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Repositório Institucional UFC: A importância do PRONAF na redução da pobreza nos municípios cearenses na década de 2000 a 2010

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO E EXECUTIVO.

Priscilla Bruna Chaves Ramalho

A IMPORTÂNCIA DO PRONAF NA REDUÇÃO DA POBREZA NOS MUNICÍPIOS CEARENSES NA DÉCADA DE 2000 A 2010.

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PRISCILLA BRUNA CHAVES RAMALHO

A IMPORTÂNCIA DO PRONAF NA REDUÇÃO DA POBREZA NOS MUNICÍPIOS CEARENSES NA DÉCADA DE 2000 A 2010.

Monografia apresentada à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Universidade Federal do Ceará.

Orientador: Paulo De Melo Jorge Neto

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

R136i Ramalho, Priscilla Bruna Chaves.

A importância do PRONAF na redução da pobreza nos municípios cearenses na década de 2000 a 2010 / Priscilla Bruna Chaves Ramalho - 2014.

85 f.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza,

2014.

Orientação: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto.

1.Agricultura familiar 2.Pobreza rural – Ceará 3.Crédito agrícola I. Título

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PRISCILLA BRUNA CHAVES RAMALHO

A IMPORTÂNCIA DO PRONAF NA REDUÇÃO DA POBREZA NOS MUNICÍPIOS CEARENSES NA DÉCADA DE 2000 A 2010.

Esta monografia foi submetida à Coordenação do curso de Ciências Econômicas, outorgado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e encontra-se à disposição dos interessados na biblioteca da referida Universidade. A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas da ética científica,

Data da aprovação ____/____/______

Nota _____________________________________________ __________ Prof. Dr. Paulo De Melo Jorge Neto

(Orientador)

Nota _____________________________________________ __________

Prof. Dr. José Henrique Félix Silva (Membro da Banca Examinadora)

Nota

_____________________________________________ __________

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Agradecimentos

Agradeço à minha família, especialmente, a minha mãe, pelo amor, carinho, dedicação e apoio em todo meu período de graduação, e sempre presente em minha vida. Agradeço muito ao meu padrinho Alexandre por sempre me estimular a estudar, oferecendo suporte e força nos momentos difíceis e de aflição, acreditando sempre no meu potencial que eu poderia ir mais longe do que eu mesmo acreditava. Agradeço a Lorena, minha madrinha que se faz presente em minha vida. Também agradeço aos meus irmãos Mauro, Kamilla e Maria Clara pelo carinho e dedicação oferecidos a mim na graduação.

. Agradeço aos professores que contribuíram para a minha formação de Economista, especialmente agradecer ao Henrique Félix que sempre se fez presente nos meus momentos de dificuldades, apoiando, torcendo para que eu conseguisse enfrentar os obstáculos, além de um grande professor, um amigo. que apesar de não ser tarefa fácil, exercem com muito orgulho a profissão. Também agradeço a atenção e o apoio do Ivan Castelar, Rogério Moreira, Daniel Suliano, Agamenon Tavares, Carlos Américo, Marcelo Callado e Jair do Amaral.

Agradeço também aos amigos Levy, Bruna, Elizabete, Alexandre, Reginaldo, José, Robenia, Giovana, Lennira, Felipe, Lennon, Luciana, João, Daniel, Rayssa, Rildo, Vitória Felipe, Marcela, Inário e Vivian que fazem parte da minha vida, sempre presente, principalmente nessa reta final. Pessoas maravilhosas, lindas e de muita positividade. Sou grata por tê-los em minha vida.

Agradeço a Duda Real, Igor Terra, Eduardo Félix, Ana Lemos, Leonardo Loila, amigos que mesmo morando longe, procuravam animar-me e motivar-me, demostrando sua torcida pelo sucesso da realização desse trabalho, oferecendo apoio em maus momentos, confortando com palavras amigas, proporcionando em minha vida momentos maravilhosos e inesquecíveis. Gosto bastante de cada um deles.

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disponibilização dos dados para a execução dessa monografia. Profissionais excelentes, principalmente, ao Antônio José que foi o meu chefe, ao Yuri Oliveira, Cíntia Carvalho e Italo Lima pela paciência, e pelo meu aprendizado e por sempre se preocuparem com o meu bem estar. Cada um deles mora no meu coração.

Também agradeço ao Jimmy que faz parte do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) pela atenção, tempo e dedicação, suporte e a disponibilização dos dados da pobreza e extrema pobreza rural dos municípios cearenses de extrema importância para a elaboração da monografia.

Agradeço à Leidiane, Melissa e Yuri pessoas maravilhosas que me acompanharam desde o inicio do curso, compartilhando conhecimento, alegrias, desenvolvemos grupos de estudo diante a realização das provas. Eu tive a oportunidade de crescer junto com eles. Eu tive a oportunidade conviver e viver momentos maravilhosos e alegres com eles. Sou eternamente grata a vocês.

Além disso, também sou grata ao Tony Araújo pela sua atenção, carinho, principalmente tempo, compartilhando comigo seus conhecimentos econométricos, contribuindo para uma melhor formação na área que será desenvolvida ao longo desse trabalho.

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Não ganhe o mundo e perca sua alma;

sabedoria é melhor que prata e ouro”. (Bob

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RESUMO

O trabalho trata a questão especial da agricultura familiar e sua importância para o desenvolvimento social e econômico do país, principalmente, a nível municipal. Enfatiza-se a politica de crédito concedido aos agricultores familiares, representada pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF), nos municípios cearenses na década que compreende os anos 2000 a 2010. Conclui-se que tal programa, que deveria funcionar como instrumento de destaque na redução da pobreza rural, não impacta de forma significante na redução da extrema pobreza rural. O modelo econométrico utilizado para verificar o impacto do Pronaf na redução da pobreza rural é a estimação simples em forma de Pooled, em painel com efeitos aleatórios e em painel com efeitos fixos..

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ABSTRACT

The work treats the special issue of family farming and its importance for social and economic development of the country, especially at the municipal level. Emphasizes the policy of lending to farmers, ie the National Program for Family Agriculture (PRONAF) in the municipalities of Ceará in the decade comprising the years 2000 to 2010, serving as a prominent instrument in combating rural poverty, reducing it a. However PRONAF not impact significantly in reducing extreme rural poverty. The econometric model that will be used throughout the work to verify the impact of Pronaf in rural poverty reduction will be given in panel with fixed effects, random effects and pooled

Key Words : Family farm , Pronaf , Panel data.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ... 13

2. EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL ... 15

2.1 CONCEITOS DIVERSOS SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR ... 17

2.1.1 IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR ... 19

2.1.2 ESTABELECIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL ... 20

2.1.3 ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE ... 20

2.1.4 PRINCIPAIS ALIMENTOS NA REGIÃO NORDESTE ... 21

2.1.5 AGRICULTURA FAMILIAR NO CEARÁ. ... 22

3. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR. ... 23

3.1 PÚBLICO ALVO ... 25

3.1.1 OBSTÁCULOS DO PRONAF NO NORDESTE ... 29

3.1.2 PRONAF NA REGIÃO NORDESTE ... 32

3.1.3 PRONAF NO CEARÁ. ... 33

4. POBREZA RURAL NO BRASIL ... 36

4.1 POBREZA RURAL NO NORDESTE ... 38

4.1.1 POBREZA RURAL NO CEARÁ ... 40

4.1.2 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MAIOR ÍNDICE DE POBREZA RURAL ... 41

4.1.3 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MENOR ÍNDICE DE POBREZA RURAL ... 45

4.1.4 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MAIOR ÍNDICE DE EXTREMA POBREZA. ... 47

4.1.5 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MENOR INDICE DE EXTREMA POBREZA. ... 50

5 METODOLOGIA ... 52

5.1 MÉTODO DE ESTIMAÇÃO ... 54

6. RESULTADOS ... 57

6.1 Resultados da pobreza rural ... 57

6.2 RESULTADOS EXTREMA POBREZA RURAL ... 59

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 60

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Apêndice A ... 66

Apêndice B ... 71

Apêndice C ... 75

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1.INTRODUÇÃO

O trabalho tem como finalidade mostrar a integração entre a pobreza e a agricultura familiar, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da agricultura familiar, buscando certificar que o PRONAF no meio rural reduziu a pobreza.

A agricultura familiar tem sua produção baseada na mão de obra familiar, que se destaca na produção de alimentos, e possui papel fundamental no combate à pobreza, contribuindo para reduzir a fome no país, colaborando para a geração de emprego e renda e reduzindo o êxodo rural. Para a FAO (2014), a agricultura familiar é formada por pequenos e médios produtores rurais que são responsáveis por produzir alimentos.

Salienta-se a importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) cujo objetivo do programa é propiciar as condições para aumentar a capacidade produtiva, a geração de emprego e renda, de tal forma a melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares.

O PRONAF tem como finalidade fortalecer a agricultura familiar, financiando as atividades agropecuárias e não agropecuárias, ou seja, atividades ligadas ao meio rural, através de crédito de custeio, de investimento e cotas-partes ou linhas especiais de crédito (Agroecologia, Mulher, Mais Alimentos, entre outras atividades) que são apresentados em forma de projetos ou propostas.

Em relação à pobreza no Nordeste do Brasil, Carneiro (2003) afirma haver uma forte concentração de pobres na região Nordeste e que a pobreza nessa região apresenta-se com maior severidade nas áreas rurais que as urbanas. Veiga (2000) confirma esse entendimento ao destacar que a pobreza é maior no meio rural em todas as regiões brasileiras, mas enfatiza que a pobreza rural no Nordeste representa dois terços da pobreza rural brasileira e um quinto de sua pobreza total.

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Neste contexto, o objetivo geral deste trabalho é analisar o efeito do Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura familiar no estado do Ceará em termos de viabilizar a redução da pobreza. Os objetivos específicos são a) investigar o grau de alcance do PRONAF em relação aos beneficiários do programa e b) verificar se o PRONAF reduziu a pobreza no estado do Ceará no período de 2000 a 2010

A metodologia do trabalho envolve o modelo econométrico dados em painel, que são mais adequados para analisar mudanças, permitindo medir e detectar melhor os efeitos da mesma unidade de corte transversal (estado do Ceará) ao longo do tempo, através da dimensão espacial e outra temporal. A estimação será feita pelo método de efeitos fixos, efeitos aleatórios e pooled, devido a estrutura dos dados, do longo período escolhido, onde as variáveis se comportam de maneiras diferentes. As variáveis serão testadas a fim de saber o grau de significância na redução da pobreza no estado do Ceará, através do crédito cedido pelos bancos de desenvolvimento que financiam o Pronaf.

O trabalho está estruturado em sete capítulos, incluindo esta introdução. O segundo capítulo será detalhado a evolução e a importância da agricultura familiar, incluindo a análise dos estabelecimentos da agricultura familiar e os principais alimentos produzidos no Brasil e no Ceará O terceiro capítulo desenvolve a evolução do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o público alvo e os obstáculos do programa no Brasil e no Ceará. Já, o quarto enfatiza a evolução e o conceito de pobreza rural e extrema pobreza rural, analisando o perfil da pobreza rural dos municípios cearenses.

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2. EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL

De acordo com Lamarche (1997) no caso brasileiro, a agricultura familiar é um processo resultante inicialmente a partir da colonização do país sendo influenciada por aspectos políticos, sociais e econômicos das últimas décadas.

“Evidentemente a exploração familiar tem passado também por

profundas transformações nestas últimas décadas, todavia foi

bastante afetada pelo caráter ‘conservador’ da modernização

agrícola: discriminatório, parcial e incompleto” (LAMARCHE, 1997,

p.184).

Essas transformações se iniciam no Brasil a partir da década de 1950, onde as indústrias instaladas passaram a fabricar adubos químicos, máquinas e agrotóxicos. O governo incentivou a tecnologia para a modernização da agricultura, efetivando na década de 60. Porém, o ponto positivo da modernização da agricultura implica no aumento das exportações, gerando uma maior renda, por outro lado, deixa milhares de pequenos agricultores desempregados, pois muitos não possuem condições financeiras de modernizar seu modo de produção.

[...] 1) a demanda por máquinas e insumos agrícolas multiplicou-se, viabilizando a indústria produtora de bens para a agricultura; 2) a produção de matérias-primas agroindustriais e de excedentes exportáveis aumentou significativamente , impulsionando o crescimento da indústria processadora e a obtenção de grandes superávits na balança comercial do país.(BITTENCOURT, 2003, p. 59).

Para Leite (2009, p. 55), a política de crédito rural:

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Segundo Abramovay (1999) na década de 70 em razão da extrema pobreza ocorreu uma forte migração do meio rural para o meio urbano, os agricultores buscavam melhores condições de vida, com a tentativa de elevar a sua renda, porém o progresso da renda não alterava de forma significante.

Grossi e Silva (2002) apontam o êxodo rural um aspecto negativo dentro desse processo vivenciado nas últimas décadas ocorrido no Brasil, inclusive o aumento de desemprego provocado por esse fenômeno, concentração fundiária, piora na distribuição de renda, por exemplo, e nas lavouras as atividades que eram realizadas em grupo, passaram a ser executadas por poucas pessoas, consequentemente, deixando milhões de pessoas desempregadas.

Abramovay (1999) apresenta a relevância da agricultura familiar, pois como as cidades não conseguem absorver toda mão de obra rural que vem do campo e as grandes propriedades rurais não geram emprego suficiente para a massa do campo, é importante o estímulo à agricultura familiar, como forma alternativa de desenvolvimento, combatendo o êxodo rural, já que tinha se tornado um problema nos centros urbanos. A agricultura familiar é considerada um fator gerador de renda e emprego, permitindo a inclusão social e econômica de pequenos produtores.

“[...] progressos foram feitos na política de crédito rural e de

investimentos em infraestrutura de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar, apesar de não terem sido suficientes para determinar um novo modelo de desenvolvimento rural não

excludente” (FLORES, 2002, p.22).

Nessa concepção, “[...] fortalecer a agricultura familiar como expressão social, econômica e política, significa rediscutir o modelo de desenvolvimento do mundo rural, com todos os seus impactos sobre a área urbana” (FLORES, 2002, p.347).

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Para Castro e Campos (2009), o PRONAF foi desenvolvido para alavancar o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar no Brasil.

Este trabalho vai mostrar ao longo de seu desenvolvimento se o crédito do Pronaf concedido aos agricultores impacta na redução da pobreza e extrema pobreza rural nos municípios cearenses.

2.1 CONCEITOS DIVERSOS SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR

A Agricultura familiar foi reconhecida pela Lei 11.326 de 24 de julho de 2006, a qual reúne todas as atividades agrícolas relacionadas ao desenvolvimento da zona rural que têm como base predominante a mão de obra familiar, onde a família é proprietária dos meios de produção, gerenciando, organizando e executando todas as atividades econômicas, ressaltando que a pequena propriedade voltada para esta atividade não pode ultrapassar quatro módulos fiscais (é uma medida agrária expressa em hectares).

Esta lei conceitua o agricultor familiar como:

(...) aquele que pratica atividades no meio rural atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: I- não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II- utilize predominante mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III- tenha renda familiar predominante originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento; IV- dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família. (BRASIL, 2006).

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Blum (1999, p.62) caracteriza a agricultura familiar pela gerência da propriedade rural que é feita pela família, onde o trabalho é desempenhado na sua maior parte pela família, os fatores de produção pertencem à família (exceto, às vezes a terra) e são possíveis de sucessão em caso de falecimento ou aposentadoria dos gerentes.

A agricultura familiar:

[...] que sempre foi um setor historicamente marginalizado. Tal situação é fruto tanto da herança colonial do país, como do processo

de “modernização desigual” da agricultura brasileira implementada

com mais força a partir da segunda metade dos anos 1960. Esse processo social resultou no estabelecimento de um modelo de desenvolvimento agrícola extremamente privilegiado e excludente. (TONNEAU, AQUINO, TEXEIRA, 2005, p. 64-65).

De acordo com Guanziroli e Cardim (2000) agricultor familiar é aquele que atende as seguintes circunstancias: o trabalho é realizado pela família ou pelo produtor; a mão de obra familiar é superior ao trabalho contratado e por fim a área da propriedade rural está dentro de um padrão estabelecido para cada região do país.

Para Carmo (1998) a agricultura familiar não está subordinada simplesmente à produção econômica, levando em consideração as necessidades e objetivos da família, contrariando o modelo de agricultura patronal, onde há completa ruptura entre gerência e trabalho, já na agricultura familiar esses fatores são interligados.

Para os autores:

“a agricultura familiar é aquela em a gestão, a propriedade e maior

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2.1.1 IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR

Segundo Santos e Gois (2011) a agricultura familiar tem uma função sociocultural, envolvendo o resgate de uma cultura de vida que interliga tradição e identidade. Problemas do cotidiano enfrentados pela população no meio urbano faz com que ocorra uma procura por produtos produzidos de forma artesanal, valorizando alimentos produzidos sem agrotóxicos, buscando uma vida mais saudável.

O Banco Do Nordeste (2011) ressalta a contribuição da agricultura familiar para estimular o desenvolvimento socioeconômico de pequenos municípios, através da geração de emprego e renda, e com isso estimulando o progresso das economias locais. Também, há que se destacar o papel da agricultura familiar na proteção do meio ambiente, na conservação da fauna e da flora, com o intuito de fortalecer o desenvolvimento sustentável.

Flores (2002) examina o processo de desenvolvimento rural brasileiro, enfatizando o potencial da agricultura familiar na atualidade que, vai além da produção de alimentos. O seu papel hoje é de oferecer ocupação e renda nos espaços rurais, assim como a responsabilidade pela utilização sustentável dos recursos naturais.

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2.1.2 ESTABELECIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL

O Censo Agropecuário de 2006, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar no Brasil, que representam 84,4% do total, ocupando 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Contudo, a agricultura familiar mostra-se forte em alguns setores, responsabilizando pela produção de 87% da produção nacional de mandioca, 70% de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos. (IBGE, 2007).

2.1.3 ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE

De acordo com França et al (2010) , segundo a lei da agricultura familiar, a região Nordeste detém a metade dos estabelecimentos de agricultura familiar (2.187.295) do Brasil e 35,3% da área total deles, representando 28,3 milhões de hectares. Dentro da Região, estes ilustram 89% do total de estabelecimentos e 37% da área. Dos dez maiores estados brasileiros em termos de número de estabelecimentos de agricultura familiar são nordestinos, destacando a Bahia primeiramente, com 665.831 (ou 15,2% do total nacional) e o Ceará, em quarto (341.510 ou 7,8% do total). Pernambuco, Maranhão e Piauí estão em sexto.

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Tabela 1 – Número de Estabelecimentos e Área, por UF do Nordeste.

UF Estabelecimentos Área (ha) Área Média (ha)

Maranhão 262.089 4.519.305 17,2

Piauí 220.757 3.761.306 17

Ceará 341.510 3.492.848 10,2

Rio Grande do Norte 71.210 1.046.131 14,7

Paraíba 148.077 1.596.273 10,8

Pernambuco 275.740 2.567.070 9,3

Alagoas 111.751 682.616 6,1

Sergipe 90.330 711.488 7,9

Bahia 665.831 9.955.563 15

Total 2.187.295 28.332.600 108,2

Fonte: IBGE (2009).

2.1.4 PRINCIPAIS ALIMENTOS NA REGIÃO NORDESTE

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Tabela 2 – Percentuais dos Principais Produtos Agropecuários da Agricultura Familiar no Nordeste.

UF ARROZ EM CASCA

FEIJÃO MANDIOCA MILHO

GRAOS CAFÉ BOVINO LEITE BOVINO LEITE CAPRINO AVES OVOS SUÍNOS

Maranhão 89 86 86 78 93 42 56 67 61 65 86

Piauí 70 88 95 82 49 62 63 82 45 45 88

Ceará 88 91 82 89 53 55 56 74 25 18 81

R.G do

Norte 90 86 61 83 51 48 45 64 23 47 75

Paraíba 92 88 88 84 86 55 62 57 32 21 79

Pernambuco 90 91 97 89 58 62 61 75 22 5 81

Alagoas 97 92 92 88 69 46 50 80 52 61 56

Sergipe 78 95 96 72 - 52 67 77 31 21 76

Bahia 41 83 91 44 22 43 52 77 60 22 80

Participação da agricultura familiar no número de cabeças em 31/12/2006. Fonte: IBGE (2009).

2.1.5 AGRICULTURA FAMILIAR NO CEARÁ.

A reportagem publicada do Diário do Nordeste (2010) mostra que a agricultura familiar no estado do Ceará é uma fonte de alimentos, especialmente de produtos básicos, em alguns casos como o feijão que teve 82%, 81% de milho, 78% de mandioca, 64% de arroz, 77% do plantel de suínos e 76% do leite produzidos por agricultores familiares que abastassem a alimentação dos cearenses. No caso da produção de frutas, 55% são produzidos por agricultores familiares. Enfatizando o feijão como puxador da economia cearense.

A economia cearense é muito limitada devido aos fatores climáticos e as próprias condições naturais da região, mesmo com o pagamento do seguro safra e a entrega de sementes, o Governo incentiva o desenvolvimento de atividades como a piscicultura, mel, flores, estimulando a agricultura irrigada de alimentos com o objetivo de desviar dos problemas climáticos.

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agricultura patronal de 10% em 2002 para 8% em 2007, confirmando a maior participação da agricultura familiar no Ceará, mantendo- se mais estável do que a patronal ao longo prazo, assim a participação da agricultura familiar dentro do agronegócio aumentou de 36% em 2002 para 38% em 2007. A produção administrada pela família e tarefas ligadas ao meio rural representaram 12% da economia do Ceará em 2007 (acima de um terço).

3. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR.

A política agrícola brasileira “sempre teve como foco as grandes e

médias propriedades capitalistas”. O processo de modernização conservadora

“promoveu uma crescente marginalização dos pequenos agricultores familiares, reproduzindo um padrão de desenvolvimento rural bastante

excludente e desigual”. (CERQUEIRA; ROCHA, 2002, p. 106).

Conforme Mattei (2001) até o inicio da década de 1990 não existia nenhuma politica pública especifica para tratar especialmente da agricultura familiar, entretanto ocorreram dois fatos importantes para levar à criação do Pronaf, primeiramente, as reivindicações dos trabalhadores rurais que tiveram voz na constituição de 1988, destacando-se nas “Jornadas Nacionais de Luta” da década de 90, e o segundo seria os estudos realizados pela FAO e pelo INCRA que definem um conjunto de diretrizes para as primeiras formulações do Pronaf.

Nesse contexto, com as dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares para “reproduzir suas atividades agrícolas e assegurar, ao mesmo tempo, condições devidas adequadas para suas famílias, uma linha de crédito para a agricultura familiar foi considerada uma conquista importante”. (MUNIZ, 2008, p. 92).

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politica pública específica voltada para as atividades agrícolas, inserindo a nova classe dos agricultores familiares.

Pode-se dizer então que:

Em larga medida, pode-se afirmar que o Pronaf foi formulado como resposta do Estado às pressões do movimento sindical rural, realizadas desde o fim da década de 1980. O programa nasceu com a finalidade de prover crédito agrícola e apoio institucional aos pequenos produtores rurais que vinham sendo alijados das políticas públicas até então existentes e encontravam sérias dificuldades de se manter no campo. (CAZELLA, MATTEI, SCHNEIDER, 2004, p.2).

Segundo Schneider et al (2004) o Programa de Valorização da Pequena Produção Rural (Provap) criado em 1994 pelo Governo Itamar Franco foi à mola propulsora para a criação do Pronaf em 1995 pelo Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Guanziroli et al. (2001), o PRONAF surge na época que possui um alto

custo e escassez de crédito rural tradicional, consideravelmente o programa se desenvolveu para território nacional, ampliando o montante financiado, desenvolvendo programas especiais para atender as diferentes categorias de agricultores familiares, oferecendo assistência técnica e infraestrutura aos agricultores, assim, colaborando para o crescimento dos municípios, onde vivem esses agricultores.

(25)

A DAP é o instrumento que identifica a família como beneficiária do Pronaf, indicando de acordo com os perfis definidos, a que grupo pertence; constitui-se um documento obrigatório para acessar o crédito do Pronaf. A DAP é obtida por entidade credenciada pelo MDA, normalmente, uma entidade oficial de assistência técnica e extensão rural ou um sindicato do meio rural. (Banco do Nordeste, 2011, p.18).

Para Schneider, Cazella e Mattei (2004), o Pronaf é um programa que tem como objetivo geral o fortalecimento da agricultura familiar, proporcionando apoio técnico e financeiro, contribuindo para geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida dos agricultores, promovendo o desenvolvimento rural.

3.1 PÚBLICO ALVO

São os beneficiários do programa classificados de acordo com Banco do Nordeste do Brasil (2011):

Pronaf Grupo A: Crédito de investimento concedido aos agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) ou beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que não foram contemplados com operação de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera) ou que ainda não foram contemplados com o limite do crédito de investimento para a estruturação do Pronaf.

Pronaf Grupo A/C: refere-se ao crédito de custeio, isolado ou vinculado a agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) ou beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). Nesse grupo o agricultor pode contrair ate três operações, com cinco mil cada uma.

Pronaf Grupo B: São os agricultores familiares que vivem nas

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propriedade ou em local próximo, não disponham título de área superior a quatro módulos fiscais, possuem 30% da renda familiar da exploração agropecuária e não-agropecuária do estabelecimento; incluindo a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele. O crédito é destinado aos agricultores que possuem renda familiar bruta de até seis mil, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais. O grupo agrega os agricultores mais pobres, com o objetivo de combater a pobreza essa linha.

Pronaf Agricultores Familiares (comum): O crédito é voltado para os agricultores que tenham obtido renda bruta familiar nos últimos doze meses que antecedem a solicitação da DAP acima de R$ 6.000,00 (seis mil reais) e até R$110.000,00 (cento e dez mil reais), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídas os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

O quadro 1 resume a classificação dos agricultores familiares.

Grupo Características

A

Assentados da reforma agrária.

B Agricultores familiares com renda bruta anual

até R$ 4 mil e que obtenham ao menos 30% desse valor da atividade agropecuária.

A/C

Egressos do Grupo A.

C Agricultores familiares com renda bruta anual

de R$ 4 mil até R$ 18 mil e que obtenham ao menos 60% dos seus rendimentos da atividade agropecuária.

D Agricultores familiares com renda bruta anual

de R$ 18 mil até R$ 50 mil e que obtenham ao menos 70% dos seus rendimentos da atividade agropecuária.

E Agricultores familiares com renda bruta anual

de R$ 50 mil até 110 mil e que obtenham ao menos 80% dos seus rendimentos da atividade agropecuária.

Fonte: MDA/SAF/PRONAF (2007).

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Custeio do Beneficiamento, Industrialização de Agroindústrias Familiares e de Comercialização da Agricultura Familiar (Pronaf Agrinf): financiam as necessidades de custeio do beneficiamento e industrialização de produção própria e/ou de terceiros, inclusive aquisição de embalagens, rótulos, condimentos, conservantes, adoçantes e outros insumos, formação de estoques de insumos, formação de estoques de matéria-prima, formação de estoque de produto final e serviços de apoio à comercialização, adiantamentos por conta do preço de produtos entregues para venda, financiamento da armazenagem e conservação de produtos para venda futura em melhores condições de mercado.

Crédito para Cotas-Partes de Agricultores familiares

Cooperativados (Pronaf Cota-Parte): beneficiam agricultores familiares

filiados as cooperativas de produtores rurais que tenham, no mínimo, 70,0% dos associados ativos classificados como agricultores familiares, e que tenham patrimônio líquido de, no mínimo, R$ 25 mil, e no máximo de R$ 100 milhões. Financia a integralização de cotas-partes, aplicação em capital de giro, o custeio ou investimento.

Crédito de Investimento para Agregação de Renda à Atividade Rural (Pronaf Agroindústria): Crédito voltado para atividades agropecuárias e não agropecuária, mediante o beneficiamento, ao processamento e à comercialização da produção agropecuária, de produtos florestais e do extrativismo ou de produtos artesanais e exploração de turismo rural.

(28)

Crédito de Investimento para Mulheres (Pronaf Mulher) linha de crédito dirigida às mulheres agricultoras integrantes de unidades familiares de produção enquadradas no PRONAF, independentemente de sua condição civil. A mesma unidade familiar de produção pode contratar até dois financiamentos ao amparo do PRONAF Mulher.

Crédito de Investimento para Produção de Alimentos (PRONAF

Mais Alimentos): Destinado ao financiamento de projetos de investimento de

empreendimentos rurais voltados à produção de açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, trigo, fruticultura, olericultura, apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, ovinocultura, pesca e suinocultura.

Crédito de Investimento para Obras Hídricas e Produção para

Convivência com o Semiárido (Pronaf Semiárido): Os recursos são

destinados aos projetos de convivência com o semiárido focados na sustentabilidade dos agroecossistemas, priorizando projetos de infraestrutura hídrica e implantação, ampliação, recuperação ou modernização das demais infraestruturas, inclusive aquelas relacionadas com projetos de produção e serviços agropecuários e não-agropecuários.

Crédito de Investimento para Jovens (Pronaf Jovem): Financiamento para jovens agricultores e agricultoras familiares de 16 anos a 29 anos que tenham concluído ou estejam cursando o último ano em centros familiares rurais de formação por alternância ou em escolas técnicas agrícolas de nível médio que atendam à legislação em vigor para instituições de ensino, ou que tenham participado de curso ou estágio de formação profissional e que preencham os requisitos definidos pela Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

(29)

Crédito para Investimento em Energia Renovável e Sustentabilidade

Ambiental (Pronaf ECO) destina-se à implantação, utilização ou

recuperação de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, armazenamento hídrico, silvicultura, adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo.

3.1.1 OBSTÁCULOS DO PRONAF NO NORDESTE

Bastos (2006, p. 51) afirma:

A exclusão dos pequenos agricultores do crédito rural foi uma consequência de um ambiente institucional inadequado à pequena produção, apesar de as normas de crédito contidas no Manual de Crédito Rural (MCR) os privilegiarem com juros e prazos menores. Assim foi que as exigências burocráticas fora da realidade dos agricultores pobres – principalmente o uso da tecnologia inadequada, os limites políticos à mobilização e organização dos agricultores familiares, a ausência de parcerias institucionais, a falta de prática dos agentes financeiros em lidar com pequenas operações de crédito, dentre outros aspectos de igual relevância – fizeram crescer os custos de transação das operações, tornando-se obstáculos intransponíveis para que a maioria pudesse promover mudanças qualitativas de vida. O tratamento igual para diferentes dominava as ações do arranjo institucional que mediava o esforço de implementação das políticas de intervenção no meio rural, o que acentuou a exclusão e reforçou a posição dos estabelecidos.

De acordo com Bittencourt (2003), salienta-se a importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, um programa que enfrenta uma série de obstáculos. Exemplificando tais como:

a) A falta de interesse por parte dos bancos em se relacionar com esse público-alvo, devido às atividades serem considerados de alto risco e pelo fato da renda dos agricultores serem bastante variáveis, pois os custos bancários são altos para operarem crédito rural;

b) A exigência de garantias reais por parte dos bancos dificulta o acesso do agricultor ao crédito, pois os agricultores não possuem garantias reais para oferecer aos bancos, principalmente os mais pobres;

(30)

d) Problemas de assimetria de informações e;

e) Falta de incentivo por parte do governo são fatores que formam o ciclo da pobreza no meio rural e dificultam a inclusão do agricultor familiar no mercado de crédito, empatando o desenvolvimento na zona rural, e prejudicando a melhoria na vida dos agricultores familiares.

Conforme Abramovay e Veiga (1999),os primeiros anos de execução do PRONAF mostram que nem todos os agricultores familiares beneficiaram-se ou participaram do programa, pois os maiores beneficiários do programa são os agricultores familiares de maior renda, maior produção, e provavelmente os que possuíam vínculos com o setor bancário. Os bancos visam privilegiar agricultores familiares que trabalhavam com mercados mais dinâmicos, estáveis, e preferencialmente, beneficiar os agricultores integrados à agroindústria.

Para Mattei (2001) os maiores recursos aplicados são voltados para a região sul, onde os agricultores possuem um alto nível de organização, devido ao peso e as pressões das agroindústrias na região sobre os agricultores a elas vinculados, a tradição de luta pelo crédito rural por parte dos agricultores familiares na região Sul.

Tabela 3 - Nº de Contratos e Recursos aplicados no PRONAF por Ano Fiscal no Período de 1999 a 2009.

Região Número de

contratos % Recursos aplicados R$ bilhão %

Sul 6.159.743 42,7 35,0 46,6

Sudeste 2.162.888 15,0 14,6 19,4

Nordeste 4.889.601 33,9 14,6 19,4

Norte 723.166 5,0 7,9 7,9

Centro- oeste 505.508 3,5 6,7 6,7

Brasil 14.440.906 100 75,1 100

Fonte: Elaboração do Autor com Base em Dados do Brasil. Ministério do Desenvolvimento Agrário (2010).

Os resultados das aplicações dos recursos “mostram que tem ocorrido

uma intensa concentração dos recursos financeiros dessa política nos municípios das regiões mais ricas, em detrimento das localidades mais pobres do país”. (TONNEAU; AQUINO; TEIXEIRA, 2005, p. 65).

(31)

foi executado dentro de duas perspectivas a produtivista e setorial, idealizando e estimulando a agricultura familiar no País, excluindo os agricultores que não se encaixam em seus preceitos, juntamente com a falta de mobilização social, levando a exclusão daqueles produtores mais pobres, especialmente na região semiárida Nordeste, apresentando o maior número de agricultores descapitalizados.

Para Araújo et al. (2000) o Pronaf na região Nordeste não se resume apenas na criação de gados e pequenos animais, para esses autores o foco principal é que o programa incentiva a prática de tarefas agropecuárias vulneráveis a seca que domina periodicamente a região, não existe empenho no sentido de buscar novas tecnologias de convivência com as condições do clima, ou seja, isso eleva os riscos das atividades financiadas arruinarem e reduzir o fator gerador renda, consequentemente, fazendo com que uma grande parte dos agricultores contraiam dividas crescentes e impagáveis, portanto o Pronaf está contribuindo pouco para reduzir a vulnerabilidade dos agricultores familiares nordestinos.

Segundo Da Silva (2010) a concentração fundiária é um problema sério no Brasil, ocasionando a exclusão de muitos produtores do acesso à terra, sendo assim, a política de reforma agrária realizada pelo Governo é a criação de assentamentos rurais para garantir a permanência do homem no campo, com o acesso a terra passam a passar por outros problemas existentes para a sua sobrevivência no campo. O crédito rural é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos agricultores.

Na concepção de Alentejano (2000, p. 91), o PRONAF:

(32)

qualificação suficiente para acompanhar tal processo.(ALENTEJANO, 2000, p. 91).

3.1.2 PRONAF NA REGIÃO NORDESTE

Para Gomes da Silva (2007) o Pronaf B destaca-se na região Nordeste possui o maior volume de operações na região que estão inclusos os agricultores mais pobres, focalizando o combate a pobreza e a fome, gerando efeitos como, contribuindo para minimizar as carências socioeconômicas da grande parte dos agricultores familiares que vivem na pobreza, favorecendo a formação de espaços de solidariedade e de sociabilidade, possibilitando uma oportunidade no mercado, sobretudo aqueles que aplicam corretamente o crédito e melhora a autoestima.

Bastos (2004) compreende que são as famílias rurais mais carentes que carecem de organização, poucas terras ou ocupando de forma precária, alto índice de analfabetismo ou falta de exercício de cidadania. Agricultores excluídos do sistema tradicional bancário, pois não apresenta documentação civil, precária titulação de suas propriedades, sem acesso aos serviços, baixa renda, ou seja, a falta de informação, o isolamento dificulta a melhoria na qualidade de vida desses agricultores. Esse grupo é clientela potencial para as politicas publicas compensatórias.

Para Santos e Gois (2011) o Pronaf B disponibiliza recursos de pequenos valores, para investimentos de pequeno porte em atividades agrícolas e não agrícolas no meio rural, tais atividades são: compra de pequenos animais, artesanatos, fabricação de alimentos, caixas de abelhas, manutenção da família e da propriedade. Essa linha não é focalizada apenas no financiamento das atividades produtivas, mas da manutenção da família. Formado por família de pescadores, extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas.

(33)

O Banco do Nordeste do Brasil (2012) é o maior operador do Pronaf na região Nordeste, constituindo, um importante operacionalizador do Pronaf, o Pronaf B no Nordeste, sendo responsável por 96,2% dos contratos e 95,3% dos volumes financiados durante 2000 a 2008, o motivo do desempenho seria a contínua desburocratização para uma maior agilidade no acesso ao crédito, e melhorias no processo de operação pelo banco, direcionadas ao público do grupo B. O BNB, juntamente com seus parceiros instituições públicas e privadas atua como agente financeiro do Pronaf, facilitando o acesso ao credito de custeio e investimento, garantindo competitividade aos empreendimentos, a reposição de perdas em casos de adversidades climáticas, elaborando projetos e proporcionando orientação empresarial e técnica aos produtores rurais.

Para Mesquita (2011) é evidente a relação entre pobreza e o crédito, contudo o Pronaf, especialmente o Pronaf B na região Nordeste, devem interagir com outros programas do Governo, com o objetivo de proporcionar melhoras na infraestrutura da educação básica, saúde, saneamento básico e outros serviços para efetivar a cidadania dos produtores rurais.

“É possível afirmar que o Pronaf B é um instrumento de emancipação social e combate a pobreza rural, pois o microcrédito, em seu amplo conceito, é capaz de garantir ao homem a possibilidade de efetivar empréstimos com eliminação de riscos operacional para investimentos e para giro para os bancos financiadores, com geração de empregos, além dos ganhos extraeconômicos, beneficiando,

assim, todos os setores envolvidos”. (MESQUITA, 2011, p.75).

3.1.3 PRONAF NO CEARÁ.

(34)

projetos (dificuldade de gerenciamento dos recursos) do crédito; dificuldade de pagamento do crédito; Má focalização das despesas públicas e baixo alcance entre os pobres; Investimentos insuficientes em tecnologia; Atraso e descontinuidade na liberação de recursos; Deficiências na integração entre mercados e na estrutura de comercialização.

A tabela 4 apresenta os quinze municípios cearenses com o maior valor contratado pelo Pronaf no ano 2000.

Tabela 4 - Municípios Cearenses com o maior valor contratado pelo Pronaf em 2000.

Municípios Valor Contratado em 2000

1 Canindé 2,817,150.32

2 Quixeramobim 2,421,826.68

3 Quixadá 2,115,049.45

4 Boa Viagem 1,522,738.49

5 Jaguaretama 1,427,317.65

6 Itapipoca 1,319,952.58

7 Miraíma 1,192,468.44

8 Crateús 1,113,270.54

9 Icó 1,096,829.12

10 Caucaia 1,070,093.18

11 Barroquinha 963,846.90

12 Amontada 917,565.50

13 Jaguaribe 749,787.82

14 Pedra Branca 718,136.11

15 Iguatu 649,963.52

Fonte BNB (2014). Elaboração Própria

Municípios que não receberam recursos do Pronaf em 200 são Aquiraz, Carnaubal, Croatá, Eusébio, Fortaleza, Groaíras, Hidrolândia, Itaiçaba, Itaitinga, Jijoca de Jericoacara, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Marco, Merucoca, Umirim, Uruburetama, Frecheirinha, General Sampaio.

(35)

Tabela 5 – Municípios Cearenses com o menor valor contratado pelo Pronaf em 2000.

Municípios Valor Contratado em 2000

15 Iracema 846.00 14 Barbalha 1,399.09 13 Palmácia 1,437.68 12 Pacujá 1,440.00 11 Guaramiranga 1,638.12 10 Cascavel 1,649.34 9 Forquilha 2,120.07 8 Paramoti 6,131.16 7 Bela Cruz 6,480.00 6 Senador sá 7,200.00 5 Redenção 8,838.67 4 Pacatuba 9,100.32 3 Antonina do Norte 9,538.72 2 São Gonçalo do Amarante 9,770.75 1 Ererê 10,012.65

Fonte BNB (2014). Elaboração Própria

A tabela 6 apresenta os quinze municípios cearenses com o maior valor contratado pelo Pronaf no ano 2010

Tabela 6 - Municípios Cearenses com o maior valor contratado pelo Pronaf em 2010.

Fonte BNB (2014). Elaboração Própria

Municípios Valor Contratado em 2010

(36)

Em 2010 o único munícipio do estado do Ceará que não recebeu recursos do Pronaf foi Eusébio.

A tabela 7 apresenta os quinze municípios cearenses com o menor valor contratado pelo Pronaf no ano 2010.

Tabela 7 - Municípios Cearenses com o menor valor contratado pelo Pronaf em 2010.

Municípios Valor Contratado 2010

1 Groaíras 17,800.00 2 Reriutaba 23,514.08 3 Maracanaú 54,053.00 4 Meruoca 54,977.00 5 Potengi 68,270.00 6 Antonina do Norte 71,617.27 7 Chaval 78,104.92 8 Alcântaras 83,510.00 9 Pindoretama 88,896.39 10 Graça 91,540.00 11 Varjota 91,698.60 12 Pacujá 107,127.55 13 Marco 114,263.00 14 Altaneira 121,329.78 15 Potiretama 124,346.10

Fonte BNB (2014). Elaboração Própria.

4. POBREZA RURAL NO BRASIL

No Brasil, segundo ROCHA (2003), o conceito de pobreza mais utilizado é o de pobreza absoluta e pode ser dividida em duas situações:

a) Quando se trata somente das necessidades mínimas nutricionais, esse valor é denominado linha de indigência ou de pobreza extrema e se baseia no valor de “cestas alimentares básicas”.

(37)

Para Prado Junior (2004) o Brasil apresenta marcas históricas desde o tempo da colonização, através de um processo mercantil, caracterizado por trabalho escravo e na grande propriedade privada, onde os recursos disponíveis no espaço geográfico tinha caráter explorador, com a finalidade de atender os interesses da metrópole lusitana com bens primários e produção. A colonização permitiu que a estrutura da economia fosse voltada ao exterior, enfatizando marco social como pobreza, exclusão social, e concentração de renda (expropriou parte dos camponeses da área rural) que sobrevive até na atualidade do nosso país. A estrutura fundiária brasileira formou-se sob a grande propriedade, o latifúndio.

Os estudos de Barros (2000) apontam que a pobreza é um problema social existente no Brasil derivada da forte concentração de renda e terra no país, ou seja, verificando que a pobreza é um problema estrutural. Os 10% mais ricos do Brasil detêm 75% da riqueza nacional, revelando que a média dos 10% mais ricos representa 28 vezes a renda média dos 40% mais pobres.

Henriques (2003, p. 68) aponta que:

“É fundamental reconhecer a desigualdade como principal fator

explicativo do excessivo nível de pobreza no Brasil”. O autor

considera também necessárias à superação da desigualdade

educacional, pois, considera que “a enorme heterogeneidade entre os

níveis de escolaridade dos indivíduos representa a principal fonte de

desigualdade salarial brasileira”.

Fiori (1992) mostra que os níveis de desigualdade têm se elevado de forma contínua devido à estrutura fundiária brasileira e pela inexistência de política agrícola de suprimentos básicos.

Contudo, para IPECE (2012) não apenas a desigualdade é causador da pobreza, principalmente no Brasil, que existem outros fatores que se relacionam e explicam a pobreza como a escolaridade, saneamento básico, energia elétrica, saúde, renda, PIB, programas de transferências de renda, entre outros, afetam a pobreza.

A estrutura fundiária brasileira, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, apresenta zona de conflito para muitos agricultores familiares.

“Binômio latifúndio versus minifúndio ainda se apresenta como um desafio e

(38)

Conforme a tabela 8 a região Nordeste em 1995 apresentava 50,66% dos pobres no Brasil. Em 2008, houve um aumento para 53,09% de pobres, enfatizando o aumento da participação dos pobres na região Nordeste no Brasil.

Tabela 8 - Número de indivíduos pobres no Brasil e em suas regiões

REGIÃO 1995 2001 2005 2008

Centro-Oeste 2.732.552 3.003.663 2.664.071 1.682.270

Norte 3.114.296 28.719.015 27.327.747 22.011.073

Nordeste 26.231.589 28.719.015 27.327.747 22.011.073

Sul 6.083.134 6.194.775 4.968.278 3.382.090

Sudeste 13.622.855 16.160.921 14.367.748 9.524.733 Brasil 51.784.426 58.488.902 55.476.712 41.460.919

Nordeste/ BR (%) 50,66 49,10 49,26 53,09

Fonte:IPEA(2011)

Os estudos do IPEA (2010) concluem que existem fortes disparidades entre as regiões, destacando o Sul e o Sudeste, apresentando o melhor desempenho na redução da pobreza, enquanto Nordeste, Norte e Centro-Oeste também reduziram, mas com percentuais menores. O Norte e o Nordeste geralmente têm mais dificuldades de superar os efeitos negativos das desigualdades sociais.

4.1 POBREZA RURAL NO NORDESTE

Rocha (2003) verifica que o Nordeste sempre manteve sua posição de desvantagem relativa em relação aos indicadores de pobreza enquanto insuficiência de renda. O número de pobres na população total foi sempre mais elevado no Nordeste em relação ao Brasil, como os pobres nordestinos foram mais intensamente pobres, no sentido de que sua renda média se distanciava dos valores de referência adotados como linhas de Pobreza.

(39)

disso, sofrem com o problema da escassez de precipitações pluviométricas e da aridez dos solos.

[...] Os efeitos de tais secas têm sido desastrosos e dramáticos. É popularmente aceito, em consequência, que o maior problema do Nordeste, é a seca, e o maior programa na região, tem sido dirigido contra os efeitos desse indesejável fenômeno, através do Departamento Federal de Obras contra as Secas. Com esse programa, grandes somas de dinheiro têm sido despendidas em reservatório de armazenamento de água, um pequeno montante em irrigação e outras em construções civis. (ROBOCK, 1955, p. 21).

Os agricultores de baixa renda, o acesso precário a serviços públicos, as condições climáticas adversas e a base limitada de recursos naturais, fazem com que esses agricultores tenham maiores dificuldades para sair da pobreza, devido aos obstáculos ditos acima.

Uma das principais causas da pobreza no Nordeste é a desigualdade da posse da terra. As boas terras agrícolas estão concentradas nas mãos de poucas pessoas, onde os pequenos agricultores representam mais de 84% do setor agrícola do país, empregando aproximadamente 75% da força de trabalho rural.

O atraso das comunidades rurais é mantido por altos índices de analfabetismo devidos a má qualidade e cobertura do ensino, acesso limitado à infraestrutura e serviços básicos e mau funcionamento dos mercados financeiros rurais. No interior árido do Nordeste carece de acesso a água crédito, capacitação e tecnologias melhoradas que ajudariam a aumentar a produtividade.

Conforme o IBGE (2001) a pobreza na zona rural no nordeste nos últimos tempos apresentou baixa mobilidade dos indicadores, isto é, resultante do processo histórico marcado pela má distribuição de terra, políticas públicas limitadas, clima adverso, e por fim a instabilidade nas relações de trabalho.

(40)

“desenvolvimento é o movimento sinérgico, captável por alterações de

algumas variáveis de estado, que consegue estabelecer uma estabilidade em um sistema complexo, no caso, uma coletividade

humana” (FRANCO, 2002, p. 47).

Ressaltando que crescimento econômico não é suficiente para reduzir a pobreza, apenas é capaz de atenuá-la em certas circunstâncias. É necessário haver uma interação com outros fatores.

4.1.1 POBREZA RURAL NO CEARÁ

A maior parte da pobreza está concentrada na área rural, devido aos fatores como renda monetária baixa ou insignificante, produção voltada para subsistência, acesso limitado a terra e a infraestrutura pública, concentração de terra. Entre outros que contribuem para persistência da pobreza.

Conforme o IPECE (2010) evidencia o estado do Ceará é o terceiro estado mais populoso no Nordeste com 8.472.231 milhões de habitantes, onde 51,1% são pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo. Assim esse percentual é inferior à região Nordeste, apresentando 52,1% de pobres, e superior à taxa de pobreza do Brasil que é 30,6%.

Opróprio IPECE (2012, p.19) relata que:

Analisando a questão da pobreza nesse contexto, o “Plano Brasil Sem Miséria” apresenta grande parte de suas ações direcionadas para o

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Assim, verificamos conforme a tabela 9 abaixo a média da pobreza rural dos municípios cearenses no ano 2000 era 78,13 passando para 55.22 em 2010, como a extrema pobreza em 2000 era 54.02, e em 2010 passa a ser 34.24, provando que houve redução em média da pobreza e da extrema pobreza rural no Ceará.

Tabela 9 Média da Pobreza e Extrema Pobreza Rural nos municípios cearenses.

Média

Municípios 2000 2010

Pobreza Rural 78.13% 55.22%

Extrema Pobreza Rural 54.02% 34.24%

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

4.1.2 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MAIOR ÍNDICE DE POBREZA RURAL

A tabela 10 mostra de forma ordenada os quinzes municípios com o maior índice de pobreza rural, mostrando a alternância dos municípios conforme o período escolhido.

Tabela 10 Os 15 municípios com o maior índice de pobreza rural.

Municípios 2000 Pobreza Rural (%) 2010

1 Barroquinha 91.65 14 Martinópole 76.47 2 Catarina 91.12 29 Santana do Acaraú 75.36

3 Uruoca 88.98 8 Granja 74.97

4 Altaneira 88.76 1 Barroquinha 74.00

5 Camocim 88.66 179 Itaitinga 73.54

6 Senador Sá 88.49 6 Senador Sá 72.84

7 Umirim 87.26 9 Miraíma 72.43

8 Granja 87.12 3 Uruoca 72.01

9 Miraíma 86.76 22 Moraújo 71.33

10 Poranga 86.60 81 Ibicuitinga 68.83 11 Saboeiro 86.52 34 Irauçuba 68.66

12 Palhano 86.34 30 Amontada 68.54

13 Croatá 86.26 13 Croatá 68.45

14 Martinópole 86.13 59 Santa Quitéria 67.56

15 Canindé 85.80 5 Camocim 66.44

(42)

Assim na tabela 11 notamos que tanto em 2000 como em 2010, os municípios de Barroquinha, Uruoca, Camocim, Senador Sá, Granja, Miraíma, Martinópole, mesmo reduzindo sua pobreza ao longo do tempo, continuam fazendo parte do dos quinzes municípios com a maior pobreza rural.

Tabela 11 Municípios que permaneceram na pobreza rural em 2000 e 2010.

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Barroquinha 91.65 74.00

Uruoca 88.98 72.01

Camocim 88.66 66.44

Senador Sá 88.49 72.84

Granja 87.12 74.97

Miraíma 86.76 72.43

Martinópole 86.13 76.47

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

Já a tabela 12 mostra que Catarina, Altaneira, Umirim, Poranga, Saboeiro, Palhano, Croatá, Canindé faziam parte do grupo com o maior índice de pobreza rural em 2000, saindo em 2010 desse grupo por reduzirem de forma significativa a pobreza.

Tabela 12 – Municípios pobres que faziam parte do grupo com o maior índice de pobreza rural em 2000, saindo em 2010 desse grupo.

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Catarina 91.12 54.22

Altaneira 88.76 65.09

Umirim 87.26 62.38

Poranga 86.60 59.93

Saboeiro 86.52 63.50

Palhano 86.34 43.13

Croatá 86.26 68.45

Canindé 85.80 60.35

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Já a tabela 13 abaixo mostra que Santana do Acaraú, Itaitinga, Moraújo, Ibicuitinga, Irauçuba, Amontada e Santa Quitéria, não faziam parte do grupo com o maior índice de pobreza rural em 2000, entrando em 2010 no grupo mesmo reduzindo a pobreza.

Tabela 13 Municípios pobres que não faziam parte do grupo com o maior índice de pobreza rural em 2000, entrando em 2010 nesse grupo.

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Santana do Acaraú 83.83 75.36

Itaitinga 63.89 73.54

Moraújo 84.67 71.33

Ibicuitinga 79.19 68.83

Irauçuba 83.33 68.66

Amontada 83.67 68.54

Santa Quitéria 81.55 67.56

(44)
(45)

4.1.3 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MENOR ÍNDICE DE POBREZA RURAL

A tabela 14 abaixo mostra de forma ordenada os quinzes municípios com o menor índice de pobreza rural, mostrando a alternância dos municípios conforme o período escolhido.

Tabela 14 – Os 15 municípios com o menor índice de pobreza rural.

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010

Assim a tabela 15 mostra que tanto em 2000 como em 2010, os municípios de Caucaia, Meruoca, Aquiraz, Russas, Limoeiro do Norte, São João do Jaguaribe, mesmo reduzindo sua pobreza ao longo do tempo, continuam reduzindo a pobreza fazendo parte dos quinzes municípios com a menor pobreza rural.

Município Pobreza Rural (%)

2000 2010

169 Quixeré 68.53 174 Meruoca 40.50

170 Ubajara 67.94 136 Jijoca de Jericoacoara 40.03

171 Iguatu 67.33 129 São Gonçalo do Amarante 39.84

172 Caucaia 67.27 163 Acarape 38.71

173 Jaguaribara 67.14 99 Horizonte 38.33

174 Meruoca 66.88 168 Pacajus 37.76

175 Aquiraz 66.38 172 Caucaia 37.76

176 Russas 65.90 182 São João do Jaguaribe 37.18

177 Independência 65.70 175 Aquiraz 37.00

178 Tabuleiro do Norte 64.43 126 Pacatuba 34.64

179 Itaitinga 63.89 176 Russas 33.67

180 Alto Santo 62.82 123 Itaiçaba 32.03

181 Limoeiro do Norte 62.11 92 Forquilha 31.68

182 São João do Jaguaribe 61.30 181 Limoeiro do Norte 30.53

(46)

Tabela 15 – Municípios que reduziram a pobreza rural em 2000 e 2010.

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

.

Já a tabela 16 mostra que Quixeré, Ubajara, Iguatu, Jaguaribara, Independência, Tabuleiro do Norte, Itaitinga, Alto Santo, Icapuí, faziam parte do grupo com o menor índice de pobreza rural em 2000, saindo em 2010 desse grupo por reduzirem menos de forma significativa à pobreza, comparados aos municípios que entraram no grupo em 2010, com exceção de Itaitinga que aumentou sua pobreza rural.

Tabela 16 – Municípios pobres que faziam parte do grupo com o menor índice de pobreza rural em 2000, saindo em 2010 desse grupo.

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Quixeré 68.53 41.17

Ubajara 67.94 43.77

Iguatu 67.33 45.64

Jaguaribara 67.14 42.99

Independência 65.70 55.19

Tabuleiro do Norte 64.43 49.88

Itaitinga 63.89 73.54

Alto Santo 62.82 48.88

Icapuí 59.21 41.23

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

Conforme a tabela 17 mostra que Jijoca de Jericoacara, São Gonçalo do Amarante, Acarape, Horizonte, Pacajus, Pacatuba, Itaiçaba, Forquilha e

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Caucaia 67.27 37.76

Meruoca 66.88 40.50

Aquiraz 66.38 37.00

Russas 65.90 33.67

Limoeiro do Norte 62.11 30.53

(47)

Maracanaú, não faziam parte do grupo com o menor índice de pobreza rural em 2000, entrando em 2010 no grupo, reduzindo de forma significativa a pobreza rural.

Tabela 17

Municípios pobres que saíram do grupo com o menor índice de pobreza rural em 2000, entrando em 2010 nesse grupo.

POBREZA RURAL (%) ANO

Municípios 2000 2010

Jijoca de Jericoacoara 73.67 40.03

São Gonçalo do Amarante 74.38 39.84

Acarape 69.62 38.71

Horizonte 77.68 38.33

Pacajus 68.73 37.76

Pacatuba 74.67 34.64

Itaiçaba 74.85 32.03

Forquilha 78.07 31.68

Maracanaú 83.44 27.77

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

4.1.4 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MAIOR ÍNDICE DE EXTREMA POBREZA.

Segundo Sachs (2005), o significado de extrema pobreza está relacionado às famílias que não podem satisfazer as necessidades básicas para sobreviver, consequentemente, essas famílias sofrem com a fome crônica, não têm acesso à saúde, água potável e esgoto, educação e muitas vezes não possuem uma habitação.

Para o IBGE (2010), a linha de extrema pobreza foi estabelecida em R$ 70,00 per capita considerando o rendimento nominal mensal domiciliar. Deste modo, qualquer pessoa residente em domicílios com rendimento menor (até sem rendimento) ou igual a esse valor é considerada extremamente pobre. Esta definição é de grande importância para o governo federal, e orientou a elaboração do Plano Brasil Sem Miséria, pelo MDS.

(48)

Tabela 18 – Os 15 municípios com o maior índice de extrema pobreza rural.

Município 2000 Extrema Pobreza Rural (%) 2010

1 Catarina 75.25 23 Santana do Acaraú 60.00

2 Altaneira 75.09 13 Martinópole 59.02

3 General Sampaio 73.09 32 Granja 58.64

4 Senador Sá 72.17 11 Miraíma 55.40

5 Monsenhor Tabosa 71.75 71 Ipaporanga 52.18

6 Barroquinha 71.49 17 Croatá 51.97

7 Araripe 71.43 6 Barroquinha 50.31

8 Saboeiro 71.17 15 Amontada 49.84

9 Granjeiro 71.06 36 Choró 48.72

10 Hidrolândia 71.01 128 Potengi 48.12

11 Miraíma 70.51 48 Santa Quitéria 48.05

12 Uruoca 70.07 4 Senador Sá 47.78

13 Martinópole 70.05 2 Altaneira 47.53

14 Aiuaba 69.71 43 Coreaú 46.81

15 Amontada 69.66 40 Irauçuba 46.59

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010.

Assim a tabela 19 mostra que tanto em 2000 como em 2010, os municípios de Altaneira, Senador Sá, Barroquinha, Miraíma, Martinópole, mesmo reduzindo sua pobreza ao longo do tempo, continuam fazendo parte dos grupos dos quinzes municípios com a maior extrema pobreza rural.

Tabela 19 - Municípios que permaneceram na extrema pobreza rural em 2000 e 2010.

Extrema pobreza rural (%)

Municípios 2000 2010

Altaneira 75.09 47.53

Senador Sá 72.17 47.78

Barroquinha 71.49 50.31

Miraíma 70.51 55.40

Martinópole 70.05 59.02

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

(49)

Tabela 20 – Municípios extremamente pobres que faziam parte do grupo com o maior índice de extrema pobreza rural em 2000, saindo em 2010 desse grupo..

Extrema pobreza rural (%)

Municípios 2000 2010

Catarina 75.25 32.16

General Sampaio 73.09 31.90

Monsenhor Tabosa 71.75 42.10

Araripe 71.43 44.29

Saboeiro 71.17 45.02

Granjeiro 71.06 34.40

Hidrolândia 71.01 37.76

Uruoca 70.07 45.88

Aiuaba 69.71 37.55

Amontada 69.66 49.84

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010. Elaboração própria.

Conforme a tabela 21 a seguir mostra que Santana do Acaraú, Granja, Ipaporanga, Croatá, Amontada, Choro, Potengi, Santa Quitéria, Coreaú, Irauçuba, não faziam parte do grupo com o maior índice de extrema pobreza rural em 2000, entrando em 2010 no grupo.

Tabela 21 Municípios extremamente pobres que não faziam parte do grupo com o maior índice de extrema pobreza rural em 2000 , entrando em 2010 nesse grupo.

Extrema pobreza rural (%)

Municípios 2000 2010

Santana do Acaraú 65.50 60.00

Granja 59.05 58.64

Ipaporanga 57.58 52.18

Croatá 67.40 51.97

Amontada 69.66 49.84

Choró 63.21 48.72

Potengi 49.47 48.12

Santa Quitéria 61.30 48.05

Coreaú 61.59 46.81

Irauçuba 62.31 46.59

(50)

4.1.5 MUNICÍPIOS CEARENSES COM O MENOR INDICE DE EXTREMA POBREZA.

A tabela 22 abaixo mostra de forma ordenada os quinzes municípios com o menor índice de extrema pobreza rural, mostrando a alternância dos municípios conforme o período escolhido.

Tabela 22 – Os 15 municípios com o menor índice de extrema pobreza rural

Municípios 2000 Extrema Pobreza Rural (%) 2010

169 Morada Nova 38.53 164 Meruoca 18.94

170 Pacajus 38.35 176 Icapuí 18.00

171 Tabuleiro do Norte 38.32 168 Maranguape 17.89

172 Caucaia 38.18 181 Guaramiranga 17.57

173 Alto Santo 36.92 158 Quixeré 17.18

174 Russas 36.52 167 Pindoretama 16.82

175 Maracanaú 35.68 160 Barbalha 16.36

176 Icapuí 35.55 125 Itaiçaba 15.99

177 São João do Jaguaribe 34.25 161 Acarape 15.24 178 Horizonte 33.74 180 Limoeiro do Norte 13.40

179 Itaitinga 30.96 174 Russas 12.89

180 Limoeiro do Norte 30.80 172 Caucaia 12.83

181 Guaramiranga 29.55 175 Maracanaú 12.68

182 Ubajara 29.26 86 Forquilha 12.44

183 Aquiraz 26.89 153 Pacatuba 8.71

Fonte: Microdados das Amostras dos Censos 2000 e 2010.

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Tabela 1  –  Número de Estabelecimentos e Área, por UF do Nordeste.
Tabela  2  –   Percentuais  dos  Principais  Produtos  Agropecuários  da  Agricultura  Familiar no Nordeste
Tabela 3 - Nº de Contratos e Recursos aplicados no PRONAF por Ano Fiscal  no Período de 1999 a 2009
Tabela  4  -  Municípios  Cearenses  com  o  maior  valor  contratado  pelo  Pronaf em 2000
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