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PROJETO DE ENSINO: Virgulino Ferreira da Silva, O Lampião e Literatura de Cordel.

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Academic year: 2021

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IVIE RAFAELA SIMÕES ROSA

PROJETO DE ENSINO:

Virgulino Ferreira da Silva, O Lampião e Literatura de Cordel.

IVIE RAFAELA SIMÕES ROSA

Curitiba 2016

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

HISTÓRIA

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Curitiba 2016

PROJETO DE ENSINO:

Virgulino Ferreira da Silva, O Lampião e Literatura de Cordel.

Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Projeto de Ensino em História.

Orientador: Prof. Cyntia Simioni França

IVIE RAFAELA SIMÕES ROSA

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SUMÁRIO

1. Introdução ... 4

2. Justificativa ...6

3. Referencial teórico...…. 7

4. Série e ano qual o projeto se destina... 15

5. Objetivos ... 15

6. Problematização...16

7. Processo de desenvolvimento...16

8. Tempo para realização do projeto ...17

9. Recurso humanos e materiais ...17

10. Avaliação ... 18

11. Referências bibliográficas ... 19

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa o estudo e entendimento da trajetória de um homem que se tornou protagonista na História do Cangaço no Sertão brasileiro. Lampião atuou em todo o território nordestino, salvo o Piauí e Maranhão.

Primeiro se faz necessário compreender o contexto de CANGAÇO e suas características, como, por exemplo, sua origem no século XVIII (segunda metade), ganhando força de fato no século XIX, composto por nômades violentos, que aterrorizavam a região com seus crimes.

Lampião porém não foi o primeiro grande cangaceiro, José Gomes ou '‘cabeleira’' foi o pioneiro no cangaço, sucedido por Jesuíno Alves de Melo Calado ou “Jesuíno brilhante”. Esses deram início a rebelião no Nordeste, praticando todo tipo de crimes, como, assaltar fazendas, sequestrar e matar coronéis e lhes roubar tudo quanto fosse possível. Lampião, no entanto, foi o mais famoso deles, julgado por vezes, e ovacionado por muitos, tornou-se um mito.

Ao lançar mão de uma pesquisa a cerca deste tema, é possível observar um imenso acervo de obras literárias, filmes, músicas, peças de teatro, livretos, poesias dentre tantas outras formas de manifestação cultural, com conteúdo destinado ao Rei do Cangaço, como ficou conhecido e popularizado. Esses conteúdos vão desde bibliografar a trajetória de Lampião, ilustrar suas histórias e questionar seus feitos.

Até os dias atuais, o cangaço é motivo de discussão, pesquisas, debates e manifestação cultural.

Nesse trabalho, farei um apanhado sobre a história desse mito nordestino, sua origem, seus motivos, seus feitos e sua morte. Quanto a fonte histórica escolhida, trabalharei com Literatura de Cordel, por ser uma das formas culturais mais conhecidas e possuir uma essência cultural muito forte. Ilustrado por xilogravuras, esses folhetos retratam a cultura e os costumes do Nordeste. Com vários exemplos relacionados com a história de Lampião e do Cangaço.

A abordagem desse assunto valoriza a cultura popular, mantendo viva a memória, as tradições e costumes nordestinos, cabe a nós educadores, mediar esses conhecimentos, sugerindo assim que se preserve essa riqueza cultural, que é a marca do povo nordestino.

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Esse trabalho não tem por objetivo ignorar as consequências dos atos cometidos pelo bando de Lampião e demais cangaceiros. Mantendo assim, o respeito por opiniões adversas.

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2 JUSTIFICATIVA

'“Nas narrativas populares, Lampião é marcado por complexidades mais ou menos específicas: ora é visto como herói injustiçado, ora é visto como assassino de injustificável crueldade.”

RAMOS, Francisco Régis Lopes. Narrativas em fogo cruzado: Padre Cícero, Lampião e a Guerra de 14. Trajetos – Revista de História UFC, Fortaleza, vol. 2, n. 3, 2002, p. 165.

Escolhi problematizar esse terma pelo encanto dos contos de Lampião, pelo impacto que ele causou na cultura brasileira e por apreço pessoal.

Acredito tratar-se de um conteúdo de extrema importância a identidade do povo brasileiro, mais precisamente do Nordeste. O movimento teve início devido as crises econômicas e sociais que a região enfrentava, a seca que dizimou centenas de pessoas, o que ocasionou um êxodo e empobreceu ainda mais os que por ali ficaram. O cangaço veio como reação a formas de política coronelista.

Por esse e outros tantos motivos, esse tema é de muita importância, sendo assim, apto para ser trabalhado na educação básica. Engloba, conflitos sociais, movimentos sociais, costumes, cultura, violência, revolta, manifestação cultural, história regional e etc. Permite ser trabalhado de várias formas em sala de aula como, por exemplo, o uso de filmes, peças de teatro, músicas e demais. Não falta acervo bibliográfico para trabalhar este tema.

Em relação a fonte histórica, Literatura de Cordel, proporciona uma interatividade entre os alunos, uma proza. É possível trabalhar de forma dinâmica, facilitando o ensino aprendizagem.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

José Geraldo Aguiar deixou sua vida tranquila como fotógrafo para estudar a vida de Virgulino Ferreira da Silva, escreveu o livro “Lampião o invencível, duas vidas, duas mortes – o outro lado da moeda” e em detalhes objetiva comprovar que Lampião não morreu numa emboscada em Angico, inclusive, faz relatos que o próprio Lampião teria feito a ele pessoalmente.

Teoricamente, Lampião nasceu em 07 de Julho de 1897, no sítio Ingazeira. Entrou para o cangaço em 1914, com o objetivo de vingar a morte de seu pai, em decorrência de uma briga entre as famílias CARVALHO e PEREIRA.

A princípio ele vingaria a morte do pai, mas acabou se afeiçoando pelas correrias armadas, assaltos, estupros, incêndios e tiroteios, tornando-se um cangaceiro de fato. Lampião foi um apelido dado por ele mesmo, pois dizia que sua espingarda nunca deixava de ter clarão, tal qual um lampião.

Em 1926, após praticar todo tipo de crimes, foi transformado em “capitão”, recebendo por ordem do deputado Floro Bartolomeu Costa e do padre Cícero, fuzis Mauser e 300 cartuchos para cada um de seus homens. Obteve ordens para perseguir a coluna Prestes, porém, descobriu que o governo não queria anistiá-lo e que o documento que o fazia capitão não tinha nenhuma validade legal, desistiu

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da caçada humana e em posse de suas armas, voltou a praticar seus antigos crimes, como assaltos e saques.

Em 1928, lampião conheceu Maria Gomes de Oliveira ou Maria Bonita, que embora fosse casada se apaixonou a primeira vista. Abandonou o marido e seguiu com lampião e os cangaceiros, tiveram uma filha legalmente reconhecida, chamada Expedita. Maria Bonita ficou ao lado dele até a morte.

Maria Bonita não só era paparicada pelo Rei do Cangaço como influenciou o grupo, graças a ela, os bandos que antes eram exclusivamente masculinos, passaram a ser mistos e outros membros acabaram por se casar também. Contudo, a frequência e a ferocidade dos ataques diminuíram, lampião tentou por vezes abandonar o cangaço, mas não conseguiu.

Ao fim da década de 30, Vargas e o Estado Novo colocou a cabeça de Lampião a prêmio e o cangaço se via com os dias contados. Em 1938, Lampião e o bando se instalaram em uma fazendo em Angicos, no interior do Sergipe, um comerciante local delatou o grupo, era o fim de Lampião.

Ele, Maria Bonita e outros nove cangaceiros foram mortos e decapitados, os corpos foram jogados em um riacho seco e as cabeças expostas nas escadarias da igreja de Santana do Ipanema. Somente na década de 60 a filha e os netos de Lampião conseguiram retirá-las de lá e dar-lhes um enterro digno.

Com a morte de Corisco ou Diabo Louro, em 1940, o cangaço e suas atividades estavam definitivamente encerradas.

Aqui entra a obra de José Aguiar, O objetivo do livro, é “provar” que Virgulino Ferreira da Silva não foi morto pela Polícia na localidade de Angicos, na madrugada de 28 de julho de 1938, ao lado de 11 companheiros, incluindo Maria Bonita.

De acordo com uma entrevista concedida por José Geraldo de Aguiar à revista Nós Fora dos Eixos, Lampião teria morrido em 1993, aos 96 anos, no Estado de Minas. Ele alega ter convivido com lampião durante cinco meses, atribuindo ao mesmo, uma personalidade caridosa e inteligente.

Sem dúvidas um livro muito polêmico, que muda os rumos da História do cangaço.

Leia mais em: http://www.s1noticias.com/livro-afirma-que-lampiao-nao-foi-assassinado-em-sergipe-e-que-teve-ajuda-do-padre-cicero.html#ixzz47MELCyQx

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Outra autoria que faz menção a Lampião de forma exemplar é de Vera Ferreira, neta de Virgulino. Trazendo uma proposta diferente dos livros mencionados anteriormente, Vera e Antônio Amaury se prendem mais à vida do cangaceiro em seu percurso transitório de Virgulino para Lampião. Ao contrário dos outros que se fortaleceram mais em relatos documentais, este passa por pessoas que puderam conhecer o Rei do Cangaço e tenta desmistificar a ideia sombria que circunda a imagem de Lampião.

O livro conta a história de lampião, que era um rapaz trabalhador, vivia na zona rural, respeitador e valente, era o mais novo de três irmãos.

Na época o coronelismo imperava, viviam sob exploração, roubo e mais. A família Ferreira fazia comércio de compra e venda com fazendeiros, certa vez deram por falta de um produto que foi roubado por um cabra que trabalhava para um tal Salustiano, acontece que os irmãos ferreira foram a procura do tal cabra e o mesmo já havia fugido, pois sabia que se fosse encontrado seria morto. A família de Salustiano preferiu acreditar no funcionário e ignorou a família Ferreira, assim deu início a rixa entre as duas famílias.

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Não bastasse a guerra entre famílias, a mãe de lampião veio a falecer por não aguentar a pressão, perderam sua moradia, seu sustento, mas o pior estava por vir, seu pai foi morto. Disso veio a vida nas estradas, a violência e as aventuras. Nessas andanças, Virgulino conhece Sinhô Pereira, líder de um bando de cangaceiros, lampião entra pro bando e dá início a sua vida no cangaço.

Sinhô Pereira desiste do cangaço e lampião se torna líder do bando, muitos desistiram, outros morreram e uns desertaram. Obteve o apoio de famílias pobres, uma vez que roubava dos ricos para beneficiar as famílias mais carentes. Assim lampião cresceu no cangaço, tornou-se capitão, lutou contra a coluna prestes até que desistiu da empreitada e voltou aos velhos crimes do cangaço.

Conheceu Maria Bonita, casou-se com ela e teve filhos. A cabeça de lampião foi a prêmio, volantes e exército no encalço, o circo se fechava. Lampião sentia que morreria, já não tinha ânimo nem condições físicas, esperando a morte chegar. Acabou por ser capturado junto dos outros membros do bando, foram mortos e tiveram suas cabeças decepadas e expostas.

Assim morreu uma lenda do Nordeste. Em 1940, com a morte de Corisco, chega ao fim o cangaço.

Lampião expressa seu sentimento –

“Mas, o destino impiedoso, foi cruel para comigo. E a sorte caprichosa Me impôs esse castigo. Quando eu não esperava Nem em tal coisa pensava Tinha terrível inimigo! – Meu rifle atira cantando Em compasso assustador. Faz gosto brigar comigo Porque sou bom cantador. Em quanto meu rifle trabalha Minha voz por longe se espalha. Zombando do próprio horror! – A vida é como um segredo, O mundo um cruel degredo Onde um mistério se encerra…”.

“Versos de Lampião”

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Além desses autores que escolhi, outros tantos estudiosos e pesquisadores lançaram obras e bibliografias a respeito da vida de lampião. Alguns um tanto ousados, escrevem polêmicas sobre Virgulino, por exemplo o autor e Juiz aposentado Pedro de Morais, que escreveu a obra Lampião – o Mata sete, (obra essa proibida perante uma liminar judicial de ser comercializada desde seu lançamento e liberada em 2014 para ocupar as prateleiras em Aracaju), o livro faz menção a sexualidade de lampião.

Porém o livro não fala exatamente da sexualidade de lampião, o autor apenas mostra que lampião era gay, mas não de forma pejorativa.

Outros autores como Carlos Elydio Correâ de Araújo e Antônio Amaury Corrêa Araújo tratam do tema Lampião Herói ou Bandido em uma obra de mesmo nome. Esse livro narra a trajetória de lampião por meio de depoimentos de pessoas que estiveram com lampião no cangaço. O objetivo é determinar se lampião foi um herói ou um bandido.

O fato é que Virgulino esteve envolvido em várias polêmicas e curiosidades. Sua história marcou o sertão e a vida de muitos nordestinos. Muitos autores dedicam anos de suas vidas para estudar a vida desse sujeito que se tornou um mito na cultura nordestina.

Basta iniciar uma pesquisa na internet para se ter uma noção do quanto se relata sobre lampião e seu bando de cangaceiros.

FONTE HISTÓRICA

A fonte histórica escolhida para esse projeto foi a Literatura de Cordel, muito presente na cultura nordestina. É um tipo de poesia popular, inicialmente oral e depois impressa em folhetos que são expostos para venda, pendurados em cordas ou cordéis (de onde vem o nome cordel) original de Portugal, onde tinha-se o costume de pendurar folhetos em barbantes.

São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras. As estrofes comuns são de dez, oito ou seis versos, os autores ou cordelistas recitam os versos de forma melodiosa, acompanhado de viola.

A literatura popular em verso passou por diversas fases de incompreensão no passado. Ao contrário de outros países, como o México e a Argentina, onde esse tipo de produção literária é normalmente aceita e incluída nos estudos oficiais de literatura.

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Apesar da maciça bibliografia crítica e da vasta produção de folhetos (mais de 30 mil folhetos de 2 mil autores classificados), a literatura de cordel – cujo início remonta ao fim do século XIX – continua em boa parte desconhecida do grande público, principalmente por causa da distribuição efêmera dos folhetos.

A literatura de cordel enriquece o ensino da História ao trazer para a sala representações diferentes das que estão nos livros didáticos. Inúmeros são os eventos do século XX contidos nos folhetos que relatam o cotidiano da nossa História e nos quais são dadas representações diversas das contidas nos livros didáticos. Estes folhetos, além de relatarem fatos sociais, políticos, econômicos, como inundações, secas, casamentos, vitórias eleitorais, adoção de novas leis, vida e morte de políticos, servem também para suprir a escassa circulação de jornais no sertão. Ao mesmo tempo em que representam uma forma de literatura, informam sobre os acontecimentos da época. Neste sentido, o folheto de cordel se transforma numa rica fonte de pesquisa para a História, a Sociologia, a Antropologia e a Literatura.

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Maria Ângela de Faria Grillo explica que a literatura de cordel pode ser trabalhada em sala de aula como linguagem alternativa, pois esses folhetos relatam acontecimentos e se transformam em memórias.

José Araci Rodrigues aplicou a literatura de cordel em sala de aula, logo o sucesso de suas aulas chegou aos ouvidos da Secretaria de Educação de Parnamirim. Recebeu inúmeros convites para realizar aberturas de palestras, eventos, até que a quantidade de convites passou a atrapalhar a vida de professor, lançou o projeto O USO DO CORDEL EM SALA DE AULA. Segundo José Araci, nos últimos anos a literatura de cordel tornou-se uma ferramenta de incentivo à leitura e um importante caminho para a aprendizagem e tem se mostrado viva e ativa. A valorização dessa literatura veio aproximar os alunos às letras, e o uso da literatura de cordel na sala de aulapassou a ser uma ferramenta cada vez mais necessária e acessível em função do seu preço baixo e de sua qualidade literária, que chama a atenção por mostrar enredos interessantes, divertidos e educativos. Durante a execução do projeto O Uso do Cordel na Sala de Aula, temas como Aquecimento Global, O desastre do Rio Potengi, Ética, Cidadania, Respeito ao Colega, Conscientização ao não uso de drogas, A História da Cidade de Parnamirim, etc. são estudados, musicados, cantados e/ou desenhados num processo prazeroso e construtivo.

Lampião povoa o imaginário cordelista, figura marcante dessa manifestação cultural. Enquanto era vivo os poetas relatavam suas lutas, crimes e feitos. Após sua morte passou-se a falar sobre fantasias e sonhos.

O próprio Lampião, admirador da poesia popular, deixou registrados em setilha sua sina errante e os motivos que o impeliram ao crime:

Nunca pensei que na vida Fosse preciso brigar Apesar de ter intrigas Gostava de trabalhar Mas hoje sou cangaceiro Enfrentarei o balseiro O meu destino é matar.

Disponível em: http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/08/presenca-de-lampiao-na-literatura-de.html

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Franklin Vitória de Cerqueira Barreiros Machado é autor e cordelista, foi influenciado por cantadores e vendedores de folhetos que transitavam por Feira de Santana, deixou suas profissões de lado e dedicou-se a literatura de cordel. Um exemplo de obra é A Alma de Lampião faz Misérias no Nordeste.

Sua relação com o jornalismo é visível nos seus folhetos. Escritos em

uma linguagem nova e direta, voltados, principalmente, para os temas da atualidade, seus cordéis abordam assuntos sociais e políticos quase sempre pelo viés satírico. O comportamento feminino é alvo de inúmeros folhetos de sua autoria, como, por exemplo: “Eu quero ser madamo e casar com feminista”, “Debate de Lampião com uma turista americana”, “A madame sulista que foi no mangue baiano”, “Aventuras duma doutora carioca e feminista”. Além de centenas de folhetos, é autor de livros básicos sobre cordel, entre os quais: “O que é literatura de cordel” e “O cordel televisivo – futuro, presente e passado da literatura de cordel”, ambos editados pela Codecri (RJ), de sua propriedade.

A literatura de cordel aborda aspectos culturais de um povo, a partir de elementos imaginários e reais. Os autores buscam a construção do herói, fundamentando sua obra a partir do imaginário popular.

Hobsbawn definiu lampião como um bandido social, pois o mesmo não constitui um criminoso comum.

O ponto básico a respeito dos bandidos sociais é que são proscritos rurais, encarados como criminosos pelo senhor e pelo Estado, mas que continuam a fazer parte da sociedade camponesa, e são considerados por sua gente como heróis, como campeões, vingadores, paladinos da Justiça, talvez até mesmo como líderes da libertação e, sempre, como homens a serem admirados, ajudados e apoiados. (HOBSBAWN, 1976, p. 11)

Outro cordelista de renome é José Pacheco da Rocha, as informações sobre a vida do grande poeta são escassas e cheias de controvérsia. Pacheco era um camarada alegre, brincalhão e irreverente. Era acaboclado, de estatura mediana, e tinha um braço mais grosso que o outro. Gostava de trajar terno branco e promovia verdadeiros espetáculos recitando seus poemas nas feiras nordestinas. É autor de diversos clássicos da poesia popular como A chegada de Lampião no Inferno, o mais famoso deles.

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“Um cabra de Lampião Por nome Pilão Deitado Que morreu numa trincheira Em certo tempo passado Agora pelo sertão

Anda correndo visão Fazendo mal-assombrado

E quem foi quem trouxe a notícia Que viu Lampião chegar

O inferno neste dia Faltou pouco pra virar Incendiou-se o mercado Morreu tanto cão queimado Que faz pena até contar…"

4. SÉRIE ANO PARA QUAL O PROJETO SE DESTINA

Proponho que esse projeto seja trabalhado em turmas do 1 ano do Ensino Médio.

5. OBJETIVOS

Esse projeto visa o estudo e a compreensão do tema proposto, ou seja, A vida de lampião, sua participação no cangaço e as marcas que eixou no sertão.

O primeiro objetivo consiste em estudar e interpretar de forma que o conteúdo seja compreendido. É preciso saber quem foi lampião e sua trajetória.

O segundo objetivo consiste em compreender a importância da cultura nordestina, conhecer um pouco mais sobre essa riqueza cultural.

O terceiro objetivo consiste em Utilizar a literatura de cordel como instrumento de estímulo à leitura e à escrita, Incentivar a utilização da literatura de cordel como recurso pedagógico acessível para discussão de temas como: discriminação racial, consciência ambiental, combate à violência, etc. O

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conhecimento do cordel como arte, fonte de diversão e divulgação da cultura popular.

6. PROBLEMATIZAÇÃO

Dentro do nosso tema podemos problematizar sobre os feitos de lampião.

Seus feitos foram benéficos? Lampião foi um herói? Pois tirava dos ricos e dava aos pobres, ou foi um bandido? Pois matava pessoas. O cangaço foi importante para a construção da identidade nordestina? E a verdade sobre a morte de lampião e seu bando, foram realmente mortos em Angico?

Devemos elucidar essas objeções e romper paradigmas. .

7. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Primeiramente apresentarei os temas a serem estudados, a figura de lampião, o cangaço e a fonte histórica trabalhada, a Literatura de Cordel.

Darei início explicando as características do cangaço, seguida da leitura de uma bibliografia de lampião, sua origem, os motivos que o levaram a se tornar cangaceiro, seus crimes e sua morte.

Em sala de aula, usarei livros didáticos, pesquisas feitas na internet e imagens.

Após, darei início a Literatura de Cordel, a origem, as características, a presença de lampião no Cordel, recital de poemas e xilogravuras. Utilizarei exemplares de folhetos de Cordel, poemas tirados da internet, xilogravuras e trabalharei especificamente o poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO.

Nossas duas últimas aulas serão destinadas a um trabalho que envolva a participação de toda a turma, escolhendo dois alunos para compor um recital do poema citado, usaremos um violão. Essas aulas terão caráter avaliativo, visto que ao final da apresentação faremos um debate sobre os conteúdos estudados.

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Links utilizados nas aulas: https://lercordel.wordpress.com/2008/10/15/a-chegada-de-lampiao-no-inferno-jose-pacheco-da-rocha/ http://www.infoescola.com/historia/o-cangaco/ http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/cangaco.htm http://www.estudopratico.com.br/literatura-de-cordel/

8. TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO

CRONOGRAMA DO PROJETO DE ENSINO DE HISTÓRIA TEMA Virgulino Ferreira, O Lampião. 1° ano E.M

Datas Atividades

02/05/2016 03/05/2016

Apresentação do tema, leitura da bibliografia de lampião e análise de imagens. 06/05/2016

Leitura das caracterís cas do cangaço, os crimes come dos e a morte dos membros do bando, análise de imagens. 09/05/2016 Apresentação da literatura de cordel, recitalde poemas, análise de xilogravuras. 10/05/2016 Análise de poemas feitos sobre lampião emcordel.

13/05/2016

Aula dinâmica e avalia va, recital do poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO. Finalizando com troca de opiniões sobre o tema.

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9. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

A sugestão é utilizar folhetos de Cordel em sala de aula, imagens, livro didático e pesquisas. Na aula avaliativa haverá recital, sugiro a utilização de um violão para compor a melodia.

10. AVALIAÇÃO

A avaliação será feita na última aula, analisarei a participação dos alunos no recital de cordel e após, daremos início a uma troca de opiniões, onde farei uma análise dos conteúdos absorvidos pelos alunos. Assim, será possível avaliar se o conteúdo foi compreendido e se a metodologia foi satisfatória.

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11. REFERÊNCIAS http://www.infoescola.com/ http://www.eunapolis.ifba.edu.br/informatica/Sites_Historia_EI_31/cangaco/Site/Cang aco.html http://pt.scribd.com/doc/19829897/O-Cangaco http://www.s1noticias.com/livro-afirma-que-lampiao-nao-foi-assassinado-em-sergipe-e-que-teve-ajuda-do-padre-cicero.html#ixzz47MELCyQx http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/search/label/Vera%20Ferreira www.thesaurus.com.br/download.php?codigoArquivo=348 www.skoob.com.br/livro/pdf/de-virgolino-a-lampiao/20359/edicao:21961 http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/08/prese... http://www.filologia.org.br/xvi_cnlf/tomo_3/185.pdf http://espacodocordel.blogspot.com.br/2012/05/projeto-o-uso-do-cordel-na-sala-de-aula.html http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/historia-em-verso-e-reverso

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ANEXO

CRONOLOGIA DE LAMPIÃO

1898 – Virgulino Ferreira da Silva nasce em 4 de junho, na comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, Pernambuco. É o terceiro dos nove filhos de José Ferreira e Maria Lopes.

1915 – Começa a briga entre a família Ferreira e a do vizinho José Saturnino. 1920 – José Ferreira é morto. Virgulino e três irmãos (Ezequiel, Levino e Antônio) entram para o cangaço. Durante um tiroteio em Piancó (PB), ele é ferido no ombro e na virilha: são as primeiras cicatrizes de uma série que colecionará na vida.

1922 – Sinhô Pereira abandona o cangaço e Lampião assume o lugar do chefe. A primeira grande façanha é um assalto à casa da baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas.

1924 – Toma um tiro no pé direito, em Serra do Catolé, município de Belmonte (PE). 1925 – Fica cego do olho direito e passa a usar óculos para disfarçar o problema. 1926 – Visita Padre Cícero no Ceará e recebe a patente de capitão do “batalhão patriótico”, encarregado de combater a Coluna Prestes. Em Itacuruba (PE) é ferido à bala na omoplata.

1927 – Ataque do bando a Mossoró (RN). A cidade resiste. É uma das maiores derrotas de sua carreira.

1928 – A ação da polícia de Pernambuco faz com que atravesse o rio São Francisco e passe a agir preferencialmente na Bahia e em Sergipe.

1929 – Primeiro encontro com Maria Bonita, na fazenda do pai dela, em Malhada do Caiçara (BA).

1930 – Maria Bonita torna-se sua mulher e ingressa no bando. O governo da Bahia oferece uma recompensa de 50 contos de réis para quem o entregar vivo ou morto. Em Sergipe, é baleado no quadril.

1932 – Nasce Expedita, sua filha com Maria Bonita.

1934 – Eronildes Carvalho, capitão do Exército e coiteiro de Lampião, é nomeado governador de Sergipe.

1936 – O libanês Benjamin Abraão, ex-secretário de Padre Cícero, convence Virgulino a se deixar filmar no documentário Lampeão. O filme é recolhido pelo Estado Novo.

1938 – Em 28 de julho, o bando é cercado em Angico (SE). Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros são assassinados.

Referências

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