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A DIGNIDADE HUMANA COMO PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO SOB O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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Academic year: 2022

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A DIGNIDADE HUMANA COMO PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO SOB O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Aluno: Pedro Rogerio Borges de Carvalho Orientador: Antonio Pele

Introdução

O conceito jurídico de dignidade humana é mencionado em múltiplos instrumentos internacionais e constituições com formulações diversas (princípio, direito, valor, fundação dos direitos humanos...), sempre associado a um valor moral intrínseco e auto evidente capaz de justificar intervenções judiciais variáveis no julgamento de casos concretos. Tendo em vista que o conceito aparece em múltiplos ramos do direito internacional e constitucional de diversas jurisdições, em variados contextos e por meio de diferentes técnicas de hermenêutica jurídica, alguns juristas passaram a sugerir que a dignidade humana consiste, em verdade, em um princípio geral de direito sob o artigo 38(1)(c) do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. A tese, investigada de maneira incipiente pela doutrina, merece maior atenção, na medida em que poderia conferir maior pragmatismo estrutural à utilização do conceito jurídico de dignidade humana, usualmente criticado por sua indefinição apta a comprometer a segurança jurídica de qualquer sistema que o admita.

Objetivos

Este projeto pretende avaliar o potencial atual da dignidade humana como norma apta a constituir princípio geral de direito, fonte de direito internacional público. Além disso, as funções normativas de tal princípio, como identificados na doutrina (axiológica e interpretativa), serão testadas, evidenciadas e exploradas conforme efetivamente (ainda que implicitamente) utilizadas na jurisprudência dos tribunais internacionais e constitucionais.

Metodologia

A análise será majoritariamente jurisprudencial. Em primeiro lugar, será analisado o emprego da dignidade humana como princípio na jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Corte Europeia de Direitos Humanos, da Corte Internacional de Justiça, de tribunais arbitrais de investimentos e de tribunais penais internacionais. Com menor foco, a jurisprudência de cortes constitucionais nacionais também será estudada. As áreas do direito envolvidas serão múltiplas, e perpassarão o âmbito dos direitos humanos sob diferentes prismas (direito internacional ambiental, direito internacional dos investimentos, direito internacional penal, entre outras). Os efeitos do emprego da dignidade humana por juízes e árbitros em suas decisões serão privilegiados, em detrimento da categoria formalmente concedida ao conceito nas decisões. Isto é, ainda que uma decisão invoque a dignidade humana como direito ou valor, será entendida como evidência de seu caráter de princípio geral de direito se tiver como resultado efeitos característicos de um princípio, como a modificação do conteúdo de norma costumeira ou convencional.

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2 Resultados e Discussão

Princípios gerais de direito no direito internacional

Como estudo preliminar ao objeto principal, este trabalho inquiriu sobre a questão fundamental do caráter do caráter normativo de princípios gerais de direito internacional, de acordo com a jurisprudência internacional e a doutrina especializada.

É pacífico que princípios gerais de direito suplementam o direito convencional e costumeiro de maneira valiosa e jurisprudencialmente concisa, e que, sem princípios, o direito internacional não poderia ser considerado propriamente um sistema.1 Michel Virally explica que princípios são normas jurídicas abstratas que formam a base de um sistema jurídico e podem ser aplicadas a múltiplas situações em concreto.2 Segundo Waldock, a doutrina majoritária do direito internacional público, apoiada pelos travaux préparatoires do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça e pela jurisprudência de tribunais internacionais, entende que o artigo 38(c) refere-se a princípios gerais de direito aceitos na esfera do direito interno que podem ser aplicados por juízes internacionais em disputas interestatais quando apropriado.3

A fonte inserida na alínea (c) do artigo 38 do Estatuto tem como principal raison d’être a prevenção de non liquets 4(lacunas normativas que impossibilitem a decisão judicial).

Estudiosos da jurisprudência da Corte Internacional de Justiça notam que, conforme são aplicados em suas decisões, princípios gerais de direito possibilitam a extensão do conteúdo do direito costumeiro internacional sob o art. 38(b), de modo a lhe conferir maior completude.5

Conforme apontado por Lorde McNair, da CIJ, o esforço envolvido na aplicação de princípios de direito privado nativos de sistemas jurídicos domésticos ao direito internacional público não consiste em uma “importação direta”. Na verdade, aquilo que os juízes devem buscar como fonte sob o art. 38(c) são os conceitos jurídicos gerais que fundamentam os princípios de direito reconhecidos nas ordens internas de Estados independentes.6

Quando da investigação da proveniência de princípios, juristas internacionais podem tanto induzi-los do direito interno dos Estados, quanto da lógica do direito internacional em si.7 Dignidade Humana como princípio geral de direito sob o art. 38(c) do Estatuto da CIJ

Este trabalho visa a corroborar a tese de que a dignidade humana configura um princípio nos termos do artigo 38(c), conforme evidenciado por diversas formulações jurídicas uniformes em conteúdo, ainda que variáveis em forma. Le Moli argumenta que, ao analisar as aplicações

1 VOIGT, p. 5.

2 LE MOLI, p. 360.

3 HARRIS & SIVAKUMARAN, p. 35.

4 Ibid., p. 36.

5 Ibid., p. 35.

6 Idem.

7 VOIGT, p. 7.

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3 judiciais do conceito de dignidade humana na esfera do direito internacional, percebe-se que o conceito “apresenta-se conceitualmente como um princípio geral fundamental, uma norma acionável, que é capaz de representar as várias expressões diferentes que pode vestir e de permitir que suas principais diferenças distintivas sejam mantidas e tornadas visíveis.”8 Le Moli disseca o princípio da dignidade humana em três características principais:

“(i) é um elemento estrutural e necessária inclusão fundacional do sistema jurídico internacional;

(ii) possui substância jurídica, que é proteger a dignidade humana de todos os indivíduos e introduzir considerações de humanidade concretizadas através de uma série de normas jurídicas nas diferentes áreas do direito internacional;

(iii) é um princípio criador de obrigações, derivando-as diretamente de sua substância jurídica e de suas concretizações.”9

No paradigma proposto por Le Moli, duas funções do princípio da dignidade humana são identificadas: uma função axiológica e uma função auxiliar (que por sua vez se desdobra em duas categorias: interpretativa ou retórica).10

Em sua função axiológica, o princípio veste-se de fundação estrutural do sistema jurídico internacional em sua integridade. Esta função tem um “propósito unificador” na medida em que concede um grau de fluidez à formação de direito costumeiro e convencional.11

A segunda função do princípio, a função auxiliar, evidencia-se quando a dignidade humana não pode ser invocada como instituto jurídico autônomo. Nessas instâncias, o princípio da dignidade opera para esclarecer ambiguidades ou inadequações da norma internacional substantiva relevante.12

Quando empregado em sua função auxiliar, o princípio pode ter um papel interpretativo ou retórico. A função auxiliar interpretativa do princípio é a que precipuamente interessa à análise conduzida neste trabalho. Ocorre quando da aplicação do princípio como guia interpretativo do direito substantivo, preenchendo lacunas e atuando como fonte suplementar.13 Notadamente, o princípio é invocado como fator “definitório” de normas jurídicas amplas, delineando seu conteúdo por meio de interpretações expansivas que adicionam elementos e obrigações não mencionadas no instrumento-fonte da norma substantiva em questão.14

Essas classificações estruturais, conforme propostas por Le Moli, serviram como conceitos taxonômicos nesta pesquisa jurisprudencial, que se passa a apresentar.

8 LE MOLI, p. 359. Tradução autoral para o português.

9 LE MOLI, p. 360.

10 Ibid., p. 364.

11 Ibid., p. 365.

12 Idem.

13 LE MOLI, p. 365.

14 Ibid., p. 366.

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4 Princípio da Dignidade Humana na jurisprudência internacional e constitucional comparada

Corte Europeia de Direitos Humanos

Na jurisprudência da Corte Europeia de Direitos Humanos, parece claro que a dignidade humana assume papel de princípio interpretativo das obrigações postas pela Convenção Europeia de Direitos Humanos. Atualmente, e desde Pretty v. United Kingdom, a Corte entende que a dignidade humana fundamenta todos os direitos os direitos garantidos pela Convenção.15 Desse modo, além de explicitar a função axiológica da norma, a Corte também habilita expressamente sua incidência como princípio interpretativo adequado a todos os artigos substantivos da Convenção.

McCrudden nota que os primeiros casos a envolver um protagonismo do conceito jurídico de dignidade concerniram precipuamente o artigo 3 da Convenção, sobre proibição de tortura e punições degradantes. Em East African Asians v. United Kingdom, a discriminação racial sofrida pelos requerentes foi considerada uma “violação de sua dignidade humana”, que no caso em concreto configurou um tratamento degradante nos termos do artigo 3.16 Similarmente, em Tyrer v. United Kingdom, estabeleceu-se que uma punição corporal, executada como parte de uma sentença judicial, violava o artigo 3 na medida em que era contrária à dignidade da pessoa humana, cuja proteção a Corte entendeu ser precisamente o objeto do dispositivo convencional.17

Em Bouyid v. Belgium, a dignidade humana também foi invocada para alegar violação do artigo 3, por requerentes agredidos por tapas no rosto por agentes policiais. Neste caso, três dos juízes da Corte discordaram da maioria. Em seu voto conjunto, os juízes De Gaetano, Lemmens And Mahoney notaram que considerações de gravidade precisavam ser feitas, e interferências com a dignidade humana deveriam atingir um mínimo grau de severidade a fim de qualificar uma violação do artigo 3 sob a Convenção.18

Já em Öcalan v. Turkey, o Juiz Pinto de Albuquerque, quando da interpretação sobre a violação do artigo 3 pela imposição de penas de prisão perpétua ou de quaisquer penas de duração irrazoavelmente superior à vida média humana, declarou em seu voto que a “dignidade humana é incompatível com essas formas de punição”.19

Nesses casos, a dignidade humana parece ter sido empregada como princípio geral de direito, a fim de auxiliar a hermenêutica definitória do escopo substantivo da cláusula convencional acionada.

15 Pretty v. United Kingdom, 24 EHRR (1997) 423. McCRUDDEN, p. 683.

16 East African Asians v. United Kingdom, 3 EHRR (1981) 76. McCRUDDEN, p. 683.

17 Tyrer v United Kingdom, 2 EHRR 1. McCRUDDEN, p. 683.

18 Bouyid v. Belgium, no. 23380/09, EHRR (2015). Disponível em:

https://hudoc.echr.coe.int/eng#{%22itemid%22:[%22001-157670%22]}.

19 Öcalan v. Turkey (No. 2), nos. 24069/03, 197/04, 6201/06, 10464/07, EHRR (2014). Disponível em:

https://hudoc.echr.coe.int/eng#{%22itemid%22:[%22001-142087%22]}.

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5 Corte Interamericana de Direitos Humanos

A dignidade humana também é empregada tal como um princípio na determinação do alcance e âmbito de incidência de direitos na jurisprudência da Corte Interamericana.

No paradigmático caso Velásquez v. Honduras, envolvendo a comissão de um desaparecimento forçado por parte das Forças Armadas de Honduras, a Corte determinou uma violação do artigo 5 da Convenção Americana de Direitos Humanos, referente à proteção da integridade pessoal.20 Ao delinear os contornos das violações, a Corte entendeu ser incompatível com a dignidade humana o isolamento prolongado e a submissão coativa a um estado de incommunicado, restando caracterizado tratamento cruel e degradante.21

Em Villagrán Morales e outros vs. Guatemala (“o Caso dos Meninos de Rua”), a dignidade humana foi aplicada para estender o rol de obrigações positivas do Estado envolvendo a interpretação do direito à vida, servindo não apenas para limitar abusos do poder estatal, como também para implicar responsabilidade por omissão pela não garantia de certos direitos econômicos e sociais a grupos sociais em situação de particular vulnerabilidade.22 Este caso demonstra uma notável inclusão de elementos ausentes no plano da norma convencional por uma interpretação expansiva apoiada na dignidade humana, que operou efetivamente como um princípio geral de direito, ainda que nas palavras dos juízes tenha sido formulada como um direito. Assim, a Corte decidiu que a Guatemala falhou em garantir o direito à vida aos meninos de rua na medida em que, além da abstenção da privação arbitrária de vidas, o direito à vida sob a Convenção Americana também demanda a não privação de acesso às condições mínimas para uma existência digna.23

Tribunal Internacional Penal para a Antiga Iugoslávia

No direito penal internacional vigora o princípio nullum crimen sine lege. No entanto, em Prosecutor v Anto Furundžija, a Câmara de Julgamento do Tribunal Internacional Penal para a Antiga Iugoslávia privilegiou a dignidade humana sobre o sine lege ao expandir a definição de um tipo penal. Em Furundžija, o Tribunal entendeu que penetração oral forçada consistia em tamanha violação da dignidade pessoal que deveria ser classificada como estupro, notando que a dignidade humana “é um princípio que favorece o alargamento da definição” de tal crime por meio de uma interpretação expansiva.24

20 Velásquez Rodríguez vs. Honduras, CIDH, 1988, para. 156. MONSALVE & ROMÁN, As Tensões da Dignidade Humana, p. 52.

21 MONSALVE & ROMÁN, As Tensões da Dignidade Humana, p. 53.

22 “Niños de la Calle” - Villagrán Morales y otros vs. Guatemala, CIDH, 1999, Voto convergente conjunto dos juízes A.A. Cançado Trindade e A. Abreu Burelli, para. 4. MONSALVE & ROMÁN, As Tensões da Dignidade Humana, p. 56.

23 “Niños de la Calle”, Sentença de Mérito, para. 144. LE MOLI, p. 366.

24 Prosecutor v Anto Furundžija (IT-95-17/1), ICTY, Trial Chamber, 1998. LE MOLI, p. 366.

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6 Corte Internacional de Justiça

O conceito de dignidade humana não costuma aparecer nas decisões da Corte Internacional de Justiça, mas foi por vezes mencionado por seus juízes em votos individuais.

Notadamente, no caso South West Africa, os juízes Tanaka e Ammoun invocaram a dignidade humana para concluir que a prática de apartheid era contrária ao direito internacional.25 Em seu voto dissidente, o juiz Tanaka entendeu que a dignidade humana consistia em objeto de máxima importância jurídica, insuscetível de transações para a alegada paz social do Estado requerido, que alegava a necessidade de suas políticas de discriminação racial.26

Tribunais arbitrais de investimentos

Em disputas de investimentos entre investidores e Estados, a dignidade humana foi aplicada em ponderações entre os direitos humanos da população e os direitos do investidor sob tratados bilaterais de investimentos, implicando limitações de condutas e privilegiamento de certos direitos humanos.27

Em Urbaser S.A. and Consorcio de Aguas Bilbao Bizkaia, Bilbao Biskaia Ur Partzuergoa v. The Argentine Republic, o Tribunal Arbitral notou ser necessário levar em conta a dignidade humana ao interpretar o BIT, com relação a obrigações comuns da empresa investidora e do Estado na preservação de condições adequadas de vida da população.28 Isto é, a dignidade humana foi um fator relevante na preservação de direitos humanos da população do Estado requerido em detrimento de certos interesses do investidor requerente.

Christine Lafont aborda precedentes de tribunais arbitrais em que investidores entraram em conflito com direitos humanos da população de Estados cujas políticas públicas alegavam ser expropriatórias. Um exemplo paradigmático encontra-se em Philip Morris v. Uruguay,29 em que a companhia alegava que as políticas antitabagistas uruguaias representavam uma violação dos seus direitos de investidor sob o tratado bilateral entre Suíça e Uruguai. O caso envolveu uma tensão clara com o direito humano à saúde da população uruguaia e a habilidade do Uruguai de promover políticas públicas para concretizá-lo. Para casos como este, Lafont propõe que a dignidade humana seja efetivamente utilizada como critério, a fim de privilegiar os direitos humanos essenciais da população.30 Em outras palavras, a dignidade humana serviria como um princípio.

25 McCRUDDEN, p. 682. Legal Consequences for States of the Continued Presence of South Africa in Namibia (South West Africa) notwithstanding Security Council Resolution 276, Advisory Opinion of 21 June 1971, [1971]

ICJ Rep 16.

26 McCRUDDEN, p. 682.

27 LE MOLI, p. 367.

28 Urbaser S.A. and Consorcio de Aguas Bilbao Bizkaia, Bilbao Biskaia Ur Partzuergoa v. The Argentine Republic, ICSID Case No. ARB/07/26, paras. 1199-1200. LE MOLI, p. 367.

29 Philip Morris Products S.A. and Abal Hermanos S.A. v. Oriental Republic of Uruguay, ICSID Case No.

ARB/10/7. LAFONT, p. 20.

30 LAFONT, p. 24.

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7 Cortes nacionais

A dignidade humana também emerge como princípio na prática hermenêutica de diversos tribunais nacionais, tangenciando diversos temas, com conteúdo variável, porém mantendo a mesma função auxiliar interpretativa de princípio geral de direito.

Na jurisprudência da Corte Constitucional da Colômbia, a dignidade humana é recorrentemente invocada na definição de direitos sexuais das mulheres, e tomou posição de centralidade na decisão que descriminalizou o aborto no país.31

O princípio também é utilizado em casos ambientais proeminentes. Na Nigéria, em Gbemre v. Shell Petroleum, considerou-se que a degradação ambiental causada pela queima de gás natural violava o “direito à vida e dignidade” da população, que incluía por extensão um direito a um meio ambiente equilibrado.32

Rica jurisprudência envolvendo um princípio de dignidade humana é também encontrada nos precedentes da Suprema Corte dos Estados Unidos da América, da África do Sul, do Brasil e de vários países europeus.33 Em seus usos, mesmo quando aparentemente rudimentares e discrepantes, há evidência de um princípio geral de direito que, em sua função interpretativa capaz de modificar o conteúdo de normas substantivas, é uniforme.

Conclusão

Conclui-se que o conceito de dignidade humana pode ser adequadamente caracterizado como princípio geral de direito sob o artigo 38(1)(c) do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Nesse sentido, ainda que os contextos, ramos do direito e consequências dos seus efeitos sejam amplamente variáveis caso a caso, é possível perceber que, em sua estrutura, o princípio da dignidade humana demonstra traços uniformes na jurisprudência.

Referências bibliográficas

1 - LE MOLI, G. The Principle of Human Dignity in International Law. In: ANDENAS, Mads et. al.

(Eds.) General Principles and the Coherence of International Law. Leiden: Brill, 2019. p. 352–368.

2 - VOIGT, C. The Role of General Principles in International Law and their Relationship to Treaty Law. Retfærd Årgang, v.31, n.2, p. 3–25, 2008.

3 - MONSALVE, V.; ROMÁN, J. As Tensões da Dignidade Humana: Conceituação e Aplicação no Direito Internacional Dos Direitos Humanos. SUR - Revista Internacional de Direitos Humanos, v.6, n.11, p. 41–63, 2009.

4 - EUROPEAN COURT OF HUMAN RIGHTS. Research Report: References to the Inter-American Court of Human Rights and Inter-American instruments in the case-law of the European Court of Human

31 Corte Constitucional de Colombia, Sentencia T-881 de 2002. MONSALVE & ROMÁN, Mujeres y Dignidad, p.

148.

32 Gbemre v. Shell Petroleum Dev. Co. Nigeria Ltd., (2005) EHC/B/CS/53/05 FHCNLR. MCGUIRK & MILLS, p. 7.

33 McCRUDDEN, pp 684-685. STAFFEN & ARSHAKYAN, pp 116–122.

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8 Rights. Council of Europe/European Court of Human Rights, Research Division, nov. 2016.

Disponível em: < www.echr.coe.int> Acesso em: 14 jul. 2020.

5 - HARRIS, D.; SIVAKUMARAN, S. Cases and Materials on International Law. 8. ed. Londres:

Sweet & Maxwell, 2015.

6 - LAFONT, C. Should We Take the “Human” Out of Human Rights? Human Dignity in a Corporate World. Ethics & International Affairs, v.30, n.2, p. 233–252, 2016.

7 - MONSALVE, V.; ROMÁN, J. Mujeres y dignidad humana. Antecedentes en el Sistema Interamericano y en el Derecho constitucional de Colombia. Reflexión Política, v.12, n.23, p. 138–150, 2010.

8 - MCCRUDDEN, C. Human Dignity and Judicial Interpretation of Human Rights. European Journal of International Law, v.19, n.4, p. 655–724, 2008.

9 - CAROZZA, P. Human Dignity and Judicial Interpretation of Human Rights: A Reply. European Journal of International Law, v.19, n.5, p. 931–944, 2008.

10 - MCGUIRK, R.; MILLS, Brianna. Climate Change and the Dignity Rights of the Child. The Dignity

Rights Project, OHCHR Issues, 2017. Disponível em:

<https://www.ohchr.org/EN/Issues/HRAndClimateChange/Pages/RightsChild.aspx> Acesso em: 14 jul. 2019.

11 - STAFFEN, M.; ARSHAKYAN, M. The legal development of the notion of human dignity in the constitutional jurisprudence. Revista Brasileira de Direito, v.12, n.2, p. 108–126, 2016.

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