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A educação social enquanto estratégia de enfrentamento do trabalho infantil e inserção na escola

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1 7 8

A ED U C A Ç Ã O SO C IA L EN Q U A N TO ESTR A TÉG IA D E EN FR EN TA M EN TO

D O TR A B A LH O IN FA N TIL E IN SER Ç Ã O N A ESC O LA

SOCIAL EOUCATlON AS A STRATEGY TO F/GHT CH/LO

LABOR ANO SCHOOL /NTEGRAT/ON

Rosilene Marques Sobrinho de França

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Graduada em Direito. Especialista em Direito e Processo Civil pela

Univer-sidade Católica Dom Bosco/MG e em Gestão de Cidades pela Fundação

Getúlio Vargas/R]. Mestranda do Programa de Políticas Públicas da Univer-sidade Federal do Piauí (UFPI).

E-mail: rosilenemarques9@yahoo.com.br

Fones: (086) 3213-7497 e 8838-4097

Maria O'Alv» Macedo Ferreira

Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo - PUe.hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAP r o f '. adjunta nível IV do Curso de Serviço Social e do Mestrado

em Políticas Públicas na Universidade Federal do Piauí; membro

pesquisa-dora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Infância, Adolescência e

Juventude e do Núcleo de Pesquisa sobre Questão Social e o Serviço Social.

E-mail: maria.dmf@ig.com.br

Fones: (086) 3233-6482 e 9927-0709

R esum o

o

artigo trabalha aspectos da educação social a crianças e adolescentes

inseridos em trabalho precoce enquanto estratégia de ingresso, permanên-cia e sucesso na escola, tendo como referênpermanên-cia aspectos da realidade de Teresina. Nesse sentido, analisa como estes segmentos sociais são identifi-cados e como são trabalhados no âmbito da educação social no sentido do

fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e inserção na escola,

procurando-se perceber os elementos que estão presentes no trabalho

só-cio-educativo que é desenvolvido nas unidades de educação

complemen-tar e como ele se relaciona com as ações públicas que visam romper com o

ciclo de pobreza e exploração vivenciado pela família e seus membros no

contexto do sistema capitalista.

Palavras-chave: Educação social e Trabalho Infantil.

(2)

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hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

-

-Abstract

The article deals with aspectsof social education for children and adolescents placed in early work as a strategy for entry, stay and succeed in school, with

reference to aspects of reality in Teresina.

QPONMLKJIHGFEDCBA

In this sense, looks at how these

social groups are identified and how they are worked in education in society as to the strengthening of family and community ties and involvement in school, seeking to understand the elements that are present in social-educational work that is developed and how it relates to public actions aimed at breaking the cycle of poverty and exploitation as experienced by families in the context of the capitalist system.

Key-words: Social Education and Child Labour.

179

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1 8 0

hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

R o s ile n e M o rq u e s S o b rin h o d e F ra n ç o / M o ria O 'A lv a M a c e d o F e rre iro

Introdução

A

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

educação se constitui em direito humano garantido na

Consti-tuição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/97), que,

em seu artigo 1º dispõe sobre a educação enquanto processo formativo

desenvolvido na vida familiar, na convivência humana, nas organizações

da sociedade civil e nas manifestações culturais, no contexto da qual a

educação social apresenta-se com um caráter de complementaridade

no

sentido do desenvolvimento

de habilidades e competências voltadas,

so-bretudo, para a participação social.

O papel social da escola é muito importante

para a garantia do

direito à educação. Entretanto, ela sozinha não é capaz de promover o

enfrentamento das situações geradas pela inserção de crianças e

adoles-centes no trabalho precoce. A educação social tem ganhado relevância

no que se refere ao enfrentamento

das vulnerabilidades

e riscos sociais

que fragilizam

ou rompem o vínculo de crianças e adolescentes com a

escola, assumindo um papel importante no enfrentamento das

violênci-as, exclusões e discriminações

que afetam a infância e a adolescência,

por meio do desenvolvimento

de atividades sócio-educativas

centradas

na valorização

humana, participação social e protagonismo, procurando

promover os saberes necessários a formação desses segmentos sociais

vu Inerabi Iizados.

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A e d u c a ç ã a s o c ia l e n q u a n to e s tra té g ia d e e n fre n ta m e n to d o tro b o lh o in fa n til e in s e rç ã o n a e s c o la

A identificação das situações de trabalho infantil

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Art. 2º da Lei nº 9394/97 de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional dispõe que a educação, inspirada nos princípios de liberdade

e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

de-senvolvimento do educando, bem como seu preparo para o exercício

da cidadania. Entretanto, nas situações em que as crianças e

adolescen-tes encontram-se em trabalho infantil a inserção, permanência e

suces-so na escola apresenta-se como algo distante e dependente de um

con-junto de ações não somente da política de educação, mas de outras

políticas públicas.

Ao refletir sobre as múltiplas dimensões que envolvem o trabalho

infantil, percebe-se que ele existe desde as épocas mais remotas,

entre-tanto, foi com a revolução industrial e a evolução do sistema capitalista

que a exploração de crianças e adolescentes no trabalho ganhou maior

complexidade (CARVALHO, 1998).

Na Idade Média, Aries (1981) relata que as crianças desenvolviam

atividades e participavam da vida social do mundo adulto e o trabalho

QPONMLKJIHGFEDCBA

181

faz parte do processo de educação dos filhos; no meio rural trabalhavam

na terra e, no meio urbano as crianças eram inseridas nas corporações de

ofício. Com a revolução industrial crianças e adolescentes inseridos no

trabalho das indústrias em condições desumanas e insalubres, passaram

a competir com o trabalho adulto, no sentido de gerar uma renda a mais

para a família, especialmente nos momentos de crise econômica, de modo

que o avanço do capitalismo no século XVIII gerou problemas sociais

preocupantes, como analfabetismo, doenças, deformidades e pobreza.

O trabalho infantil esteve presente no Brasil desde a colonização,

período em que as crianças filhas de escravos trabalhavam a partir de

tenra idade, e permaneceu sem qualquer regulação até o Código de

Me-nores de 1927, que dispôs sobre ações públicas interventivas no sentido

de proibição/repressão às crianças e adolescentes que perambulavam e

realizavam trabalhos no espaço da rua, trazendo para a infância e

adoles-cência pobre um tratamento excludente e marginalizado, cujos

elemen-tos culturais tem permanecido até os dias atuais, apesar dos avanços

le-gais (DEL PRIORE, 1999).

A Constituição Federal de 1988 (art. 7º, XXXIII) admite o trabalho,

em geral, a partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno,

perigoso ou insalubre, nos quais a idade mínima é de 18 anos, sendo que

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R o s ile n e M a rq u e s S o b rin h o d e F ra n ç a / M a ria D 'A lv a M a c e d o F e rre ira

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para os adolescentes de 14 a 16 anos, o trabalho é admitido somente na

condição de aprendiz (art. 227, § 3º, I, art. 7º, XXXIII). A Organização

Internacional do Trabalho (OIT) define como trabalho infantil, as

ativida-des econômicas e/ou de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro,

remuneradas ou não, realizadas por crianças ou adolescentes em idade

inferior a 16 anos, ressalvada a condição de aprendiz a partir de 14 anos,

independentemente da sua condição ocupacional (MINHARRO, 2003).

Com a criação do Ministério do Desenvolvimento Social e

Comba-te à Fome (MDS) e a incorporação do Programa Bolsa Família (PBF) à

política de assistência social em 2004 agregando um conjunto de

progra-mas sociais já existentes, o trabalho infantil passou a ser enfrentado numa

perspectiva de geração de renda para a família. Assim, ao mesmo tempo

em que estabelece uma gestão mais racional dos programas da área

soci-al, o governo fortalece a rede de assistência às populações em situação

de vulnerabilidade social e econômica, visando contribuir para a

inclu-são social e, com isso, para a redução de uma das variáveis condicionantes

do trabalho infantil que é a pobreza e a extrema pobreza.

Apesar de o Brasil ter acatado as diretrizes internacionais de prote-

QPONMLKJIHGFEDCBA

182

ção aos direitos humanos de erradicação do trabalho infantil e

organiza-do um arcabouço institucional para o seu enfrentamento, os dados da

PNAD (2007) mostram a existência de cerca de 2,49 milhões de crianças

e adolescentes de 5 a 15 anos em situação de trabalho infantil. O Instituto

de Pesquisa Econômica Aplicada (lPEA) identificou que em 2008,

crian-ças de 7 a 15 anos trabalham em média 20,1 horas por semana quando

estudam e 35,3 horas quando não frequentam a escola. Contudo, cerca

de 55% das crianças e adolescentes que não vão à escola trabalham por

mais de 40 horas por semana, e 11

%

das que vão à escola conseguem

ainda dedicar essa quantidade de tempo ao trabalho.

Em 1996 foi criado na esfera federal o Programa de Erradicação do

Trabalho Infantil (PETI) destinado a famílias que tiverem filhos com idade

entre 07 e 14 anos que trabalham em atividades perigosas, penosas,

insa-lubres e degradantes e possuir uma renda per capita de até salário

míni-mo, ou seja, aqueles que vivem em situação de extrema pobreza, visando

retirar crianças e adolescentes do trabalho considerado perigoso, penoso,

insalubre ou degradante, ou seja, aquele trabalho que coloca em risco a

sua saúde e segurança, visando, sobretudo, possibilitar o acesso, a

per-manência e sucesso na escola. A família inserida no PETI recebe uma

bolsa mensal por cada filho com idade entre 07 e 14 anos retirado do

trabalho infanto-juvenil. Para isso, as crianças e adolescentes devem

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A e d u c a ç ã o s o c ia l e n q u a n to e s tra té g ia d e e n fre n ta m e n to d o tra b a lh o in fa n til e in s e rç ã o n o e s c o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

quentar a escola e atividades sócio-educativas em jornadas de educação

complementar, com a participação em acompanhamento escolar,

ativi-dades esportivas, culturais, artísticas e de lazer (BRASIL, 2 0 0 0 ) .

Em Teresina, os Centros de Referência Especializados da

Assistên-cia SoAssistên-cial (CREAS)l atuam na identificação do trabalho infantil e fazem

encaminhamento de crianças e adolescentes para inclusão na escola e

em unidades de educação complementar, sendo estas incluídas no

Servi-ço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de 6 a 1 5 com

ativida-des de convivência, socioculturais, esportivas e pedagógicas. Esse

traba-lho de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, objetivando

promover o acesso a informação, incentivo ao protagonismo e à

partici-pação social é realizado em Teresina em 1 1 Núcleos de Atendimento

Inter-geracional (NAI's), 0 8 Jornadas Ampliadas/PETI, na Escola Aberta,

no Programa de Atenção Integral (PAI) e no Projeto Cidadania, que em

2 0 1 0 atenderam a 4 . 5 0 0 crianças/adolescentes oriundos do trabalho

in-fantil (TERESINA, 2 0 1Oa).

Os dados do atendimento do Centro de Referência Especializado

da Assistência Social em Teresina (CREAS 1), demonstram que dos 2 9 0

casos atendidos em 2 0 1 0 , 3 2 ( 1 1 , 0 3 % ) , são de trabalho infanto-juvenil!

183

mendicância, sendo 7 crianças ( 2 1 , 8 7 % ) e 2 5 adolescentes ( 7 8 , 1 % ) ,

mostrando que a retirada das crianças e adolescentes do trabalho

preco-ce, a permanência na escola e a participação em atividades

sócio-Gráfico 01: Situações de trabalho infanto-juvenil atendidas pelo CREAS I

- Ano 2010

Trabalho infanto-juvenil e

mendicância -3 2 atendimentos

( 1 1 ,3 % do total de2 9 0

atendimentos à criança

jadolescente com direitos

violados realizados pelo CREAS I em2 0 1 0 )

Adolescente- 25 casos

( 7 8 ,1 % )

25

2 0 15 1 0 5

O • Criança- 7casos ( 2 1 ,8 7 % )

Fonte: dados do Relatório do CREAS, 2010.

(7)

N o m e d o a u to r

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

educativas como critério para a inserção das famílias no PETI, tem

funci-onado como um importante elemento de garantia do direito

à

educação

dessas crianças e adolescentes oriundas do trabalho precoce (TERESINA,

2010b).

Os dados mostram que as 32 crianças e adolescentes em trabalho

infantil identificadas pelo Centro de Referência Especializado da

Assis-tência Social possuem fragilidades ou rompimento de vínculos com a

escola. Ao inseri-Ias em unidades de educação complementar/social,

es-tas funcionam como estratégia de reconstrução, fortalecimento e

estreitamento de vínculos escolares, familiares e comunitários.

QPONMLKJIHGFEDCBA

A educação social enquanto estratégia de enfrentam ento do trabalho infantil

e inserção de crianças e adolescentes na escola

1 8 4

A educação é um dos requisitos fundamentais para que os

indivídu-os tenham acesso ao conjunto de bens e serviços disponíveis na

socieda-de, sendo direito de todo ser humano e condição necessária para que ele

possa usufruir de outros direitos constituídos numa sociedade

democráti-ca (GADOTTI, 2005).

Gonh (2006) conceitua a educação não formal no campo da

peda-gogia social como uma atuação junto a processos de construção de

apren-dizagens e saberes coletivos. A educação social pautada na pedagogia

social apresenta-se para Díaz (2006) como uma importante estratégia de

natureza educativa e social da pessoa humana, adequando-se

à

categorização de educação não formal na medida em que não obedece

aos ditames das diretrizes curriculares da escola.

Surgida no contexto de necessidades do pós-guerra na Alemanha,

de atendimento a órfãos e desabrigados, inicialmente dirigida a crianças

e, posteriormente, à juventude e a adultos, a pedagogia social apresenta

na contemporaneidade uma concepção voltada para o atendimento das

necessidades sociais, que extrapola a visão tradicional da educação e s c ó

-lar por se propor a intervir na sociedade (TORRES, 1992).

Analisando os diversos contextos de atuação da educação social

pode-se verificar que esta atua numa sociedade que está em contínuo

aprendizado e aperfeiçoamento, sendo, na perspectiva trabalhada por

Assmann (1998) caracterizada como "sociedade aprendente". Para Gonh

(2006) a educação não formal pode atingir metas por meio da atuação da

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A e d u c a ç ã o s o c ia l e n q u a n to e s tra té g ia d e e n fre n ta m e n to d o tra b a lh a in fa n til e in s e rç ã o n a e s c a lo

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

pedagogia social voltadas para o aprendizado do convívio com as

dife-renças, a socialização e respeito mútuo, a adaptação do grupo a

diferen-tes culturas, a construção da identidade coletiva de um grupo e a

constru-ção de regras éticas relativas às condutas aceitáveis socialmente. Ao

de-fender a complementaridade entre o sistema formal e a grande variedade

de ofertas de educação não-formal, Gadotti (2005) também reforça essa

concepção de que o indivíduo socializa-se dentro e fora da instituição

escolar.

A defesa da autonomia defendida por Freire (1993) constitui-se num

aspecto importante da educação social desenvolvida em espaços de

edu-cação complementar à escola e evidencia um aspecto importante para o

desenvolvimento das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade

ou risco social em decorrência de trabalho infantil. A educação social

nes-sa perspectiva possui um caráter educativo e social, atuando num espaço

de intervenção prática que se relaciona com o desenvolvimento de

habili-dades e competências voltadas para a participação social, protagonismo e

elaboração de projetos de vida, visando favorecer o fortalecimento das

re-lações com a escola, a família e a comunidade.

A pobreza e a necessidade de complementação da renda familiar

QPONMLKJIHGFEDCBA

185

não são os únicos motivos que levam as famílias a introduzirem seus

filhos precocemente no mundo do trabalho. A posição central do

traba-lho na sociedade e na vida dos indivíduos faz com que se atribua a ele

poderes formadores, dificultando observar os efeitos negativos que ele

possa causar às crianças e adolescentes, em face da histórica e arraigada

concepção de trabalho disciplinador que o coloca na condição de

pre-venção da delinqüência (CARVALHO, 1998).

A educação não formal caracteriza-se como uma educação para

cidadania que favorece o desenvolvimento e respeito à justiça social,

di-reitos (humanos, sociais, políticos, culturais), liberdade, igualdade,

de-mocracia e respeito às diferenças culturais, assumindo um papel de

de-senvolvimento de valores essenciais para a formação humana, que vai

além do processo ensino aprendizagem e dos conteúdos previstos no

currículo escolar, pois pauta-se, sobretudo, pelo desenvolvimento de ações

que visam a participação no meio social (GONH, 2004).

Em Teresina, a Escola Aberta executa serviços sócio-assistenciais e

de educação complementar a 80 crianças e adolescentes em situação de

vulnerabilidade/risco social oriundos do trabalho infantil, promovendo

uma educação social pautada pelos valores da convivência humana,

vi-sando, sobretudo, inserir crianças e adolescentes na escola .

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R o s ile n e M a rq u e s S o b rin h o d e F ra " n ç aIM a ria D 'A lv a M a c e d o F e rre ira

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186

A e d u c a ç ã o s o c i a l a c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s o r i u n d o s d o t r a b a l h o p r e c o c e d e s e n v o l v i d a n a E s c o l a A b e r t a e m T e r e s i n a ,

é

p r o m o v i d a j u n t a -m e n t e c o m a t e n d i m e n t o p s i c o s s o c i a l , v i s i t a a e s c o l a s , p r o f i s s i o n a l i z a ç ã o d e a d o l e s c e n t e s , a c o m p a n h a m e n t o a o s u s u á r i o s e s u a s f a m í l i a s , a c e s s o a s e r v i ç o s d e s a ú d e e a q u i s i ç ã o d e d o c u m e n t o s c i v i s b á s i c o s , e n q u a n t o a ç õ e s p ú b l i c a s n e c e s s á r i a s a o e n f r e n t a m e n t o d a s v i o l a ç õ e s d e d i r e i t o s q u e a f e t a m a f a m í l i a e s e u s m e m b r o s n o c o n t e x t o d a s c o n t r a d i ç õ e s d o s i s t e m a c a p i t a l i s t a .

G r á f i c o 0 2 - E d u c a ç ã o s o c i a l a c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s o r i u n d o s d e t r a b a -l h o i n f a n t i -l - E s c o l a A b e r t a d e T e r e s i n a - A n o 2 0 0 8

A t e n d i m e n t o s d a E s c o l a A b e r t a a c r i a n ç a s / a d o l e s c e n t e s o r i u n d o s d e t r a b a l h o i n f a n t i l e m T e r e s i n a

F o n t e : d a d o s d o R e l a t ó r i o C R E A S , 2 0 0 8 .

o

g r á f i c o m o s t r a u m t r a b a l h o d e e d u c a ç ã o s o c i a l d e s e n v o l v i d o e m u n i d a d e d e e d u c a ç ã o n ã o f o r m a l , c o m f o c o , s o b r e t u d o , n a s a t i v i d a d e s s ó c i o - e d u c a t i v a s c o m c a r á t e r e d u c a t i v o e s o c i a l i z a d o r , s e n d o e s s e t r a b a -l h o c o m p -l e m e n t a d o p e l o a t e n d i m e n t o p s i c o s s o c i a l , v i s a n d o t r a b a l h a r a s m a r c a s d e i x a d a s p e l o t r a b a l h o p r e c o c e ; v i s i t a s

à

e s c o l a , n o s e n t i d o d e p r o m o v e r a i n s e r ç ã o , p e r m a n ê n c i a e s u c e s s o e d u c a c i o n a l ; e a c o m p a -n h a m e -n t o s ó c i o - f a m i l i a r , o b j e t i v a n d o f a v o r e c e r o e s t r e i t a m e n t o d o s v í n -c u l o s f a m i l i a r e s e c o m u n i t á r i o s .

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A e d u c a ç ã o s o c ia l e n q u a n to e s tra té g ia d e e n fre n ta m e n to d a tra b a lh o in fa n til e in s e rç ã o n a e s c o la

O s d a d o s s u p r a c i t a d o s r e a f i r m a m o s a r g u m e n t o s d e D í a z ( 2 0 0 6 ) , d e q u e a p e d a g o g i a s o c i a l e a e d u c a ç ã o s o c i a l e s t ã o s i t u a d a s n u m p o n t o o n d e c o n f l u e m o e d u c a t i v o e o s o c i a l , d e m o d o q u e , a r t i c u l a r a e d u c a ç ã o e m s e u s e n t i d o m a i s a m p l o a o s p r o c e s s o s d e f o r m a ç ã o d o s i n d i v í d u o s c o m o c i d a d ã o s n o c a m p o d a e d u c a ç ã o s o c i a l d e s e n v o l v i d a n o s e s p a ç o s d e e d u c a ç ã o n ã o f o r m a l , c o n s t i t u i - s e n u m a d e m a n d a u r g e n t e c o n s i d e -r a n d o a s s i t u a ç õ e s d e r i s c o m a t e r i a l i z a d a s p e l o t r a b a l h o i n f a n t i l e p o r v á r i a s o u t r a s n e g a ç õ e s d e d i r e i t o s d e c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s r e s u l t a n t e s d a s c o n t r a d i ç õ e s d o s i s t e m a c a p i t a l i s t a .

Considerações finais

O t r a b a l h o s ó c i o - e d u c a t i v o c o n s t i t u i - s e e m f o c o n o r t e a d o r d a e d u -c a ç ã o s o c i a l e n q u a n t o e s t r a t é g i a d e e n f r e n t a m e n t o d o t r a b a l h o i n f a n t i l , s e n d o q u e a i n c l u s ã o d a s c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s n a e s c o l a é p r o p o r c i o -n a d a a p a r t i r d o d e s e n v o l v i m e n t o d e h a b i l i d a d e s e c o m p e t ê n c i a s v o l t a -d a s p a r a a p a r t i c i p a ç ã o e i n t e g r a ç ã o n o g r u p o s o c i a l , a p r e s e n t a n d o - s e ,

a s s i m , c o m o u m a e s t r a t é g i a i m p o r t a n t e p a r a o f o r t a l e c i m e n t o d a s r e l a -

QPONMLKJIHGFEDCBA

1 8 7

ç õ e s f a m i l i a r e s e c o m u n i t á r i a s , n e c e s s á r i a s a o i n g r e s s o , p e r m a n ê n c i a e

s u c e s s o n a e s c o l a .

A e d u c a ç ã o s o c i a l a p r e s e n t a - s e c o m o u m a e s t r a t é g i a c r i a t i v a e i n o -v a d o r a d e p r o t e ç ã o d o d i r e i t o à e d u c a ç ã o d a s c r i a n ç a s o r i u n d a s d o t r a b a -l h o p r e c o c e . E n t r e t a n t o , s u a i m p o r t â n c i a n ã o e s t á c i r c u n s c r i t a a u m a a t u -a ç ã o n ã o f o r m a l , p o i s o s r e f l e x o s d a s a t i v i d a d e s s ó c i o - e d u c a t i v a s r e p e r -c u t e m a o l o n g o d e t o d a a v i d a , p o s s u i n d o c a r a c t e r í s t i c a s f o r m a d o r a s q u e f a v o r e c e m o d e s e n v o l v i m e n t o i n f a n t e - j u v e n i l .

E n q u a n t o e s t r a t é g i a d e e n f r e n t a m e n t o d o t r a b a l h o i n f a n t i l e s t á p a r a a l é m d o s u b s i d i á r i o e d o a s s i s t e n c i a l , p o i s a p r e s e n t a u m a d i m e n s ã o s ó -c i o - e d u -c a t i v a v o l t a d a p a r a a s e n s i b i l i z a ç ã o e t o m a d a d e c o n s c i ê n c i a d a i m p o r t â n c i a d a e s c o l a . A l i a d a a o u t r a s a t i v i d a d e s e a ç õ e s p ú b l i c a s , a e d u -c a ç ã o s o c i a l c o n t r i b u i p a r a a i n c l u s ã o d e c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s n a e s -c o l a e p a r a o r o m p i m e n t o d o c i c l o d e v i o l ê n c i a s , d i s c r i m i n a ç õ e s e e x c l u -s õ e -s v i v e n c i a d o p e l a f a m í l i a e s e u s m e m b r o s , g e r a d a s p e l a s c o n t r a d i ç õ e s

d o s i s t e m a c a p i t a l i s t a .

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(11)

188

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R o s ile n e M a rq u e s S o b rin h o d e F ra n ç a / M a ria D 'A lv a M o c e d o F e rre iro

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N ota

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O Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS)

é

um equipamento público da política de assistência social responsável

pela identificação

das situações de trabalho infantil,

realização dos

procedimentos

para a inserção destas no PETI, inclusão na escola e

em Jornadas Ampliadas (educação complementar).

189

E n v ia d o p a ra p u b lic a ç ã o : 0 5 .1 0 .2 0 1 0

A c e ito p a ra p u b lic o ç ã o : 2 9 .0 1 .2 0 1 1

Referências

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