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Educação para o sustentável: práticas de educação ambiental no ensino público fundamental das escolas de FortalezaCE.

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Academic year: 2018

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UNI V E R S I D A D E F E D E R A L D O C E A R Á

PR Ó-R E I T O R I A D E PE S Q UI S A E PÓS -G R A D UA Ç Ã O

PR O G R A M A D E PÓS -G R A D UA Ç Ã O E M D E S E NV O L V I M E NT O E M E I O A M B I E NT E

R E B E C A G O M E S C H A V E S

E D UC A Ç Ã O PA R A O D E S E NV O L V I M E NT O S US T E NT Á V E L : PR Á T I C A S D E E D UC A Ç Ã O A M B I E NT A L NO E NS I NO PÚB L I C O F UND A M E NT A L D A S

E S C O L A S D E F O R T A L E Z A -C E

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E D UC A Ç Ã O PA R A O D E S E NV OL V IME NT O S US T E NT Á V E L : PR Á T IC A S D E E D UC A Ç Ã O A MB IE NT A L NO E NS INO PÚB L IC O F UND A ME NT A L D A S E S C OL A S

D E F OR T A L E Z A -C E

D issertaçã o apresentada ao C urso do Mestrado em D esenvolvimento e Meio A mbiente, da Universidade F ederal do C eará.

Orientador: Prof. D r. R eynaldo A morim Marinho

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R E B E C A GOME S C HA V E S

E D UC A Ç Ã O PA R A O D E S E NV OL V IME NT O S US T E NT Á V E L : PR Á T IC A S D E E D UC A Ç Ã O A MB IE NT A L NO E NS INO PÚB L IC O F UND A ME NT A L D A S E S C OL A S

D E F OR T A L E Z A -C E

D issertaçã o apresentada ao C urso do

Mestrado, Pós-Graduaçã o em

D esenvolvimento e Meio A mbiente, da Universidade F ederal do C eará.

Orientador: Prof. D r. R eynaldo A morim Marinho

A provada em: 31/10/2017.

B A NC A E X A MINA D OR A

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Prof. D r. R eynaldo A morim Marinho (Orientador)

Universidade F ederal do C eará ( UF C )

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Prof. D r. R aimundo Nonato de L ima C onceiçã o

Universidade F ederal do C eará ( UF C )

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Profª. D rª. L audemira S ilva R abelo

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O estudo discorreu sobre o desenvolvimento da educaçã o ambiental na rede educativa pública da cidade de F ortaleza, C eará. Para tanto, a pesquisa adentrou em prismas metodológicos plurais para compreender a formaçã o dos gestores e professores dessas escolas, bem como os conteúdos lecionados em salas de aula. É relevante que os alunos conheçam os problemas ambientais e as formas de resolvê -los. A aprendizagem ecológica recebida na escola beneficia também os pais dos alunos que desenvolvem comportamentos reflexivos sobre a importância do desenvolvimento sustentável. O objetivo desse trabalho foi realizar um diagnóstico situacional de concepções, práticas e dificuldades encontradas pelos educadores e gestores na promoçã o da educaçã o ambiental formal no ensino público municipal. O estudo analisou as escolas públicas de ensino fundamental, onde foram verificados os projetos políticos pedagógicos, além de registros de atividades de educaçã o ambiental desenvolvidas. A s entrevistas foram realizadas por meio de questionários direcionados a gestores e professores, com o escopo de conhecer as formas de atualizaçã o desses profissionais sobre a matéria e o repasse desses conhecimentos em sala de aula. D e acordo com os estudos realizados, observou-se que, apesar da educaçã o ambiental ser muito discutida, existem poucos projetos sendo desenvolvidos especificamente sobre o tema. O curso metodológico compreendeu pesquisas bibliográficas e entrevistas estruturadas. A amostra compreendeu a participaçã o de profissionais das escolas da rede pública municipal. C onclui-se com esse estudo que a participaçã o ativa das escolas é fundamental para a formaçã o do conhecimento e da consciê ncia humana sobre a importância da disseminaçã o da educaçã o ambiental. Nesse entoada, a escola assume um papel desafiador de formar novos cidadã os conscientes de seu papel no mundo e do respeito à natureza.

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T he study discussed the development of environmental education in the public educational network of the city of F ortaleza, C eará. In order to do so, the research entered into plural methodological prisms to understand the training of teachers and managers of these schools, as well as the content taught in classrooms. It is important for students to be aware of environmental problems and ways of solving them. T he ecological learning received at school also benefits the parents of students who develop reflective behavior on the importance of sustainable development. T he objective of this work was to carry out a situational diagnosis of conceptions, practices and difficulties encountered by educators and managers in the promotion of formal environmental education in municipal public education. T he study analyzed the public elementary schools, where the political pedagogical projects were verified, as well as records of environmental education activities developed. T he interviews were conducted through questionnaires addressed to managers and teachers, with the purpose of knowing the ways of updating these professionals on the subject and the transfer of this knowledge in the classroom. A ccording to the studies carried out, it was observed that, although environmental education is much discussed, there are few projects being developed specificall y on the subject. T he methodological course included bibliographical research and structured interviews. T he sample comprised the participation of professionals from municipal public schools. It is concluded with this study that the active participation of the schools is fundamental for the formation of knowledge and the human conscience on the importance of the dissemination of environmental education. In this chant, the school assumes a challenging role of forming new citizens aware of their role in the world and respect for nature.

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F igura 01 Mural temático sobre o meio ambiente F igura 02 L ixeiras para a coleta seletiva de lixo F igura 03 R eaproveitamento de alimentos F igura 04 T roféu – Projeto Hidroponia F igura 05 Gê nero dos gestores entrevistados F igura 06 F aixa etária dos gestores entrevistados

F igura 07 F ormaçã o acadê mica profissional dos gestores entrevistados F igura 08 D esenvolvimento da educaçã o ambiental nas escolas visitadas F igura 09 Incentivos do Governo para a promoçã o da educaçã o ambiental

F igura 10 E xistê ncia de proposta de regimento (política) ambiental nas escolas visitadas

F igura 11 Problemas ambientais entorno das escolas visitadas F igura 12 Gê nero dos professores entrevistados

F igura 13 F aixa etária dos professores entrevistados

F igura 14 F ormaçã o acadê mica dos professores entrevistados F igura 15 T empo de magistério dos professores entrevistados F igura 16 D isciplina lecionada por cada professor entrevistado

F igura 17 D esenvolvimento de atividades ambientais nas escolas pelos professores entrevistados

F igura 18 Identificaçã o dos temas ambientais trabalhados com os alunos

F igura 19 Identificaçã o das dificuldades para a realizaçã o de projetos ambientais F igura 20 Identificaçã o dos meios utilizados para o acompanhamento das discussões

sobre as questões ambientais

F igura 21 R esultados sobre a educaçã o ambiental ensinada em sala de aula

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L I S T A D E A B R E V I A T UR A S E S I G L A S

UE C E Universidade E stadual do C eará ME C Ministério da E ducaçã o

PR ONE A Programa Nacional de E ducaçã o A mbiental PNE A Política Nacional de E ducaçã o A mbiental S IS NA MA S istema Nacional do Meio A mbiente UF C Universidade F ederal do C eará E A E ducaçã o A mbiental

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S UM Á R I O

1 I NT R O D UÇ Ã O... 13

2 R E F E R E NC I A L T E ÓR I C O... 16

2.1 O meio ambiente, a educaçã o ambiental e a cidadania... 16

2.1 D a capacitaçã o profissional dos profissionais da educaçã o... 19

2.3 A s finalidades da educaçã o ambiental par a as presentes e futur as ger ações diretr izes e bases da educaçã o nacional... 25

2.4 A or ganizaçã o da educaçã o – ensino infantil, fundamental e médio... 27

3 M A T E R I A L E M É T O D O S ... 29

3.1 A escolha do método... 33

3.2 E tapas da pesquisa... 34

3.2.1 I nvestigaçã o da realidade... 35

3.2.2 R ealizaçã o de ações – coleta de dados... 37

3.2.3 A análise dos resultados... 38

4 R E S UL T A D OS ... 39

4.1 D as escolas visitadas... 40

4.1.1 E ME I F Professor J osé Parsifal B arroso... 43

4.1.2 E ME I F Professor J oã o Paulo I I ... 44

4.1.3 E ME I F Presidente K ennedy... 46

4.1.4 E ME I F Professor F rancisco Mauricio de Matos D ourado... 48

4.1.5 E ME I F D om A ntonio B atista de F r agoso... 50

4.2 A nálise dos resultados da pesquisa de campo... 50

4.2.1 A nálise dos questionários preenchidos pelos gestores... 50

4.2.1.1 Gê nero... 50

4.2.1.2 F aixa etária... 51

4.2.1.3 F ormaçã o acadê mica... 51

4.2.1.4 F ormaçã o acadê mica profissional... 52

4.2.1.5 Na sua escola se trabalha a educaçã o ambiental... 52

4.2.1.6 O governo de sua cidade incentiva a promoçã o da educaçã o ambiental? ... 53

4.2.1.7 Você como gestor já desenvolveu algum programa de educaçã o ambiental na sua escola? ... 53

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4.2.1.9 Qual o maior problema ambiental no entorno de sua escola? ... 54

4.2.1.10 Qual o melhor local para ocorrer o curso de capacitaçã o em educaçã o ambiental? ... 55

4.2.2 A nálise dos questionários preenchidos pelos professores... 55

4.2.2.1 Gê nero... 55

4.2.2.2 F aixa etária... 56

4.2.2.3 F ormaçã o acadê mica... 57

4.2.2.4 Tempo de magistério... 58

4.2.2.5 D isciplina lecionada... 59

4.2.2.6 E xiste a promoçã o de atividades de educaçã o ambiental na escola? ... 60

4.2.2.7 Quais os temas de educaçã o ambiental trabalhados com os alunos... 61

4.2.2.8 Quais as dificuldades para a realizaçã o de projetos ambientais na escola? . 62 4.2.2.9 Quais os meios que você utiliza para o acompanhamento das discussões sobre as questões ambientais... 63

4.2.2.10 Resultados sobre a educaçã o ambiental lecionada em sala de aula... 64

4.2.2.11 L ocais onde deve acontecer a capacitaçã o sobre educaçã o ambiental... 65

5 C O NC L US Ã O ... 66

R E F E R ÊNC I A S ... 69

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1 I NT R O D UÇ Ã O

A educaçã o ambiental é sobremaneira importante nas séries iniciais, uma vez que o modelo da sociedade moderna é baseado na extraçã o ilimitada de recursos naturais renováveis e nã o renováveis, sem considerar as interações entre as intervenções que ocorrem no meio ambiente. D esse modo, pode-se falar em uma tomada de consciê ncia da situaçã o ambiental pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente em que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo (S OUZ A , 2013).

O homem exerce o domínio sobre a flora e a fauna terrestres explorando seus benefícios de maneira tal, que provoca alterações no sistema ecológico natural por tempo indefinido. T odavia, filósofos e demais estudiosos como L eonardo B off ditam que o futuro da humanidade é incompatível com o modo de exploraçã o dos recursos naturais, processos de produçã o, distribuiçã o de renda, níveis de consumo, além das muitas formas de agressã o ao meio ambiente praticadas pelo sistema capitalista vigente. (B OF F , 2016).

A educaçã o ambiental é um direito de todos, incumbindo ao poder públi co e aos vários setores da sociedade a sua promoçã o. O presente estudo irá apresentar a educaçã o ambiental como um componente essencial e permanente da educaçã o nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e nã o-formal (B R A S IL , 1999).

A L ei da “Política Nacional de E ducaçã o A mbiental - PNE A ” tornou obrigatória a implantaçã o da educaçã o ambiental em todos os níveis e modalidades do ensino formal, contribuindo para o reconhecimento e a credibilidade atribuídas à educaçã o ambiental pela C onstituiçã o F ederal de 1988.

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O presente estudo denota caráter científico resumido no ensinamento de Paulo F reire, citado no livro ‘ Pedagogia da autonomia’: “Nã o há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. (F R E IR E , 1995). O conhecimento é fruto da ciê ncia e esse termo foi inúmeras vezes definido por estudiosos de diversas épocas.

C onforme S orrentino ( 1995), a educaçã o ambiental deve contribuir para a conservaçã o/proteçã o do planeta, de todas as suas espécies, para a melhoria da qualidade de vida de cada indivíduo e de cada comunidade. D estarte, a educaçã o ambiental é atualmente considerada como um dos instrumentos de que se dispõe na tentativa de sanar ou minimizar os problemas ambientais, estimulando e fortalecendo a consciê ncia crítica sobre a problemática ambiental e social, segundo os objetivos fundamentais da educaçã o ambiental (B R A S IL , 1999).

A realizaçã o da pesquisa de campo proporcionou a descoberta dos objetivos por meio da análise de questionários, da realizaçã o de entrevistas com gestores e professores, de conversas informais com funcionários das escolas e com a verificaçã o dos ambientes escolares oportunamente fotografados. A s visitas à s escolas públicas municipais contribuíram sobremaneira para a feitura de uma reflexã o crítica e para a organizaçã o desse estudo, de forma a enfatizar as relações entre a investigaçã o da realidade e a construçã o coletiva do conhecimento, de modo a auxiliar a formulaçã o de possíveis soluções para os problemas encontrados. ( L A K A T OS , 2010).

O respeito ao meio ambiente desde a infância é uma prática indispensável. No entanto, para alcançar esse objetivo, é preciso ensino e dedicaçã o para desenvolver nos estudantes a busca de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores bem aceitos em sociedade voltados para a preservaçã o do meio ambiente. (K A T A OT A , 2014).

A s escolas, principalmente nas pessoas de seus gestores e professores, devem estimular os estudantes a desenvolverem boas práticas ambientais, trabalhando atitudes de cidadania. Os alunos devem ser incentivados a descobrir como deve ser administrado o cuidado com os animais e a origem dos alimentos que consomem. Por conseguinte, a cogniçã o sobre os cuidados destinados ao meio ambiente pode ser realizada dentro e fora de sala de aula.

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seletiva, a criarem murais com mensagens de amor e respeito à natureza, a investirem em artesanato para a germinaçã o de mudas de árvores, a saírem das salas de aula para realizar passeios em zoológicos, sempre para fins de demonstrar de forma empírica os conteúdos aprendidos de forma literal.

Para K ataoka (2014, p. 403): “O mural configura a presença física do projeto na escola. E sta se situava num local visível e de destaque no pátio da escola, favorecendo o acesso das atividades a comunidade escolar”. A demais, o conhecimento sobre a importância de preservar o meio ambiente, desenvolve nas crianças um senso de responsabilidade importante para a sua formaçã o pessoal. É preciso ensinar a origem dos alimentos e a importância da natureza para a manutençã o da vida.

A s escolas devem adotar linhas de ações voltadas para o debate de questões essenciais, a exemplo da capacitaçã o do corpo docente na matéria ambiental, articulaçã o de mobilizaçã o da comunidade para a preservaçã o dos espaços públicos, integraçã o do aprendizado com a arte para despertar um maior interesse por parte dos alunos e desenvolvimento de pesquisas sobre as novas tecnologias adaptadas aos lares. (C A ÚL A , 2012).

A pluralizaçã o de frentes de promoçã o da educaçã o ambiental formal deve congregar os alunos e seus pais e/ou responsáveis, pois a adoçã o de uma nova postura deve ser disseminada por toda a sociedade por meio de conhecimentos práticos e teóricos. E ssa linha de educaçã o traz à baila as potencialidades do ambientalismo, de modo a aperfeiçoar os conhecimentos dos alunos e seus familiares sobre como os recursos ambientais interferem diretamente na qualidade da vida humana. (C A ÚL A , 2012).

A formaçã o humana deve ser permeada por uma nova consciê ncia e, segundo L eonardo B off: “pelo um novo consciente que nos vai dáesperança de que terra e humanidade juntas formarã o uma única entidade, sendo o homem a parte inteligente e consciente da própria terra”. ( B OF F , 2016).

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2 R E F E R E NC I A L T E ÓR I C O

2.1 O meio ambiente, a educaçã o ambiental e a cidadania

A preocupaçã o com a situaçã o do meio ambiente nã o é recente. E m meados de 1960, acompanhando o movimento mundial acerca da questã o ambiental, foi que se começou a pensar na contribuiçã o do processo educativo, tanto do ponto de vista da aquisiçã o de conhecimentos a respeito do meio, como também do tratamento de questões relacionadas à s alterações provocadas na natureza pela sociedade, refletindo, assim, na sua conservaçã o e preservaçã o (C A R V A L HO, 2003).

Na busca de soluções para os problemas ambientais, o processo educativo passou a ser considerado como uma das possibilidades para se tentar reverter ou minimizar o quadro de desequilíbrios instalados (C A R V A L HO, 2003). F reire (1995, p. 88) afirma que: “[...] mudar é difícil, mas é possível”. C om base nessa declaraçã o, pode-se alentar a esperança de que ocorram modificações significativas, primordiais, a começar pelas escolas, como acreditam os educadores ambientais.

A educaçã o ambiental visa atingir um equilíbrio dinâmico do meio ambiente, em que a vida é percebida em seu sentido pleno de interdependê ncia de todos os elementos da natureza. (GU IMA R Ã E S , 1998). A educaçã o ambiental busca mostrar que os seres humanos e os demais seres vivem em harmonia e em parcerias que devem ser mantidas para perpetuar a vida.

Nesse contexto, evidencia-se o papel da educaçã o ambiental. É necessário proporcionar mais formaçã o, já que, conforme D ias (2004, p.16), a educaçã o ainda “[...] treina o (a) estudante para ignorar as consequê ncias ecológicas dos seus atos”. E , segundo o mesmo autor, “[...] um sinal de que esse quadro poderia modificar-se foi dado em 1977, quando a C onferê ncia de T bilisi sinalizou para o mundo os caminhos para a incorporaçã o da dimensã o ambiental em todas as formas de educaçã o”. ( D IA S , 2014).

O meio ambiente também pode ser compreendido como um conjunto de unidades ecológicas que integram um sistema natural (fauna, flora, fenômenos naturais, clima etc). A amplitude conceitual do termo ‘ meio ambiente’ é bem explicada por S ampaio (2013):

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diretamente proporcional entre a abrangê ncia da tutela a partir da delimitaçã o conceitual e os potenciais conflitos dentro de uma ordem constitucional complexa, como é a brasileira. A ssim, quando a abrangê ncia da tutela engloba também o meio ambiente artificial e cultural, o conceito jurídico de meio ambiente pode suscitar conflitos endógenos. Ou seja, com outros valores e normas produzidos pela própria ciê ncia do direito. C omo o direito ambiental é um ramo da ciê ncia jurídica que cria regras de condutas diante de situações de incerteza, a expansã o do conceito de meio ambiente para além da ordem jurídica em que se insere pode conflitar com outros direitos igualmente fundamentais e, com isso, pode acabar diminuindo a proteçã o que supostamente o julgador quis garantir em decisã o singular. ( S A MPA IO, 2013, p. 27) .

D essa forma, o Pode Público deve primar pela preservaçã o e restauraçã o das espécies e ecossistemas, pois esse patrimônio pertence à coletividade. O E stado deve fiscalizar qualquer atividade que comprometa a segurança da qualidade de vida e do meio ambiente (produçã o, comercializaçã o, estudos científicos e técnicos etc). D epois de esclarecidas as informações preliminares sobre o meio ambiente, oportuno se torna mencionar a existê ncia de suas espécies: natural, artificial, laboral e cultural. (S A MPA IO, 2013).

O meio ambiente natural, como denota a própria nomenclatura, é um espaço ainda nã o modificado pela açã o humana, ou seja, nã o existem espaços construídos. E sse tipo de meio ambiente contempla os elementos bióticos e abióticos. Os elementos bióticos possuem vida, visto que sã o os recursos ambientais ofertados ao homem pela natureza (fauna e flora). E m outro sentido, tê m-se os elementos abióticos que nã o possuem vida (ar, atmosfera, solo, recursos hídricos), os quais, embora sejam ausentes de vida, suas alterações afetam diretamente os seres bióticos.

No meio ambiente artificial sã o notórias as alterações feitas pelo homem, ou seja, o espaço urbano ou espaço construído é destinado a melhorar as condições de vida e de habitaçã o da populaçã o. E ssas construções sã o: cidades, ruas, vielas, túneis, viadutos. S obre o meio ambiente artificial, S ilva (2002) leciona que:

1. Meio ambiente artificial: É composto pelo espaço modificado pela a açã o humana, ou seja, é o espaço urbano constituído por edificações e por espaços públicos (ruas, praças, áreas arborizadas etc.) ; 2. Meio ambiente cultural: É o espaço que compreende o patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico. É dotado de um valor especial histórico que se impregnou; 3. Meio ambiente natural: C orresponde o ar, a água, a flora, a fauna, o solo; enfim, pela interaçã o dos seres e o ambiente em que vivem. ( S IL V A , 2002, p. 21) .

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histórico, artístico, paisagístico, paleontológico. O meio ambiente cultural material é formado por bens incorpóreos, é a cultura de um povo indígena, por exemplo, a forma de plantaçã o. Nos escritos de K ataoka (2014), é possível observar um abastado conceito sobre educaçã o ambiental:

A educaçã o ambiental é compreendida como um processo de formaçã o do indivíduo que visa gerar um conhecimento de seu meio para que, através de suas experiê ncias, atividades, conceitos e valores, ele possa estar apto a agir e resolver individualmente ou coletivamente as problemáticas atuais e futuras dentro da temática ambiental. [...] Uma educaçã o ambiental crítica poderia contribuir para a mudança de valores e atitudes, formando um sujeito ecológico capaz de identificar e problematizar as questões socioambientais e agir sobre elas. (K A T A OK A , 2014, p. 401) .

A cidadania ambiental significa valores a serem cultivados no seio social, mais precisamente na moral humana. O meio ambiente equilibrado é um patrimônio da humanidade, por isso a educaçã o para a preservaçã o e a sustentabilidade é tã o importante. Nessa toada intelectiva, é oportuno mencionar as lições de Gutiérrez e Prado (1999, p. 34): “Uma educaçã o para a cidadania ambiental deve conduzir sua proposta para o desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade, uma cultura de vida e da convivê ncia equilibrada entre os seres humanos e a natureza - equilíbrio dinâmico”.

A educaçã o ambiental deve promover a aprendizagem do equilíbrio ambiental por meio dos atos do cotidiano. Nessa tarefa, faz-se imperiosa a participaçã o de escolas que consolidam as políticas ambientais de educaçã o. A Secretaria de E ducaçã o C ontinuada, A lfabetizaçã o e D iversi dade do Ministério da E ducaçã o, em publicaçã o virtual, leciona o conceito, os princípios e os objetivos da educaçã o ambiental. Observe-se:

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A consciê ncia ambiental leva à disseminaçã o da ideia de que o ser humano precisa mudar ou deverá sobreviver com muitas limitações. A s escolas desempenham a relevante missã o de ensinar os bons valores e princípios, ou seja, as premissas básicas de sustentabilidade como um dos primeiros ensaios civilizatórios que a educaçã o infantil deve ter acesso e aprender. Para C arvalho (2003, p. 61), preservar o meio ambiente é: “um grande desafio para chegarmos a uma sustentabilidade onde ela se realiza num fazer diário, nas relações pessoais e coletivas acompanhada de uma sociedade organizada e disposta a ajudar na conservaçã o do meio ambiente”.

A preservaçã o da natureza nã o deve ser vista como uma possibilidade, mas como uma necessidade. Por isso, é preciso traduzir as premissas de forma concreta através de ações que proporcionem aos alunos a compreensã o do sentido do termo ‘ responsabilidade’, isto é, ensiná-los as consequê ncias decorrentes de seus atos. O meio ambiente precisa de cuidado. Na liçã o de L eonardo B off, o cuidado deve ser compreendido da seguinte forma:

A essê ncia do ser humano é o cuidado, nós estamos aqui porque nossas mã es tiveram o infinito cuidado de nos acolher. Se tivéssemos sido abandonados, nã o saberíamos descer do berço e procurado comida. T eríamos morrido. Por isso, o cuidado é essencial. O cuidado é a precondiçã o que tem que acontecer para que o ser se manifeste, é o condicionador dos atos, se a gente nã o cuida dos nossos atos eles podem prejudicar e até destruir a nossa vida. T udo que se faz com cuidado é bem feito. T udo aquilo que eu amo eu cuido, tudo que eu cuido eu amo. Hoje, é preciso desenvolver a ética do cuidado, o cuidado com: o nosso entorno; cuidado nas relações sociais; cuidado com o próprio corpo, com a nossa psique e com a nossa espiritualidade; cuidado com o futuro que está ameaçado. T udo deve ser cuidado, porque assim regeneramos feridas passada e evitamos feridas futuras. ( B OF F , online, 2016).

A inda considerando os ensinamentos do autor, deve ser dito que sua explanaçã o amplia o conceito de cuidado para demonstrar que a educaçã o ambiental é a forma mais adequada de preservaçã o e prevençã o de danos ao meio ambiente. A cooperaçã o e a solidariedade também sã o valores importantes para a defesa do patrimônio ambiental. Os homens vivem em decorrê ncia da cooperaçã o desenvolvida entre a coletiv idade e as reservas ambientais. (BOF F , 2016).

2.2 D a capacitaçã o pr ofissional dos pr ofissionais da educaçã o

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A rt. 10. A educaçã o ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

§ 1 o

A educaçã o ambiental nã o deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.

§ 2 o

Nos cursos de pós-graduaçã o, extensã o e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educaçã o ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criaçã o de disciplina específica.

§ 3 o

Nos cursos de formaçã o e especializaçã o técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.

C omo pode ser observado, a determinaçã o legal impõe que a educaçã o ambiental deve ser implementada de forma interdisciplinar, e nã o como disciplina específica. E mbora essa forma de lecionar sobre educaçã o ambiental pareça ser mais interessante, fazer dessa matéria uma disciplina autônoma sem prejuízos à interdisciplinaridade poderia tornar seu aprendizado mais eficaz. S obre o tema, C aúla (2012) explica que:

O legislador veda a educaçã o ambiental como disciplina específica no currículo de ensino, facultando-a nos cursos de pós –graduaçã o, conforme dispõe o art. 10, parágrafo 1º , da lei. E ssa justificativa encontra amparo nas principais conferê ncias internacionais, como a de T bilisi, que determina a transversalidade da E A , buscando vínculos e liames com todas as disciplinas. Ocorre que a referida medida pode funcionar nos países do Primeiro Mundo, como nã o possuem uma "lacuna" na educaçã o; no caso do B rasil, como nã o há uma fiscalizaçã o eficiente, a implantaçã o da disciplina específica de E A , somada à transversalidade, produziria um resultado mais eficaz e célere. Na realidade, efetivar a interdisciplinaridade implica mudanças nos conteúdos educacionais, nã o se limitando à integraçã o das diversas disciplinas dos programas curriculares. É necessária a criaçã o de novos conteúdos das disciplinas com temáticas ambientais. (C A ÚL A , 2012, p. 92).

A complementaçã o da formaçã o dos professores em matéria ambiental dentro de sua área de atuaçã o se perfaz como medida importante para que o propósito da Política Nacional de E ducaçã o A mbiental seja alcançado e as novas gerações entendam a importância do respeito à natureza desde a fase da infância. (C A ÚL A , 2012).

A interdisciplinaridade de conteúdos com a matéria ambiental é um diálogo que se faz presente nas universidades desde a década de 70 (setenta). Para B ursztyn (2004, p. 94), tal fenômeno pode ser chamado de “ambientalizaçã o de disciplinas”. D entro das universidades, a educaçã o ambiental deve ser objeto de análises, discussões, pesquisas em diferentes abordagens teóricas e metodológicas. No que diz respeito ao histórico da educaçã o ambiental no B rasil, Henriques (2016) explica que:

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educacionais voltadas a ações para recuperaçã o, conservaçã o e melhoria do meio ambiente. Neste período também surgem os primeiros cursos de especializaçã o em E ducaçã o A mbiental. O processo de institucionalizaçã o da E ducaçã o A mbiental no governo federal brasileiro teve início em 1973, com a criaçã o da S ecretaria E special do Meio A mbiente ( Sema) , vinculada à Presidê ncia da R epública. Outro passo na institucionalizaçã o da E ducaçã o A mbiental foi dado em 1981, com a Política Nacional de Meio A mbiente ( PNMA ) 6 que estabeleceu, no âmbito legislativo, a necessidade de inclusã o da E ducaçã o A mbiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educaçã o da comunidade, objetivando capacitá-la para a participaçã o ativa na defesa do meio ambiente. R eforçando essa tendê ncia, a C onstituiçã o F ederal, em 1988, estabeleceu, no inciso V I do artigo 225, a necessidade de “promover a E ducaçã o A mbiental em todos os níveis de ensino e a conscientizaçã o pública para a preservaçã o do meio ambiente”. E m 1991, a C omissã o Interministerial para a preparaçã o da R io 92 considerou a E ducaçã o A mbiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira. F oram, entã o, criadas duas instâncias no Poder E xecutivo, destinadas a lidar exclusivamente com esse aspecto: o G rupo de T rabalho de E ducaçã o A mbiental do ME C , que em 1993 se transformou na C oordenaçã o-Geral de E ducaçã o A mbiental ( C oea/ME C ) , e a D ivisã o de E ducaçã o A mbiental do Instituto B rasileiro de Meio A mbiente e dos R ecursos Naturais R enováveis ( Ibama), cujas competê ncias institucionais foram definidas no sentido de representar um marco para a institucionalizaçã o da política de E ducaçã o A mbiental no âmbito do S istema Nacional de Meio A mbiente ( Sisnama). ( HE NR IQUE S, 2016, p. 13) .

Nesse campo, a formaçã o do professor é fundamental (atualizaçã o, informaçã o, conteúdos e conceitos), uma vez que essa é a figura de referê ncia utilizada pelos alunos no momento da compreensã o dos temas que envolvem o meio ambiente. No que toca ao aprimoramento do professor, Henriques (2016) leciona que:

O processo de formaçã o continuada em E ducaçã o A mbiental envolve diversos aspectos por ser uma experiê ncia diferenciada de formaçã o de professores em uma temática nã o disciplinar, mas obrigatória para todos os níveis e modalidades de ensino (L ei 9.795/99 e D ecreto 4.281/02) . T rata-se de uma açã o formadora que integra projetos simultâneos, envolvendo a formaçã o de docentes e estudantes em um tema “transversal” à s disciplinas, trazendo uma prática democrática e educativa-crítica com a atuaçã o articulada da sociedade civil, de C oletivos J ovens e das Secretarias de E ducaçã o nos E stados. T raz uma série de aportes conceituais oriundos de fontes diversas na formaçã o de professores, como a complexidade, saberes ambientais científicos, políticos e das populações tradicionais, da educaçã o popular freireana, consumo sustentável, metodologia de projetos, entre outros. É um processo cumulativo de procedimentos, avaliações e observações diretas que possibilitam trazer recomendações e subsídios para futuras políticas de formaçã o de professores em E ducaçã o A mbiental. ( HE NR IQUE S, 2016, p. 50) .

O professor é um ator de destaque no ambiente escolar, tendo em vista que sua funçã o é incentivar os alunos a produzirem conhecimentos, desenvolvendo suas criatividades e aprendizagens diversificadamente. A atualizaçã o do conhecimento por parte dos professores promove o que destaca T eixeira (2014):

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A demais, um profissional da área da educaçã o dispõe de meios para incentivar a participaçã o dos alunos em projetos de educaçã o ambiental, tornando o processo de aprendizagem mais interessante. A interdisciplinaridade também é defendida como forma de conhecimento na obra de C arvalho (2003):

V isando à integraçã o das diferentes dimensões dos fenômenos estudados, superando a visã o especializada e fragmentada do conhecimento em prol de uma compreensã o da complexidade e interdependê ncia dos fenômenos naturais da vida. A plicar uma proposta interdisciplinar na prática educativa implica mudanças profundas nos modos de ensinar e aprender e na organizaçã o das instituições de ensino, seja em novas metodologias, reestruturaçã o dos temas e conteúdos curriculares e formaçã o de equipes de professores de diferentes áreas do saber. ( C A R V A L H O, 2003, p. 63) .

A possibilidade do aluno se manifestar ensina que a responsabilidade pela preservaçã o ambiental deve ser exercida de forma compartilhada e gera uma gestã o escolar mais participativa e democrática. Nos escritos de K ataoka (2014, p. 400), tem-se o seguinte: “A escola, assumindo a sua responsabilidade, tem promovido diversas práticas e projetos criativos visando essa mudança tã o almejada pela educaçã o ambiental”.

A lém dos conteúdos aprendidos em sala de aula, para consolidar os conhecimentos os alunos necessitam da atuaçã o, ou seja, das experiê ncias empíricas de interaçã o com o meio. No campo empírico, sã o situados conteúdos diferenciados que despertam habilidades e concedem acesso a procedimentos e valores a serem integrados a potencialidades apresentadas pelos alunos.

Um meio eficaz no que toca à proliferaçã o da educaçã o ambiental é a formaçã o profissional dos professores. Na leitura do escritos de T eixeira (2014), tem-se que:

Nas últimas décadas foi possível acompanhar a expansã o da temática ambiental em diferentes campos de formaçã o e pesquisa. É crescente o número de cursos de graduaçã o e pós-graduaçã o, disciplinas específicas, projetos de extensã o e pesquisa que se dedicam a problematizar e a buscar soluções para os problemas ambientais enfrentados pela sociedade contemporânea. E ste cenário estabelece desafios para a gestã o, a pesquisa e a formaçã o de estudantes no E nsino S uperior. E le exige uma sólida argumentaçã o e o desenvolvimento de pesquisas sobre o conhecimento ambiental como parte da formaçã o dos futuros profissionais de nível superior, dentre eles, o professor da educaçã o básica. ( T E IX E IR A , 2014, p. 127) .

Nessa toada intelectiva, deve ser reconhecido que é importante capacitar os professores para atender aos padrões de atualizaçã o das diretrizes curriculares nacionais da educaçã o ambiental, de modo a dar continuidade à institucionalizaçã o da disciplina ambiental na educaçã o infantil. Nesse passo, T eixeira (2014) aduz que:

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programas, formaçã o continuada de professores, material didático e outras estratégias, com maior ou menor sistematizaçã o e sucesso, para desenvolver a educaçã o ambiental nas instituições de ensino, inclusive nos cursos de formaçã o de professores nas universidades. E mbora a educaçã o ambiental se expanda, ela ainda é pouco abrangente e se caracteriza por ações pontuais e incipientes como prática a ser potencializada. ( T E IX E IR A , 2014, p. 128) .

É preciso criar uma identidade político-pedagógica no ambiente escolar, com destaque para o protagonismo do professor responsável pela execuçã o da educaçã o ambiental, ou seja, da disseminaçã o dos conhecimentos dentro e fora das salas de aula. D essa maneira, paulatinamente, os alunos irã o modificar para o bem sua relaçã o com o meio ambiente.

Para T eixeira (2014, p. 129): “O professor é o responsável pela execuçã o da educaçã o ambiental e o faz a partir de seus conhecimentos, representações e internacionalidades no que se refere à educaçã o ambiental e à problemática ambiental”.

A ssim, para que ocorram avanços relacionados à educaçã o básica, torna-se imprescindível a atualizaçã o contínua dos professores. S egundo T eixeira (2014, p. 129) : “C erto distanciamento dos professores da educaçã o ambiental tem como justificativa desde condições de trabalho, que dificultam inovações e mais esforços, até a constataçã o de que nã o estã o preparados para trabalhar com a educaçã o ambiental”.

A s academias proporcionam o aprofundamento dos estudos sobre educaçã o ambiental, visto que a produçã o literária é de suma importância para a construçã o de um campo educativo ambiental. Na forma afirmada por L eff (2013, p. 42): “no campo da educaçã o existem alguns problemas burocráticos, sindicais, éticos, vocaçã o do educador, mas também a instituiçã o educativa tem sido funcional a essa realidade”.

É preciso ensinar a sociedade a conceder prioridade à educaçã o ambiental, operar mudanças no conhecimento e fomentar reflexã o sobre a criaçã o de uma pedagogia ambiental. A educaçã o deve evoluir em consonância com a realidade e a razã o deve orientar as ações humanas para o respeito aos recursos naturais, porque o esgotamento de tais recursos conduz o ser humano a incertezas quanto à própria sobrevivê ncia. A educaçã o é o mecanismo adequado para que o homem consiga lidar com as inseguranças que cercam o ambiente em que habita. ( L E F F , 2013) .

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que: “o objeto da educaçã o ambiental é de fato, fundamentalmente, nossa relaçã o com o meio ambiente”.

A educaçã o é o meio de adaptaçã o do homem à s novas condições que cercam o meio ambiente em que se vive. E ssa adaptaçã o é pautada pelo conhecimento disseminado também pelas produções literárias. S obre o assunto, T eixeira (2014, p. 130) explica que: “A produçã o cultural, na qual se incluem a ciê ncia e o conhecimento ambiental, se explica pela articulaçã o entre o seu conteúdo, na forma da autoexplicaçã o”.

A política nacional do meio ambiente – PMNA é disposta nos termos da L ei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981. A referida norma traz em seu bojo os objetivos desse tipo de política ambiental, bem como sua formulaçã o e aplicaçã o. V eja-se:

A rt. 2º - A Política Nacional do Meio A mbiente tem por objetivo a preservaçã o, melhoria e recuperaçã o da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteçã o da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - açã o governamental na manutençã o do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalizaçã o do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalizaçã o do uso dos recursos ambientais;

IV - proteçã o dos ecossistemas, com a preservaçã o de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; V I - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteçã o dos recursos ambientais;

V II - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; V III - recuperaçã o de áreas degradadas;

IX - proteçã o de áreas ameaçadas de degradaçã o;

X - educaçã o ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educaçã o da comunidade, objetivando capacitá-la para participaçã o ativa na defesa do meio ambiente.

A presença da educaçã o ambiental na licenciatura significa a extensã o do processo educativo direcionado ao respeito e à preservaçã o dos recursos naturais. Para obter ê xito, a educaçã o ambiental exige que o professor considere vários aspectos que analisam desde a condiçã o econômica até o nível cultural e acessos das crianças. Nã o adianta levar componentes da cidade para promover o estudo ambiental em uma comunidade indígena ou quilombola, porque é preciso considerar o meio em que elas estã o inseridas. (T E IX E IR A , 2014).

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de conhecimento de crianças de classes médias e altas, pois, muitas vezes, nã o existem as mesmas oportunidades de aprendizado. A ssim, o trabalho do professor de ensinar cidadania em sala de aula se torna um desafio complexo, o qual exige muita sensibilidade.

A educaçã o é uma das mais relevantes responsabilidades sociais, tendo em vista que agregar conhecimentos se finca como um marco e impulsiona a marcha do progresso da humanidade.

2.3 A s finalidades da educaçã o ambiental par a as pr esentes e futur as gerações – dir etr izes e bases da educaçã o nacional

A evoluçã o intelectual de uma naçã o é proporcional ao nível educacional de seus cidadã os. Nesse contexto, a educaçã o se impõe como direito de todos e dever do E stado. Observe-se a norma exarada na C onstituiçã o F ederal B rasileira:

A rt. 205. A educaçã o, direito de todos e dever do E stado e da família, será promovida e incentivada com a colaboraçã o da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificaçã o para o trabalho.

E ssa regra tem o objetivo de fazer com que crianças e adolescentes em idade escolar frequentem o ambiente escolar e aprendam os conteúdos necessários à evoluçã o intelectual para melhor servirem aos seus interesses individuais e à coletividade em que vivem. O compromisso de inclusã o de crianças e jovens em idade escolar na escola é titularizado pela família e pelo E stado. Para B eyer (2010, p. 63): “A participaçã o de pais, gestores e professores é o melhor caminho para uma inclusã o social mais efetiva das crianças e dos adolescentes na escola”.

Nas lições de L enza (2012, p. 1076), pode ser lido que: “A educaçã o, direito de todos e dever do E stado e da família, será promovida e incentivada com a colaboraçã o da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificaçã o para o trabalho”.

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É importante que o aluno tenha acesso a conteúdos ecológicos reutilizáveis em sua vida prática. Por isso, a Política Nacional de E ducaçã o A mbiental determina que suas diretrizes integrem o conteúdo estudado nas demais disciplinas como: biologia, ciê ncias, geografia, filosofia, sociologia etc. O acesso à educaçã o ambiental é diretamente vinculado à ideia de sociabilidade, de sustentabilidade e de interaçã o por meio da comunicaçã o. A escola desempenha funções primordiais para uma boa formaçã o de caráter, na forma ensinada por S acristán e Góes (2008):

A escola deve prover os indivíduos "nã o só, nem principalmente, de conhecimentos, idéias, habilidades e capacidades formais, mas também, de disposições, atitudes, interesses e pautas de comportamento". A ssim, tem como objetivo básico a socializaçã o dos alunos para: "prepará-los para sua incorporaçã o no mundo do trabalho"; - indivíduos produtivos; "que se incorporem à vida adulta e pública..." - cidadã os. (S A C R IST Á N e GÓE S, 2008, p. 14 – 15) .

A escola amplia os conhecimentos dos alunos explicando os fundamentos e as consequê ncias das transformações sociais. A educaçã o é dinâmica e deve desenvolver valores positivos e modelos de vida e trabalho na mente humana, assim os ambientes escolares sã o ambientes ideais para seja trabalhados conteúdos ambientais. Nã o se pode negar a importância da disseminaçã o da educaçã o ambiental nas escolas, uma vez que as gerações infantis do presente influenciam suas famílias e a comunidade que habitam, e serã o responsáveis pelas decisões para a preservaçã o ambiental no futuro.

A fase da vida humana da infância e da adolescê ncia dedicados aos estudos escolares agrega experiê ncias e conhecimentos aos estudantes, auxiliando seus crescimentos com valoraçã o de padrões familiares, comunitários e sociais bem aceitos. ( E NGUIT A , 1989).

No B rasil, desde o ano de 1996, a L ei nº 9.394 inaugurou a regulamentaçã o das diretrizes e bases da educaçã o nacional, momento do início de sua vigê ncia. D esde entã o, a educaçã o nacional deve ser materializada sob a inspiraçã o de seu artigo 1º :

A rt. 1º A educaçã o abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivê ncia humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º E sta L ei disciplina a educaçã o escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educaçã o escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

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democrática, diversidade étnica e integraçã o entre a escola, o trabalho e as boas práticas sociais.

2.4 A or ganizaçã o da educaçã o – ensino infantil, fundamental e médio

A educaçã o nacional é divida em básica ( educaçã o infantil, ensino fundamental e ensino médio) e em técnica e/ou superior, tendo por finalidade a formaçã o de cidadã os conscientes de seus papéis no que toca à preservaçã o do meio ambiente. A educaçã o tem uma funçã o compensatória, uma vez que executa a missã o de fazer o ser humano evoluir socialmente, como preleciona S acristán e Góes (2008):

A funçã o compensatória da escola em relaçã o à s diferenças sociais de origem dilui-se no terreno das declarações de principio, a orientaçã o homogeneizadora da escola nã o suprime senã o que confirma – e, além disso, legitima – as diferenças sociais, transformando-as em outras de caráter individual. D iferente grau de domínio da linguagem, diferenças nas características culturais, nas expectativas sociais e nas atitudes e apoios familiares entre os grupos e classes sociais, transformam-se na escola uniforme, em barreiras e obstáculos intransponíveis para aqueles grupos distanciados socialmente das exigê ncias cognitivas, instrumentais e de atitudes que caracterizam a cultura e a vida acadê mica da escola. A s diferenças de origem consagram-se como diferenças de saída, a origem social transforma-se em responsabilidade individual. ( S A C R IST Á N E GÓE S, 2008, p. 21).

A educaçã o ambiental supera os conhecimentos obtidos no ambiente escolar, pois também é composta por bons valores sociais e influenciada pela família, pela comunidade e pela maturidade de cada ser humano. O estudo potencializa a capacidade de compreensã o do aluno, incentivando a descoberta de novos conhecimentos, afinidades e qualidade, de forma a se tornar útil à preservaçã o do meio ambiente em que vive. Nesses termos, L affin (2011) destaca esses benefícios educacionais:

A necessidade de contínuo desenvolvimento de capacidades e competê ncias para enfrentar essas transformações que alteram a concepçã o tradicional de educaçã o de jovens e adultos, nã o mais restrita a um período particular da vida ou a uma finalidade circunscrita. D esenvolve-se o conceito de educaçã o ao longo de toda a vida, que há de se iniciar com a alfabetizaçã o. Mas nã o basta ensinar a ler e a escrever. Para inserir a populaçã o no exercício pleno da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e de fruiçã o do tempo livre e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho, a educaçã o de jovens e adultos deve compreender no mínimo, a oferta de uma formaçã o equivalente as oito ( agora nove) series iniciais do ensino fundamental. (L A F F IN, 2011, p. 47) .

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Um ser de açã o, enquanto produtor implica reconhecê -lo como ser social, uma vez que o processo de transformaçã o da realidade objetiva, no transcurso do qual ele produz-se a si mesmo, se faz através do conjunto de relações que o homem estabelece consigo mesmo, com os outros homens e com a natureza. E stas relações sã o produto humano, e ocorrem no tempo, em circunstâncias estruturais dadas em cada sociedade, que por sua vez sã o também conformadoras. A ssim, o homem deve ser entendido, enquanto ser social, histórico, produzido e produtor das circunstancias. ( L A F F IN, 2011, p. 69 – 70) .

A s matérias relacionadas à preservaçã o do meio ambiente devem ser lecionadas em todas as fases da educaçã o escolar composta pela educaçã o infantil, ensino fundamental e médio e superior. C umpre informar que: “A educaçã o básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formaçã o comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. ( A rtigo 22 da L ei nº 9.394/96).

A s escolas devem elaborar e executar políticas ambientais, propostas pedagógicas e planos organizacionais dentro do que determinam as diretrizes e bases da educaçã o nacional. Na liçã o de Morin (2010), pode ser lido que a atividade cognitiva deve ser estimulada a partir do ensino que desenvolve as capacidades humanas. L eia-se:

A educaçã o deve favorecer a aptidã o natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligê ncia geral. E ste uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva durante a infância e a adolescê ncia, que com freqüê ncia a instruçã o extingue e que, ao contrário se trata de estimular ou, caso esteja adormecida, de despertar. (MOR IN, 2010, p. 39) .

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3 M A T E R I A L E M É T O D O S

A análise da educaçã o ambiental nas escolas públicas da rede municipal da cidade de F ortaleza, C eará, foi realizada por meio de pesquisa de campo. A coleta de dados foi feita com base em entrevistas e na estatística resultante de questionários distribuídos aos gestores e professores que participaram. A pesquisa de campo possibilitou o conhecimento das técnicas de ensino sobre a preservaçã o do meio ambiente e a verificaçã o da contribuiçã o pedagógica para a formaçã o da consciê ncia ambiental dos alunos. Nesse contexto, a importância do estudo científico é referenciada na liçã o de F reitas (2013):

A C iê ncia, no geral, ganha de forma significativa, porque, certamente, muitos cientistas se esforçaram para tornar as descobertas acessíveis ao público. D esde entã o, os meios para alcançar os resultados de uma investigaçã o científica sã o diversos, amplos e, na maioria das vezes, originam-se no construto de cada ciê ncia particular. [...] . Metodologia C ientífica, devido ao seu caráter sistê mico e interrelacionado entre suas variáveis de estudo, deve estimular os estudantes, a fi m de que busquem motivações para encontrar respostas à s suas indagações, respaldadas e sistematizadas em procedimentos metodológicos pertinentes. ( F R E IT A S , 2013, p. 43).

Na obra de L akatos (2010), é observada a definiçã o de metodologia científica: A metodologia científica, mais do que uma disciplina, significa introduzir o discente no mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, base da formaçã o tanto do estudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das ideias. Podemos afirmar até: a prática nasce da concepçã o sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisã o fundamenta-se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz. ( L A K A T OS, 2010, p. 01) .

Na área educacional, a pesquisa científica incentiva reflexões sobre temáticas importantes destacadas em textos científicos. A pesquisa científica e seu significado sã o bem explicados na obra de F reitas (2013):

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conhecimento. Nós pesquisamos a todo momento, em nosso cotidiano, mas, certamente, nã o o fazemos sempre de modo científico. ( F R E IT A S , 2013, p. 43)

A leitura e a escrita de textos dessa natureza aprimoram os conhecimentos sobre a educaçã o e seus avanços no cenário atual. S obre o assunto, S ouza de Mello (2013) explica que:

A tualmente a investigaçã o científica tornou-se uma das atividades mais requisitadas nas instituições de ensino superior. A exposiçã o dos resultados do processo de criaçã o científica em trabalhos acadê micos de graduaçã o e pós-graduaçã o conjuga múltiplas dimensões, dentre as quais destacamos duas: a dimensã o teórica relacionada ao conhecimento ( conteúdo) e a dimensã o formal, relativa à apresentaçã o do texto e ao tratamento dispensado à s fontes de dados. A mbas sã o fundamentais, embora, no mais das vezes, seja dada ê nfase indevida numa ou noutra dimensã o. ( SOUZ A D E ME L L O, 2013, p. 9) .

Hodiernamente, o modo mais eficaz de promover conhecimento dá-se através de técnicas minuciosamente elaboradas para tal finalidade. A ciê ncia é o caminho trilhado para o conhecimento do universo. C onsiderando as aspirações de A nder E gg (1978), a ciê ncia pode ser compreendida como um “conjunto de conhecimentos racionais certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis que fazem referê ncias a objetos de uma mesma natureza”. (A ND E R E GG, 1978, p. 15). Para Maciel (2017):

A pesquisa científica nã o é feita somente com os critérios e o rigor metodológicos, mas também com a criatividade, a paciê ncia, a disciplina. Nossa percepçã o do mundo pode ser revelada de modo simples e útil, assim como nossa forma de entender a vida e de nos relacionar com ela, com os seres da natureza e com os produtos da cultura humana. ( MA C IE L , ONL INE , 2017).

O método científico é utilizado na área acadê mica de forma preferencial, uma vez que se diferencia das outras formas de conhecimento por utilizar a razã o como parâmetro para fundamentar e comprovar as novas descobertas. E ssa modalidade de conhecimento oportuniza a repetiçã o da experiê ncia, de modo a comprovar a veracidade da descoberta por pessoas diferentes, em lugares e momentos distintos daqueles que originaram o conhecimento. O conhecimento científico determina o seguimento de regras rígidas, uma vez que considera que essa metodologia concede maior segurança e efetivaçã o da descoberta apresentada à comunidade acadê mica e também à sociedade em geral. E m relaçã o ao tema, B elchior (2011) explica que:

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adequado( s) , nã o há possibilidade de se construir um conhecimento científico, ou seja, de se fazer C iê ncia. (B E L C HIOR , 2011, p. 122).

O conhecimento científico tem o objetivo de explicar a motivaçã o e os meios que percorrem a formaçã o dos fenômenos, tentando demonstrar, dentro de uma visã o globalizada, a relaçã o entre os fatos que concorrem para alterar a realidade. A pesquisa pode ser entendida como uma atividade científica dedicada à descoberta da realidade pretendida. A realidade nã o é descoberta por meio de análise superficial, nem mesmo os esquemas explicativos conseguem esgotá-la. Por isso, a pesquisa é considerada como um processo interminável de aproximações sucessivas da realidade, porém nã o esgotáveis. ( B E L C HIOR , 2011).

D e modo a atingir a realidade dos métodos utilizados em sala de aula, os professores entrevistados responderam a um questionário formulado para identificar a promoçã o da educaçã o ambiental.

A s ciê ncias naturais sã o dotadas de uniformidade, repetibilidade e previsibilidade. A s ciê ncias humanas sã o aleatórias, imprevisíveis e passíveis de inovaçã o. Quanto à natureza, a pesquisa foi qualitativa, demonstrando a qualidade das ideias a serem exploradas; teórica, buscando fontes bibliográficas já existentes; prática, ou seja, passível de comprovaçã o; descritiva, quando descreve os fenômenos sem apontar soluções; e prescritiva, que aponta soluções convenientes. ( D E MO, 1994).

A escolha da pesquisa quanto à sua natureza nã o excluiu a possibilidade de se utilizar outra de forma secundária, pois o importante foi atender ao fim pretendido, isto é, a descoberta de um novo conhecimento a ser acoplado aos pré-existentes. O processo de conhecimento é vinculado à evoluçã o da humanidade. (D E MO, 1994).

D iante da magnitude da pesquisa científica, é preciso evidenciar a figura do sujeito cognoscente que irá compreender e analisar a realidade da educaçã o ambiental, sua relevância e finalidades no seio social. D esta feita, a formaçã o do conhecimento envolve 3 (trê s) elementos, a saber: o sujeito cognoscente, a atividade e o objeto que se pretende estudar. (D E MO, 1994).

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A s entrevistas tê m a finalidade de aprofundar as questões e esclarecer os problemas observados. Os documentos sã o usados no sentido de contextualizar o fenômeno, explicitar suas vinculações mais profundas e completar as informações coletadas através de outras fontes. ( 2000, p. 24) .

O objeto cognoscível é o fenômeno a ser analisado e compreendido pelo estudioso, no caso específico: a educaçã o ambienta l nas escolas municipais na cidade de F ortaleza, C eará. S obre o assunto, B elchior (2011) compartilha conhecimentos ensinando que:

1.1 O sujeito cognoscente

É aquele ser que busca conhecer ou conhece dotado de razã o. A racionalidade é característica fundamental do “eu” cognoscente, daquele que observa, interage com o objeto, por meio de uma atividade.

QUE M POD E SE R S UJ E IT O C OGNOS C E NT E ?

- D e acordo com a filosofia clássica, é o ser humano pelo fato de ser o único dotado de racionalidade, ou seja, por agir com razã o, com consciê ncia, por um ato volitivo. 1.2 A atividade no conhecimento

A atividade é tudo o que o cognoscente desenvolve para interagir com o objeto. É o olhar, o pensar, o correr, o falar, etc., enfim, é a açã o do sujeito para conhecer o objeto.

1.3 O objeto cognoscível

Nã o há como imaginar o “eu” sem objeto ou um objeto sem o “eu”. D essa forma, para haver um ato de conhecimento, o “eu” que conhece há de se defrontar com o objeto cognoscível, ou seja, aquele que será conhecido. (B E L C HIOR , 2011, p. 122) .

D estarte, o resultado desse trabalho é fruto da produçã o do conhecimento de natureza científica, a partir da coleta de dados e informações resultantes de observações do pesquisador sobre o objeto cognoscível. ( B E L C H IOR , 2011).

3.1 A escolha do método

A pesquisa adotou o método qualitativo e prático, porque a educaçã o ambiental foi estudada no plano fático dentro dos ambientes das escolas municipais da rede pública da cidade de F ortaleza, C eará. Os gestores e professores que participaram da pesquisa preencheram uma autorizaçã o, cedida pelo C omitê de ética, e um questionário sobre como o conteúdo relacionado à educaçã o ambiental praticada em suas respectivas escolas.

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A pesquisa de natureza qualitativa é aquela que permite que o acadê mico levante dados subjetivos, bem como outros níveis de consciê ncia da populaçã o estudada, a partir de depoimentos dos entrevistados, ou seja, informações pertinentes ao universo a ser investigado, que leve em conta a ideia de processo, de visã o sistê mica, de significações e de contexto cultural. [ ...] A pesquisa qualitativa é a que tem o objetivo de mensurar algumas variáveis, transformando os dados alcançados em ilustrações como tabelas, quadros, gráficos ou figuras. [ ...] E m geral, o instrumento de levantamento de dados mais adequado a este tipo de pesquisa é o questionário, em que questões fechadas correspondem a respostas codificadas. ( SA NT OS e C A ND E L OR O, 2006, p. 71 – 72) .

Nesse contexto, a natureza escolhida para a pesquisa levantou informações teóricas para fundamentar a discussã o dos resultados. A pesquisa exploratória foi realizada em bibliografia ampla, por meio da leitura de obras e artigos científicos pertencentes à área da educaçã o ambiental. A análise dos dados que formam esse trabalho foi qualitativa com fundamentaçã o em informações fidedignas, colhidas diretamente no ambiente de pesquisa. A coleta de dados foi feita com objetividade e, posteriormente, unida aos conteúdos obtidos por meio de leitura da literatura existente sobre educaçã o ambiental. (S A NT OS e C A ND E L OR O, 2006).

A abordagem qualitativa teve por escopo apresentar uma visã o holística

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dos fenômenos estudados para facilitar a compreensã o da realidade. A ssim, na forma ensinada por A ndré (2000, p. 19): “O acontecer natural, leva em conta todos os componentes de uma determinada situaçã o, interações e influê ncias”. E sse método propiciou o conhecimento ampliado da realidade ratificado pela coleta de dados fornecidos pela participaçã o dos gestores e dos professores.

D esse modo, a pesquisa qualitativa foi uma estratégia investigativa exitosa que auxiliou o conhecimento da realidade das escolas e da forma como a educaçã o ambiental é repassada aos alunos. A inclusã o da educaçã o ambiental nas escolas nã o se limita à implementaçã o no currículo ou desenvolvimento de projetos isolados. É preciso que essa preocupaçã o ultrapasse a interatividade do tema com todas as matérias estudadas e seja inserida na criaçã o de uma matéria específica sobre a importância de preservar o meio ambiente para o acesso a uma melhor qualidade de vida a partir de conhecimentos voltados para a promoçã o da sustentabilidade. (SA NT OS e C A NDE L OR O, 2006).

A pesquisa também foi teórica, uma vez que adotou o caráter científico e foi desenvolvida pautada pela leitura de fontes como livros, periódicos, artigos disponibilizados em meio eletrônico, entre outros insumos sobre educaçã o ambiental. Os tipos de pesquisas

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apontados foram utilizados de forma mesclada, pois um tipo de pesquisa nã o exclui os outros e todos os mencionados foram importantes para a composiçã o desse estudo. ( L A K A T OS , 2010).

3.2 E tapas da pesquisa

A pesquisa foi feita em 3 (trê s) etapas: trabalhos de gabinete, atividades de campo e integraçã o dos dados. A atividade de gabinete realizou a pesquisa bibliográfica fazendo um levantamento sistemático dos dados colhidos em trabalhos científicos disponíveis a respeito do tema e sobre a área de estudo.

A pós a seleçã o de todo material acumulado na primeira etapa, foi realizada a leitura crítica e interpretativa dos dados, posteriormente organizados e direcionados para a definiçã o da fundamentaçã o teórica e para compor as questões discutidas nos questionários preenchidos durante a pesquisa de campo.

O material utilizado para o desenvolvimento da pesquisa consistiu basicamente em textos, dissertações, teses, publicações, projetos, fotografias, consultas a órgã os públicos, trabalhos, anotações e reflexões das disciplinas relacionadas à matéria de educaçã o ambiental. A atividade de campo consistiu na segunda etapa realizada com a visita à s escolas para a coleta de dados.

Os dados foram coletados através da aplicaçã o de questionários com gestores e professores das escolas selecionadas. Os dados obti dos nessas etapas foram integrados para obter as informações seguras sobre a realidade da educaçã o ambiental nas escolas municipais da cidade de F ortaleza, C eará. A sistematizaçã o de todos os dados descobertos é a fundamentaçã o dos resultados da pesquisa demonstraram como a educaçã o ambiental é abordada nos ambientes pesquisados. A pesquisa de campo proporcionou a interaçã o entre a pesquisa cognitiva e a realidade, além de fazer a pesquisadora se sentir parte do universo estudado. A demais, a interaçã o entre esses universos é importante e reafirmada nas lições de A rruda e F ortkamp (2000):

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A vivê ncia junto ao objeto de estudo facilita a compreensã o do fenômeno estudado, além de conectar os elementos da pesquisa. É a interaçã o do homem com o meio, ou seja, da pesquisadora com o objeto de estudo, na forma explicada por F reire (1995):

[ ...] D as relações homem-natureza, se constitui o mundo propriamente humano, exclusivo do homem, o mundo da cultura e da história. E ste mundo, em recriaçã o permanente, por sua vez, condiciona seu próprio criador, que é o homem, em suas formas de enfrentá-lo e de enfrentar a natureza. Nã o é possível, portanto, entender as relações dos homens com a natureza, sem estudar os condicionamentos histó rico-culturais a que estã o submetidas suas formas de atuar. ( F R E IR E , 1995, p. 63) .

A pesquisa de campo foi de açã o participativa e dividida em 3 (trê s) módulos: investigaçã o da realidade, realizaçã o de ações e análise dos resultados. A investigaçã o da realidade ocorreu de forma presencial, a partir da visita a cada unidade de ensino. A s ações foram voltadas para as entrevistas e para a resoluçã o de questionários sobre educaçã o ambiental. Os resultados das avaliações das ações da comunidade escolar revelam como é feita a abordagem da educaçã o ambiental, respeitadas as peculiaridades de cada unidade de ensino.

3.2.1 I nvestigaçã o da realidade

A s investigações sobre as práticas ambientais desenvolvidas nas escolas públicas municipais de F ortaleza, C eará, tornou possível o conhecimento sobre as ações ambientais realizadas dentro e fora das salas de aula. O processo investigatório inicial listou o número de 13 (treze) escolas, devidamente identificadas em conformidade com as informações constantes no sítio eletrônico oficial da Prefeitura Municipal de F ortaleza.

É válido salientar que a pesquisadora compareceu em todas as escolas pessoalmente, uma vez que a expectativa inicial era conseguir, a partir de uma abordagem respeitosa e tranquila, a participaçã o voluntária dos gestores e dos professores; entretanto, houve uma considerável resistê ncia por parte de alguns profissionais da educaçã o em participar da construçã o desse estudo.

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