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Avaliação (Campinas) vol.13 número3

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Academic year: 2018

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623 Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 13, n. 3, p. 623-624, nov. 2008.

EDITORIAL

A

o longo de seus doze anos de existência e 49 edições, esta Revista tem procurado ser um espaço em que a comunidade acadêmica discute suas idéias, propostas, análises e publica seus estudos sobre variados aspectos da educação superior e da avaliação. Respeitando sempre o princípio democrático da liberdade de pensamento, defendemos que a educação é um bem público e direito social que deve ser disponibilizado com qualidade a todos e orientado para a construção da sociedade democrática. Nessa perspectiva do social e público é que também entendemos a avaliação. Talvez mais que no passado, a educação superior, hoje, deixou de ser uma questão que interessa quase somente àqueles que mais proximamente se dedicam ao ensino, à pesquisa e à aprendizagem, e adquiriu uma grande centralidade nos espaços públicos em que se decidem os destinos do mundo. Isto se deve ao papel fundamental que o conhecimento tem na sociedade de economia global e às funções

pro-issionalistas que a formação superior passou a ter em vista das exigências do

mercado de trabalho. Dois paradigmas disputam hegemonia na avaliação da educação superior. Uma avaliação de orientação produtivista e marcadamente quantitativista, predominante, atualmente, cujos critérios e metodologias qua-se qua-sempre são determinados externamente, e, por outro lado, um modelo de avaliação democrático e participativo, socialmente construído e que instaura uma relação dialógica entre a comunidade acadêmica e os representantes dos organismos estatais. Como se lê em vários dos textos apresentados nesta

edi-ção, é muito preocupante a tendência que hoje se veriica no Brasil (também

em outros países) de transformar a avaliação em mero instrumento de controle (isto é, controle pelo controle), a partir da suposição no mínimo discutível de que os números e os rankings são os únicos e mais irrefutáveis indicadores de qualidade. Essa suposição é levada tão a sério pelos organismos de regulação que os índices quantitativos, que geram os rankings – oiciais! – passam a idéia

de serem eles a própria avaliação. O resultado dessas práticas é a modelação das

instituições e do sistema segundo os valores que esses índices airmam como prioritários: desempenho institucional (produtividade e eiciência administrati -va), desempenho estudantil em exames etc. O grande risco é o do deslizamento da autonomia da universidade e do professor e pesquisador para os organismos de avaliação e regulação do Estado. Com a supremacia quase absoluta das

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624 Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 13, n. 3, p. 623-624, nov. 2008. de sentido participativo e relexivo. E os temas essenciais da pertinência e da

relevância social não são postos em questão.

Nesta edição o leitor encontrará um conjunto de textos que tratam de vários temas relativos à pós-graduação e à graduação. São discutidos temas de grande atualidade, como a Pós-graduação e os novos modos de produção do

conhe-cimento (MOREIRA E VELhO), autonomia e inanciamento (AMARAL),

ENADE (BORDAS et al.), CPAs e regulação do setor privado (CARNEIRO & NOVAES), expansão do capitalismo universitário (MARTINS), avaliação do PPI por funcionários (ALBERTO & BALzAN), conhecimento, formação

e o peril de estudantes nas IES periféricas (BRITO et al.) e a acreditação de cursos de engenharia, na Argentina (VILLANUEVA).

Um segundo bloco de textos tem origem no Seminário Internacional: “Educação Superior: Avaliação e Tendências na América Latina e no Caribe”, realizado na Universidade de Sorocaba, nos dias 15 e 16. Esse Seminário con-tou com a participação de professores de 13 universidades brasileiras e duas estrangeiras e foi promovida pela RAIES (Rede da Avaliação da Educação Superior, responsável por esta Revista) e pela UNISO (Grupo de Estudos sobre Educação Superior, do Programa de Pós-graduação em Educação), com apoio da CAPES (a quem agradecemos). Duas preocupações são as mais fortes e constantes nos textos que resumem as diversas manifestações havidas nesse Seminário Internacional: a crescente mercantilização da educação superior e os mais recentes procedimentos avaliativos conduzidos pelo INEP, especialmente os que geraram o ranking há pouco amplamente divulgados pelos meios de comunicação. Também apresentamos uma brevíssima entrevista com um dos participantes estrangeiros, Francisco López Segrera.

Lembramos que Avaliação conta agora com mais um indexador interna-cional: RISEU- Red de Investigadores sobre Educación Superior www.riseu. unam.mx

Lembramos, ainda, que a Revista Avaliação pode ser acessada no endereço eletrônico: www.scielo.br/aval

Esperamos que esta edição esteja à altura das exigências dos nossos leito-res.

Referências

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