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Análise funcional em intervenções de Functional Communication Training para o transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática e Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de Functional Communication Training

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Academic year: 2023

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Renata Cristina Michel

Análise funcional em intervenções de Functional Communication Training para o Transtorno do Espectro Autista: uma revisão sistemática

e

Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de Functional Communication Training

DOUTORADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

São Paulo 2022

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Renata Cristina Michel

Análise funcional em intervenções de Functional Communication Training para o transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática

e

Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de Functional Communication Training

DOUTORADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Tese apresentada à banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), como exigência parcial para obtenção de título de DOUTORA em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, sob orientação da Prof.ª Dra. Maria Eliza Mazzilli Pereira.

São Paulo 2022

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RENATA CRISTINA MICHEL

Análise funcional em intervenções de Functional Communication Training para o transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática

e

Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de Functional Communication Training

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

_____________________________________________

Prof.ª Dra. Maria Eliza Mazzilli Pereira (Orientadora) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

______________________________________________

Prof. Dr. André Augusto Borges Varella

iABA – Instituto de Análise do Comportamento Aplicada

______________________________________________

Prof.ª Dra. Andresa A. de Souza University of Missouri–St. Louis

______________________________________________

Prof.ª Dra. Paula Suzana Gioia

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

_____________________________________________

Prof. Dr. Amilcar Rodrigues Fonseca Júnior Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos ou científicos, a reprodução total ou parcial desta tese por fotocópias ou processos eletrônicos.

São Paulo, ____ de ______ de 2022. Assinatura: ____________________

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O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Processo n.º 88887.199181/2018-00.

This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Finance Code 001.

Process no. 88887.199181/2018-00.

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Agradecimentos

Aos meus pais Alice e Orlando Michel, meus grandes mestres de vida e meus maiores incentivadores em estudar e progredir sempre.

Ao meu marido Caio César de Oliveira, companheiro de estudos e debates sobre esse trabalho e incentivador de cada uma das minhas conquistas pessoais e acadêmicas.

Ao primeiro mestre na minha trajetória de pesquisa, Dr. César de Moraes.

À Maria Eliza Mazzilli Pereira, minha orientadora no mestrado e agora no doutorado, cujos ensinamentos vão além das habilidades de pesquisadora e me inspira com seus valores humanos.

Ao Grupo Conduzir que patrocinou meus estudos, tornando-o possível.

Aos meus colegas do Grupo Conduzir e de vida: Mayra Michel, Julia Sargi, Marcelo Giovanelli que sempre deram apoio moral e elevaram as minhas conquistas acadêmicas.

Às minhas amigas de coração que são como irmãs: Marina Morgante (Bebel), Nathália Costa, Giovana Vasconcellos, Karina Frizzi, Larissa Aguirre, Daniela Herbst, Tássia Pina e Tatiana Barbosa, Julia Sargi e Mayra Michel.

Ao PEXP, colegas e professores, que tornam esse departamento um lugar ímpar em acolhimento e amor à Análise do Comportamento.

À Banca Examinadora que desde a qualificação contribuiu teórica e metodologicamente para que eu conseguisse chegar até o fim do trabalho.

Aos pesquisadores Alceu Regaço, Carlos Henrique Santos da Silva, Paulo Eduardo da Silva, Raniel Barbosa de Almeida Silva, Simonilda Cesco, Graciele Reis, Raíssa Viviane e Nathália Costa que me auxiliaram de forma fundamental na execução deste trabalho. À CAPES, pelo financiamento recebido.

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Apresentação

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é marcado por déficits persistentes na comunicação e na interação social em múltiplos contextos, o que pode levar ao desenvolvimento de comportamentos disruptivos (i.e., prejudiciais para quem os emite), que devem, em uma ótica analítico comportamental, ser avaliados funcionalmente e posteriormente submetidos a intervenções individualizadas. Sabe-se que a Análise Aplicada do Comportamento ou Applied Behavior Analysis (ABA) vem atuando com eficácia no desenvolvimento de tecnologias voltadas para o tratamento do autismo, de acordo com o paradigma das Práticas Baseadas em Evidência (PBE).

Uma dessas tecnologias, o Treino de Comunicação Funcional ou Functional Communication Training (FCT), tem sido apontado como uma intervenção efetiva para o ensino e o aumento de comportamentos verbais alternativos e a diminuição de padrões disruptivos.

A presente tese objetivou apresentar dados do uso de FCT em intervenções com autismo em dois diferentes âmbitos: em uma revisão sistemática da área e em um estudo experimental aplicado. Em consonância com esses objetivos, a tese é dividida em dois artigos. No primeiro deles, intitulado “Análise funcional em intervenções de FCT para o TEA: uma revisão sistemática”, buscou-se identificar, em trabalhos experimentais aplicados, quais modalidades de análise funcional têm sido utilizadas em estudos que empregaram o FCT como intervenção para indivíduos com TEA. Para isso, foram analisados 44 artigos, identificados em quatro bases de dados. Esses estudos, em sua maioria, empregaram o modelo de análise funcional tradicional, em um delineamento multielementos, com quatro condições experimentais, utilizando prioritariamente respostas vocais e gestuais no FCT. Os dados indicam que as intervenções foram eficazes na maioria dos casos, somando-se assim, à literatura

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vigente e ao fato de que as diversas modalidades de análises funcionais existentes têm sido desenvolvidas para abarcar limitações do modelo tradicional, e que o FCT é uma prática baseada em evidências para o TEA.

O segundo artigo, intitulado “Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de FCT” apresenta uma pesquisa experimental aplicada, que visou contribuir para o entendimento de como esquemas de razão progressiva podem ser utilizados para o ensino de respostas verbais alternativas e encadeadas, por meio do FCT, em crianças com TEA, o que tem sido pouco explorado na pesquisa aplicada. O estudo aponta para a possibilidade da utilização de tais esquemas no ensino de respostas verbais alternativas e, adicionalmente, para a perspectiva de que outros experimentos sejam realizados utilizando esses esquemas, com a possibilidade de enriquecimento do conhecimento e alcance da área nas intervenções propostas com FCT.

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Michel, R. C. (2022). Análise funcional em intervenções de functional communication training para o transtorno do espectro autista: Uma revisão sistemática [Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Eliza Mazzilli Pereira.

Linha de Pesquisa: História e Fundamentos Epistemológicos, Metodológicos e Conceituais da Análise do Comportamento.

Resumo — Artigo 1

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é marcado por déficits persistentes na comunicação e na interação social em múltiplos contextos, o que pode levar ao desenvolvimento de comportamentos disruptivos, que devem ser avaliados funcionalmente e posteriormente submetidos a intervenções. O Treino de Comunicação Funcional (FCT) tem sido apontado como uma intervenção efetiva para o ensino e o aumento de comportamentos verbais alternativos e a diminuição de padrões disruptivos de respostas. O presente estudo teve o objetivo de identificar quais as modalidades de análise funcional têm sido utilizadas em estudos que empregaram o FCT como intervenção para indivíduos com TEA. Buscas em quatro bases de dados levaram à identificação de 44 estudos, que, em sua maioria, empregaram o modelo de análise funcional tradicional, em um delineamento multielementos, com quatro condições experimentais. A maior parte das respostas ensinadas no FCT foram vocais e gestuais, sendo a intervenção eficaz na maioria dos casos. Discutem-se os diferentes modelos de análises funcionais existentes e, com relação ao FCT, pode-se corroborar com a literatura vigente que aponta a prática como baseada em evidências.

Palavras-chave: transtorno do espectro do autismo, treino de comunicação funcional, análise funcional

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Michel, R. C. (2022). Functional analysis in FCT for ASD: a systematic review [Doctoral dissertation, Pontifical Catholic University of São Paulo, Brazil]. Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD).

Thesis Advisor: Prof. Maria Eliza Mazzilli Pereira, PhD.

Line of Research: History and Epistemological, Methodological and Conceptual Foundations of Behavior Analysis.

Abstract — Article 1

Autism spectrum disorder (ASD) is characterized by persistent deficits in communication and social interaction in multiple contexts, which can lead to the development of disruptive behaviors that must be functionally evaluated and subsequently subjected to interventions. Functional Communication Training (FCT) has been identified as an effective intervention for teaching and increasing alternative verbal behaviors and reducing disruptive patterns. The present study aimed to identify which functional analysis modalities have been used in studies that used the FCT as an intervention for individuals with ASD. Searches in four databases identified 44 studies, most of which used the traditional functional analysis model in a multi-element design with four experimental conditions. Most of the responses taught in the FCT were vocal and gestural, and the intervention was effective in most cases. Different functional analysis models are discussed. Regarding FCT, this study corroborates with the current literature, pointing the practice as evidence-based.

Keywords: autism spectrum disorder, functional communication training, functional analysis

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Michel, R. C. (2022). Efeitos do uso de razão progressiva em um esquema encadeado de functional communication training [Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Eliza Mazzilli Pereira.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento de Metodologias e Tecnologias de Intervenção.

Resumo — Artigo 2

O Treino de Comunicação Funcional (Functional Communication Training – FCT) é um procedimento de reforçamento diferencial que tem como objetivo ensinar uma resposta verbal alternativa a um comportamento disruptivo. Apesar da eficácia comprovada, o FCT exige que a resposta verbal seja reforçada em esquema de reforçamento contínuo, o que limita sua utilização em contextos aplicados. Uma alternativa para diminuir a frequência de apresentação do reforço no FCT é a utilização de esquemas encadeados. Nesses esquemas, são apresentados dois componentes: no componente S- a resposta de comunicação funcional não produz reforço e exige-se do participante que realize alguma atividade; após o participante atingir o critério estabelecido para a atividade, o componente é alterado para S+, no qual a resposta de comunicação funcional é reforçada. Geralmente, os autores dos estudos planejam o aumento do critério no componente S- ao longo das sessões experimentais; entretanto, uma alternativa é a utilização do esquema de reforçamento de Razão Progressiva (Progressive Ratio – PR). Nesse esquema o critério para a resposta é aumentado a cada tentativa. O presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos da utilização do PR1 e do PR2 em um esquema encadeado de FCT. Seis crianças que apresentavam comportamento disruptivo mantido por fuga passaram pelo procedimento de FCT e foram divididas em dois grupos, que diferiam de acordo com a ordem de apresentação dos esquemas de razão progressiva: PR2-PR1 (Grupo 1) e PR1-PR2 (Grupo 2). Após o treino de FCT, todos os participantes apresentaram um aumento na taxa de respostas de comunicação funcional e uma diminuição na taxa de comportamentos disruptivos.

Ambos os esquemas de razão progressivos foram eficazes no aumento do número de respostas, e quatro participantes chegaram a altos valores de razão em pelo menos um dos esquemas de razão. O Grupo 2 (PR1-PR2) apresentou um maior número total de respostas de realização da atividade quando comparado ao Grupo 1 (PR2-PR1), o que sugere que apresentar o esquema menos exigente (PR1), seguido pelo esquema mais exigente (PR2) facilitou a aprendizagem e melhorou o desempenho dos participantes.

Apesar de pouco utilizado em pesquisas aplicadas, o esquema de razão progressiva se mostrou eficaz no ensino e no aumento da exigência de respostas em esquemas encadeados. Este estudo abre a perspectiva para que outros experimentos sejam realizados utilizando o esquema de razão progressiva, principalmente no ensino de comportamentos encadeados, no qual a utilização do PR pode facilitar a aprendizagem, por aumentar a exigência de resposta ao longo das tentativas.

Palavras-chave: treino de comunicação funcional, razão progressiva, esquemas encadeados, comportamento disruptivo

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Michel, R. C. (2022). Effects of using progressive ratio in a chained FCT schedule [Doctoral dissertation, Pontifical Catholic University of São Paulo, Brazil]. Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD).

Thesis Advisor: Prof. Maria Eliza Mazzilli Pereira, PhD.

Line of Research: Development of Intervention Methodologies and Technologies.

Abstract — Article 2

Functional Communication Training (FCT) is a differential reinforcement procedure that aims to teach an alternative verbal response to disruptive behavior. Despite its proven effectiveness, the FCT requires that the verbal response be reinforced in a continuous reinforcement schedule, which limits its use in applied contexts. An alternative to reduce the frequency of reinforcement presentation in the FCT is the use of chained schedules. In these schedules, two components are usually presented: in the S- component the functional communication response does not produce reinforcement and the participant is required to perform some activity; after reaching the activity criteria the component is changed to S+, in which the functional communication response is reinforced. Generally, studies plan to increase the criterion in the S- component throughout the experimental sessions, however, an alternative is the use of the Progressive Ratio (PR) reinforcement schedule. In this scheme the criterion for the answer is increased with each trial. This study aimed to verify the effects of using PR1 and PR2 in a chained FCT regimen. Six children who presented disruptive behavior maintained by escape underwent the FCT procedure and were divided into two groups, which differed according to the order of presentation of the progressive ratio schedules:

PR2-PR1 (Group 1) and PR1-PR2 (Group 2). After FCT training, all participants showed an increase in the rate of functional communication responses and a decrease in the rate of disruptive behaviors. Both progressive ratio schedules were effective in increasing response demand, and four participants achieved high ratio scores on at least one of the ratio schedules. Group 2 (PR1-PR2) had a higher total number of responses to perform the activity when compared to Group 1 (PR2-PR1), which suggests that presenting the least demanding schedule (PR1), followed by the most demanding schedule (PR2) facilitated learning and improved the performance of participants.

Although little used in applied research, the progressive ratio schedule proved to be effective in teaching and in increasing the number of responses. This study opens the perspective for other experiments to be carried out using the progressive ratio schedule, mainly in the teaching of chained behaviors, in which the use of RP can facilitate teaching, by increasing the response requirement throughout the trials.

Keywords: functional communication training, progressive ratio, chained schedule, disruptive behavior

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Lista de Figuras

Artigo 1

Figura 1 – Seleção dos Estudos Segundo o Modelo PRISMA ... 12

Artigo 2

Figura 1 – Fases de Treino do Procedimento para Todos os Participantes ... 51 Figura 2 – Taxa de Respostas (Resp/Min) Disruptivas de Todas as Crianças, em Cada

Uma das Condições Avaliadas nas Sessões de Análise Funcional ... 58 Figura 3 – Taxa de Respostas (Resp/Min) Disruptivas e de Respostas Verbais na Linha

de Base e no Treino de Comunicação Funcional (FCT); e Número de Respostas Acumuladas na Sessão de FCT em Esquema Encadeado para os Participantes do Grupo 1 ... 59 Figura 4 – Taxa de Respostas (Resp/Min) Disruptivas e Verbais na Linha de Base e no

Treino de Comunicação Funcional (FCT); e Número de Respostas Acumuladas na Sessão de FCT em Esquema Encadeado para os Participantes do Grupo 2 ... 60 Figura 5 – Número de Respostas de Realização da Atividade, de Respostas Disruptivas

e de Respostas Verbais em Cada Tentativa da Fase de Comparação entre Esquemas Encadeados para os Participantes do Grupo 1 ... 62 Figura 6 – Número de Respostas de Realização da Atividade, de Respostas Disruptivas

e de Respostas Verbais em Cada Tentativa da Fase de Comparação entre Esquemas Encadeados para os Participantes do Grupo 2 ... 63 Figura 7 – Número de Respostas Acumuladas de Realização da Atividade em Cada

Tentativa para Todos os Participantes na Fase de Comparação entre Esquemas Encadeados ... 64 Figura 8 – Número Total de Respostas Acumuladas (Soma de Todas as Respostas) de

Realização da Atividade, Disruptivas e Verbais de Todos os Participantes dos Grupos 1 e 2 na Fase de Comparação entre Esquemas Encadeados ... 65

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Lista de Tabelas

Artigo 1

Tabela 1 – Procedimento de Busca ... 7 Tabela 2 – Características dos Estudos ... 14

Artigo 2

Tabela 1 – Comportamentos Disruptivos, Comportamento Verbal e da Atividade de Cada um dos Participantes ... 48 Tabela 2 – Número de Pontos para Cada Um dos Participantes, de Ambos os Grupos,

nos Critérios Avaliados no FAST ... 57

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Sumário

Análise Funcional em Intervenções de Functional Communication Training para o Transtorno do Espectro Autista: Uma Revisão Sistemática ... 1

Método ... 6 Fontes de Dados Selecionadas e Palavras de Busca Utilizadas ...6 Procedimento de Busca e Seleção ...6 Critérios de Inclusão e de Exclusão ...7 Procedimento de Análise e de Classificação das Informações ...8 Fidedignidade ...10 Resultados ... 11

Características dos Estudos e dos Participantes ...11 Análise Funcional ...12 Treino de Comunicação Funcional (FCT) ...17 Discussão ... 19 Referências ... 25 Efeitos do Uso de Razão Progressiva em um Esquema Encadeado de Functional

Communication Training ... 43 Método ... 47 Participantes e Ambiente ...47 Acordo entre Observadores ...49 Cálculo de Integridade ...49 Procedimento ...50 Resultados ... 57

Resultados da Fase 1...57 Resultados da Fase 2...58 Discussão e Conclusão ... 66 Referências ... 70 Apêndice ... 75

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Análise Funcional em Intervenções de Functional Communication Training para o Transtorno do Espectro Autista: Uma Revisão Sistemática

O atraso no desenvolvimento da linguagem é um dos primeiros sinais do transtorno do espectro autista (TEA) e seu principal critério diagnóstico (American Psychiatric Association, 2013). A maioria das crianças com autismo apresenta déficits significativos nas linguagens receptiva e expressiva, segundo Mody e Belliveau (2013).

Conforme apontam diversos estudos há uma correlação entre atraso de comunicação e aumento de comportamentos disruptivos (e.g., Bott et al., 1997;

Sigafoos & Tucker, 2000), já que, segundo Mirenda (1997), esses comportamentos têm, com frequência, uma função de comunicação. Como resultado dos atrasos linguísticos, crianças com TEA têm maior probabilidade de apresentar esses comportamentos, devido à incapacidade de comunicar suas necessidades por meios convencionais (Carr

& Durand, 1985). Caso não haja uma intervenção em relação ao comportamento disruptivo, indivíduos portadores de deficiência, incluindo aqueles com TEA, correm o risco de ter o desempenho acadêmico prejudicado, problemas de saúde mental na vida adulta e rejeição por seus pares (Powell et al., 2006). Ademais, o comportamento desafiador também expõe esses indivíduos a níveis mais altos de risco de abusos, negligência (Lowe et al., 2007), vitimização (Sargent et al., 2006) e encarceramento (Blake et al., 2012). Portanto, a fim de diminuir o risco de desagregação e de problemas sociais graves, os comportamentos disruptivos devem ser tratados por meio de uma implementação consistente de práticas baseadas em evidências.

Segundo Skinner (1953/2003), para descrevermos relações entre organismo e ambiente, é necessário identificar “qualquer condição ou evento que tenha algum efeito demonstrável sobre o comportamento” (p. 24). Uma vez identificadas tais condições, é possível controlar o comportamento por meio de manipulações. O processo por meio

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do qual ocorre a identificação das variáveis ambientais funcionalmente responsáveis pela alteração comportamental é denominado análise funcional (p. 38). O termo análise funcional vem sendo utilizado por analistas do comportamento para se referir a procedimentos de avaliação nos quais eventos ambientais são manipulados sistematicamente, ou seja, introduzidos e retirados sob condições especificamente controladas, a fim de avaliar seus efeitos sobre o comportamento (Betz & Fisher, 2011;

Hanley et al., 2003). Pesquisas que examinam modelos de condução de análise funcional vêm sendo produzidas desde a década de 1960, buscando um refinamento metodológico (Carr et al., 1976, 1980; Lovaas & Simmons, 1969).

Carr e Durand (1985) descreveram um modelo de análise funcional no qual duas variáveis antecedentes são manipuladas. Tal modelo propõe o arranjo de operações estabelecedoras, mas não programa consequências ambientais diferenciadas para a ocorrência de respostas disruptivas,1 demonstrando apenas uma relação entre um evento ambiental antecedente e uma resposta disruptiva. Por essa razão, esse modelo foi posteriormente denominado modelo AB (Hanley et al., 2003). Uma vez que, no modelo AB, a resposta disruptiva não produz consequências ambientais diferenciadas, seria contraditório esperar que tal resposta se fortalecesse.

O trabalho publicado por Iwata et al. (1982; 1994) contribuiu significativamente para a área de análise funcional, tendo esses autores descrito um método eficaz para testar sistematicamente a sensibilidade de comportamentos de autoinjúria a contingências de reforçamento positivo, negativo e a reforçamento automático. Para

1 De acordo com a definição de operante de Skinner (1953/2003), adotamos aqui o termo resposta disruptiva por referir-se diretamente à resposta (ação) emitida pelo sujeito diante de um evento ambiental antecedente e que gera consequências no ambiente. Nesse sentido, o comportamento disruptivo é a relação estabelecida pelos eventos antecedentes, a resposta disruptiva em si e as consequências por ela produzidas.

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isso, foram realizadas observação direta e registro de respostas de autoinjúria para quatro diferentes condições (sendo três de teste e uma condição-controle), arranjadas em um delineamento de multielementos. Tal modelo foi posteriormente nomeado, na literatura, como modelo ABC, uma vez que envolve não apenas o arranjo de condições ambientais antecedentes, mas também a programação da consequência ambiental específica a ser produzida pela resposta disruptiva (Hanley et al., 2003).

Enquanto o modelo AB se baseia em inferências, prováveis contingências ou efeitos indiretos de extinção na determinação da função do comportamento, o modelo ABC demonstra relações entre eventos antecedentes, resposta e a consequência mantenedora do comportamento-problema, afirmação essa corroborada pela pesquisa de Potoczaket al. (2007).

Desde a proposta de Iwata et al. (1982; 1994), diversos estudos têm-se proposto a modificar algum aspecto da análise funcional tradicional com o objetivo de responder a possíveis limitações desta última. Northup et al. (1991), por exemplo, avaliaram um formato de análise funcional breve, que posteriormente foi utilizado em diferentes estudos (Derby et al., 1992; Vollmer & Northup, 1996). Nessa modalidade de análise funcional, todas as etapas podem ser concluídas dentro de 90 minutos, e cada condição é avaliada em três ou quatro sessões com duração de 5 a 10 minutos, diferentemente da análise funcional tradicional, que envolve sessões com duração de 10 a 15 minutos e pelo menos três sessões de cada condição. Adicionalmente, a análise funcional breve ocorre no ambiente do paciente e em sua rotina diária, diferentemente da análise funcional tradicional, que é conduzida em ambiente clínico controlado.

Uma segunda alternativa à análise funcional tradicional foi proposta por Thomason-Sassi et al. (2011), que descrevem um procedimento que utiliza a latência de resposta como variável dependente, em vez do uso de taxa ou frequência. Nessa

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modalidade de análise funcional, as condições experimentais são as mesmas utilizadas pela análise funcional tradicional. As sessões duram entre 10 e 15 minutos e são encerradas após a primeira instância do comportamento-problema e a entrega da consequência associada a uma dada condição de teste. O principal benefício é que essa modalidade possibilita a análise de respostas que ocorrem em frequência muito baixa;

em especial, a análise de respostas cuja emissão represente perigo ao participante, como é o caso de respostas de autoinjúria.

Outro modelo de análise funcional bastante mencionado na literatura é a chamada análise funcional baseada em tentativas. Esse modelo foi inicialmente proposto por Sigafoos e Saggers (1995) e posteriormente modificado por Bloom et al.

(2011). Nesse modelo, as sessões são divididas em blocos de tentativas de controle e de teste, sendo cada reforçador avaliado dentro de um teste. Durante o bloco de controle, o reforçador é disponível de forma contínua. Por sua vez, durante o segmento de teste, o reforçador é retido e apenas entregue ao participante mediante a emissão da resposta disruptiva. Usualmente, são realizados blocos de 10 tentativas cada. Uma vez emitida a resposta disruptiva ou após o tempo de 2 minutos, a tentativa é encerrada. O principal benefício dessa modalidade é que as sessões são incorporadas à rotina diária do participante, por exemplo, em uma sala de aula, enquanto nos demais tipos de análise funcional isso não é possível, dada a necessidade de ambiente controlado (Bloom et al., 2011; Bloom et al., 2013; Lambert et al., 2012; LaRue et al., 2010).

Por fim, a literatura traz, ainda, o modelo de análise funcional de contingência sintetizada (Fisher et al., 2016; Hanley et al., 2014; Jessel et al., 2016; Santiago et al., 2016; Slaton et al., 2017; Torres-Viso et al., 2018). Esse modelo refere-se à combinação de duas operações estabelecedoras, correspondentes a consequências que são liberadas simultaneamente na mesma condição de teste. Em suma, uma única

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condição experimental é realizada, testando diferentes consequências reforçadoras (demanda, atenção, tangível, etc.) e uma única consequência é provida para a resposta disruptiva (fuga, atenção, entrega de um item preferido). O processo começa com uma entrevista com respostas abertas, realizadas com pais ou cuidadores (Hanley et al., 2014). Em seguida, breves observações são realizadas para identificar alterações ambientais que possam ocasionar a emissão de respostas disruptivas pelo participante.

Os resultados da entrevista e das observações são usados para desenvolver condições de teste, que geralmente incluem a organização de várias operações estabelecedoras e consequências reforçadoras para as respostas disruptivas. Ao mesmo tempo, é organizada uma condição de controle que implica o acesso não contingente às mesmas consequências reforçadoras produzidas pelas respostas disruptivas.

Considerando-se que, nas revisões de Hanley et al. (2003) e Beavers et al.

(2013) foram avaliados quaisquer procedimentos de análise funcional, fosse em pesquisas apenas sobre esse tema ou como parte do procedimento para outra intervenção, fossem os participantes indivíduos com desenvolvimento atípico (entre eles, o TEA) ou não, objetiva-se realizar uma revisão de literatura que aponte as modalidades de análise funcional utilizadas especificamente em estudos de FCT, que incluam participantes com TEA, de modo a se verificar quais dessas práticas vêm sendo utilizadas e quais têm demonstrado maior sucesso na predição da consequência mantenedora de comportamentos disruptivos para indivíduos com autismo. Busca-se, ainda, analisar que procedimentos têm sido implementados após a finalização do FCT.

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Método

Fontes de Dados Selecionadas e Palavras de Busca Utilizadas

A revisão de literatura foi conduzida com base nas seguintes fontes de dados:

PsycInfo, que é a base de dados da American Psychological Association – APA e contém literatura em psiquiatria, psicologia, ciências do comportamento e áreas afins; o Periódicos CAPES, que oferece acesso a 130 bases referenciais e mais de 37 mil publicações periódicas, nacionais e internacionais; Medline, que possui mais de 34 milhões de trabalhos nas áreas biomédicas e ciências da vida; e Web of Science, que é uma plataforma que dá acesso a múltiplas bases de dados, envolvendo muitas áreas do conhecimento.

As palavras de busca utilizadas incluíram: “análise funcional”; “functional analysis”; “análisis funcional”; “treino de comunicação funcional”; “functional communication training”; “entrenamiento para comunicación funcional”; FCT;

autismo; autism; TEA; e ASD.2 Procedimento de Busca e Seleção

Nas bases de dados PsycINFO, Medline e Web of Science foram utilizadas as palavras de busca em qualquer campo e empregado o filtro: somente artigos revisados por pares. No Portal de Periódico CAPES, foram utilizadas as palavras de busca mencionadas e as palavras relacionadas ao treino de comunicação funcional foram empregadas apenas no título. Já as demais, relacionadas a análise funcional e autismo, em qualquer campo. Essa decisão foi tomada em razão do grande volume de estudos que surgiram das buscas considerando apenas a opção “em qualquer campo”. A Tabela 1 resume os procedimentos de busca.

2Autism spectrum disorder, sigla em inglês para transtorno do espectro autista.

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Tabela 1

Procedimento de Busca

Fonte de dados Palavras de busca Filtros

PsycInfo Medline

Web of Science

“análise funcional” OR “functional analysis” OR “análisis funcional”

AND “autismo” OR “autism” OR

“TEA” OR “ASD” AND “Treino de Comunicação Funcional” OR

“Functional Communication Training” OR “Entrenamiento para Comunicación Funcional” OR

“FCT”

Artigos revisados por pares

Portal de Periódicos CAPES

Artigos revisados por pares

Palavras relacionadas ao Treino de Comunicação Funcional buscadas apenas no título

Os títulos, os resumos e as palavras-chave dos artigos identificados com base no procedimento mencionado foram lidos, a fim de se verificar se cada artigo atende aos critérios de inclusão. Quando não foi possível fazer essa avaliação com base na leitura desses itens, os artigos foram lidos na íntegra.

Critérios de Inclusão e de Exclusão

Foram incluídos estudos que: (a) utilizam algum método de análise funcional que inclua manipulação de pelo menos duas condições para identificar a função do comportamento-alvo a ser modificado pelo FCT; (b) especifiquem qual modalidade de análise funcional foi utilizada e quais os resultados obtidos; e (c) tenham todos os participantes com diagnóstico de TEA. Foram analisados apenas estudos de pesquisas aplicadas que utilizem delineamento de sujeito único e excluídos estudos teórico- conceituais, estudos descritivos (que não manipulem nenhuma variável) e revisões de literatura.

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Procedimento de Análise e de Classificação das Informações

Os estudos que preencherem os critérios de inclusão estabelecidos foram lidos na íntegra e analisados de acordo com as seguintes variáveis:

Modelo de Análise Funcional. Foram coletados dados para determinar qual dos dois tipos gerais de análise funcional foi utilizado: (a) modelo AB, de Carr e Durand (1985), que propõe a manipulação apenas da variável ambiental antecedente;

ou (b) modelo ABC, proposto inicialmente por Iwata et al. (1982, 1994), que preconiza a manipulação de variáveis ambientais antecedentes e consequentes.

Método de Análise Funcional. Buscou-se dados para determinar qual das modalidades de análise funcional foi utilizada em cada estudo: (a) análise funcional tradicional (Iwata et al., 1982, 1994); (b) análise funcional breve (Northup et al., 1991);

(c) análise funcional por medida de latência (Thomason-Sassi et al., 2011); (d) análise funcional por tentativas (Bloom et al., 2011); ou (e) análise funcional de contingência sintetizada (Hanley et al., 2014).

Avaliações Adicionais. Coletou-se dados sobre o uso, em cada estudo, de avaliação indireta, como: (a) entrevistas, (b) questionários, (c) checklists, escalas e/ou avaliações descritivas (ABC narrativa, ABC de registro contínuo).

Condições Experimentais. Foram identificadas as consequências mantenedoras dos comportamentos-alvo avaliados, tais como: (a) atenção, (b) tangível, (c) remoção da demanda; (d) sozinho; (e) controle; e (f) ignorar. Nos casos em que mais de uma consequência foi identificada, todas foram registradas.

Delineamento Experimental. Foram identificados os delineamentos experimentais utilizados para demonstrar os efeitos da consequência mantenedora sobre o comportamento disruptivo, categorizados como: (a) reversão; (b) multielementos; (c) linha de base múltipla (entre participantes; entre comportamentos de um mesmo

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participante; entre diferentes situações: diferentes locais de aplicação, diferentes agentes de intervenção, entre outros); (d) emparelhamento de condição de teste e controle; (e) por tentativa; (f) de análise funcional breve; (g) latência; e (h) outros.

Identificação da Consequência Mantenedora. Foram coletados dados para identificar se a análise funcional realizada foi eficaz para prover informação adequada ao planejamento para implementação do treino de comunicação funcional. Para isso, foram analisados os resultados do FCT, a fim de se verificar se houve redução na resposta-alvo da intervenção. De acordo com essa análise, a identificação da consequência mantenedora foi classificada como: (a) eficaz – o FCT produziu diminuição importante do comportamento disruptivo (50% ou mais); (b) parcialmente eficaz – o FCT produziu diminuição pouco expressiva do comportamento disruptivo:

de 10% a 49%; (c) ineficaz – o FCT não produziu diminuição ou produziu diminuição irrelevante do comportamento disruptivo (0 a 9%).

Consequência Mantenedora Identificada. Foram coletados dados para determinar qual consequência mantenedora foi identificada pela análise funcional realizada: (a) atenção; (b) tangível; (c) fuga ou esquiva de tarefas; (d) autoestimulação;

(e) ignorar; e (f) consequência idiossincrática.

Resposta de Comunicação Ensinada pelo FCT. Buscou-se dados para determinar qual resposta de comunicação foi selecionada para ser ensinada: (a) resposta vocal; (b) sinal, gesto e figuras; e (c) dispositivo gerador de fala.

Procedimento Realizado após o FCT. Coletou-se dados sobre qual foi o procedimento realizado após o procedimento de FCT: (a) teste de generalização para outro local, pessoa ou situação; (b) Verificação de manutenção após quanto tempo de terminada a intervenção; (c) produção da manutenção mediante esquema de reforçamento mais fino; (d) ensino da tarefa; (e) avaliação de preferência pelo tipo de

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comunicação ensinada; (f) comparação da eficácia do mando ensinado; e (g) efeito do atraso no reforçamento.

Fidedignidade

O procedimento empregado na busca e na seleção dos artigos foi replicado por outro pesquisador. A busca e a seleção foram feitas integralmente pelo segundo pesquisador, de acordo com o procedimento utilizado por esta pesquisadora; o segundo pesquisador analisou 40% dos artigos selecionados, a fim de categorizar as informações dos artigos segundo as variáveis e respectivas categorias aqui apresentadas. A fidedignidade, tanto da busca e seleção quanto da categorização foi calculada somando- se o número de concordâncias, dividindo-se pelo número de concordâncias mais discordâncias e multiplicando-se por 100. O resultado do índice de concordância foi de 91% para a seleção e de 93% para a categorização.

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Resultados

As buscas nas bases de dados geraram um total de 257 estudos. Após a remoção de estudos repetidos, 160 foram analisados quanto aos critérios de exclusão, restando 77 artigos. Com a análise dos critérios de inclusão, 44 estudos permaneceram para análise completa.

Características dos Estudos e dos Participantes

Os 44 estudos selecionados foram publicados entre 1996 e 2022. Treze publicações foram encontradas entre 1996 e 2012. A partir de 2013 e até 2022, entretanto, nota-se que as publicações sobre FCT para o público com TEA foram recorrentes, principalmente entre 2016 e 2020, com três a seis estudos por ano.

Em relação aos periódicos em que os estudos foram publicados, destaca-se o Journal of Applied Behavior Analysis, com 12 publicações (27%), seguido por Behavior Modification, com cinco publicações (11%). O Journal of Positive Behavior Interventions e o Behavioral Interventions publicaram três artigos cada (6%) e em três outros periódicos (Focus on Autism and Other Developmental Disabilities, Journal of Developmental and Physical Disabilities e Behavior Analysis in Practice) foram identificados dois estudos cada (4%). Nos 15 periódicos restantes foi encontrado um artigo em cada (2%). Salienta-se que os periódicos em que mais constam estudos são focados em intervenções analítico-comportamentais. Além disso, todos os periódicos são estrangeiros, com estudos escritos na língua inglesa.

A Figura 1 apresenta os resultados das várias etapas do processo de seleção dos artigos a serem analisados.

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Figura 1

Seleção dos Estudos Segundo o Modelo PRISMA

Um total de 100 indivíduos com TEA fez parte dos estudos identificados, com idades entre 2 e 39 anos (M= 9,01; DP= 6,74), sendo 78 desses participantes (78%) crianças de 2 a 11 anos, 14 participantes (14%), adolescentes com idades entre 12 e 17 anos; e 8 participantes (8%), adultos entre 18 e 39 anos.

Análise Funcional

Quatorze estudos mencionam ter realizado, antes da análise funcional, entrevistas, com ou sem aplicação de escalas. Dentre eles, dois (4%) mencionam a utilização dos modelos de entrevistas semiestruturadas Open-ended Functional Assessment Interview (Hanley, 2012), Caregiver Preference Assessment Interview (Conroy, 2008) e Functional Analysis Interview (O'Neill et al., 1997). Além disso, um dos estudos (2%) também reportou a utilização de questionários, sem especificação dos mesmos. Por fim, seis artigos (13%) mencionaram a utilização de escalas, dois usando a Motivational Assessment Scale (Durand & Crimmins, 1988) e três utilizando a

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Functional Analysis Screening Tool - FAST (Iwata et al., 2013). Um estudo utilizou ambas as escalas.

Em relação à análise funcional, todos os estudos elegeram o modelo ABC de avaliação, sendo que um utilizou ambos os modelos AB e ABC. Dentre os que utilizaram o modelo ABC, 34 (77%) fizeram a análise utilizando o método tradicional desenvolvido inicialmente por Iwata et al. (1994), a maioria envolvendo as condições de atenção, tangível, demanda e controle. Sete artigos incluíram a condição ignorar e outros nove, a condição sozinho. O delineamento multielementos foi utilizado em 29 de 34 dessas manipulações (85%), a reversão, em duas (5%), o delineamento por tentativas, em uma (2%) e em três estudos (8%) não foi possível identificar o delineamento utilizado.

Os métodos de análise funcional breve (Northup et al., 1991) e por tentativas (Bloom, 2011) foram os segundos mais utilizados, estando presentes em cinco (11%) e quatro estudos (9%), respectivamente. Assim como no método tradicional, as condições empregadas em quase todos esses estudos envolveram atenção, tangível e demanda. Em menores números ocorreram as condições-controle (5), ignorar (2) e sozinho (1). Em relação ao delineamento utilizado, dos cinco artigos cujo método foi breve, apenas um utilizou o delineamento de análise funcional breve e os demais utilizaram o delineamento multielementos, sendo que um deles também incluiu reversão. Já entre os que optaram pela análise funcional por tentativas, três utilizaram o delineamento por tentativas e um, o multielementos. A Tabela 2 mostra as características dos estudos selecionados.

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Tabela 2

Características dos Estudos

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A análise funcional por latência (Thomason-Sassi et al., 2011) foi utilizada em dois estudos (4%), sendo que em um desses dois também foi empregada a análise funcional breve. Um estudo (2%) utilizou a contingência sintetizada (Hanley et al., 2014) em conjunto com o método tradicional. As condições experimentais de demanda e controle foram empregadas nos três artigos, nos quais a análise funcional de latência e contingência sintetizada foram empregadas; atenção e tangível foram utilizadas em outros dois artigos, e as condições sozinho e ignorar, em um artigo. O delineamento da análise funcional de latência foi usado em um dos dois estudos que empregaram análise funcional por latência, já o segundo estudo que empregou a análise por latência utilizou o delineamento multielementos com reversão. Por fim, a análise de contingência sintetizada contou com o delineamento multielementos.

Após a realização da análise funcional, as consequências mantenedoras que mais foram identificadas nos estudos foram tangível e fuga/esquiva, em 31 (70%) e 32 (72%) estudos, respectivamente. A atenção para o comportamento disruptivo ocorreu em 21 (47%) dos estudos. Em menor número, autoestimulação, idiossincrática e ignorar foram consequências mantenedoras em três (6%), um (2%) e três artigos (6%), respectivamente.

É possível notar que, embora uma variedade de métodos já existentes para a condução de análise funcional tenha sido identificada, a maior parte dos estudos elegeu o método tradicional, incluindo principalmente as condições de atenção, tangível, demanda e controle, em um delineamento multielementos. Os resultados da maioria dessas análises, por conseguinte, indicam manutenção do comportamento por reforçamento positivo (atenção e tangível) e negativo (fuga e esquiva).

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Treino de Comunicação Funcional (FCT)

Ao realizar a análise funcional, os autores dos estudos tornaram-se aptos a desenvolver estratégias para lidar com os comportamentos disruptivos dos participantes. Destaca-se, no presente estudo, a implementação do FCT como alternativa a esses comportamentos.

A análise das intervenções realizadas nos estudos apontou que em 25 artigos (56%) foi escolhida uma resposta de comunicação vocal a ser ensinada ao participante, seguidos por 22 artigos (50%) com respostas gestuais, sinais ou utilização de figuras; e oito artigos (18%) nos quais dispositivos geradores de fala foram usados. Em um estudo não foi possível classificar o tipo de resposta ensinada. Deve-se ressaltar que a resposta de comunicação a ser escolhida e ensinada depende do repertório comportamental que o indivíduo apresenta no momento da intervenção e, por isso, cada participante requer um tipo de resposta. Como alguns estudos selecionaram mais do que um participante, notou-se que, em sete estudos, respostas vocais e gestuais foram escolhidas como respostas-alvo; em um estudo foram escolhidas respostas vocais e dispositivo gerador de fala; e em quatro artigos foram escolhidas resposta gestual e o dispositivo gerador de fala.

O delineamento experimental mais utilizado nas intervenções em FCT foi o de reversão, em 18 estudos (40%), seguido por delineamento de linha de base múltipla (17 estudos, 38%), multielementos (9 estudos, 20%) e de sonda (3 estudos, 6%). Destaca-se que em três artigos, dois delineamentos experimentais foram utilizados em conjunto, dois deles envolvendo delineamento de sonda com linha de base múltipla e o terceiro empregou delineamento multielementos com reversão.

Em relação à identificação da consequência mantenedora na análise funcional, apenas um (2%) dos 44 estudos foi classificado como ineficaz. Entretanto, cabe

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ressaltar que, nesse caso, a pesquisa foi realizada justamente com o objetivo de determinar razões para falhas em intervenções conduzidas à distância. Todos os demais 43 estudos (98%) obtiveram resultados classificados como eficazes, sendo dois deles (4%) classificados também como parcialmente eficazes, já que possuíam mais de um participante.

Após o ensino da resposta de comunicação, 22 dos estudos (50%) realizaram algum procedimento. Foi identificado que, em oito (18%) dos 44 estudos, a manutenção da resposta foi avaliada em períodos que variaram desde duas semanas até 24 meses após a intervenção. Além disso, em três dessas pesquisas, foi observado que a manutenção da resposta foi avaliada mais de uma vez, em duas e quatro semanas após a intervenção, avaliação mensal durante o período de oito meses e no quinto, décimo segundo e vigésimo quarto mês depois da intervenção.

O teste de generalização e a manutenção da resposta com esquema mais fino foram identificados em sete (15%) e seis estudos (13%), respectivamente. Em menor número, o efeito do atraso no reforçamento foi identificado em quatro estudos (9%), a avaliação de preferência pela comunicação ensinada, em três estudos (6%) e a comparação da eficácia do mando ensinado ocorreu em dois estudos (4%).

Com base nos dados apresentados, pode-se dizer que respostas vocais e gestuais/figuras foram as mais convenientes a serem ensinadas durante o FCT. Além disso, os estudos sugerem a eficácia no ensino de respostas de comunicação funcional para a redução de comportamentos problemáticos, principalmente quando a intervenção é precedida pela análise funcional, em que se manipulam as variáveis para identificar a função dos comportamentos. Adicionalmente, notou-se que metade das pesquisas realizaram algum procedimento após o FCT, o que pode indicar que futuras intervenções precisem englobar aspectos que auxiliem a manutenção e generalização da resposta ensinada.

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Discussão

Na literatura analítico-comportamental recente, é comum identificar-se intervenções individualizadas que buscam relações funcionais entre o comportamento disruptivo e as variáveis do ambiente por meio da avaliação funcional (Iwata &

Worsdell, 2005). A identificação de relações funcionais por meio dessa metodologia tem demonstrado efetividade no que se refere à posterior redução em comportamentos- problema por meio de intervenções (Hurl et al., 2016; Miltenberger et al., 2019).

A maior parte da população submetida aos procedimentos alvo dos estudos constantes desta revisão foi de crianças, assim como nas revisões sobre análise funcional de Hanley et al. (2003) e Beavers et al. (2013). Esse dado corrobora a informação a respeito da alta prevalência de comportamentos disruptivos nessa população (McTiernan et al., 2011; Murphy et al., 2009).

O uso de entrevistas e escalas antes da análise funcional foi identificado em 31% dos estudos, mostrando que o método de avaliação indireta tem sido pouco utilizado (Beavers et al., 2013; Hanley et al., 2003). Embora a avaliação baseada em relato verbal seja menos confiável do que a observação direta, a utilização de entrevistas e escalas requer menor tempo (Hanley et al., 2003), mas não é recomendável que sejam os únicos meios de avaliação (Alter et al., 2008). Além disso, há evidências de que o uso de avaliação indireta e da avaliação experimental em indivíduos com TEA podem produzir dados conclusivos sobre a função do comportamento (Tarbox et al., 2009), bem como suplementar a avaliação experimental (Hanley et al., 2003). Por exemplo, muitas vezes a avaliação experimental pode não englobar todos os aspectos ambientais relevantes relacionados ao comportamento em análise. Alguns podem incluir estados privados relacionados a doenças, detalhes sobre reforçadores e operações motivadoras, e a distância temporal entre eventos (Carr, 1994;

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Horner, 1994; Repp, 1994). Desta forma, a avaliação indireta pode contribuir para a identificação mais completa de variáveis das quais o comportamento é função.

Todas as pesquisas englobadas na presente análise utilizaram o modelo ABC de análise funcional experimental e apenas um dos estudos usou também o modelo AB. O modelo ABC fornece um método mais rigoroso quando comparado ao AB, já que este último identifica apenas os contextos nos quais o comportamento ocorre, não confirmando de forma integral a função do comportamento e, por vezes, resultando em interpretações errôneas (Lloyd et al., 2016). Considerando o decréscimo do uso do modelo AB em pesquisas encontradas em revisões passadas (Beavers et al., 2013;

Hanley et al., 2003), pode-se dizer que os pesquisadores estão empregando métodos mais completos e confiáveis de identificação da função dos comportamentos-problema.

Grande parte dos estudos (77%) empregou o modelo tradicional de análise funcional, seguido pelos modelos breve (11%) e por tentativas (9%). O modelo tradicional foi desenvolvido por Iwata et al. (1994), e atualmente é o mais utilizado por pesquisadores e profissionais, tornando-se o modelo padrão de análise funcional e trazendo efetividade ao identificar as variáveis que controlam o comportamento (Jessel et al., 2020). Desenvolvido posteriormente, o modelo breve é caracterizado pela redução no tempo necessário para realizar as análises. A literatura aponta efetividade desse tipo de análise funcional (Gardner et al., 2012), que, no entanto, é limitado pelo fato de que pode não ser útil quando o comportamento disruptivo ocorre em baixa frequência (Derby et al., 1992). Há indícios de correspondências quando os resultados do modelo breve são comparados aos do tradicional (Tincani et al., 1999). Em relação ao modelo por tentativas, a literatura mostra também eficácia na identificação da função do comportamento disruptivo e posterior intervenção (Austin et al., 2015;

Lambert et al., 2012; Schmidt et al., 2013), bem como correspondência entre os

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resultados da análise funcional tradicional e por tentativas (Bloom et al., 2011; LaRue et al., 2010).

Em menor número, a análise funcional por latência e a contingência sintetizada apareceram em duas e uma publicações, respectivamente. A análise funcional por latência, embora não muito estudada ainda, também apresenta resultados promissores no que tange à identificação da função do comportamento (Davis et al., 2013) e à comparação com a análise funcional tradicional (Call et al., 2009; Thomason-Sassi et al., 2011). O mesmo pode ser dito a respeito da contingência sintetizada (Hanley et al., 2014; Taylor et al., 2018), sendo que, em uma revisão recente, em que se identificaram estudos nos quais esse modelo foi aplicado, foram demonstrados ganhos em intervenções (Coffey et al., 2020).

As condições experimentais que mais apareceram nos estudos foram atenção, tangível e demanda, em um delineamento multielementos. Embora as condições geralmente estejam relacionadas às hipóteses sobre a função do comportamento disruptivo, nota-se que as condições mais empregadas e os delineamentos são os mesmos propostos inicialmente por Iwata et al. (1994). Beavers et al. (2013) e Hanley et al. (2003) também identificaram a mesma tendência em anos anteriores. Esses dados sugerem que o modelo tradicional ainda possui grande influência nas avaliações funcionais que têm sido conduzidas.

Em suma, desde que Iwata et al. (1994) apresentaram um modelo para a manipulação de variáveis em uma análise funcional, muitas variações foram desenvolvidas para aumentar a eficiência e a flexibilidade no processo (Miltenberger et al., 2019). Algumas vantagens dessas variações em relação à análise funcional tradicional incluem redução no tempo de avaliação, redução no risco de danos para os indivíduos, maior integração dentro da rotina no ambiente natural e menos

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reforçamento para o comportamento-alvo (Lydon et al., 2012). Essas variáveis precisam ser levadas em consideração no momento em que o modelo de análise funcional é eleito.

Com base em um dos focos do presente estudo, a análise de publicações que empregaram FCT em indivíduos com TEA, foi possível identificar características relevantes do procedimento. Dos 100 indivíduos submetidos ao FCT, 92 (92%) foram crianças e adolescentes, e os oito restantes (8%), adultos. Esse dado corrobora os resultados de Gerow et al. (2018), que identificou um número maior de intervenções aplicadas no público infantil envolvendo vários diagnósticos. Além disso, esses autores reportaram que mais da metade dos participantes (57%) possuíam o diagnóstico de TEA, aproximando-se das características diagnósticas dos participantes identificados no presente estudo. Em outro estudo, Gregori et al., 2019 revisaram a literatura de FCT voltada ao público adulto e, com base em 20 estudos, foi possível determinar que a intervenção é baseada em evidências, tendo em vista a efetividade encontrada nas análises. O motivo pelo qual há poucos estudos com adultos ainda é desconhecido.

Pode-se inferir, como já mencionado antes, que a prevalência de comportamentos disruptivos seja maior no público infantil (McTiernan et al., 2011; Murphy et al., 2009).

A maior parte das respostas de comunicação ensinadas foram vocais e gestuais, o que também vai ao encontro dos dados de outros estudos (Gerow et al., 2018; Gregori et al., 2019). É de conhecimento que a seleção da resposta a ser ensinada depende do repertório do indivíduo que faz parte da intervenção. Além disso, alguns fatores precisam ser considerados no momento da seleção, a citar: o custo da resposta; o reconhecimento social da resposta; o tempo para aquisição da resposta; quem implementará a intervenção e onde; quais as condições iniciais de aprendizagem e as estratégias para promover a generalização (Tiger et al., 2008). Avaliar esses fatores

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pode aumentar as chances de se promover uma intervenção em FCT com maior eficácia.

A manutenção da resposta de comunicação foi demonstrada em oito estudos (18%), em períodos que variaram entre duas semanas e 24 meses após a intervenção, e entre uma e oito vezes para um mesmo indivíduo. No estudo de Ghaemmaghami et al.

(2021), de forma similar, encontraram-se estudos de FCT demonstrando a manutenção da resposta em 18% das aplicações, embora os autores tenham selecionado apenas procedimentos de manutenção aplicados acima de seis meses após o término do procedimento e, no presente estudo, o período para início da avaliação da manutenção não foi pré-estabelecido. Futuros estudos sobre FCT poderiam incluir a manutenção da resposta como procedimento padrão, já que sua falta pode implicar a ressurgência do comportamento disruptivo (Bouton et al., 2012; Kelley et al., 2015).

A generalização das respostas foi verificada em apenas 15% das pesquisas. De fato, os estudos em FCT têm mostrado que poucas aplicações mostram a generalização da resposta ensinada (Berg et al., 2007; Ghaemmaghami et al., 2021; Wacker et al., 2005), indicando a necessidade de que futuros estudos também planejem a generalização como parte integrante da intervenção.

A manutenção da resposta de comunicação por meio de um esquema mais fino ocorreu em seis estudos (13%), e por meio do atraso no reforçamento, em quatro estudos (9%). Esses procedimentos alternativos por vezes são necessários porque estabelecer uma resposta de comunicação alternativa pode não ser suficiente. Em alguns casos essa resposta ocorre em alta frequência e o reforçamento sistemático se torna difícil (Hagopian et al., 1998; Tiger et al., 2008). Todavia, a execução do procedimento deve ser implementada com cautela, pois a contingência pode ser

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enfraquecida, resultando na ressurgência do comportamento-problema (Hagopian et al., 2011).

Outro procedimento, identificado em uma pequena parcela dos estudos (6%), é a avaliação de preferência pelo mando ensinado durante o FCT. Essa avaliação pode fornecer informações a respeito de quão custosa uma resposta pode ser para um indivíduo, bem como promover o envolvimento do cliente no desenvolvimento da intervenção (Sigafoos et al., 2005). Kunnavatana et al. (2018) pontuaram que é possível determinar a preferência individual pela topografia do mando ensinado durante a aquisição da resposta e, posteriormente, implementar o FCT. Além disso, a proficiência do indivíduo em relação à resposta de comunicação ensinada está associada com a efetividade da intervenção (Ringdahl et al., 2009), o que indica a importância de os estudos dessa linha de pesquisa levarem em consideração a preferência do indivíduo.

Por fim, em relação à efetividade da intervenção em FCT no que se refere ao comportamento disruptivo, a grande maioria das pesquisas (98%) contou com práticas que foram classificadas como eficazes na redução do comportamento-problema e no aumento de respostas de comunicação alternativas. Esse resultado também se alinha com os achados na literatura, que pontuam o FCT como intervenção eficaz e baseada em evidências, inclusive para indivíduos com TEA (Gerow et al., 2018;

Ghaemmaghami et al., 2021; Gregori et al., 2019).

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Referências

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