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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LOUISE MARTINS DE MORAES

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

LOUISE MARTINS DE MORAES

A ANÁLISE DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UMA DOCERIA GOURMET

VOLTA REDONDA - RJ 2019

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2 RESUMO

O propósito do presente trabalho é analisar a viabilidade de expansão de um negócio familiar visando a adesão de uma loja física de brigadeiros gourmet, na cidade de Resende - RJ. Trata- se de uma doceria que fabrica e vende brigadeiros gourmets por encomenda. Consideram-se três cenários possíveis em relação ao investimento necessário e a taxa de juros aplicada pelos bancos para obtenção deste investimento e, através do VPL (valor presente líquido) e de um plano financeiro detalhado e realista, busca-se analisar a viabilidade do projeto. Este trabalho pode, portanto, auxiliar na tomada de decisão quanto a expansão ou não do negócio.

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3 1. INTRODUÇÃO

O setor de confeitaria é culturalmente presente na vida dos brasileiros. Este segmento é composto, na sua maioria, por micro e pequenas empresas, pois diferente das empresas de grande porte, conseguem maior penetração junto aos clientes. A dinâmica do cenário atual exige que as empresas busquem novas oportunidades de negócio para que continuem vivas no mercado; e, no setor da confeitaria, os doces comuns estão perdendo lugar para os doces gourmets.

A expressão gourmet está associada a uma ideia de “alta cozinha” (haute coisine, em francês), englobando cultura e arte culinária, feita de forma criteriosa, com produtos de qualidade e artisticamente apresentada. De acordo com Eunice, A. (2017), trata-se de um termo de origem francesa e seu significado designava um conhecedor e entendedor de boas bebidas e iguarias, além de conhecedor de bons vinhos.

Gourmet é um termo difundido em diversos idiomas e o conceito que envolve seu nome é amplo, sempre para falar sobre os prazeres da mesa com qualidade. Também é definido como um produto de produção limitada, um produto de design exclusivo e arrojado, com características únicas, e geralmente intitulado como produto de posicionamento premium.

Hambúrgueres, coxinhas, brigadeiros, cervejas e outros produtos do cotidiano estão sendo cada vez mais inseridos no mercado gourmet e artesanal. Tendo em vista o cenário descrito, percebeu-se a oportunidade de transformar um negócio informal em atividade desde 2015 em uma micro empresa formal com sede na cidade de Resende. O presente estudo busca, portanto, analisar a viabilidade de implantação de uma loja física que venda, além de doces tradicionais, doces gourmets, através da aplicação do Valor Presente Líquido (VPL).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo aborda-se o referencial teórico, o qual apresenta definições de conceitos e informações advindas de outros autores que servem de embasamento ao objetivo de pesquisa proposto.

No referencial teórico é onde se discutem os diferentes pontos de vista de autores diferentes sobre o mesmo assunto. Ele se consiste em expor as ideias e com intuito de fazer com que os leigos absorvam o máximo de conteúdo possível. (LOPES, 2006).

2.1 AS EMPRESAS E O EMPREENDEDORISMO

No mundo contemporâneo, muito se ouve falar sobre empresas e empreendedorismo.

As pessoas se encontram, muitas vezes, desempregadas ou insatisfeitas em seus empregos, ou ainda, identificam a falta de um bem ou serviço e se esforçam para colocar uma ideia em prática a fim de obter retorno financeiro. Essas e outras razões explicam a quantidade e empreendimentos que surgem no mercado a cada ano.

Para Chiavenato (2004, p. 22), uma empresa ou negócio “é um esforço organizado por determinadas pessoas para produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu esforço”. Segundo o autor, todo negócio

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4 possui uma cadeia de entradas, processos e saída, e busca suprir alguma necessidade ou demanda de mercado.

Segundo Miguel Reale (2011), o conceito de empresa resulta da definição dada à figura do empresário, assim considerado “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (Art. 986, CC).

O empreendedorismo é caracterizado pelo aproveitamento de oportunidades. De acordo com Longenecker et al. (2011), as oportunidades empreendedoras se definem como uma inovação ou oportunidade que gera valores aos compradores e usuários finais que, por ela, despertam interesse. Salienta também que determinada oportunidade não é igualmente percebida entre os indivíduos, devido às diferentes experiências e perspectivas de cada um deles.

Chiavenato (2004) complementa a ideia de empreendedor como “uma energia da economia, uma alavanca de recursos, o impulso de talentos e a dinâmica de ideias”. De acordo com o autor, é o empreendedor quem descobre oportunidades e rapidamente as aproveita, antes que outros o façam, assumindo riscos e responsabilidades e inovando constantemente.

Chiavenato também dita as três características básicas do empreendedor: necessidade de realização; disposição para assumir riscos; e autoconfiança, por serem os empreendedores pessoas ambiciosas e que gostam de competir com altos padrões de excelência.

2.2 O IMPACTO DA MICROEMPRESA NA SOCIEDADE

Segundo Wilbert, M. (2018) para Revista Catarinense da Ciência Contábil, as ME e as EPP são responsáveis por mais de 50% dos empregos gerados Brasil, o que justifica uma política de redução da carga tributária para esses núcleos de empreendedores.

Segundo a PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego, em 2015, em São Paulo, quase 60% das ocupações estavam nas micro e pequenas empresas, que eram responsáveis por 45%

do emprego formal na cidade. Neste mesmo período, foi constatado que as empresas com mais de cinco trabalhadores demitiram mais de 210 mil pessoas, enquanto aquelas com até quatro vínculos de emprego criaram mais de 74 mil novos postos de trabalho na cidade.

Na acepção de Clemente Gánz Lúcio, sociólogo e diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos para o Brasil Debate (2017), além da geração de empregos, estes empreendimentos podem estar melhor distribuídos pelas diferentes regiões, aproximando os empregos dos locais de moradia dos trabalhadores, das creches e escolas dos filhos, entre tantos outros fatores que impactam positivamente a sociedade.

2.3 O MERCADO DO DOCE E DO CHOCOLATE NO BRASIL

A utilização do cacau na alimentação é algo muito antigo. Há mais de 3 mil anos os Maias e os Astecas misturavam sementes de cacau em água quente ou vinho com baunilha ou pimenta. Em 1879 Daniel Peter, chocolateiro suíço, usou leite em pó para fazer o chocolate ao

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5 leite. A partir daí, se deu a transformação, evolução e, cada vez mais, a sofisticação do chocolate, até resultar no que se consome hoje.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associados / ComexStat para Associação Brasileira da Indústria de chocolates cacau amendoim balas e derivados (ABICAB) em 2018, a produção e consumo de doces (chocolates, amendoins e balas) no Brasil em 2018 cresceu cerca de 6,5% em relação a 2017, o que representa um aumento de 41 mil toneladas, enquanto a variação de exportação ultrapassou 32%, subindo de aproximadamente 27 para 35 mil toneladas.

Segundo um estudo realizado pelo Ibope, atendendo uma solicitação da Abicab em 2018, metade dos brasileiros consome chocolate ao menos uma vez por trimestre, enquanto 25% consome chocolate toda semana. 80% dos entrevistados relatam que a principal sensação

relacionada ao doce é o prazer.

Ainda segundo a pesquisa realizada pelo Ibope os brasileiros consomem em média 2,8 quilos de chocolate per capita ao ano, Sendo assim o terceiro país com maior consumo e produção de chocolate perdendo apenas para Estados Unidos e Alemanha.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

O sucesso na implantação e manutenção de um empreendimento financeiro é consequência de diversas análises que possibilitam uma correta tomada de decisão. Tal processo envolve diversos estudos e, dentre eles, análise de viabilidade econômica do projeto.

A literatura apresenta diferentes indicadores que podem ser utilizados para avaliar a viabilidade econômica de projetos de investimentos empresariais e, dentre eles, pode citar o VPL.

Eustáquio, Maria (2019).

O Valor Presente Líquido (VPL) é uma expressão matemática utilizada para calcular o valor presente de uma série de pagamentos futuros descontando um taxa de custo de capital estipulada. Ele existe para determinar o valor do dinheiro no tempo, porque o dinheiro que se recebe “amanhã” não vale o mesmo que hoje. Em suma, o VPL traz ao valor presente um valor futuro e é definido pela seguinte equação (PUCCINI, 2017):

Onde:

● VPL = valor presente líquido

● VP = valor presente

● FC = fluxo de caixa

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● t = momento em que o fluxo de caixa ocorreu

● i = taxa de desconto (ou taxa mínima de atratividade)

● n = período de tempo

A fórmula do VPL, então, propõe definir o valor do investimento inicial, definir o período de análise, estimar a entrada de caixa para cada período, definir a taxa de desconto apropriada e, então, depois de somadas as entradas de caixa descontadas e subtraídas do investimento inicial, analisar a viabilidade do negócio.

Interpretação do resultado do cálculo de VPL

VPL Negativo = despesas maiores que as receitas, ou seja, o projeto é inviável;

VPL Positivo = receitas maiores que as despesas, ou seja, o projeto é viável;

VPL Zero = receitas e despesas são iguais, ou seja, a decisão de investir no projeto é neutra.

De acordo com Puccini (2000, p. 134), “O Valor Presente Líquido de um fluxo de caixa é igual ao valor presente de suas parcelas futuras (que são descontadas a uma determinada taxa de desconto), somado algebricamente com a grandeza colocada no ponto zero”. A grandeza que o autor se refere se trata do investimento inicial e representa uma saída de caixa.

Segundo Assaf Neto (2005, p319), “A medida do Valor Presente Líquido é obtida pela diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa, previstos para cada período no horizonte de duração do projeto, e o valor presente do investimento”.

Ao analisar um fluxo de caixa referente à determinada alternativa, existem vários valores envolvidos, ora como receitas, ora como desembolsos. A somatória algébrica de todos os valores envolvidos, trazidos ao instante inicial ou instante zero, considerando uma taxa comparativa, terá o VPL. (HIRSCHFELD, 2000).

Guimarães e Martins (2012) utilizaram o VPL para analisar a viabilidade de se investir em uma determinada franquia de ensino profissionalizante e constataram que o projeto era viável.

Eick (2010) realizou uma pesquisa com o objetivo de analisar econômica- financeiramente a viabilidade de implantação da Pequena Central Hidreletrica (PCH) Caa-Yari, num pequeno município situado no Rio Grande do Sul. Para tal, fez uso de indicadores financeiros, principalmente o VPL e obteve resultados positivos que incentivam a efetivação do projeto.

Urtado et al (2015) realizaram um estudo de caso com foco na aplicação da técnica do VPL para analisar a substituição de uma máquina de corte de metais numa indústria metal mecânica. Neste projeto, a substituição se mostrou viável, gerando valor para a empresa.

Gaia et al (2012) fizeram uso do indicador financeiro VPL para avaliar a viabilidade de uma franquia de cachorro quente em Fortaleza (CE) e inferiram que o investimento é promissor e viável economicamente.

O VPL, em todas as situações observadas, se mostrou eficaz para aferir a viabilidade de negócios que, a princípio, eram apenas ideias. O fato de considerar o valor do dinheiro no tempo

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7 faz dele um indicador mais completo se comparado a outros comumente utilizados, como o payback, por exemplo, que apenas calcula o tempo necessário para recuperar o valor investido.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

Neste trabalho, pretende-se analisar a viabilidade de implantação e uma microempresa, dada como uma loja física de brigadeiros comuns e gourmets no município de Resende, situado no estado do Rio de Janeiro. Neste capítulo, são apresentadas as classificações deste estudo em relação à natureza, ao objetivo, a abordagem e a descrição das etapas necessárias para a realização da pesquisa.

Segundo Castro (1990) ”a pesquisa de natureza aplicada é um estudo sistemático fundamentalmente motivado pela necessidade de resolver problemas concretos”. Sendo assim, em relação à natureza, esta pesquisa é aplicada, pois é dedicada a gerar conhecimento em relação à viabilidade financeira de uma empresa específica.

Quanto à classificação de objetivo, a pesquisa é descritiva, uma vez que utiliza técnicas numéricas para descrever as condições em que um dado empreendimento financeiro deve ou não ser realizado.

No que se refere a abordagem deste trabalho, é correto classificá-lo como qualiquantitativa, pois na pesquisa utiliza-se o VPL, gráficos e tabelas para solucionar um problema real.

De acordo com Lakatos (2010), a pesquisa documental é aquela em que a coleta de informações é realizada em fontes de dados que não receberam tratamento analítico. Deste modo, em relação aos procedimentos para coleta de dados, a pesquisa é documental, pois as informações como valores de aluguel, materiais, salários, documentação de formalização da empresa etc., foram obtidas através de sites e registros pessoais em cadernos e planilhas.

Uma vez estabelecidas as classificações deste estudo passa-se a descrição das diversas etapas que foram realizadas para alcançar o objetivo final estabelecido para esta pesquisa.

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre vários temas, dentre eles empreendedorismo, microempresa no Brasil, mercado do chocolate no país e etc. Em seguida, foi realizada uma pesquisa documental em arquivos pessoais que possibilitou criar um relatório e, então, estimar custos e projetar um fluxo de caixa para o primeiro ano.

Após três anos de encomendas na atividade informal, foi possível calcular com precisão os custos com ingredientes, gás e embalagens fazendo uma média de preço entre as marcas de produtos utilizados. Foram criadas, então, tabelas e planilhas indicando os custos para cada padrão e tamanho de doce. Consequentemente, a margem de lucro por unidade passou a ser conhecida, pois há um preço de venda estabelecido para cada pesagem.

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8 Com base nos relatórios de vendas passados e na projeção de vendas futuras que considera os fatores sazonalidade, clientes fidelizados, divulgação e vendas da concorrência, foi projetado um fluxo de caixa para o primeiro ano de vendas.

A partir daí, o VPL foi aplicado à base de dados obtida e, por consequência, foi possível analisar as diversas condições em que a instalação do empreendimento se mostra viável. Os gráficos apresentados na pesquisa foram criados utilizando-se o software estatístico R Studio.

Estes resultados e as discussões decorrentes destas análises são apresentados no capítulo que se segue.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A atividade empreendedora no mercado de doces e chocolates ocorreu de maneira informal por três anos. Como não foi realizado nenhum tipo de estudo ou pesquisa de mercado, os dois primeiros anos possibilitaram o conhecimento das características deste mercado em Resende. Informações importantes tais como os preços dos doces, as preferências dos consumidores, os tamanhos ideais, melhores marcas de ingredientes, receitas e embalagens adequadas foram obtidas por meio das vendas do produto.

No terceiro ano de trabalho, a venda ocorreu de forma constante ao longo dos 12 meses, se sustentando a partir da divulgação por meio das redes sociais, principalmente. Foi possível estabelecer o número médio de clientes, o preço médio para os produtos, os revendedores que fornecem os melhores preços e condições de pagamentos e a sazonalidade do negócio, isto é, os meses em que há maior e menor procura pelos doces e bombons. Dessa forma, o terceiro ano foi utilizado para estabelecer o fluxo de caixa que representa o cenário esperado do negócio.

Uma vez conhecido o cenário esperado foram construídos os cenários pessimista e otimista retirando e acrescentando 30% ao valor esperado da receita total anual da produção de doces.

Estes valores são R$ 22997,63, para o cenário esperado, R$ 16098,34 para o pessimista e R$

29896,91 para o otimista.

Ao mesmo tempo foi feita uma pesquisa para determinar o investimento inicial para a expansão da empresa. Assim, foram pesquisados os valores médios de aluguel de salas, máquinas, salários de colaboradores, decoração, divulgação, estoque inicial de produtos e custos para formalização da empresa. O investimento inicial médio foi de R$ 15000,00 para montar uma loja de pequeno porte. Este recurso financeiro pode ser obtido junto às instituições financeiras crédito com taxas de juros reduzidas. No entanto, para verificar o limite das condições de viabilidade econômica do negócio, escolheu-se optar por taxas de juros para o empréstimo pessoal. Segundo o site do Banco Central do Brasil (BACEM), as taxas anuais de juros praticadas por instituições bancárias e financeiras autorizadas, variaram de zero a 82%, no ano de 2018.

Este capítulo tem como objetivo analisar a influência da taxa de juros e do valor presente VP no VPL, para definir em que condições o negócio é viável. Neste trabalho, serão analisados a influência da taxa de juros e a influência do valor presente VP no VPL, para definir, em que condições, a implantação da loja de doces é viável (EUSTÁQUIO MARIA, 2019).

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9 4.1. INFLUÊNCIA DA TAXA MENSAL NO VPL

As taxas de descontos de capital utilizadas na simulação de implantação da empresa variaram de 0% a 250%. Escolheu-se uma faixa mais ampla de taxas anuais de juros, para ter- se uma melhor ideia da variação do VPL. Para a projeção dos fluxos de caixa dos próximos cinco anos foi utilizada uma taxa de crescimento de 1% ao ano, que representa 15,38% do crescimento real constatado em 2018 segundo dados fornecidos pela Abicab. A análise de viabilidade do negócio foi feita considerando os três cenários pessimista, esperado e otimista.

Os resultados estão disponíveis no gráfico 1.

Gráfico 1: A influência da taxa de juros no VPL

No gráfico, as linhas amarelas representam os valores das taxas que anulam o VPL. Para o cenário pessimista foi considerada uma receita anual de R$ 16 098,34. Como se pode observar no gráfico, nestas condições, o negócio de faz viável a uma taxa de desconto de 0% até 100%

ao ano.

Já para o cenário esperado, que representa a receita estimada pelo fluxo de caixa de R$

22 997,63, é possível constatar que o empreendimento seria viável numa taxa de desconto entre 0 e 150%.

Por fim, num cenário otimista cuja receita de vendas atingiria R$ 29 896,91, o projeto se viabiliza em taxas de desconto entre 0% e 200%.

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10 De acordo com os dados fornecidos pelo BACEN, as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras variam até 82% ao ano. Sendo assim, de acordo com os valores fornecidos pelo VPL, a implantação da loja física de brigadeiros na cidade de Resende é viável em qualquer cenário possível do ponto de vista da taxa de desconto.

4.2 INFLUÊNCIA DO VALOR PRESENTE NO VPL

Para a análise da influência do VP, que é o valor de investimento inicial do negócio, trabalhou-se com uma taxa fixa de desconto de 81%, que representa apenas 1% abaixo da taxa máxima praticada pelos bancos.

Gráfico 2: A influência do valor presente VP no VPL

As linhas amarelas representam os valores críticos do valor presente VP, isto é, os valores a partir dos quais o VPL se torna negativo e inviabilizam a negociação.

Os mesmo valores de receita anual foram considerados para os cenários pessimista, esperado e otimista. Sendo assim, é possível constatar no gráfico que num cenário pessimista, cuja receita seja de R$ 16 098,34, o negócio de faz viável a um VP de até 20 000,00.

Investimentos superiores a este tornam o negócio não viável.

No cenário esperado, com receita de R$ 22 997,63, é possível efetivar o negócio apenas se o investimento inicial não ultrapassar R$ 30 000,00.

E, por fim, no cenário otimista de receita R$ 29 896,91, o empreendimento é viável com investimento inicial de no máximo R$ 37 000,00.

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11 Gaia et al (2012) também avaliaram a viabilidade de implantação de um produto do segmento alimentício através do indicador financeiro VPL e inferiram que o investimento é promissor e viável economicamente.

5. CONCLUSÕES

A contribuição deste trabalho é estabelecer as condições financeiras que tornam viável a implantação de uma empresa no setor de doces e chocolates. Tal análise é feita com base nos valores do indicador financeiro VPL. Se tal indicador for positivo, a implantação da empresa é um projeto viável. Se for negativa, o empreendimento não será viável.

Após concluída a análise de viabilidade econômica de implantação da loja para venda de brigadeiros comuns e gourmets na cidade de Resende - RJ, utilizando como indicador financeiro o VPL (Valor Presente Líquido), é possível afirmar que o projeto é viável em suas condições reais, ou seja, com um investimento e uma taxa de desconto compatíveis com os que seriam praticados de fato.

Para a análise foram consideradas variações de taxa de desconto e de VP (Valor Presente) em 3 cenários distintos: pessimista, esperado e otimista.

Os resultados obtidos mostram que o aumento da taxa de juros, para um valor presente VP fixo, reduz o valor do VPL do projeto.

Os resultados mostraram também que a uma taxa de desconto fixa o projeto se sustenta com um VP igual ou inferior a R$ 37 000,00. Qualquer investimento superior a esse valor descarta a viabilidade de implantação do projeto.

Com um VP de R$15 589,46, o empreendimento se mostrou viável para todas as taxas de desconto praticadas pelos bancos no ano de 2018 (0 a 82%). Conclui-se, portanto, que com o investimento (VP) real pretendido, o negócio deve ser implementado

6. REFERÊNCIAS

ROCHA, LAIS ”A pratica da avaliação de desempenho em empresas metalúrgicas de Panabi:

percepções de trabalhadores”. 2014

EUSTAQUIO MARIA, M “Aplicação do método de Monte Carlo na analise de risco da implantação de uma microempresa individual“2019.

GITMAN, L.J. “Princípios de administração financeira”. 10. ed. São Paulo: Harbra. 2004 PUCCINI, A. L Matemática financeira: objetiva e aplicada /. São Paulo: Saraiva, 2017. 10. ed.

358 p.

VEGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 12. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LONGENECKER, J. G.: MOORE, C.W.: PETTY. J. W. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.

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12 MARION. J. C. RIBEIRO. O. M. Introdução a Contabilidade Gerencial. São Paulo: Saraiva, 2011.

Resende, IBGE, Censo Demográfico 2010, Área territorial brasileira. Rio de Janeiro, 2018 PORTER, M. Competitive Strategy: techniques for industries and competitiors NY: Free Press.

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Referências

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