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Repositório Institucional UFC: Honorários contábeis: um estudo sobre os fatores que influenciam na formação do seu valor

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HONORÁRIOS CONTÁBEIS: um estudo sobre os fatores que influenciam na formação do seu valor

Autor: Filipe Carvalho de Abreu Orientadora: Profª. Jeanne Marguerite Molina Moreira, Ms

RESUMO

A classe contábil possui um vasto número de profissionais, e por esse motivo, a competitividade é sempre um fator que influencia sobre o valor a ser cobrado pelos contabilistas. A constatação de diferenças entre a remuneração paga aos contadores pelos serviços similares prestados é notória. Assim, a construção da pesquisa que se apresenta parte do pressuposto de que não poderia haver diferenças relevantes em relação a um serviço com as mesmas características. A pesquisa tem como objetivo geral verificar os fatores que são levados em consideração pelos contabilistas no momento de estabelecer os honorários pelos serviços prestados. A pesquisa tem como objetivos específicos verificar se os profissionais estão satisfeitos com o exercício da profissão; observar o comportamento dos contadores diante do Código de Ética Profissional e ainda, se há um fator determinante para definir os honorários. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e a coleta das informações foi feita por meio de aplicação de questionário estruturado enviado por meio eletrônico pelo CRC-CE. Os resultados mostram que o regime tributário é o item que tem maior relevância para estipular os honorários contábeis.

Palavras chave: Prestação de serviço. Honorários. Contabilistas.

1. INTRODUÇÃO

A organização de serviço contábil pode ser constituída como uma pessoa física ou jurídica, estabelecida de acordo com sua definição legal, que tem como objetivo principal prestar serviços de natureza contábil, se inserindo em um mercado competitivo, no qual o empresário contábil tem que ter conhecimento dos preços praticados além de se preocupar em se manter atualizado e receber um valor justo por isso.

Independentemente do setor no qual o profissional esteja inserido, sempre haverá concorrência, com a classe contábil não poderia ser diferente. Entretanto, para conquistar mais clientes, alguns contadores chegam a trabalhar com preços abaixo da média, o que prejudica a classe, gerando uma desvalorização dos serviços prestados.

O fato de a classe contábil contar com um vasto número de profissionais, faz com que a competitividade seja quase sempre um fator que influencia sobre o valor a ser cobrado pelo profissional.

A concorrência em si não é algo prejudicial, desde que todos se esforcem para prestar o melhor serviço. Teoricamente, o contador deveria ser valorizado pelo fato de prestar o melhor serviço, mas uma pesquisa realizada pelo CRC-CE em 2009 constatou que há uma disputa entre profissionais de contabilidade baseada unicamente em preços. Sendo assim, pode-se inferir que a escolha do cliente está mais atrelada ao preço cobrado que a qualidade do serviço prestado.

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Para se manter ativo no mercado, que é composto por clientes cada vez mais informados e exigentes, o contador deve sempre buscar novos conhecimentos e basear-se na ética para estipular seu honorário, deixando claro, em contrato, todos os serviços que serão prestados, bem como o valor de seus honorários fixos e os valores extras, em caso de aumento de trabalho durante o decorrer do exercício.

O contador também é um profissional qualificado para a apuração de tributos. Fornece informações de obrigações acessórias, como a DIPJ, SPED, dentre outras, tendo que cumprir prazos e arcar com custos decorrentes de eventuais multas por atrasos no envio dessas informações ou quaisquer erros por ele cometidos.

A evolução tecnológica fez com que os procedimentos de contabilização, escrituração, elaboração das declarações acessórias, estejam interligados nos sistemas, sendo tudo importado por meio de procedimentos informatizados. Isso requer do contador uma constante atualização não só no que diz respeito à legislação, mas também em relação aos recursos tecnológicos.

Os profissionais que desconhecem o mundo informatizado estão tendo que passar por um processo de aprendizagem que termina, algumas vezes, na própria desistência da continuidade na profissão. Um fator que exige essa reciclagem dos contadores antigos são as normas contábeis, que convergem para uma padronização internacional, que não é o foco deste trabalho.

A constatação de diferenças entre a remuneração paga aos contadores pelo mesmo serviço prestado chama a atenção das entidades profissionais.

Diante dos fatos elencados, a construção da pesquisa que se apresenta parte do pressuposto de que não poderia haver diferenças relevantes a menor nos preços cobrados pelos contabilistas em relação a um serviço com as mesmas características, somente em relação ao volume ou complexidade das atividades desenvolvidas pelos profissionais. Dessa forma busca-se responder ao seguinte problema: quais fatores são levados em consideração pelos contabilistas no momento de estabelecer os honorários pelos serviços prestados?

O trabalho tem como objetivo geral verificar os fatores determinantes e os que são levados em consideração pelos contabilistas no momento de estabelecer os honorários pelos serviços prestados, assim como o grau de importância de cada um.

De modo específico, a pesquisa objetiva verificar se os profissionais estão satisfeitos com o exercício da profissão; observar o comportamento dos contadores diante do Código de Ética Profissional.

Vale ressaltar que a precificação é importante para o sucesso e continuidade de qualquer negócio, já que se não for estipulado um valor que cubra os custos do serviço prestado, e gere lucro, certamente a organização contábil ou qualquer empresa com fins lucrativos estará fadada ao fracasso.

O instrumento de pesquisa a ser utilizado será um questionário estruturado, enviado pelo CRC-CE por meio eletrônico aos contadores do Município de Fortaleza com perguntas objetivas e subjetivas, sobre o grau de importância que cada variável tem na composição dos honorários pagos por seus clientes.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

As mudanças pelas quais o mundo contábil tem passado requer que o profissional seja hábil em adaptar-se a elas, pois sempre há novas legislações vigentes e o profissional acaba tendo que administrar essas informações fundamentais para o exercício da profissão.

Para Acquaviva “honorário é o que se dá em retribuição à prestação de um trabalho tido por nobre” (2000, p 31). A palavra deriva do latim honos, que significa “honra”. Nos

tempos atuais, tem um significado de pagamento realizado por serviços de especial merecimento, mas originalmente honorarium era um tipo de propina paga em troca de uma

indicação a um posto honorário.

As opiniões de diversos autores convergem para a ideia de que o profissional contábil deve adotar métodos que garantam a valorização dos seus serviços. Diante disso, podem-se destacar algumas teorias que melhor explicam essa temática.

2.1 Contrato de Prestação de Serviço

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou em 2003 a Resolução nº 987 que traz algumas orientações no que diz respeito aos contratos de prestação de serviço:

Art. 1º O contabilista ou a organização contábil deverá manter contrato por escrito de prestação de serviços.

Parágrafo único. O contrato escrito tem por finalidade comprovar os limites e a extensão da responsabilidade técnica, permitindo a segurança das partes e o regular desempenho das obrigações assumidas. (CFC, 2003)

O art. 1º da referida Resolução, mostra que o CFC, além de fazer o registro dos profissionais, atua no sentido de resguardá-los e faz com que a prestação de serviço contábil seja algo estritamente formal, atrelado a um contrato no qual sejam especificados todos os fatores citados no art. 2º:

Art. 2ºO Contrato de Prestação de Serviços deverá conter, no mínimo, os seguintes dados:

a) a identificação das partes contratantes; b) a relação dos serviços a serem prestados; c) duração do contrato;

d) cláusula rescisória com a fixação de prazo para a assistência, após a renúncia do contrato;

e) honorários profissionais; f) prazo para seu pagamento; g) responsabilidade das partes;

h) foro para dirimir os conflitos. (CFC, 2003)

Tendo esse contrato em mãos o contabilista pode se resguardar de eventuais penalidades advindas de erros ou fraudes cometidas por um contador anterior ao seu período de prestação de serviço.

O fato de serviços contábeis serem prestados sem que seja feita a devida formalização por meio de contrato escrito faz com que os clientes tenham a sensação de que estão tomando um serviço informal, logo a desvalorização por parte dos clientes é consequência da omissão dessa primeira atitude, que deveria ter sido tomada por parte do contador no momento em que se inicia um relacionamento profissional com seu cliente.

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Art. 3º A oferta de serviços poderá ser feita mediante proposta, contendo todos os detalhes de especificação, bem como valor dos honorários, condições de pagamento, prazo de duração da prestação de serviços e outros elementos inerentes ao contrato. Art. 4º A proposta de prestação de serviços contábeis, quando aceita, poderá ser transformada, automaticamente, no contrato de prestação de serviços contábeis, desde que contenha os requisitos previstos no art. 2º desta Resolução.

Não é só pelo fato de resguardar o contabilista que se faz necessária a formalização de uma prestação de serviço contábil, mas, por meio desta, pode-se criar uma relação formal entre contador e cliente e uma consequente valorização desses serviços por parte dos próprios clientes.

2.2 Honorários Contábeis

Duarte (2013, p.1) conceitua honorário contábil como sendo “a expressão monetária de todo o esforço empregado na realização de uma tarefa do cliente pelo profissional da contabilidade”.

Por meio deste conceito pode-se inferir que o esforço feito para se atender a uma demanda ou ainda qualquer que seja o serviço contábil a ser prestado da parte do contabilista deve ser pago de acordo com o que fora previamente acordado por escrito sob a denominação de honorário contábil.

O Código de Ética do Contabilista (CEPC), Resolução 803/96, é bem claro nos artigos 6° e 8°, que se referem a honorários contábeis:

Art. 6º O Profissional da Contabilidade deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito, considerados os elementos seguintes:

I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar; II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;

III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;

IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado;

V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente; VI – o local em que o serviço será prestado.

Art. 8º É vedado ao Profissional da Contabilidade oferecer ou disputar serviços profissionais mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal. (grifo nosso). (CFC,1996)

Os artigos supracitados vêm deixar bem claro para o profissional que atuará na área os pontos básicos a serem levados em consideração para a prévia fixação de valores, bem como a forma que o profissional deve atuar, caso contrário, não haverá reconhecimento nem valorização por parte da sociedade e dos próprios empresários, que são seus clientes.

Apesar das orientações previstas no CEPC no que diz respeito aos elementos a serem considerados para que seja fixado o valor dos serviços, o principal fator levado em consideração para se chegar ao valor cobrado ainda tem sido o preço praticado no mercado, ou o preço cobrado pelo contador anterior.

Segundo Bernardi (2009, p.129):

Avaliar o que a concorrência está praticando auxilia a fixação de preços. Uma vez que elementos referenciais do concorrente, quanto ao composto de marketing, custos, qualidade, porte, entre outros sejam consistentes e comparáveis, pode utilizá-lo como referência. É preciso que essa análise não se torne uma paranoia, uma vez que diferentes condições de acesso a insumos, tecnologia, estrutura, porte e outros podem levar a avaliações erradas.

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cliente ou ainda mostrar que no seu escritório o mesmo terá a vantagem de pagar um pouco menos.

Sobre isso, Souza (2009) afirma que a maioria das empresas que estipulam seus preços com base na concorrência estão iniciando suas atividades e desejam conquistar um espaço no mercado.

Levando em consideração o aviltamento de preços, pode-se dizer que é mais comum entre os iniciantes da profissão, que tem o objetivo de se inserirem no mercado de alguma forma.

Zanluca (2013, p.1), reportando-se aos serviços prestados pelos contabilistas, enfatiza que:

Nos contratos de serviços contábeis, sempre devem ser estabelecidos por escrito, além dos honorários mensais, é praxe a inclusão de uma cláusula atribuindo ao contratante a responsabilidade pelo pagamento de um adicional anual, geralmente correspondente ao valor de uma parcela mensal, para fazer face a trabalhos extras próprios do período final do exercício, tais como o encerramento das Demonstrações Contábeis anuais, Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica, elaboração de informes de rendimento, elaboração da RAIS, elaboração da folha de pagamento do 13º (décimo terceiro) salário, elaboração da DIRF, etc.

A qualidade do serviço está relacionada ao valor que é pago por ele, ou seja, apesar de não ser necessariamente uma regra, dificilmente haverá qualidade onde se cobra um valor significativamente inferior à média praticada pelo mercado.

Se o diferencial do profissional for apenas um preço mais baixo, possivelmente, além de não conseguir se manter no mercado durante muito tempo, ele não se sentirá motivado a prestar um bom serviço ou ainda, fará apenas um serviço básico, deixando de mostrar o diferencial que o bom contador é capaz de fazer, além de atuar de forma antiética.

A concorrência por si só não é uma coisa ruim, as empresas procuram oferecer melhores serviços, aumentando a qualidade, reduzindo custos e agregando valor ao produto justamente por causa da concorrência, e quem ganha com isso é o consumidor.

No entanto, uma concorrência baseada exclusivamente em preços é danosa para o mercado, pois o profissional mal remunerado não terá motivação para crescer profissionalmente.

2.3 Conduta Profissional do Contabilista

A classe contábil deve procurar formas de valorizar-se e conquistar o reconhecimento por parte da sociedade. A prática de condutas éticas entre os próprios profissionais também fará com que isso seja possível.

O CEPC esclarece no art. 9° a conduta a ser adotada pelo contabilista em relação a seus colegas. O profissional contábil deve evitar prejudicar ou desabonar seus colegas mantendo a moral, a ética e o zelo da classe.

Art. 9° A conduta do Contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de harmonia à classe.

Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz nem justifica a participação ou convivência com o erro ou com os atos infringentes de normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão. (CFC, 1996)

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contabilistas. Com a adoção dessas práticas básicas ressaltadas pelo CEPC acredita-se que a classe será cada vez mais valorizada, não só pelos empresários que são seus clientes, mas pela sociedade em geral.

Segundo Rosa e Futida (2005) diversos profissionais em início de formação de carteira de clientes acreditam no crescimento de seus negócios através de ofertas de serviços não éticos ou ainda através de habilidades ardis contra colegas da classe.

Esses profissionais correm o risco de serem penalizados com multa, visto que, além de registrar e regulamentar, os Conselhos Regionais de Contabilidade de cada Estado têm o papel de fiscalizar a conduta dos profissionais, para, assim, assegurar os interesses da classe.

Vieira (2006, p. 95-96) aborda que, “aviltamento de honorários é uma das infrações mais cometidas por falta de ética do profissional contador, pois ocorre quando o profissional oferece seus serviços por um preço bem inferior dos demais atuantes”. Esse é um ponto crítico no momento de estabelecer os honorários e demonstrar condutas éticas da parte dos profissionais contabilistas, uma vez que sempre haverá novos profissionais que almejem se inserir no mercado de trabalho a qualquer custo.

Vale ressaltar que apesar do honorário a ser pago ser um fator relevante do ponto de vista de quem paga, é considerada atitude antiética por parte do profissional aviltar os valores para conquistar novos clientes.

Segundo Sá (2004, p.124), deve existir ordem nas classes profissionais com a finalidade de evitar ou eliminar conflitos e ainda, que infame a reputação de determinada classe profissional.

Esta ordem se dá por meio do respeito para com os outros profissionais bem como o respeito a si mesmo, uma vez que não só toda a classe é prejudicada, mas principalmente o nome do profissional que atua de forma inadequada e antiética, que chega a aviltar seus próprios honorários para fazer com que o cliente de outro colega de profissão venha a ser seu cliente.

Um fator que poderia influenciar nos preços pagos aos contabilistas seria o próprio mercado, com a concorrência. Os hábitos do consumidor, as exigências legais e o desenvolvimento de novas tecnologias movimentam o mercado. Duarte (2012, a)

Inovar na forma de prestar serviço é essencial para se manter ativo no mercado, uma vez que os clientes tem se tornado cada vez mais exigentes no que diz respeito a qualidade e principalmente agilidade no serviço prestado.

Duarte (2012, b) acredita que o profissional deve ter conhecimento de custos e de mercado para determinar o preço de um serviço e que apesar de definir um valor justo para o vendedor, o comprador pode não estar disposto a pagar.

Desta forma, não basta saber se o valor fixado irá cobrir os custos operacionais e ainda garantir lucro, é necessário que se tenha conhecimento a cerca dos valores praticados no mercado, para não se cobrar um preço fora da realidade do mercado local e faça com que o cliente não tenha interesse em assinar contrato com determinado valor.

2.4 Contador e sua relação com o cliente

Gomes (2011, p.10) defende que:

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competentes para auxiliá-los e este diferencial faz com que as prestadoras de serviços contábeis se tornem bem sucedidas.

Isso demonstra que os usuários dos serviços contábeis, como qualquer consumidor, exige qualidade pelo serviço a ser prestado pelo contador. Além de tudo, buscam também preços mais acessíveis, porém, pode-se dizer que essa é uma relação quase inversa, pois nem sempre nos lugares onde há preços mais baixos têm-se os melhores serviços.

Gomes (2011) ainda justifica que os contadores não devem exercer somente as funções de digitador, guarda livros ou gerador de impostos, mas sim, trabalhar lado a lado com seus clientes auxiliando na tomada de decisões.

Apesar desses levantamentos sobre as características do “novo” contador, ainda há quem permaneça dentro de um perfil antigo, ou seja, obsoleto para os tempos atuais.

O fato de se limitar a trabalhar levando em consideração apenas aspectos relacionados a questões fiscais e tributárias, e ainda simplesmente se preocupar em enquadrar o cliente no que diz respeito à legislação que rege sua atividade econômica faz com que muitas vezes a expectativa, ou ainda a demanda dos clientes não sejam atendidas, uma vez que ele poderá cobrar relatórios gerenciais sobre as condições da sua empresa e o contador mais limitado a questões fiscais e tributárias poderá não ser capaz de fornecer.

Isso faz com que não haja motivos para que o contador com esse perfil seja agraciado com um reconhecimento e valorização por parte dos clientes.

A qualidade do serviço do contador deve atender às expectativas do cliente, para que ele faça jus à uma boa remuneração, caso contrário, a insatisfação levará a inadimplência ou ainda o rompimento do contrato por parte do cliente.

2.5 O Contador na atualidade

Sobre o perfil do contador da atualidade, Aquino (2010, p.1) argumenta que:

O contador, quase da noite para o dia, sentiu-se pressionado por novas demandas inerentes à sua atividade. Não há mais lugar no mercado de trabalho para o contador possuidor do perfil tradicional, isto é, aquele profissional que passa a maior parte do tempo dentro da sua sala ou escritório, limitando-se a efetuar lançamentos a débitos e a créditos, posteriormente emitindo balancetes de verificação, omitindo-se de assumir riscos de qualquer natureza. O mercado exige profissionais empreendedores, dispostos a assumir riscos calculados, bons tecnicamente, ávidos em adquirir novos conhecimentos, que queiram trabalhar em equipes e saibam motivar seus subordinados.

O contador vem saindo da antiga condição de mero registrador de fatos ocorridos e apurador de impostos. Com o aperfeiçoamento e evolução da profissão este profissional tem se inserido cada vez mais no âmbito administrativo das empresas, atuando juntamente com gestores, mesmo que não trabalhando dentro das empresas, e auxiliando em suas tomadas de decisão com base em seus relatórios contábeis.

Aquino (2010) ressalta que o contador não pode ficar limitado ao desempenho da sua função e que deve sim, estar sempre preparado para participação na tomada de decisão, visando identificar e corrigir as dificuldades e adversidades que surgem ao longo do caminho.

Ainda reportando-se sobre o assunto, Aquino (2010 p.3) acredita que:

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É certo que um profissional com esse perfil deva ser valorizado e reconhecido pelo seu trabalho, uma vez que o não reconhecimento por parte dos seus clientes gera um sentimento de insatisfação e desestimulo para com a continuidade da prestação do serviço.

Para Marcucci (2010, p.13):

(...) os escritórios de contabilidade devem ser os auxiliares da gestão das empresas que buscam a terceirização, ou seja, além de atender outras exigências, devem preocupar-se em fornecer informações econômicas, financeiras relevantes para a empresa e ainda sugerir alternativas que aperfeiçoem os resultados, buscando sempre o desenvolvimento de seus clientes.

Sabe-se que a maioria das pequenas empresas não contam com um contador no seu quadro de funcionários e a demanda pelos serviços contábeis é suprida com a terceirização de escritórios de contabilidade.

Percebe-se que, mesmo com escritório terceirizado, ou seja, sem que o contador trabalhe internamente na empresa do cliente, o profissional de contabilidade deve se ater não só a meras questões contábeis, mas também a questões financeiras e econômicas relevantes que sejam de interesse para a empresa.

De acordo com o art. 2º da Resolução n° 987/03, deve constar em contrato que esse tipo de serviço também será prestado e será um dos fatores que fará parte daquilo que foi considerado para totalizar o valor a ser pago acordado entre as partes.

Em 2009 o CRC-CE publicou uma pesquisa sobre os critérios utilizados pelos contabilistas para definir as formas e metodologias de cobranças de honorários, na qual se detectou uma demanda por parte dos profissionais de contabilidade por uma tabela de honorários contábeis para sanar a questão do desnivelamento dos preços. Apesar da problemática ser antiga, a criação dessa tabela, “não é possível, pela proibição legal de se instituir uma tabela de preço. Constitucionalmente é tida como cartel, portanto, é crime”. (Conselho Regional de Contabilidade – CE, 2009, p.5)

A primeira pergunta desta pesquisa do CRC-CE, feita por telefone, visava conhecer o processo de formação de preço dos serviços contábeis mostrando que o critério básico utilizado pelos contabilistas para cobrar seus honorários é o porte da empresa, calculado de diversas maneiras (faturamento, número de empregados, tamanho, etc.), constatando que há “uma disputa entre profissionais de contabilidade baseada unicamente em preços”.

3. METODOLOGIA

A metodologia é a descrição dos métodos e técnicas escolhidas pelo pesquisador para desenvolver seu trabalho e consequentemente chegar ao objetivo da pesquisa. Serão demonstradas as técnicas, os instrumentos definidos e os procedimentos adotados por meio dos quais se conseguiu efetuar a coleta dos dados necessários para responder ao problema e atingir os objetivos do trabalho.

Para Andrade (2003, p. 129), “metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.

A pesquisa busca levantar informações sobre os fatores levados em consideração pelos contabilistas do Município de Fortaleza no momento de estipular seus honorários.

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O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário com perguntas objetivas, realizando um levantamento onde havia questões que deveriam ser respondidas pelos contadores do Município de Fortaleza sobre o grau de importância que cada variável tem na composição dos honorários pagos pelos seus clientes.

Quanto à tipologia da pesquisa pode-se dizer que é qualitativa. Richardson et al (1999,

p.80) mencionam que “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

Trata-se, também, de uma pesquisa de levantamento de dados, já que visa buscar informações diretamente com um grupo de interesse, no caso, os contadores do Município de Fortaleza, a respeito dos dados que se deseja obter.

Segundo Gil (1999, p.70), as pesquisas de levantamento:

(...) se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados. Gil (1999) ainda afirma que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis.

Isso reforça o fato de poder-se classificar a pesquisa como descritiva, uma vez descrevendo as características do perfil de um determinado profissional de contabilidade que preencherá o questionário, poderá ser feita alguma relação com seu grau de satisfação quanto ao valor recebido ou ainda o trabalho executado.

Cervo e Bervian (2002, p. 66) citam que:

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a precisão possível, a frequência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, as natureza e características.

Portanto, a pesquisa será descritiva, uma vez que poderá estabelecer alguma relação entre o porte das empresas dos clientes dos contabilistas, a quantidade de seus funcionários, seus regimes de tributação e o valor cobrado pelos profissionais. A correlação entre esses fatos que serão levantados por meio do questionário aplicado será analisada posteriormente na seção que trata sobre a análise dos resultados.

A amostra não é probabilística, definida por acessibilidade, e terá como universo 100 contabilistas devidamente registrados no Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará - CRC-CE, do Município de Fortaleza.

Ao receber o email com o link do formulário eletrônico, o contabilista responde ao questionário e ao encerrar, as respostas são enviadas automaticamente para a conta do pesquisador, que utilizou como ferramenta de pesquisa o Google.docs.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O CRC-CE enviou, por solicitação do pesquisador, email para 100 contabilistas registrados o questionário que, ao responder, encaminharam suas respostas e alimentaram a base de dados no drive do Google.docs, ferramenta utilizada para criar e controlar as

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4.1 Motivo da escolha da profissão

A maioria das pessoas que escolheram seguir a profissão já se sentiam aptos a trabalhar com aquilo que a contabilidade exige, pois inevitavelmente, a legislação é atualizada periodicamente e o profissional deve sempre estar bem informado e atualizado.

Tabela 1 - Motivo da escolha da profissão

Aptidão em trabalhar com cálculos e legislações 69,57%

Outros 13,04%

Questões familiares 10,87%

Achavam que ganhariam uma boa remuneração 6,52%

Status social do contador 0%

TOTAL 100%

Fonte:Dados da pesquisa (2013)

Observando os motivos que levaram os profissionais que responderam ao questionário, enviado com a ajuda do CRC-CE, a escolherem a profissão contábil, 69,57% afirmaram que tinham aptidão em trabalhar com cálculos e legislações; 10,87% apontaram a questão familiar, ou seja, ao fato de tradicionalmente a família ser de contadores. Os que sempre acharam que ganhariam uma boa remuneração com a contabilidade somam 6,52%.

Os que apontam outros fatores que o levaram a escolher essa profissão somam 13,04%. Embora esse percentual seja relevante no cômputo total do motivo da escolha do profissional por essa profissão, não foi solicitado ao respondente informar quais seriam esses motivos.

Dentre as alternativas a serem escolhidas pelos participantes estava o status social que

o contador tem. No entanto, nenhum profissional assinalou essa alternativa como motivo da escolha por essa profissão.

4.2 Satisfação com os honorários

A metade dos que responderam ao questionário, ou seja, 50% informaram que estão satisfeitos com os honorários que recebem, como se visualiza na Tabela 2.

Tabela 2 - Satisfação com os honorários

Fonte:Dados da pesquisa (2013)

Pode-se dizer que os 43,48% que se dizem insatisfeitos e os 4,35% que se sentem completamente insatisfeitos não se sentem reconhecidos ou valorizados pelos serviços prestados.

Apenas 2,17% dos entrevistados afirmam estar completamente satisfeito com os honorários recebidos pelos serviços prestados.

Em relação ao valor bruto recebido, obteve-se os percentuais elencados na Tabela 3.

Satisfeitos 50%

Insatisfeitos 43,48%

Completamente insatisfeitos 4,35% Completamente satisfeitos 2,17%

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Tabela 3 – Valores dos honorários

Menos de R$ 5.000,00 71,74%

Mais de R$ 10.000,00 15,22%

Entre R$ 5.000,00 e R$ 10.000,00 13,04%

TOTAL 100,00%

Fonte:Dados da pesquisa (2013)

Em relação à remuneração bruta, 71,74% dos que responderam ao questionário afirmam que recebem menos de R$ 5.000,00 mensal. Os que recebem entre R$ 5.000,00 e R$ 10.000,00 somam 13,04%. Os que declararam receber mais de R$ 10.000,00 bruto totalizam 15,22%.

4.3 Desistência da profissão

Quando questionados sobre se já pensaram em desistir da profissão, 35% afirmaram que sim e citaram os mais diversos motivos, os principais são: insatisfação com a profissão, não valorização da profissão, muito desgaste físico e mental, remuneração baixa com muita responsabilidade e classe sem reconhecimento. Há pessoas que queriam seguir outras profissões como a de advogado e engenheiro de produção, além daqueles que almejam o serviço público. Questões relacionadas à inovação tecnológica no mundo contábil também foram apontadas, mas com menos significância.

Assim, deve-se ter em mente que quem é responsável pela valorização ou reconhecimento da parte dos clientes é o próprio profissional, que atuando com diferencial em seus serviços fará jus a uma boa remuneração e consequentemente terá uma maior satisfação com a profissão.

4.4 Recusa de valores abaixo do mercado para prestação de serviços

Dentre os empresários do ramo da contabilidade, 64% afirmam que já se negaram a prestar serviços a clientes que queriam pagar abaixo do preço de mercado, ou ainda, aquilo que lhe seria justo.

Isso demonstra que a maioria dos contadores tem adotado uma postura mais rígida quando o assunto é seus honorários. Essa postura fará com que a sociedade veja que o contador é um profissional que merece respeito e passe a valorizar mais esses profissionais.

Assim, é fundamental que todos os contadores sigam o que o Código de Ética preceitua em seu art. 8º: “É vedado ao contabilista oferecer ou disputar serviços profissionais mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal”.

4.5 Fontes de renda paralela

Apesar de mais da metade, ou seja, 56,25% dos respondentes afirmarem que não possuem fonte de renda paralela, 12,5% dizem que possuem outra fonte de renda paralela porque a remuneração com a contabilidade é baixa e precisam de um complemento.

Os que têm a renda com contabilidade apenas como auxílio e possuem outra fonte de renda principal somam apenas 8,33%. Já os 22,92% remanescentes tem outras fontes de renda paralela por outros motivos. Embora esse percentual seja relevante no cômputo total do motivo do profissional ter outra fonte de renda paralela, não foi solicitado ao respondente informar quais seriam esses motivos.

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paralela. Fica então a questão se os valores percebidos pelos profissionais que responderam ao questionário estão realmente atendendo às suas necessidades.

Tabela 4 - Fontes de renda paralela

Não possuem fonte de renda paralela 56,25%

Tem outra fonte de renda por outros motivos 22,92%

A remuneração com a contabilidade é baixa e precisam de um complemento 12,50% Tem a contabilidade apenas como auxílio e possuem outra fonte de renda principal 8,33%

TOTAL 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa(2013) 4.6 Código de Ética do Contador

É imprescindível que sejam adotadas as posturas descritas no Código de Ética para que a classe contábil seja mais forte, respeitada e reconhecida. Porém, sem conhecer e se aprofundar na forma como os contabilistas devem se portar fica difícil zelar pelo cumprimento do mesmo, como é dito no art. 11, do Capítulo V que trata sobre os deveres em relação aos colegas de classe: “Zelar pelo cumprimento desse Código”.

Tabela 5 - Código de Ética do Contador

Conhecem e o cumprem 58,70%

Conhecem, mas não se aprofundaram nos direitos e deveres da profissão 34,78%

Já "ouviram falar" sobre 4,35%

Não conhecem o Código de Ética 2,17%

TOTAL 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa(2013)

Sobre o CEPC 58,70% dos respondentes afirmam que conhecem e o cumprem e 34,78% conhecem, mas não se aprofundaram nos direitos e deveres da profissão. Por outro lado, 4,35% afirmam que já ouviram falar, mas não têm conhecimento sobre o mesmo e 2,17% dizem não conhecer o CEPC. Apesar desse assunto ser considerado no Exame de Suficiência do CRC, ainda há profissionais que desconhecem ou conhecem pouco sobre o CEPC.

4.7 Itens para formação de preço

Os itens a serem escolhidos se enquadram na escala que vão de: muito importante, importante, pouco importante e irrelevante.

Dentre os vários fatores citados no questionário enviado aos contadores do Município de Fortaleza, havia o regime tributário, que vai determinar a quantidade de informações acessórias necessárias para manter a empresa, e normalmente é um indicador de seu porte. Por trazer em si todas essas informações intrínsecas, provavelmente por esses motivos ele foi considerado como sendo muito importante pela maioria dos que responderam ao questionário.

Assim, dentre as nove possibilidades a ser escolhidas pelos contadores, a mais significativa é o regime tributário da empresa, pois 60,87% dos entrevistados consideraram esse item como sendo muito importante para estabelecer o valor a ser cobrado.

Em relação ao tipo societário, é considerado como muito importante para 39,13%, importante para 43,48%, pouco importante para 10,87% e irrelevante para 6,52%.

(13)

apresentar o resultado econômico da empresa, pois umas demandam informações mais complexas e abrangentes e outras apenas informações mais simplificadas.

Gráfico 1: Fatores que influenciam na formação do preço dos honorários para prestação dos serviços contábeis

Fonte:Dados da pesquisa (2013)

Quando se trata do faturamento, 36,96% consideram como sendo algo muito importante e 52,17% consideram importante para estabelecer seus honorários. Um faturamento muito elevado denota que a empresa não poderá se enquadrar no regime simplificado de tributação, ou seja, haverá mais obrigações acessórias e provavelmente uma maior complexidade na execução do trabalho no que tange as questões fiscais e trabalhistas, por exemplo. Por outro lado, 8,70% e 2,17% consideram o faturamento como sendo pouco importante e irrelevante respectivamente.

Levando em consideração a quantidade de funcionários do cliente, 43,48% e 45,65% dos que responderam ao questionário consideram como muito importante e importante respectivamente. 10,87% consideram esse fator pouco importante e nenhum o considera irrelevante.

A quantidade de funcionários é um indicador da atividade relacionada ao setor pessoal. Logo, quanto maior for a quantidade, mais trabalho a ser executado pela equipe responsável por esse setor. Atividades como registrar carteiras de trabalho e homologar recisões em sindicatos demanda tempo e requer, muitas vezes, que pessoas do próprio escritório executem essas atividades.

Este item irá impactar na rotatividade dos funcionários, pois provavelmente, onde há uma grande quantidade de funcionários, haverá atividades relacionadas a questões trabalhistas, como admissão e rescisão, como já foi mencionado anteriormente.

Assim, a rotatividade dos funcionários é considerada como muito importante para 32,61%, importante para 43,30%, pouco importante para 19,57% e irrelevante para apenas 6,52% dos que responderam ao questionário.

Conhecendo a atividade do cliente, o contador que já tenha uma ideia sobre procedimentos burocráticos, rotatividade dos funcionários, porte da empresa, e o regime tributário, poderá ter uma noção de forma antecipada da complexidade que terá seu trabalho.

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

(14)

Assim, a atividade econômica é considerada como sendo muito importante para 26,09%, importante para 56,52%, pouco importante para 13,04% e 4,35% acham a atividade econômica irrelevante para estipular os honorários.

Em relação ao volume de notas fiscais e região onde se localiza a empresa do cliente, foram apontadas como importante por 43,48% e 47,83% respectivamente. Quanto maior for o volume de notas e quanto mais distante do escritório do contabilista, mais tempo esse cliente irá demandar. Nenhum desses fatores foi considerado como fatores determinantes para estabelecer o valor de um honorário.

Quanto à concorrência, apesar de 36,96% afirmarem que esse fator é importante, 28,26% afirmam que esse fator é irrelevante para estabelecer o valor a ser cobrado. Dentre todos os que responderam ao questionário, apenas 2,17% citaram a concorrência entre os profissionais como fator determinante para formar o preço.

Quando questionados sobre se há algum fator mais importante ao ponto de ser considerado como determinante para formar o preço dos honorários, 67,39% dos respondentes afirmaram que sim. Dentre estes, 45,65% consideram que o fator determinante é o regime tributário da empresa, em seguida, o faturamento do cliente, com 10,87%, posteriormente tem-se a quantidade de funcionários com 4,35%. Com um percentual de 2,17% cada, tem-se o tipo societário, rotatividade dos funcionários, e a concorrência. O volume de notas fiscais, a localização da empresa do cliente e a atividade econômica não foram considerados como fator determinante para estabelecer o valor dos honorários.

Apesar de ser apontado como importante para 56,52% dos respondentes, nenhum dos participantes marcou que a atividade econômica seria considerada um fator determinante para estabelecer o valor dos honorários pela prestação dos serviços contábeis.

Tabela 6 - Fatores Determinantes

FATORES DETERMINANTES %

Regime tributário 45,65%

Faturamento do cliente 10,87%

Quantidade de funcionários 4,35%

Tipo Societário 2,17%

Rotatividade de funcionários 2,17%

Concorrência 2,17%

Volume de Notas Fiscais 0,00%

Localização da empresa 0,00%

Atividade econômica 0,00%

TOTAL 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2013)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração a existência de diversos fatores a serem levados em consideração para estabelecer o valor de um honorário pela prestação dos serviços, o profissional contábil fortalezense considera as variáveis elencadas, indicando seu grau de importância, conforme demonstrado no Gráfico 1, seguindo, assim, o que preceitua o inciso I do art. 6º do CEPC, considerando para estipular o valor a ser cobrado: a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar, o tempo que será consumido para a realização do trabalho dentre outros.

(15)

Não há um indexador que indique o quanto deve ser cobrado, e a formação do preço tem, muitas vezes, um caráter subjetivo. Fatos como um profissional em início de carreira contrapondo-se ao profissional com vasto tempo de experiência e já reconhecido no mercado podem ser fatores que causem diferenças significativas nos preços cobrados para a prestação de um serviço com o mesmo grau de complexidade.

Dificilmente se chegará a um consenso sobre o valor justo para determinar os honorários para os diversos tipos de serviço em virtude das características diferentes dos próprios profissionais, sua qualificação, sua experiência, sua disponibilidade de tempo e outros fatores semelhantes podem dificultar a convergência de opiniões sobre qual o valor justo para cada tipo de serviço.

A metodologia da pesquisa foi adequada para que se chegasse aos objetivos, pois com a colaboração do CRC-CE, pôde-se apurar os dados para analisar a forma como são considerados os honorários profissionais. Os dados apresentam as respostas sobre as variáveis a serem levadas em consideração de acordo com seu grau de importância, assim como mostram que dentre elas há um fator que chega a ser determinante, que no caso é o regime tributário.

A pesquisa atingiu o objetivo, uma vez que identificou que é importante o regime tributário dos clientes para o contador estipular seus honorários, já que este foi a variável mais escolhida entre os participantes.

Os objetivos específicos foram atingidos, uma vez que, por meio de pesquisa bibliográfica, foram identificadas posturas a serem adotadas pelos contabilistas diante dos colegas de classe assim como diante dos clientes. As insatisfações dos profissionais também puderam ser identificadas e as principais foram citadas.

Esta pesquisa sobre a composição dos honorários contábeis não esgota o assunto, pois há outras variáveis a serem analisadas, como: qualificação, tempo de experiência, serviços prestados, porte do escritório dentre outras.

Assim, esse estudo pretendeu contribuir, também, para que a classe venha a tomar atitudes que façam com que a categoria seja mais valorizada, e para que os contadores tenham uma visão mais ampla do que compõe seus serviços

REFERÊNCIAS

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CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC n° 803, de 10 de Outubro de 1996. Dispõe sobre a aprovação do código de ética do profissional do

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Tabela 2 - Satisfação com os honorários
Tabela 3 – Valores dos honorários
Gráfico 1: Fatores que influenciam na formação do preço dos honorários para prestação dos serviços contábeis
Tabela 6 - Fatores Determinantes

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