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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL PLANO DE TESE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL

PLANO DE TESE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM: Defesa Fitossanitária Área de Entomologia Florestal

NÍVEL: Doutorado

CANDIDATO: Alexsandro Zidko

ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Frederico Wilcken

TÍTULO:

DIVERSIDADE DE INSETOS DA ORDEM COLEOPTERA ASSOCIADOS AOS FRUTOS E/OU SEMENTES DE ÁRVORES

FLORESTAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

BOTUCATU Estado de São Paulo

Junho 2002

(2)

SUMÁRIO

Pg

1 INTRODUÇÃO...01

2 REVISÃO DE LITERATURA...03

3 OBJETIVOS...08

4 JUSTIFICATIVA...09

5 METODOLOGIA...12

5.1 Descrição das áreas de estudo...12

5.1.1 Parque Estadual da Ilha do Cardoso...13

5.1.2 Parque Estadual de Carlos Botelho...13

5.1.3 Estação Ecológica de Caetetus...14

5.1.4 Estação Ecológica de Assis...15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...16

(3)

1 INTRODUÇÃO

O Programa de Pesquisas em Conservação Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo, denominado BIOTA-FAPESP, O Instituto Virtual da Biodiversidade, tem por objetivo principal conservar a diversidade biológica do Estado de São Paulo. Para isso, realiza estudos dos ecossistemas existentes no Estado, divulga e promove a consciência ecológica através de ações concretas que permitem compreender os processos geradores, mantenedores e impactantes da biodiversidade. O Biota busca respostas dentro da própria comunidade científica, de forma sistematizada, dinâmica e ágil. Capacita as instituições do Estado a atender a disposições e instrumentos legais referentes a organismos vivos, tais como o depósito de espécimes. Amplia a capacidade do Estado e organizações públicas e privadas de gerenciar, monitorar e utilizar sua biodiversidade e avalia a efetividade do esforço de Conservação no Estado, identificando áreas e componentes prioritários para conservação, cujo principal objetivo não visa interesses particulares, mas o bem comum, pelo subsídio de informações que deverão definir estratégias de conservação da biodiversidade em todo o Estado.

O Projeto “Diversidade de insetos da Ordem Coleoptera associados aos

frutos e/ou sementes de árvores florestais no Estado de São Paulo”, visa

ampliar os conhecimentos sobre as interações insetos/plantas e estudos

entomofaunísticos dos ecossistemas envolvidos. Este projeto será desenvolvido

em conjunto com as equipes multi-disciplinares do Projeto “Diversidade,

dinâmica e conservação em Florestas do Estado de São Paulo: 40ha de

parcelas permanentes”, em quatro Unidades de Conservação (Estação

Ecológica de Assis, Estação Ecológica dos Caetetus, Parque Estadual de

Carlos Botelho, Parque Estadual da Ilha do Cardoso), representantes das

quatro principais formações florestais do Estado de São Paulo (Cerradão,

Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Atlântica de Encosta e Floresta de

(4)

A ordem Coleoptera, por ser a mais rica e variada da Classe Insecta, constitui-se em um grupo de grande importância florestal, tanto sob o ponto de vista ecológico, como econômico. Muitos coleópteros interagem nos ecossistemas florestais através de associações com os frutos e/ou sementes de espécies florestais arbóreas nativas.

Segundo Schorn (2000), esta associação acontece com oviposições desses insetos ainda na flor ou no fruto em desenvolvimento, revelando um mecanismo natural de atração, abrigo e alimentação.

O consumo excessivo das reservas nutritivas das sementes, pelas larvas dos coleópteros, tem um impacto no potencial reprodutivo das espécies florestais arbóreas nativas (Berenbaum, 1995) impedindo que uma determinada espécie vegetal se torne suficientemente comum para conseguir eliminar as outras espécies pela competição (Janzen, 1980).

Essas espécies nativas são usadas em paisagismo e nos

reflorestamentos mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de

preservação permanente. Como a principal forma de propagação dessas

espécies florestais é pela semente, algumas apresentam interações formadas

principalmente por espécies de coleópteros que desenvolvem seu ciclo

biológico no interior das partes reprodutivas, as quais servem como hábitat e

garantia de alimento para esses insetos. Todavia, a produção de sementes das

espécies florestais é afetada por essa interação ou inviabiliza sementes

destinadas à disseminação e perpetuação das espécies.

(5)

2 REVISÃO DE LITERATURA

Os insetos da ordem Coleoptera associam-se as partes reprodutivas das espécies florestais arbóreas nativas e consomem grande quantidade de sementes que seriam destinadas à produção de mudas e a perpetuação das espécies.

Essa interação acontece, na maioria das vezes, em condições de campo, quando as partes reprodutivas das espécies arbóreas nativas estão fisiologicamente imaturas, facilitando a oviposição desses coleópteros.

As posturas desses coleópteros podem acontecer nos frutos das espécies arbóreas nativas e também, diretamente sobre a semente, quando essa se encontra separada do respectivo fruto. As fêmeas perfuram a casca e o endosperma das sementes com o auxílio das mandíbulas e depositam os ovos.

A coloração dos ovos, semelhante à do substrato onde ele é depositado, pode ser considerado como uma defesa (Peterson, 1962; Hinton, 1981; Del-Claro, 1996; citados por Barreto, 1997; Barreto, 1997) e o formato do ovo pode estar associado ao fato de que esses são normalmente encontrados em insetos que necessitam ovipositar no interior do substrato (Ferreira et al., 1994), conduzindo o desenvolvimento das larvas nas sementes desses frutos atacados. As larvas desses coleópteros, oriundas da oviposição no fruto ou semente, consomem quantidade excessiva do material interno das sementes que perdem seu poder germinativo (Oliveira et al., 1995; Delgado et al., 1997; Santos et al., 1997;

Santos et al., 1998; Carvalho & Figueira, 1999; Santos et al., 1999).

Santos et al. (1994) acreditavam que as espécies florestais nativas

fossem pouco afetadas por pragas, mas verificaram a presença de larvas e de

adultos de Coccotripes sp. um coleóptero da família Bruchidae, promovendo

infestações em sementes de pimenteira e reduzindo os índices de

sobrevivência, pois quase todos os embriões dessa espécie nativa foram

atingidos.

(6)

Para determinar o ataque de insetos nas sementes de timbaúva, Link &

Costa (1995) realizaram coletas periódicas de vagens e constataram nas amostragens a presença de duas espécies de besouros Merobruchus bocoloripe (Pic) (Coleoptera: Bruchidae) e Lophopoeum timbouvae (Lameere) (Coleoptera: Cerambycidae), o que confirma que o tipo de vegetação arbórea (mata ou campo) influi na dominância da espécie de besouro espermatófago e que as sementes dessa espécie nativa são usadas como fonte alimentícia para as larvas desses coleópteros. Esses autores citaram que Link et al. (1988) verificaram que o nível de infestação está relacionado com a quantidade de vagens existentes e também com o número de plantas no local, pois, árvores isoladas apresentaram maior número de vagens atacadas e de sementes danificadas.

A presença de Acanthoscelides clitellarius (Fahraeus) (Coleoptera:

Bruchidae) em sementes de pau jacaré, foi verificado por Anjos (1981) que registrou um baixo índice de sementes favoráveis à germinação e a produção de mudas. Santos et al. (1999) verificaram que as larvas desse coleóptero consomem sementes dessa espécie nativa em grande escala.

Santos (1991) relataram a presença de dois bruquídeos Sennius cupreatus e S. spodiogaster, associados às sementes de baraúna e causando danos expressivos e perdas de sementes para o setor produtivo.

A presença de Sennius sp. (Coleoptera: Bruchidae) infestando as sementes de fedegoso, impossibilitaram a germinação e a utilização em trabalhos de paisagismo (Santos et al., 1992).

Alguns bruquídeos preferem associar-se ao gênero Cassia, para realizarem oviposições sobre os frutos quando em maturação ou em frutos já maduros e caídos ao chão. Carvalho & Figueira (1999) relataram a presença do bruquídeo Pygiopachimerus lineola em frutos de Cassia javanica L.

(Leguminosae). Esses autores citaram Carvalho & Facre (1987) que encontraram associações de P. lineola em sementes de Cassia grandis, C.

fistula e C. javanica, comprometendo a germinação das sementes, sendo essa

(7)

um dos importantes meios de propagação das espécies florestais nativas.

Macedo et al. (1992) registraram Cassia grandis como hospedeira de P. lineola.

Santos et al. (1994) estudaram os danos desse coleóptero em C. ferruginea.

Segundo Casari & Teixeira (1997), larvas, pupas e adultos de P. lineola foram coletados em sementes de C. ferruginea, C. fistula, C. javanica, C. leptophylla, Peltophorum dubium e Senna multijuga.

As sementes de jacarandá-caviúna, sofrem ataques de Troezon championi (Costa Lima) (Coleoptera: Curculionidae), promovendo perdas bastante significativas para as sementes desse hospedeiro (Santos, 1992).

Santos et al. (1994) realizaram coletas de frutos de guiné-do-mato, em Viçosa, MG, e constataram a presença de Plocetes sp. (Coleoptera:

Curculionidae), que durante seu estágio larval, penetra no fruto, consumindo parte do substrato existente na semente, inviabilizando a reprodução desse hospedeiro por meio de sementes. Esses mencionam ainda, que os grupos representados pelos coleópteros das famílias Bruchidae, Curculionidae e Anthribidae e pelas espécies de Lepidoptera (Pyralidae) e Diptera (Tephritidae) provocam danos consideráveis às sementes de espécies florestais nativas.

Muitos estudos são direcionados aos insetos da Ordem Coleoptera às espécies florestais introduzidas no Brasil, ficando uma pequena porcentagem de referências relacionadas com as espécies nativas que desenvolvem processos simbióticos pouco estudados com os coleópteros associados a seus frutos ou sementes. Esses coleópteros são em grande parte, responsáveis pela coevolução das espécies vegetais, estão sempre presentes nos fluxos gênicos e fazem parte do desenvolvimento e do equilíbrio das populações naturais.

A diversidade biológica dos ecossistemas florestais brasileiros é

constituída de complexas biocenoses animais e de composições vegetais

extremamente heterogêneas (Leitão Filho, 1982; Kimmins, 1987; Mantovani,

1993; Chaves, 1994). Em razão disso, é o país que possui a maior porção de

matas tropicais e diversidade genética do mundo (Carvalho, 1990).

(8)

Apesar da redução drástica das florestas nativas, elas conservam altos índices de endemismo, isto quer dizer que, estas espécies não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo, apesar disso, a maior parte das espécies arbóreas é considerada rara, muitas vezes com menos de um indivíduo adulto por hectare (Lima & Capobianco, 1998).

A estabilidade de uma floresta em condições originais é mantida pelas funções exercidas dos componentes (plantas, animais, fatores bióticos). As fragmentações transformam as florestas em formações vegetais isoladas, susceptíveis às interferências e alterações nos processos ecológicos (Piña- Rodrigues, 1994), resultando na diminuição do fluxo de animais, pólen e/ou sementes, oriundas das ações antrópicas nestes fragmentos florestais (Viana, 1990).

A semente, segundo Kuniyoshi (1983), é ainda o principal meio de perpetuação da maioria das espécies lenhosas e, é o produto de uma série de eventos biológicos que começa com a floração e termina com a germinação. De acordo com Davide et al. (1995), as sementes possuem características importantes, o que possibilita obter informações quanto ao tipo de fruto, época de colheita de sementes, método de beneficiamento, número de sementes por quilo, tratamento pré-germinativo e taxa de germinação. O sucessivo crescimento, desenvolvimento e reprodução dos insetos, obviamente dependem da sua nutrição, conseguem qualitativa e quantitativamente o necessário. Lowman & Morrow (1998) afirmam que as sementes possuem ricas fontes de proteína, absorvidas e mastigadas pelos insetos. Holl & Lullow (1997), Questionaram que nas florestas tropicais, grande parte das sementes é consumida por insetos. Sales (1987) enfatiza que trabalhos de levantamento ecológico, nos aspectos de regeneração por semente em condições naturais, são possíveis com a identificação das plantas no estádio juvenil.

A finalidade biológica do fruto é ser um envoltório protetor para a

semente ao mesmo tempo em que assegura a propagação e perpetuação das

espécies, pois, é um ovário desenvolvido com as sementes já formadas. A

(9)

semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com ou sem reservas nutritivas, protegido pelo tegumento (Vidal & Vidal, 1992).

Dessa forma, O Estado de São Paulo é detentor de quatro Unidades Fitogeográficas Florestais (Cerradão, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Atlântica de Encosta e Floresta de Restinga) que merecem mais atenção por serem regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta.

Estes remanescentes florestais podem contribuir para o entendimento da dinâmica de populações e dos processos ecológicos e para a realização de estudos de associações entre espécies de insetos e espécies florestais arbóreas nativas.

Foram estabelecidas as seguintes hipóteses nesse projeto:

-A diversidade de insetos da Ordem Coleoptera associados aos frutos e/ou sementes de espécies florestais arbóreas nativas não apresenta particularidade em relação àquela das florestas tipicamente tropicais;

e

-A ocorrência de espécies de coleópteros distintos na mesma faixa latitudinal do

sudeste brasileiro não é determinada por fatores fisiográficos.

(10)

3 OBJETIVOS

O presente projeto tem como Objetivo Geral inventariar e caracterizar a entomofauna do Estado de São Paulo, através da identificação dos insetos da Ordem Coleoptera associados aos frutos e/ou sementes de espécies florestais arbóreas nativas nas quatro principais formações florestais ocorrentes no Estado de São Paulo com coletas de frutos das comunidades arbóreas caracterizadas.

Os objetivos específicos são:

1- Estudar e conhecer a biodiversidade do Estado de São Paulo através destas associações e divulgar este conhecimento e sua importância;

2- Comparar a diversidade de coleópteros nos quatro trechos das principais formações florestais do Estado de São Paulo, na busca de padrões definidores e/ou diferenciadores;

3- Caracterizar a riqueza entomológica associada aos frutos e sementes das quatro principais formações florestais do Estado de São Paulo, através de coletas nas áreas amostradas e disponibilizar esse conhecimento mediante artigos científicos;

4- Estimular estudos de outros grupos de organismos nas mesmas parcelas e esclarecer as interações biológicas;

5- Acumular dados climáticos, visando identificar os aspectos fenológicos de cada espécie florestal arbórea nativa, bem como suas simbioses;

6- Criar modelos que possam gerar predições de mudanças na diversidade de coleópteros em função de fatores ambientais;

7- Compreender os processos geradores e mantenedores da biodiversidade

dos ecossistemas florestais dominantes do Estado de São Paulo.

(11)

4 JUSTIFICATIVA

As florestas são consideradas como uma vegetação silvestre protegida, originária das palavras “foris stare” que significam “fique de fora” ou “não entre”, onde as populações próximas das florestas tinham pouco respeito às Leis que, como até agora acontece, não eram consistentes, por escassa proteção ou fiscalização (Souza, 1973). Elas têm uma complexa comunidade de organismos, árvores, animais, solo e água que fazem parte do meio ambiente.

Hoje, servem como subsistência devido à crescente expansão da população humana (Allen & Sharpe, 1960; Hermann, 1976).

O Estado de São Paulo, situado na Região sudeste do país, sofreu intenso desmatamento no início do século XX com a cultura cafeeira (Troppmair, 1969; Reichmann Neto, 1978; CONSEMA, 1985; citados por Rodrigues, 1991); (Victor, 1975; citado por Martins, 2000), com as plantações de cacau e com a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que necessitava lenha para locomotivas, dormentes para linhas férreas e postes para energia elétrica (Leão, 2000). Aliada ao cultivo da cana-de-açúcar, impulsionada pelo programa do Pró-Álcool, essas atividades econômicas foram responsáveis pela grande perda das formações florestais, principalmente no interior do território (SMA, 1997; Martins, 2000; SEMA, 2000).

Dos 24 milhões de hectares do Estado de São Paulo, 3,1 milhões de hectares estão ocupados com formações florestais, dos quais 1.842.180 hectares são constituídos de vegetação nativa. Pode-se dizer que historicamente, a exploração dos recursos florestais sempre foi praticada de forma predatória e irracional, não tendo o país aproveitado este potencial disponível para criar um setor florestal forte, de forma verticalizada e suficientemente tecnificado, para assegurar, simultaneamente, o aproveitamento econômico e a conservação dos mesmos (CONSEMA, 1985;

Inventário Florestal, 1993).

(12)

A restauração de ambientes degradados é fundamental para manter o bioma das comunidades florestais tropicais (Box, 1996; Bawa & Seidler, 1998), embora a mata recomposta nunca atinja a mesma diversidade do ecossistema original.

Neste contexto, os remanescentes florestais, de tamanho, graus de isolamento e de conservação muito variados, assumem importante papel na manutenção da diversidade remanescente. No entanto, os avanços científicos em estudar a dinâmica, o comportamento de espécies e as alterações ecológicas precisam ser mais consistentes. É necessário fazer um estudo amplo e geral nestes ecossistemas florestais nativos, antes que ocorram modificações que afetem o fluxo gênico e as associações das mais variadas ordens, que estão presentes nas espécies florestais arbóreas nativas.

Com o intuito de manter e proteger as áreas naturais ainda existentes, o poder público apresentou um Código Florestal reformulado com objetivos que variam desde os fins científicos até áreas naturais manejadas para permitir uso e exploração em longo prazo (SEMA, 2000), com isso, tenta reverter o ponto de vista de que o desenvolvimento e a conservação estejam em campos opostos.

O Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável – PDFS, foi lançado em 1993, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, com estratégias de conservação, utilização sustentada e a educação ambiental (Martins, 2000). Entretanto, muitos capítulos não foram ao ar, ficaram somente no papel.

Afinal, as espécies florestais arbóreas nativas são peças fundamentais

nos processos de ciclagem da água, do carbono, do oxigênio e do nitrogênio,

as árvores interceptam a radiação solar e oferecem energia em forma de

alimento para os demais seres vivos (Beazley, 1983), merecendo maior

atenção, principalmente as espécies que correm perigo de extinção. Por isso,

que o estudo da associação de insetos da ordem Coleoptera aos frutos e/ou

sementes é primordial para reflexões mais severas da diversidade de espécies

envolvidas e de suas particularidades.

(13)

Os resultados gerados nesse projeto permitirão identificar os diversos

coleópteros associados aos frutos e/ou sementes, confrontar as

particularidades das formações florestais e auxiliar no estudo da biodiversidade

do Estado de São Paulo.

(14)

5 METODOLOGIA

Em cada uma das áreas de estudo serão selecionadas áreas amostrais homogêneas e realizadas colheitas de frutos desenvolvidos de espécies florestais arbóreas nativas. De acordo com a época fenológica de cada espécie florestal, os ramos serão selecionados. As coletas serão realizadas em conjunto com as equipes multi-disciplinares do Projeto “Diversidade, dinâmica e conservação em Florestas do Estado de São Paulo: 40ha de parcelas permanentes”.

Todos os materiais extraídos estarão embalados em sacos plásticos, selados e levados até o Laboratório de Entomologia Florestal. Posteriormente estes materiais permanecerão dentro de recipientes de vidro e potes plásticos adequados ao tamanho do fruto, fechados com tecido “voil” e elásticos, à temperatura ambiente e fotoperíodo de 14 horas.

Com formulários específicos, cada espécie vegetal selecionada será caracterizada e, mapeada de acordo com o local e a data de coleta.

Estes materiais ficarão separados conforme as espécies e formações florestais coletadas para analise da diversidade de coleópteros associados aos frutos e/ou sementes de espécies florestais arbóreas nativas nas quatro principais formações florestais do Estado de São Paulo.

5.1 Descrição das áreas de estudo

Para o presente estudo, foram selecionadas algumas Unidades de

Conservação (U.C.), que apresentam trechos representativos em termos de

conservação e tamanho, das quatro principais Unidades Fitogeográficas

presentes no Estado de São Paulo. Para tanto, foram considerados aspectos

como tamanho da Unidade de Conservação, acesso e infra-estrutura disponível

para os trabalhos de pesquisa. Sendo assim, o presente projeto será

desenvolvido nas seguintes Unidades de Conservação:

(15)

-Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Floresta de Restinga);

-Parque Estadual de Carlos Botelho (Floresta Atlântica de Encosta);

-Estação Ecológica dos Caetetus (Floresta Estacional Semidecidual);

-Estação Ecológica de Assis (Cerradão).

5.1.1. P ARQUE E STADUAL DA I LHA DO C ARDOSO

A Ilha do Cardoso situa-se no extremo sul do litoral do Estado de São Paulo no município de Cananéia, entre os paralelos 25

0

03’05”- 25

0

18’18” e os meridianos 47

0

53’48”-48

0

05’42”. Faz parte do complexo estuarino lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá, considerado o terceiro do mundo em termos de produtividade pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). A Ilha possui uma área de aproximadamente 13.600ha e foi transformada em Parque Estadual pelo Decreto 40.319 de 1962. A média das temperaturas mínimas está em torno de 19

0

C e a média das máximas em torno de 27

0

C, com precipitações anuais entre 1800-2000 mm (Melo & Mantovani, 1994 citados por SEMA, 2000).

A topografia é predominantemente montanhosa, sendo a região central da ilha ocupada por um maciço de rochas cristalinas que alcançam até os 900m de altura. Na Ilha são encontradas diferentes formações vegetais naturais, relacionadas principalmente com as características do substrato: 1. campo de altitude, nos altos dos morros onde os solos são rasos e as rochas afloram; 2.

floresta atlântica de encosta, nos terrenos de maior declive; 3. vegetação de dunas, próxima a zona de maré e 4. floresta de restinga, nos podzois hidromórficos da planície litorânea e os 5. Manguezais, nos solos lodosos das várzeas dos rios periodicamente inundados por água salobra.

5.1.2. P ARQUE E STADUAL DE C ARLOS B OTELHO

(16)

O Parque Estadual de Carlos Botelho (PECB) possui área total de 37.793,63ha e encontra-se na região sul do Estado de São Paulo (24o00’ a 24o15’S, 47o45’ a 48o10’W). Engloba parte dos municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito e Sete Barras, com altitudes que variam de 60 a 800 metros (SEMA, 2000). A área do PECB compreende duas unidades geomorfológicas: o Planalto de Guapiara, drenado pelos rios que formam a bacia hidrográfica do rio Paranapanema, e a Serra de Paranapiacaba, drenada pelos ribeirões Travessão, Temível e da Serra e pelos rios Preto e Quilombo, todos formadores da bacia do rio Ribeira de Iguape. Predominam no Parque as rochas graníticas, que definem um relevo altamente acidentado e associado aos elevados índices pluviométricos, definem morfogênese acelerada nas médias e altas vertentes, acumulando material nos sopés e canais fluviais (Domingues & Silva 1988).

5.1.3. E STAÇÃO E COLÓGICA DE C AETETUS

A Estação Ecológica dos Caetetus possui uma área contínua de 2178,84

ha, situada nos municípios de Gália e Alvilândia, Estado de São Paulo, entre as

coordenadas geográficas: 22

o

41’e 22

o

46’S e 49

o

10’e 49

o

16’W, dentro da bacia

hidrográfica do Médio Paranapanema. A área da E.E., inserida no Planalto

Ocidental, possui altitudes variando de 500 a 680 metros. Este remanescente

florestal foi enquadrado como área de preservação quando da ocupação

agrícola da Fazenda Paraíso, tendo passado a ser propriedade do Estado em

1976. Segundo relatos históricos, a área nuclear da floresta, classificada

fisionomicamente como floresta primária alta, não sofreu qualquer tipo de

exploração antrópica, até pela dificuldade de acesso decorrente da topografia

acidentada. A E.E. de Caetetus se caracteriza como um grande remanescente

de Floresta Estacional Semidecidual do Planalto Ocidental do Estado de São

Paulo. Esta formação florestal revestia originalmente parte do Planalto Paulista,

a Depressão Periférica, a Cuesta Basáltica e parte do Planalto Ocidental do

(17)

interior paulista, certamente se constituindo hoje na formação florestal mais ameaçada do Estado de São Paulo, em face de sua fragmentação como conseqüência de alterações antrópicas. A despeito desta importância, nenhum estudo sobre a vegetação da Estação foi efetuado até o momento. Com relação a peixes, insetos e répteis, ainda não existe nem um tipo de levantamento (SEMA, 2000).

5.1.4. E STAÇÃO E COLÓGICA DE A SSIS

A Estação Ecológica de Assis, com área de 1312,28ha, localiza-se no

município de Assis, SP, entre as coordenadas geográficas 22

o

33'65'' a

22

o

36'68''S e 50

o

23'00'' a 50

o

22'29''W e entre as altitudes de 520 e 590m. Esta

unidade de conservação foi criada em 1992, tendo sido desmembrada da

Estação Experimental de Assis, com o objetivo de proteger integralmente o

ecossistema, representativo da vegetação original da região. No entanto, as

duas são atualmente administradas pelo Instituto Florestal. A vegetação da

Estação Ecológica de Assis enquadra-se no conceito de cerrado "lato sensu",

sendo a forma cerradão a fisionomia predominante, com árvores de até 15m de

altura formando um dossel contínuo e ausência de gramíneas. Ao longo dos

córregos há dois tipos de vegetação: vegetação arbórea densa, com algumas

espécies higrófilas preferenciais (Floresta Ciliar) e, em terrenos

permanentemente úmidos (brejo), vegetação herbácea e arbustiva

exclusivamente higrófila. Essa diversidade de fisionomias favorece a ocorrência

de um grande número de espécies, de diferentes formas de vida e exigências

ambientais distintas (SEMA, 2000).

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