda • Torquato Castro Silva Junior • Ulisses Levy Silvério dos Reis • Vinícius Silva Bonfim

EDITORAÇÃO

Diagramação Carolina Leal Pires (Anverso Comunicação)

Preparação dos originais Raphael da Rocha R. Ferreira • Liziane M. de Souza • Iricherlly Dayane da C. Barbosa Normatização e revisão Os autores

REALIZAÇÃO APOIO

2020 © Todos os direitos reservados. As informações contidas nos artigos são de responsabilidade de seu(s) autor(es).

(4)

SUMÁRIO

09

PROGRAMAÇÃO

13

DISCURSOS DE ABERTURA E DE ENCERRAMENTO

Renata de Almeida Costa (Presidente da ABraSD 2020-2021 / UNILASALLE) Antonio Carlos Wolkmer (UNILASALLE / UNESC)

22

GP 01 – DIREITOS HUMANOS E POLÍTICA FISCAL

Coordenação:

Luciana Grassano de Gouvêa Melo (UFPE) Ana Pontes Saraiva (UFRPE)

51

GP 02 – IMPACTOS DA PRODUÇÃO DA VIDA FAMILIAR NAS NOVAS LEGALIDADES:

CONJUGALIDADES, PARENTALIDADES E ABORTO

Coordenação:

Fabiane Simioni (FURG)

Paula Pinhal de Carlos (UNILASALLE)

125

GP 03 – SOCIOLOGIA DA VIOLÊNCIA DE ESTADO, DIREITO E MOVIMENTOS SOCIAIS

Coordenação:

Fiammetta Bonfigli (UFES) Julieta Mira (IRGAC / UNSAM)

Federico Lorenc Valcarce (CONICET / UNMDP)

137

GP 04 – POLÍCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Coordenação:

Dani Rudnicki (UNILASALLE) Fernanda Valli Nummer (UFPA)

174

GP 05 – CONSTITUIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GARANTIAS: PERSPECTIVAS ENTRE DIREITO E SOCIEDADE

Coordenação:

Sérgio Cademartori (UNILASALLE) Leonel Pires Ohlweiler (UNILASALLE)

Hilbert Maximiliano Akihito Obara (UNILASALLE)

307

GP 06 – CONSTITUIÇÕES, POLÍTICAS PÚBLICAS E DESIGUALDADE(S) NA TEORIA DOS SISTEMAS SOCIAIS

Coordenação:

Artur Stamford da Silva (UFPE) Guilherme de Azevedo (UNISINOS) Roberto Dutra Torres Junior (UENF)

345

GP 07 – SOCIOLOGIA DO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO

Coordenação:

Alexandre Douglas Zaidan de Carvalho (UCSAL) Gustavo Menon (SENAC-SP)

Maurício Palma (UNB / UCSAL)

366

GP 08 – SOCIOLOGIA DA JUSTIÇA E DO PROCESSO

Coordenação:

Arnelle Rolim Peixoto (UFC / UNINASSAU)

Maria da Glória Costa Gonçalves de Sousa Aquino (UFMA)

(5)

444

GP 09 – JUDICIALIZAÇÃO, PROFISSÃO JURÍDICA E CONFLITO

Coordenação:

Alexandre Almeida Barbalho (UECE) Felipe Araújo Castro (UFERSA) Torquato Castro Silva Junior (UFPE)

445

GP 10 – ESTADO DE EXCEÇÃO, POPULISMOS, MILITARIZAÇÃO DA POLÍTICA E SISTEMAS DEMOCRÁTICOS EM CRISE NA PANDEMIA DA COVID-19

Coordenação:

Carina Barbosa Gouvêa (UFPE)

Pedro H. Villas Bôas Castelo Branco (UERJ) Gilberto Vianna (UERJ)

540

GP 11 – SOCIOLOGIA JURÍDICA E SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19: DA CRISE SANITÁRIA A CRISE HUMANITÁRIA

Coordenação:

Sandra Regina Martini (UNIRITTER / UFRGS / UFMS) Janaína Machado Sturza (UNIJUI)

Charlise Paula Colet Gimenez (URISAN)

651

GP 12 – SOCIOLOGIA DA JUSTIÇA E DO PROCESSO: LITÍGIOS ESTRUTURAIS EM DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS - DA PROTEÇÃO À MORADIA

Coordenação:

Paulo Junior Trindade dos Santos (UNOESC / UNISINOS) Raquel von Hohhendorff (UNISINOS)

686

GP 13 – O USO DA ETNOGRAFIA OU DA CARTOGRAFIA, NOS ESTUDOS JURÍDICOS SOBRE AS CIDADES, NO CONTEXTO DA CRISE SANITÁRIA ATUAL

Coordenação:

Jorge Luiz Oliveira dos Santos (UFPA) Maria Tereza Fonseca Dias (UFMG) Camila Silva Nicácio (UFMG)

710

GP 14 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E CIBERDEMOCRACIA

Coordenação:

Raquel Fabiana Lopes Sparemberger (FMP)

Irineu Francisco Barreto Junior (FMU / FUNDAÇÃO SEADE)

748

GP 15 – PLURALISMO JURÍDICO, DEMOCRACIA COMUNITÁRIA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA LATINA

Coordenação:

Antonio Carlos Wolkmer (UNILASALLE / UNESC) Daniela Cademartori (UNILASALLE)

Debora Ferrazzo (UNESC)

893

GP 16 – TEORIA DOS SISTEMAS, DIREITO E RISCO

Coordenação:

Leonel Severo Rocha (UNISINOS / URI) Júlia Francieli Neves de Oliveira (UNISINOS)

943

GP 17 – SOCIEDADE BRASILEIRA E CRIMES DE ÓDIO

Coordenação:

Leandro Ayres França (PUC-RS) Clara Moura Masiero (USJ / IBCCRIM)

944

GP 18 – SAÚDE PÚBLICA, GÊNERO E DESIGUALDADE

Coordenação:

Isabele Bandeira de Moraes D’Angelo (UFPE) Fernando da Silva Cardoso (UPE)

Giorge André Lando (FIOCRUZ-PI)

(6)

956

GP 19 – (BIO)POLÍTICAS MIGRATÓRIAS BRASILEIRAS E DIREITOS HUMANOS

Coordenação:

Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth (UNIJUÍ / UNISINOS) Paulo Velten (UFES)

Daiane Moura de Aguiar (ANHEMBI-MORUMBI)

1002

GP 20 – METODOLOGIA DA PESQUISA SOCIOJURÍDICA NA AMÉRICA LATINA

Coordenação:

Rafael Diniz Pucci (USP)

Gabriel Ferreira da Fonseca (UNICEUSA)

1041

GP 21 – SOCIOLOGIA POLÍTICA DA CONSTITUIÇÃO

Coordenação:

Carlos Victor Nascimento dos Santos (UERJ / UFF) Gabriel Borges da Silva (UNEMAT / UFF)

Leonardo Seiichi Sasada Sato (UERJ)

1042

GP 22 – ENSINO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Coordenação:

Luana Renostro Heinen (UFSC) Elton Fogaça da Costa (UFMS)

1070

GP 23 – CONSTITUIÇÃO E AUTORITARISMO

Coordenação:

Rafael Lamera Giesta Cabral (UFERSA) Ulisses Levy Silvério dos Reis (UFERSA) Maria Pia Guerra (UNB)

1116

GP 24 – CRIMINOLOGIA CRÍTICA E SOCIEDADE BRASILEIRA: URGÊNCIAS TEMÁTICAS E METODOLÓGICAS

Coordenação:

Renata de Almeida Costa (UNILASALLE) Salo de Carvalho (UFRJ / UNILASALLE)

1162

GP 25 – DIREITO E IMIGRAÇÃO

Coordenação:

Gustavo Oliveira de Lima Pereira (PUC-RS) Cicero Krupp da Luz (FDSM)

1227

GP 26 – DIREITO E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Coordenação:

Mateus de Oliveira Fornasier (UNIJUI) Luciano Vaz Ferreira (FURG)

1235

GP 27 – SOCIOLOGIA JURÍDICA DAS FAKE NEWS: MÍDIA, POLÍTICA E SAÚDE

Coordenação:

Lucas Fucci Amato (USP)

Marco Antonio Loschiavo Leme de Barros (MACKENZIE) Matteo Finco (UNIRITTER)

1265

GP 28 – DIREITO E MÚSICA

Coordenação:

Germano Schwartz (UNIRITTER) Fernando Tonet (BRUNING)

(7)

1275

GP 29 – DIREITOS HUMANOS, INFÂNCIA, JUVENTUDE E O SISTEMA DE JUSTIÇA JUVENIL

Coordenação:

Jair Silveira Cordeiro (UNIRITTER / UNILASALLE) Fernanda Bittencourt Ribeiro (PUC-RS)

1311

GP 30 – PRÁTICAS DISCURSIVAS E DISPOSITIVOS HERMENÊUTICOS DA COLONIALIDADE DO PODER

Coordenação:

Adalberto Antonio Batista Arcelo (PUC-MG) Vinícius Silva Bonfim (FAC-MG)

Lucas de Alvarenga Gontijo (PUC-MG)

1394

GP 31 – DIRETO, FRATERNIDADE E CRISE SANITÁRIA: O ACESSO À JUSTIÇA, AO TRABALHO E À SAÚDE

Coordenação:

Luciane Cardoso Barzotto (UFRGS)

Clara Cardoso Machado Jaborandy (UNIT / EJUSE) Rosane Teresinha Carvalho Porto (UNIJUÍ / UNISC)

1412

GP 32 – GÊNERO, SEXUALIDADES, CORPOS INSUBMISSOS E VIOLÊNCIAS: ENTRE BIO E NECROPOLÍTICAS

Coordenação:

Joice Graciele Nielsson (UNIJUÍ) Josiane Petry Farias (UPF) Renato Duro Dias (FURG)

1544

GP 33 – AS TRANSVERSALIDADES DOS DEBATES SOCIOLÓGICOS SOBRE AS CRISES DO MUNDO DO TRABALHO

Coordenação:

Ana Virginia Moreira Gomes (UNIFOR) Juliana Teixeira Esteves (UFPE)

Paulo Rogério Marques de Carvalho (UNI7)

1610

GP 34 – MÍDIA, JUSTIÇA E NEOLIBERALISMO

Coordenação:

David Oliveira (UECE) Thiago Arruda (UFERSA)

1617

GP 35 – DIREITO E SOCIOLOGIA AMBIENTAL

Coordenação:

Rogerio Borba da Silva (UVA) Daniel Braga Lourenço (UNIFG)

1671

GP 36 – SOCIOLOGIA DO PROCESSO E DA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS

Coordenação:

Paulo Eduardo Alves da Silva (USP) Pedro Heitor Barros Geraldo (UFF) José Mário Wanderley Gomes (UFPE)

1681

GP 37 – GÊNERO, CRIME E VIOLÊNCIA

Coordenação:

Marilia Montenegro (UNICAP) Maria Lúcia Barbosa (UFPE)

(8)

1790

GP 38 – REDES ECONÔMICAS TRANSACIONAIS E OS MEIOS DE RESOLUÇÃO DOS LITÍGIOS FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS

Coordenação:

Carolina Busco (UDP / UAI)

Celso Fernandes Campilongo (PUC-SP / USP) Fernando Rister de Sousa Lima (UPM / FMU)

1808

GP 39 – MODERNIDADE E DIREITO NA SOCIOLOGIA, NA ANTROPOLOGIA E NA HISTÓRIA

Coordenação:

Orlando Villas Bôas Filho (USP / MACKENZIE) Alexandre da Maia (UFPE)

1922

GP 40 – NARRATIVAS SOCIOLÓGICAS E JURÍDICAS DAS INFÂNCIAS E ADOLESCÊNCIAS EM AMBIÊNCIAS DE VULNERABILIDADE E DESIGUALDADE SOCIAL

Coordenação:

Ana Cláudia Pompeu Torezan Andreucci (MACKENZIE) Michelle Asato Junqueira (MACKENZIE)

Laura N. Lora (UBA)

2019

GP 41 – CRÍTICA DO DIREITO: DESIGUALDADES DE CLASSE, RAÇA, GÊNERO, NACIONALIDADE

Coordenação:

Fabiana Severi (USP-Ribeirão Preto) José Rodrigo Rodriguez (UNISINOS) Marcus Dantas (UFJF)

2078

GP 42 – DIREITO, PLURALISMO E LITERATURA

Coordenação:

Ivone Fernandes Morcilo Lixa (FURB) João Paulo Allain Teixeira (UNICAP / UFPE)

2123

GP 43 – A TUTELA JURÍDICA PROTETIVA DOS GRUPOS SOCIALMENTE VULNERABILIZADOS

Coordenação:

Andréia Garcia Martin (UEMG)

Juliana Izar Soares da Fonseca Segalla (IBIJUS) Carolina Valença Ferraz (UNICAP)

2173

GP 44 – SOCIOLOGIA DO DIREITO E POLÍTICA SOCIAL

Coordenação:

Juracy Costa Amaral (PUC-MG / USP) Marcio Henrique Pereira Ponzilacqua (USP) Maria Raquel Lino de Freitas (PUC-MG / USP)

2174

GP 45 – O ENSINO, A PESQUISA E A EXTENSÃO DA SOCIOLOGIA CRÍTICA DO DIREITO

Coordenação:

Fernando Goya (SMDUH-Canoas) Emiliano Maldonado (CESUSC)

2175

GP 46 – VIOLÊNCIA, BIOPODER E DIREITOS HUMANOS

Coordenação:

Camila Holanda Marinho (UECE) Lídia Valesca Pimentel (FBUNI) Lia Beatriz Torraca (UFRJ)

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

687

IMPACTOS DA LEI Nº 13.465/17 SOBRE AS POLÍTICAS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA CIDADE DE GUANAMBI, SEMIÁRIDO BAIANO

Felipe Teixeira Dias1 Kartiele da Silva Lira2

1 INTRODUÇÃO

O fenômeno do processo de expansão da malha urbana intensificou-se sobremaneira nas últimas décadas, e consequentemente essa atividade desemboca em uma série de outros problemas, como por exemplo as ocupações irregulares e/ou ilegais (ROLNIK, 2004). É nessa perspectiva que a Política de Desenvolvimento Urbano, ao propor a construção de um espaço urbano estabelece um padrão almejado para sua própria efetivação, isto é, as Funções Sociais da Cidade (BRASIL, 1988).

Desse modo, no bojo das Funções Sociais da Cidade, há nuances que estabelecem diversificados elementos: humanos, sociais, econômicos, trabalhistas e urbanísticos, com o intuito de garantir o mínimo de dignidade aos citadinos (BERNARDI, 2009). Nesse prisma, a discussão matricial em torno das Políticas Urbanas, é o Direito à Moradia digna e o cumprimento de sua Função Social, elencado pelo art. 6º corroborado pelo art. 182 da Carta Magna de 1988 respectivamente (BRASIL, 1988).

Contudo, verifica-se que a moradia, enquanto propriedade urbana é também uma mercadoria do sistema capitalista, e como tal, sem o justo título, os ocupantes desses espaços urbanos consideram-se à margem do amparo legal do direito à moradia (CARVALHO; RIBEIRO;

RODRIGUES, 2016). Considera-se, portanto, que o direito à moradia digna, seja a força motriz para dar cumprimento à Função Social de Habitação, promovendo aos citadinos o mínimo de dignidade, em meio à problemática das ocupações irregulares e/ou ilegais, oriundas de um processo de expansão urbana (PEREIRA-CLEMENTE,2013).

Nesse foco, algumas diretrizes tornam-se elementos indispensáveis para promoção das Funções Sociais da Cidade e da Propriedade urbana. Sob esse aspecto, em 11 de julho de 2017

1 Graduando do curso de Direito do Centro Universitário FG – UniFG; Pesquisador discente do Observatório UniFG do Semiárido Nordestino (Núcleo de pesquisas em Direito à Cidade e Laboratório de Geoprocessamento); E-mail:

felipeteixeiradias@gmail.com.

2 Graduanda do curso de Direito do Centro Universitário FG – UniFG; Pesquisadora discente Observatório UniFG do Semiárido Nordestino (Núcleo de pesquisas em Direito à Cidade); E-mail: kartielelira@gmail.com.

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

688 instituiu-se a Lei 13.465 que estabelece dentre outros mecanismos, a promoção para à

Regularização Fundiária Urbana e Rural – REURB (BRASIL, 2017).

A instituição dessa Legislação como aparato de grande relevância aplicável ao contexto urbano irregular das realidades brasileiras, favoreceu sua regulamentação no Município de Guanambi, através do Decreto Municipal Nº 514 de 1 de abril de 2019 (GUANAMBI, 2019). Nesse diapasão, objetiva-se traçar considerações analíticas sobre a expansão urbana de Guanambi, Bahia. A partir dessa análise, também verifica-se os instrumentos legais instituídos para a o processo de Regularização Fundiária das ocupações irregulares de interesse social.

Nesse condão, esta pesquisa justifica-se por sua relevância e caráter jurídico e social, pelos quais, a importância será analisar concomitantemente o aspecto espacial da cidade de Guanambi, e os reflexos da instituição do Decreto 514 e possível execução da REURB – S (Social), contando ainda com uma análise do percurso expansionista ocorrido entre os anos de 1987 a 2017.

2 METODOLOGIA

Para realização do presente estudo, tornou-se relevante selecionar os métodos que sejam compatíveis com a metodologia traçada nesta investigação. Desse modo, para escolha dos métodos levou-se em consideração que trata-se de uma pesquisa social aplicada, pela qual segue uma abordagem qualitativa.

Nesse sentido, a presente pesquisa constitui-se a partir dos estudos de caso e descritivo, sobre os impactos da (REURB) no processo de regularização fundiária nos âmbitos de interesse social, bem como dos reflexos da expansão dos loteamentos urbanos (1987 – 2019) na implementação da Regularização Fundiária Urbana e Rural (REURB-S) nos âmbitos de interesse social em Guanambi/BA.

Para tanto, na realização deste trabalho, tornou-se relevante definir os aparatos teóricos e práticos: a) Política Urbana: conceito, fundamentos, princípios e instrumentos; B) Expansão Urbana: 1987 e 2019; c) Necessidade De Regularização: conceituação, fundamentos e possibilidades de auxiliar no planejamento urbano e garantia das funções sociais da cidade.

2.1 ÁREA DE ESTUDO

Levando-se em consideração que o objeto de estudo possui um recorte espacial, delimitou- se como área de estudo a cidade de Guanambi/BA que se localiza entre as coordenadas geográficas 42º44’45” O, 14º14’57” S; e 42º48`41`` O, 14º11’40”, situado no Semiárido Baiano (Figura 1) (IBGE, 2010). Além disso, o município de Guanambi apresenta uma densidade demográfica de 60,80 hab./Km² e uma área territorial de 1.272,367 Km², tendo no último censo 53.241 habitantes urbanos e 14.021 habitantes rurais (IBGE, 2011). Para melhor visualização do tema, a Figura 01, apresenta a localização de Guanambi.

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

689 Figura 01 – Localização de Guanambi no Semiárido Baiano

Fonte: IBGE (2010); Prefeitura Municipal de Guanambi, 2017 (Org.: DIAS, Felipe Teixeira, 2020 - LabGEO Observatório UniFG)

2.2 ETAPAS E PROCEDIMENTOS

Nesta pesquisa, também utilizou-se do uso da cartografia em mecanismos de análises, tornando-se relevante instrumento nesta investigação, subsidiando desde o aporte inicial de dados georreferenciados à compreensão do aspecto sócio-espacial da cidade de Guanambi/BA.

Assim, o percurso metodológico consistiu de duas etapas conforme o que segue: em 1):

levantamento bibliográfico sobre temáticas inter/multidisciplinares, de direito urbanístico, sobretudo o atual e de forma complementar e subsidiária assuntos que englobam à expansão urbana, direito à cidade, políticas públicas, análises espaciais e geográficas e sobre a produção do espaço urbano, para promoção do desenvolvimento urbano e sobre o papel que a cidade tem a desempenhar nesse processo.

Na segunda etapa um mecanismo importante no uso e compreensão dos dados foram às geotecnologias e geoprocessamento 2): para construção e evolução dos loteamentos de Guanambi e às divisões espaciais de expansão e modificação. Nesse contexto, dentre as geotecnologias, encontram-se dentre outros, os sistemas de informação geográfica (SIG) e o sensoriamento remoto. Para Rosa (2005), os sistemas de informação geográfica (SIG) pode ser definido como o conjunto de equipamentos e programas computacionais que analisam e processam dados gráficos e não gráficos, se utilizando de técnicas e metodologias específicas para a coleta e oferta de informações com ênfase em análises espaciais e de superfície.

Para o procedimento de distribuição espacial dos loteamentos da cidade de Guanambi entre um período de 1987 e 2017, utilizou-se da série Landsat 5 e 8 para a constituição das manchas urbanas e compatibilização com a divisão dos bairros por período de modificação

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

690 espacial. Além disso, também foram utilizadas imagens de alta resolução espacial dos anos de

2010, 2014 e 2018 como suporte no georreferenciamento dos dados.

3 A POLÍTICA URBANA BRASILEIRA

A Política de Desenvolvimento Urbano é definida como conjuntos de intenções manifestas pelo Estado em relação às cidades e ao espaço territorial (CASIMIRO, 2008). Levando em consideração que a República Federativa do Brasil possui fundamentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana, é importante reconhecer que a sociedade possui direitos fundamentais as quais precisam ser efetivados (MARICATO, 2010).

Como um regramento essencial para cumprimento de tais direitos nas cidades, a Política Urbana brasileira encontra sua força normativa prevista pelos arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O Conteúdo do art. 182 da Carta Magna delega ao município a competência para executar a política de desenvolvimento urbano, objetivando ordenar os espaços habitáveis e o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, garantindo o bem-estar de todos, conforme seus preceitos e diretrizes constitucionais (BRASIL, 1988).

Nesse prisma, para dar efetividade, clareza e vinculação à Função Social da Cidade, o Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001 traz em seu corpo uma série de mecanismos e definições sobre a cidade, o direito à cidade, as funções que devem estar presentes na cidade, bem como os instrumentos urbanísticos para o alcance do Direito à Cidade (BRASIL, 2001).

Para Pereira-Clemente (2013) a inauguração do Estatuto da Cidade tornou-se uma conquista histórica e social trazendo oportunidades de vida urbana digna para todos. Logo essa lei que veio representando um passo importante na formação de uma política urbana participativa e de controle social, fazendo parte de um processo de transformação e modernizando a estrutura jurídica, dos costumes e da sociedade (PEREIRA-CLEMENTE, 2013).

Vale mencionar que anteriormente à Constituição já existiam algumas legislações que já tratavam do direito inerente ao processo de urbanização. Entretanto, após o marco inaugural do Estatuto da Cidade, outras leis a nível federal passaram a vigorar no País, dando nova roupagem alguns institutos. Nessa perspectiva, como instrumento da Política Urbana, a seguir serão definidos os mecanismos de Regularização Fundiária.

3.1 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA (REURB): OBJETO E OBJETIVO

Denomina-se Regularização Fundiária como medidas através de uma intervenção pública, ambientais, sociais e urbanísticos com o intuito de incorporar ocupações urbanas informais intitulando os moradores no ordenamento territorial urbano (BRASIL, 2017).

Nesta perspectiva, por se tratar de um instrumento da Política Urbana torna-se essencial com a intervenção do poder público perante os loteamentos clandestinos, imóveis irregulares localizados nas áreas urbanas, as quais por muitas vezes encontram-se precárias para habitação, colocando em questão não apenas o equilíbrio espacial, mas especialmente a parcela dos citadinos frágeis e excluídos do acesso à moradia legal (ALFONSIN et al., 2019).

Assim pensando em uma melhor forma de solucionar as reivindicações da reforma Urbana, foi promulgada uma Lei de Regularização Fundiária Urbana e Rural, nº 13.465/2017, a qual revogou o Capítulo III da Lei nº 11.977/2009, conforme preconiza buscando agilizar e tornar efetivo os processos de Regularização Fundiária, realizando e integrando os núcleos urbanos ilegais ao ordenamento do território urbano e a possível titulação dos citadinos (BRASIL, 2017).

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

691 Nesse sentido Carvalho Filho (2008), esclarece que o capítulo I, da Lei nº 13.465/17,

Regularização Fundiária Urbana e Rural, em suas disposições gerais passou a ser chamada de Reurb. A Lei traz o conceito de Reurb em seu artigo 9º, expondo as medidas jurídicas, sociais, ambientais e urbanísticas. Assim a Lei transfere ao poder público municipal a responsabilidade de desenvolver, projetar no seu espaço urbano políticas públicas, pensando na melhor forma de uso do solo de maneira mais eficiente melhorando as condições urbanísticas e ambientais, diante da ocupação irregular (BRASIL, 2017).

Nesse contexto, o programa de Regularização Fundiária Urbana e Rural se subdividem através das modalidades de REURB-E (específica) e REURB-S (social) (BRASIL, 2017). O mencionado diploma legal, visa estabelecer diretrizes gerais para que se cumpram as funções sociais da cidade, por meio da função social da propriedade e de forma complementar oferta por dignidade às localidades de irregularidade espacial.

Figura 02 – Fluxo básico REURB

Fonte: Constituição Federal (1988); Estatuto da Cidade (2001). Org.: Dias, Felipe Teixeira (2020)

Assim, os municípios também, devem regulamentar a lei federal, intuindo e estabelecer mecanismos e procedimentos adequados a dar efetividade à norma geral, sobretudo por haver questões peculiares que variam entre as realidades espaciais e territoriais. À título de exemplo a seguir será discutido sobre a regulamentação da REURB para o município de Guanambi, e suas peculiaridades sociais e espaciais.

3.2 REURB E GUANAMBI, ASPECTOS SÓCIO-ESPACIAIS: DA EXPANSÃO URBANA E SEUS LOTEAMENTOS

A questão da expansão urbana é uma realidade que perpassa nos últimos ciclos decanos por diversas regiões e territórios, demonstrando que a propriedade urbana evidenciou-se como a força motriz para produção, reprodução e expansão dos espaços urbanos (DIAS, et al., 2019).

Rolnik (2004) destaca que sempre quando uma cidade tem sua malha urbana alargada, os problemas de irregularidade surgem de forma mais visíveis, tornando-se espaços ilegais. Essas reflexões são coadunadas por Pereira-Clemente (2013) ao relatar que sempre que uma cidade cresce de forma latente, também os problemas urbanísticos tendem a mostra-se maiores, como por exemplo as situações de espaços urbanos precários, favelização, espoliação, encarecimento do solo, dentre outros.

Nesse sentido, Dias et al. (2019) realizaram um diagnóstico sócio-espacial e temporal, tendo por produto final um estudo e um mapeamento que descreve 4 períodos decanos, da cidade de Guanambi, ilustrando a expansão da mancha urbana da cidade. Os períodos mencionados são: 1987, 1997, 2007 e 2017.

Assim, para melhor compreensão sobre os aspectos espaciais de Guanambi, foi preciso realizar uma organização temporal e divisional dos loteamentos, e consequentemente da instituição de novos loteamentos (bairros) da cidade em comento.

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Anais do XI Congresso Internacional da ABraSD: trabalhos completos

692 Nesse sentido, ao cruzar os parâmetros das manchas urbanas entre os períodos

mencionados anteriormente, correspondente com a delimitação espacial dos atuais loteamentos (bairros) de Guanambi, encontrou-se o resultado que culminou no mapeamento que poderá ser visto pela Figura 03.

Figura 03 – Evolução dos loteamentos de Guanambi de 1987 a 2019

Fontes: Landsat 5 e 8; Prefeitura Municipal de Guanambi, 2017 (Org.: DIAS, Felipe Teixeira, 2020 - LabGEO Observatório UniFG)

De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Guanambi no ano de 2015 e atualizado por meio de mapeamentos, Guanambi possui 72 loteamentos e 1 centro comercial, totalizando 73 (bairros). Desse quantitativo, 13 (treze) loteamentos, existiam até o ano de 1987, a saber: Aeroporto Velho, Bela Vista, Boa Vista, Bom Jesus, Centro, Loteamento Municipal, Marabá, Monte Pascoal, Santa Luzia, São Francisco, São José, Vila Nova e Vomitamel.

Para o próximo período decano, entre os anos de 1987 e 1997, os registros tiveram um acréscimo de 29 (vinte e nove) loteamentos sendo eles: Araújo, Alto Caiçara, Alvorada, Barros &

Reis, Beija Flor I, Beija Flor II, Belo Horizonte, Brasília, Brindes, Deus Dará, Indústria Rural, Ipanema, Ipiranga, Lagoinha, Lajedão, Loteamento Leoninda Sá, Loteamento Maria Bastos, Loteamento Sandoval Moraes, Manoel Cotrim, Morada Nova, Paraíso, Santa Catarina, Santo André, Santo Antônio, São João, Sossego, São Vicente, Tabuinha e Vasconcelos.

Já para o período decano entre 1997 e 2007 (período inclusive, pós constituição, e de construção do primeiro Plano Diretor de Guanambi, houve uma expansão reduzida dos loteamentos, tendo um acréscimo de 6 (seis) loteamentos a saber: Candeal, Floresta3, Loteamento Maria de Fátima, Olinda, Por do Sol, São Sebastião.

3 Anteriormente compreendia ao território do loteamento Brasília, posteriormente desmembrou-se.

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693 De forma sequente, no período que compreende a vigência e também à revisão do Plano

Diretor, isto é 2007 e 2017 houve um acréscimo de 25 (vinte e cinco) novos loteamentos (bairros) sendo eles: Alazão, Amanbai, Boa Vista, Casas Populares do PMCMV, Centro Industrial, Condomínio Eco Resort, Condomínio Park Boulevard, Empreendimento Programa Minha Casa e Minha Vida (residencial dos pássaros e Monte Azul), Floresta, Loteamento Anita Cardoso, Loteamento Casa da Rocha, Loteamento Cirqueira II, Loteamento Gameleira, Loteamento Humberto Nunes, Loteamento J Vilson, Loteamento jardim Aeroporto, Loteamento Liberdade, Loteamento Paraíso, Loteamento Renascer, Loteamento Renascer II, Loteamento Santa Rita, Nossa Senhora Aparecida, Novo Horizonte, Projeto Técnico Social (FNHIS), Programa de habitação (Gurungas e Massaruduba), Urbis.

3.3 REURB E GUANAMBI, LEI FEDERAL 13.465/2017 E DECRETO MUNICIPAL 514/2019:

CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO À MORADIA

Para abordagem da REURB em Guanambi, propõe-se aqui realizar um comparativo entre a lei Federal e o Decreto Municipal que tratam sobre os mecanismos e a aplicabilidade da REURB.

Esse comparativo é de extrema relevância jurídico-social, visto que o direito à moradia deve ser analisado de forma complexa, é dizer, observando às realidades locais e não meramente por descrições abrangentes de uma Lei Federal.

Nesse contexto, em Guanambi, a regularização do conteúdo inerente à REURB, se deu por meio do Decreto Municipal Nº 514 de 1 de abril de 2019, que estabelece os requisitos e mecanismos para o programa (GUANAMBI, 2019).

O Decreto Municipal nº 514/2019 estabelece os principais requisitos para o enquadramento da política urbana e seus procedimentos. A referida normatização fora criada em detrimento do art. 18 da CRFB/88 e na autonomia dos municípios em estabelecer e regulamentar os requisitos da REURB diante do interesse social e específico da localidade.

Além disso, o art. 30 da CRFB/88 já prevê sobre a autonomia dos Municípios como ente federativo para legislar sobre assuntos da regulamentação fundiária urbana de interesse local, complementando a legislação federal (BRASIL, 1988).

Desse modo, no que se refere à Lei nº 13.465/2017 da REURB, em detrimento do Decreto Municipal nº 514/2019 de Guanambi, destaca-se que alguns dispositivos foram replicados no texto da legislação local sobre à Regularização Fundiária Urbana.

O art. 23 e 24 da Lei Federal supracitada trata sobre os critérios da legitimação fundiária de forma originária, e o Decreto Municipal da REURB de Guanambi traz de forma específica os requisitos para ter esse direito à legitimação em seu art. 14. Dentre esses critérios, o inciso I, do referido artigo da norma local destaca que o beneficiário à legitimação não pode ser concessionário, foreiro ou proprietário de imóvel urbano ou rural, replicando o que dito da referida lei federal.

Outro dispositivo que dá poderes ao Município na regulamentação de imóveis fundiários é o art. 25 da Lei nº 13.465/2017, que estabelece a legitimação exclusivo do Poder Público local na conferência de título através de Cartório de Registro de Imóveis. Na regulamentação do Decreto Municipal ora analisado é o art. 15 que replica e complementa a normativa, determinando que apenas com ato do Poder Público Municipal há expedição de título para posse do bem.

Quanto ao projeto de regularização fundiária, a Lei nº 13.465/2017 destaca ser uma forma de atestar a viabilidade de regularização do imóvel com diagnósticos e análises técnicas e jurídicas, devendo o município elaborá-lo com os devidos levantamentos topográficos, planta de

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694 sobreposição e estudos das irregularidades jurídicas, ambiental e urbanísticas (BRASIL, 2017). O

Decreto Municipal por sua vez, em seu art. 25, traz os requisitos que o projeto de regularização fundiária deve possuir, no qual considerará também as características da ocupação e da área ocupada, identificando os lotes, áreas de uso público, dentre outros levantamentos (GUANAMBI, 2019).

Portanto, os conjuntos urbanos irregulares e clandestinos ou impossibilitados em realizar a titulação de seus ocupantes, estão com seus procedimentos para gozarem de segurança jurídica dentro das regulamentações que tratam de políticas urbanas. Como a maior parte das medidas tomadas para regularização fundiária urbana encontram-se no âmbito administrativo, incumbe ao Poder Público local complementar e realizar de acordo com a lei. O município se torna o principal agente da REURB, e em Guanambi/BA por meio do Decreto nº 514/2019 é aplicado o planejamento e a gestão ocupacional urbana.

Desse modo, verifica-se que a regularização fundiária de interesse social consiste em um dos meios que destina a legalização da posse e juntamente contribui para melhorias urbanísticas que vão da parte física das moradias até a infraestrutura do ente público buscando sempre o bem- estar social e a garantia dos direitos fundamentais do todo (NASCIMENTO, 2013).

Assim, após o cruzamento entre os aspectos gerais (Lei Federal) com os específicos (Decreto Municipal), verificou-se replicação dos mesmos dispositivos. Na perspectiva de compreender à dinâmica local, deve-se levar em consideração que o Direito à moradia é um direito social e assegurado pela CF/1988 como um direito humano e fundamental (BRASIL, 1988).

Coaduna-se com essa reflexão, Pereira-Clemente (2013) quando se refere às Funções Sociais de Moradia como intimamente ligadas à Dignidade da Pessoa Humana. Nesse sentido, priorizar meramente elementos gerais, econômicos, em detrimento de elementos urbanísticos e sociais específicos de cada localidade, denotam que a Política Urbana estaria sendo observada de forma meramente legal, olvidando-se dos sujeitos envolvidos, os quais particularizam cada localidade (CARVALHO; RIBEIRO; RODRIGUES, 2016).

Nesse contexto, Alfonsin et al. (2019) destacam que a Legislação Federal de 2017 inerente à REURB, prioriza diretrizes meramente econômicas em detrimento das funções sociais de moradia. Essa problemática, pode interferir de forma a não garantir a efetividade do direito à moradia, mas meramente atribuir aos citadinos o justo título, de proprietário ou possuidor.

4 CONCLUSÃO

Preliminarmente conclui-se que a Lei 13.465/17 institui-se como uma ruptura com o paradigma anterior consagrado pelo Estatuto da Cidade (regulamentação da Política Urbana, arts.

182 e 183 da Carta Magna). Esta lei demonstrou-se ainda como passagem de um modelo anterior que assegurava à função social da propriedade para outro que basicamente oferta a titulação da propriedade urbana.

Ao compatibilizar os aspectos entre a Lei Federal nº 13.465/17 e o Decreto Municipal nº 514/2019, verificou-se que a legislação municipal carece de diretrizes específicas para o contexto sócio-espacial, sendo esta possuidora de elementos gerais estabelecidos pelo ordenamento jurídico. Nesse prisma, uma vez que a Lei Federal atribui ao Poder público municipal o dever de elaborar normas especificas, e medidas a serem executadas pelo programa de REURB.

Destaca-se ainda que a metodologia traçada nesta pesquisa, possibilitou verificar que a legislação municipal em comento, não inovou, além de replicar diversos dispositivos da lei Geral

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695 Federal, carece de subsídios que possam fomentar e concretizar o acesso à moradia, apostando

meramente no justo título, resguardando tão somente o direito à propriedade urbana.

Em Guanambi, até o momento não há substrato para discutir os elementos práticos dessa legislação. Embora tenha sido criada com caráter de urgência, efetivamente não alcançou os resultados esperados.

Diante o exposto, assevera-se que é necessário o aprimoramento técnico-científico para construção de políticas urbanas locais, primando pela análise sócio-espacial de forma completa e não genérica, observando-se os ensinamentos de diversos autores que assinalam as peculiaridades locais de cada região como ponto de partida para Pensar, Planejar, Projetar e Executar políticas de REURB.

Sendo assim, até o presente momento entende-se necessário haver união de esforços e envolvimento da comunidade e de representantes das camadas sociais para a efetivação do programa em Guanambi/BA, trazendo a dignidade às pessoas que necessitam de uma moradia por intermédio da REURB, atendendo, portanto, os requisitos inerentes à Política Urbana.

REFERÊNCIAS

ALFONSIN, Betânia De Moraes et al. Da função social à função econômica da terra: impactos da Lei nº 13.465. Revista de Direito da Cidade, v. 11, n. 2, p. 168-193, 2019. Acesso em: 01 out. 2020.

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BRASIL. Lei 13.465 de 11 de julho de 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm>. Acesso em: 15 out. 2020.

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