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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0000.14.076434-1/000

Número do Númeração 0764341-

Des.(a) Edgard Penna Amorim Relator:

Des.(a) Edgard Penna Amorim Relator do Acordão:

09/07/2015 Data do Julgamento:

20/07/2015 Data da Publicação:

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - PROCESSUAL CIVIL - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO A MENOR - MAIS DE DOIS JUÍZES EM CONFLITO - ART.

148 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE C/C ART. 62 DA LEI COMPLEMENTAR N.º 59/2001 - AÇÃO CIVIL FUNDADA EM INTERESSE INDIVIDUAL DA CRIANÇA - COMPETÊNCIA DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE.

Nos termos do inc. IV do art. 148 do Estatuto da Criança e do Adolescente, compete privativamente à Justiça da Infância e da Juventude "conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente", donde configurada a competência absoluta do Juízo da Infância e Juventude da Comarca de Poços de Caldas para processar e julgar a ação de obrigação de fazer aforada por menor em face do ente estadual, afastadas, portanto, as atribuições dos juízes da 5ª Vara Cível e do Juizado Especial Cível.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 1.0000.14.076434-1/000 - COMARCA DE POÇOS DE CALDAS - SUSCITANTE: JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CÍVEL DA COMARCA DE POÇOS DE CALDAS - SUSCITADO(A): JD J U I Z A D O E S P E C I A L C I V E L C O M A R C A P O C O S C A L D A S - INTERESSADO: ESTADO DE MINAS GERAIS, YUTA KATAGIRI REPRESENTADO(A)(S) P/ MÃE ROZANY FERNANDES

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

j u l g a m e n t o s , à u n a n i m i d a d e , e m D E C L A R A R , D E O F Í C I O , A C O M P E T Ê N C I A D O J U Í Z O D A I N F Â N C I A E D A J U V E N T U D E . DES. EDGARD PENNA AMORIM

RELATOR

DES. EDGARD PENNA AMORIM (RELATOR)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE POÇOS DE CALDAS em face do JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE POÇOS DE CALDAS, nos autos de ação de obrigação de fazer movida por YUTA KATAGIRI em face do ESTADO DE MINAS GERAIS.

Segundo se vê das cópias dos documentos que instruem os autos, a

ação foi inicialmente distribuída ao Juízo do Juizado Especial Cível da

Comarca de Poços de Caldas, que declarou sua incompetência para

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Em seguida, o autor distribuiu novamente a ação perante o Juízo da Vara da Infância e da Juventude, o qual, por sua vez, determinou a redistribuição do feito a uma das varas cíveis da Comarca de Poços de Caldas (f. 57/58-v).

Recebido o processo pela 5ª Vara Cível, a i. Juíza, ora Suscitante, declinou da competência ao i. Juízo do Juizado Especial da Fazenda Pública (f. 91/92). Este, a seu turno, consignou já ter extinguido o processo e, desta forma, determinou o retorno dos autos ao i. Juízo Cível (f. 111/115).

Em razão do exposto acima, foi suscitado o presente conflito negativo de competência, no qual a Juíza suscitante, em síntese, nega sua competência para processar a ação subjacente, por entender que a Lei n.º 12.153/09 não exige a maioridade ou a capacidade de pessoa física para ser parte no Juizado Especial, desde que devidamente representada ou assistida.

Admitido o incidente às f. 122/122v.-TJ, o Juízo suscitante foi designado para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.

Em razão da existência de conflito entre mais de dois juízes que se declaram incompetentes (art. 115, inc. II, do CPC), solicitei informações ao Juiz suscitado e ao Juízo da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Poços de Caldas, as quais foram prestadas, respectivamente, às f. 134/149- TJ e 168-TJ.

Parecer da douta Procuradoria-Geral de Justiça, da lavra do i. Procurador OLAVO FREIRE às f. 160/161-TJ, pela competência do suscitado.

Da análise dos autos, tenho que a razão está com o i. Juiz suscitado ao sustentar sua incompetência para processar e julgar a demanda subjacente.

De fato, não me escapa que a Lei Federal n.º 12.153, de

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22/12/2009, de caráter nacional, conferiu atribuição aos Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados para processamento e julgamento das causas cíveis de interesse dos Estados e dos Municípios, bem como previu a instalação dos Juizados pelos Tribunais de Justiça dentro do prazo de 2 (dois) anos (art. 14 e 22).

Não obstante, a presente demanda foi ajuizada por menor absolutamente incapaz e, sob esta ótica, verifica-se que o art. 62 da Lei Complementar n.º 59, de 18/01/2001 - Lei de Organização e Divisão Judiciárias - dispõe competir ao "Juiz de Vara da Infância e da Juventude exercer as atribuições definidas na legislação especial sobre menores e em resolução da Corte Superior do Tribunal de Justiça".

A seu turno, a Lei n.º 8.069, de 13/07/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente -, prevê o seguinte:

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

(...)

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art.

209;

(...).

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.

Diante disso, é de se ver que a hipótese dos autos se enquadra na

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que é justamente a proteção integral dos menores.

Desta forma, afigura-me impositivo o reconhecimento da competência do Juízo da Infância e da Juventude para conhecer da ação de obrigação de fazer subjacente, o qual foi devidamente cientificado sobre a existência do presente conflito por meio do ofício de f. 164-TJ e que também já havia se dado por incompetente nos termos da decisão de f. 57/58v.-TJ.

Pelo exposto, de ofício, declaro competente o Juízo da Infância e da Juventude, ao qual deverão ser remetidos os autos para os fins de direito.

Custas, "ex lege".

DES.ª TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO (PRIMEIRA VOGAL) - De acordo com o Relator.

DES. ROGÉRIO COUTINHO (SEGUNDO VOGAL) - De acordo com o Relator.

SÚMULA: "DE OFÍCIO, DECLARARAM COMPETENTE O JUÍZO

DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE."

Referências

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