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'Sol do Rio Tejo' - foto de Silvya Gallanni © 2016

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COORDENADOR: Dia Internacional da Mulher | 11-14

LUZIA MONIZ: CPLP | Escolhe Poeta Luso Escravocrata e Racista | 15-17 WEIMAN KOW: Art on Hygiene & Prophilaxis | 19-25

DONA CACILDA: 27-28

MYRIAM JUBILOT d’CARVALHO: Culturas in Movimento| momento POÉTICO| 30-33

FANISSE CRAVEIRINHA: | 34-35 || ADELTO GONÇALVES: divulga duas autoras | 36-37 SILVYA GALLANNI: Instantâneos - texto e imagem | Nossas Senhoras | 38-40

MK: ESOTERIKA | Numerologia | 8 de Março | 42-43

PARCERIA de DIVULGAÇÃO | VuJonga | jornal O Autarca de Moçambique

|

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FALUME CHABANE | coluna da Beira | Moçambique| 8-9

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8

th

March | English.

In a World where we are more and Over demanded - Moved by the social impulse stemming from A heritage of the Natural instinct of life, we will always be exceptional to survive. As we reign absolute within our space – the space that we created – the space that we will create.

In the Past, we were born in an environment where men always reigned.

In the past, we were educated only to serve and obey. Getting married to be procreators and educators of the family children. However, and thanks to many women, from yesterday, today we follow their examples of emancipation. We still work inside home, but as well we already work outside. More aware of our value, we decide our paths.

Today, we are what we want to be.

We have our rights conquered, at work, at home, in a relationship. Even motherhood can be, or not, with a man. Today we are the ones who drive our machines, as well as our life’s.

Congratulations to us – warrior women. And, WOMEN'S DAY always will be, every day. ■ Silvya Gallanni

8 de Março | Português.

Num Mundo onde somos Ultra sensíveis, porque Libertas da Herança Encontrada na Realidade da vida, seremos sempre excepcionais. Pois, somos nós que reinamos absolutas dentro do nosso espaço, o espaço que criámos – o espaço que criarmos. Nascemos num ambiente onde os homens sempre reinaram. No Passado, éramos educadas somente para sermos servis e obedientes. Para casarmos – para sermos procriadoras e educadoras das crianças da família.

Contudo, e graças a muitas mulheres, de Ontem, Hoje seguimos os seus exemplos de emancipação.

Continuamos a trabalhar dentro de casa.

Mas já trabalhamos fora. E mais conscientizadas, decidimos os nossos caminhos. Hoje, somos aquilo que queremos ser. Temos os nossos direitos conquistados, no trabalho, em casa, num relacionamento. Até a maternidade podemos ter, ou não, com um homem.

Atualmente somos nós que dirigimos as nossas máquinas, assim como a nossa vida.

Parabéns para nós, mulheres guerreiras.

E, DIA da MULHER – sempre serão todos os dias. ■ Silvya Gallanni

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Ficha técnica neste número |

CULINÁRIA | Dona Cacilda da Conceição Dias: Moçambique | receitas | gastronomia | memórias associativas mestiças.

FILOSOFIA | Myriam Jubilot d’Carvalho: Península Ibérica |

[pseudónimo de Mª de Fátima Oliveira Domingues]

prosa e poesia | crónicas interculturais | ensaio.

REVISÃO | Mª de Fátima Oliveira Domingues: Portugal | textualidade e contexto | pedagogia | revisão de texto.

PSICOLOGIA CLÍNICA | Fanisse Craveirinha: Europa | psicoterapias | reflexões sobre saúde mental quotidiana.

HISTÓRIA | Adelto Gonçalves: Brasil – Portugal | resenhas literárias | Lusofonia.

INSTANTÂNEOS | Silvya Galllanni: Portugal – Brasil | instantâneos | crônicas | poesia | fotografia | revisão gráfica.

ARTE | Mphumo Kraveirinya: ‘Anima Mundi’ |

infografismo | layout | art work | poesia | crítica de arte | esoterika.

COMUNICAÇÃO e CULTURA | João Craveirinha: CPLP | [fundador e coordenador]

comunicação e cultura | resenhas | revisão-geral.

E-mail | vujonga@hotmail.com Facebook | https://www.facebook.com/VuJonga

Instagram | em organização

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Revista digital ilustrada, actualizada, made in CPLP | fundada por:

João Craveirinha (CLEPUL); Silvya Gallanni (RL); Mª de Fátima Oliveira Domingues (CLEPUL).

VuJonga 15 – cadernos literários | 08 Março 2020 https://rl.art.br/arquivos/6883532.pdf

VuJonga 14 – cadernos literários | 1º Março 2020

https://rl.art.br/arquivos/6881116.pdf VuJonga 13 – cadernos literários | 23 Fevereiro 2020

https://rl.art.br/arquivos/6872116.pdf

VuJonga 12 – cadernos literários | 16 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6867013.pdf

VuJonga 11 – cadernos literários | 09 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6862114.pdf

VuJonga 10 – cadernos literários | 02 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6856528.pdf

VuJonga 09 – cadernos literários | 26 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6851143.pdf

VuJonga 08 – cadernos literários | 19 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847856.pdf

VuJonga 07 – cadernos literários | 12 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847855.pdf

VuJonga 06 – cadernos literários | 05 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847853.pdf

VuJonga 05 – cadernos literários | 29 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847238.pdf

VuJonga 04 – cadernos literários | 22 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847233.pdf

VuJonga 03 – cadernos literários | 15 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847230.pdf

VuJonga 02 – cadernos literários https://rl.art.br/arquivos/6847228.pdf

VuJonga 01 – cadernos literários | 1º Dezembro 2 https://rl.art.br/arquivos/6847218.pdf

Ligações online de VuJonga cadernos literários | 2019/2020.

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VuJONGA – significado.

VuJONGA significa ORIENTE, e também por analogia, povo vaJonga do ‘Sol Nascente’– em língua Jonga.

ORIENTE – ponto cardeal

de uma das quatro direcções principais da rosa-dos-ventos [Sul – Norte; Ocidente – Oriente]

ShiJonga ou ‘O Jonga’ é um idioma africano que tem a sua origem milenar no idioma kiKongo, com sede em Bandundu no ‘Congo- Kinshassa.’ Daí sairiam migrações cíclicas do povo (ba)Kongo, rumo à África Austral, tomando rumos diferentes a partir do rio Zambeze, a sul e a norte.

Posteriormente, em fusão genético-cultural, originou outras variantes idiomáticas, tais como as dos povos Nhandja (Niassa), Guigóne (Inhambane), Jonga (Móputso), e ainda outras variantes posteriores tais como ShiSuate (Suazilândia), Zulo (Natal), Shengane (Gaza), ShiTsua (Inhambane).

A língua Jonga é, pois, um idioma muito antigo da cultura baNto da capital de Moçambique. Sofreu várias influências linguísticas no decurso do tempo. Estas são o registo cultural de épocas em que navegadores europeus e asiáticos circularam pela costa marítima moçambicana, aí desenvolvendo relações comerciais – mais pacíficas – umas, e outras mais conflituosas.

Este idioma, shiJonga, encontra-se actualmente em processo de

extinção, devido a imposições ideológicas do poder político

estabelecido desde 1975.■ coordenador JC.

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1º Esboço de Mapa Etno-Etimológico

da região vaJonga - séculos XVI-XIX

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Sónia Saleiro Uache é uma mulher semelhante a tantas outras mulheres moçambicanas, africanas e do mundo, com a particularidade de muito cedo ter assumido o carácter de liderança.

Nasceu em Nampula e aos quatro anos transferiu-se para a Beira, cidade onde vive até hoje, razão pela qual se considera mais beirense do que nampulense.

Conheço a Sónia Uache há mais de duas décadas, período desde o qual sou Amigo do marido, Manuel Uache. Na época partilhavamos o mesmo corredor onde cada um de nós tinha o seu escritório, no Prédio Tâmega. Nessa altura o Uache andava numa Nissam Skarline e eu num Ford XR-III. Foram bons momentos.

A Sónia é uma mulher empreendedora persistente e, felizmente, bem sucedida, e tem a família (esposo, filhos e faz insistentemente referência à mãe) a sua principal base de inspiração e suporte para o sucesso na vida.

Tem formação básica de Contabilidade pela Escola Industrial e Comercial 25 de Junho e concluiu o ensino médio na Escola Secundária e Pré-Universitária Samora Moisés Machel. Tem licenciatura em Psicologia Escolar pela ora extinta Universidade Pedagógica e mais tarde concluiu o curso de mestrado em Direito na Universidade Católica de Moçambique.

coluna de

Falume Chabane

Moçambique

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Quando ainda criança, estudante, devido às circunstâncias da vida do momento, Sónia tornou-se muito cedo líder, cuidando dos irmãos mais novos. Conta que a sua infância foi muito curta, mas orgulha-se de ter aprendido muito da vida devido a essa condição.

Teve de lutar sempre por alguma coisa na vida, tendo muito cedo aprendido a costura e nessa altura já fazia roupas para colegas da escola para conseguir dinheiro para si e ajudar os seus irmãos. Lembra-se, também, que fazia tranças, pão, e com essas actividades sempre conseguiu ter dinheiro para si e ajudar os seus irmãos mais novos. Além de negócios é, também, dedicada à área social, sendo uma das percursoras da Associação de Mulheres para Mulheres, que desenvolve uma série de projectos sociais em Sofala.

Entra para o mundo de negócios pelo encorajamento do seu marido, Manuel Uache, inciando com a abertura de uma empresa de comercialização e montagem de persianas, a PERFIL, que hoje engloba outras actividades decorativas, mobiliário de escritório e prestação de vários serviços.

A sua experiência profissional incluiu passagem pela Proteia, onde onde aprendeu as primeiras técnicas como vendedora e saber lidar com clientes.

Sónia Saleiro Uache, ou simplesmente Sónia Uache, nasceu em Nampula, no dia 06 de Março (mês da mulher) de 1976 e hoje celebra o seu 44º Aniversário Natalício. É uma mulher especial digna merecedora de receber minhas felicitações públicas pelo aniversáio. Feliz Aniversário e tudo de bom para si e sua amada Família, Sónia.■ ©Falume Chabane (5, 2020) [in ‘O Autarca’ nº 3866 | 07/03/2020]

Sónia Saleiro Uache

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Dia Internacional da Mulher – e é com o pretexto desta efeméride de 8 Março 2020 que lembramos aquelas Mulheres que directa ou indirectamente contribuíram com a sua inteligência criativa para o enriquecimento destas páginas do VuJonga cadernos literários - made in CPLP, e afins, ou foram mencionadas de uma forma ou de outra. Tais são o caso da incansável estudiosa, poetisa e antiga professora Myriam Jubilot d’Carvalho (MJdC*), e a contista, fotógrafa-amadora e poetisa Silvya Gallanni (haikais), que além de serem nossas co-fundadoras são também colunas-mestras desta revista digital.

Ainda de agradecer as colaboradoras desta revista, a psicóloga clínica Fanisse Craveirinha e sua avó, a matriarca Cacilda da Conceição Dias com suas receitas moçambicanas modernas; e ainda a colaboração vinda do México vinda de Mª Auxílio Salado, professora universitária e tradutora, e antiga guionista de telenovelas, no seu comentário sobre cinema.

De Singapura, cidade-estado na Ásia, temos de mencionar a UX designer Weiman Kow, que graciosamente nos autorizou a utilizar suas tiras desenhadas, elucidativas da higiene e profilaxia fundamental na prevenção do Covid-19, variante de um vírus gripal com contornos pandémicos.

Destacamos também a autora portuguesa Manuela Gonzaga (citada e re- citada numa resenha de um outro colaborador nosso da primeira-hora, e pós- doutorado do Brasil). O mesmo colaborador que nos trouxe a conhecer nas nossas páginas (ed. 10 de 02/02/2020) um dos grandes vultos femininos académicos do Brasil, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, professora universitária aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

“Pesquisadora há 52 anos, é doutora e mestra em Ciências Sociais na área de

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Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com pós-doutoramento também em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Ciências da Literatura pela UFRJ. Fez os primeiros estudos em Maceió, até o curso científico. No Rio de Janeiro, em 1968, bacharelou-se e licenciou-se em Ciências Sociais pela UFRJ e, em 1966, em Fisioterapia.” (in VuJonga 10: A.G., p. 26, 2020)

Temos também a associativista Luzia Moniz, nascida em Angola, radicada em Portugal e inserida numa denominada ‘Diáspora Africana na Europa’ ou como se diz extra-muros-portugueses na Europa – ‘Diáspora Afro-Europeia.’

Luzia Moniz é líder associativista de ‘Promoção da Mulher’ – foi destaque no mundo da CPLP em 2019, pelo alerta que lançou no parlamento português, contestando a escolha do nome de um falecido e conhecido poeta luso para um órgão cultural da Lusofonia-CPLP, devido à sua postura ideológica de minimizar a tragédia da Escravatura, pela qual a Europa arrancou brutalmente do continente africano em quase 400 anos seguidos, mais de 12 milhões de seres humanos.1

E, dessa portentosa África e mal-amado continente, ainda que centrado no planeta Terra de onde há centenas de milhar de anos partiram muitas diásporas humanas – Seres que evoluindo como espécie humana, se diversificaram povoando o planeta – Evocamos a falecida e ímpar activista política pelo meio-ambiente, a académica do Quénia e Prémio Nobel 2004 –Wangari Maathai (1940-2011) que criou o ‘Green Belt Movement’ (Movimento de Cintura Verde):

«Quer dizer, Wangari Maathai plantou (ou inspirou a plantar) mais de 30.000.000 de árvores, do mesmo modo que ajudou cerca de 900.000 mulheres a reencontrarem os seus direitos. Para conseguir atingir os seus elevados ideais, a Profª Wangari Maathai teve que ultrapassar inúmeros obstáculos, tanto no campo político, como na sua vida pessoal. Hoje em dia, o “Movimento de Cintura Verde”, por ela criado, alastrou à África Sub-Saariana e é uma realidade.■

MJdC*» (in VuJonga 10/01/20, p. 10)

Neste ‘Março – Mês da Mulher’ em curso, da cidade da Beira de Moçambique, neste número é reproduzida, da página de um jornal local, o texto onde um jornalista moçambicano cita a empresária moçambicana Sónia Saleiro, pelo seu esforço como Mulher, Esposa e Mãe, além de activista social.

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Noutro quadrante geográfico e político, mas europeu como a França, temos a escritora Laura Nsafou, afro-francesa, com quem partilhámos a mesma sala de apresentação de ‘papers’ na Universidade de Tampere no norte da Finlândia, aquando da conferência internacional sobre a AfroEuropa, em 2017.

E, noutra região ainda mais longe, neste dia internacional da Mulher, não podiamos deixar de mencionar a Professora Kassie Freeman, presidente da

‘African Diaspora Consortium,’ que desde 1993 nos tem acompanhado dos EUA, observando o percurso sócio-cultural e político da situação em Portugal da denominada diáspora africana e seus afro-descendentes ou ‘tout court’ – comunidade afro-portuguesa (os que possuem nacionalidade lusa).

Porém, sem visibilidade positiva, ainda que ultrapassem à vontade os 20%

da população total, índigena, lusitana.

E, no pós- 25 de Abril 1974, somente bem visível na A.R., na década de 1990, houve um deputado afro-português (já falecido), Fernando Ka, que se evidenciou.

Em 2020, esse seu testemunho foi entregue no feminino a Três Mulheres – senhoras afro-portuguesas com assento parlamentar – as Deputadas – Joacine Katar Moreira. Beatriz Gomes Dias e Romualda Fernandes. | vide página seguinte rodapé do centro à direita, respectivamente.

É nesse contexto que hoje, simbolicamente e através destes exemplos que fazem a diferença, que homenageamos todas as mulheres do Planeta em todos os quadrantes de afazeres – desde as MULHERES, aparentemente simples donas de casa tradicionais que no silêncio do lar sobrevivem sabe-se lá como, tentando superar as suas dores e das pressões das dificuldades diárias tornando-se heroínas anónimas sem o saberem – às estudiosas e interventivas na sociedade que diariamente têm de contornar preconceitos em prol de uma melhor sociedade.

A Elas, por tentarem reivindicar um espaço digno numa sociedade civil presa a uma hegemonia tradicional masculina, o nosso louvor e apreço.■

©Coordenador Mphumo João Craveirinha.

1 Texto que republicamos neste número, cuja reacção proactiva foi motivada pela citação desse vate português, atrás referido, inserida num dos capítulos da obra literária de um autor prolífico do Brasil, além de jurista renomado e de sua ligação à UNESCO. Autor nosso conhecido pessoal há quase duas décadas: o Professor Doutor José Paulo Cavalcanti.

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Às nossas co-fundadoras e às primeiras colaboradoras e senhoras que foram sendo mencionadas no VuJONGA cadernos literários, nos seus 15 números | a nossa gratidão !

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[Fernando Pessoa] Aos 28 anos escreveu: “A escravatura é lógica e legítima; um zulu (negro da África do Sul) ou um landim (moçambicano) não representa coisa alguma de útil neste mundo. Civilizá-lo, quer religiosamente, quer de outra forma qualquer, é querer-lhe dar aquilo que ele não pode ter. O legítimo é obrigá-lo, visto que não é gente, a servir aos fins da civilização. Escravizá-lo é que é lógico. O degenerado conceito igualitário, com que o cristianismo envenenou os nossos conceitos sociais, prejudicou, porém, esta lógica atitude”.

Em 1917, aos 29 anos continua: “A escravatura é a lei da vida, e não há outra lei, porque esta tem que cumprir-se, sem revolta possível. Uns nascem escravos, e a outros a escravidão é dada.”

Aos 40 anos consolida a sua ideologia racista, escrevendo: “Ninguém ainda provou que a abolição da escravatura fosse um bem social”. E ainda: “Quem nos diz que a escravatura não seja uma lei natural da vida das sociedades sãs”?

Fernando Pessoa, dono desse ignóbil pensamento, é a figura escolhida pela CPLP para patrono de um projecto de intercâmbio universitário no Espaço de Língua Portuguesa.

CPLP ESCOLHE

ESCRAVOCRATA - RACISTA PARA PATRONO DE

PROJECTO JUVENIL por Luzia Moniz*

*Luzia Moniz é líder associativa africana, em Portugal, onde reside há décadas. Natural de Angola, foi jornalista em Maputo, Moçambique, na década de 1980. Formada em Sociologia.

Tem participado em Conferências sobre os Direitos Humanos pela Europa. [Este texto surge da sua intervenção na A.R. Lisboa] in

INTERVENÇÃO FEZ 1 ANO EM 30 JANEIRO 2020

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Essa iniciativa, cópia do programa europeu Erasmus, visa a educação, formação e mobilidade de jovens do espaço de língua portuguesa, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, aquisição de experiência e voluntariado por um período curto num dos países da CPLP à sua escolha.

Que Portugal, país onde a mentalidade esclavagista fascista ainda é dominante, tenha escolhido promover, branquear essa figura sinistra não me espanta.

Agora, o que verdadeiramente me deixa perplexa é a aceitação pelos países africanos, as vítimas da escravatura.

Se foi para a isso que Portugal fez a guerra para assumir o secretariado executivo da CPLP, tudo indica que a coisa começa mal.

Denunciei isso mesmo, esta quarta-feira na Assembleia da República de Portugal, durante a cerimónia de abertura do ano da CPLP para a Juventude, onde estavam deputados portugueses, governantes dos estados da CPLP, jovens, activistas, intelectuais e académicos afrodescendentes, brasileiros, portugueses e africanos.

Não sei se Pessoa é ou não bom poeta, Isso pouco interessa para o caso. A minha inquietação é o uso da CPLP para branquear o pensamento de um acérrimo defensor do mais hediondo crime contra a Humanidade: a escravatura.

Atribuir o seu nome a um projecto que envolve jovens, descendentes dos escravizados, configura um insulto fascista.

Na **A.R., alguém, para tentar justificar o injustificável, alegou que as convicções esclavagistas fascistas de Pessoa refletem o pensamento da Época, ignorando que, por exemplo, Eça de Queirós, contemporâneo de Pessoa, era contra a Escravatura e que quando Pessoa escreve tais alarvidades já a escravatura tinha sido abolida oficialmente. Outros diziam que precisamos de olhar para o futuro, esquecendo o passado. Como se Pessoa fosse futuro. Pessoa representa o que é preciso combater hoje para defender o futuro. Como construir um futuro salutar sem olhar para os erros do passado?

E se nos cingirmos apenas ao “pensamento de Época” qualquer dia, temos o nome de outro colonialista-fascista António de Oliveira Salazar atribuído ao Conselho de Finanças da CPLP, com o argumento de que “tinha as contas em ordem” e de que foi “fascista à Época”.

(17)

Se se pretende criar uma comunidade envolvendo as populações e não se limitando aos políticos, mais ou menos distraídos, é imperativo que o nome de Fernando Pessoa não figure em projectos comuns.

Em sua substituição sugeri Mário Pinto de Andrade, académico, um dos mais brilhantes intelectuais do espaço de língua portuguesa. Angolano que iniciou o seu percurso académico em Angola, passando por Portugal antes de ser ministro da Informação e Cultura na Guiné Bissau, que teve passaporte cabo-verdiano e deu aulas em Moçambique.

Dos países africanos membros espera-se que revertam essa situação, opondo- se ao nome de Fernando Pessoa, mesmo que com esse digno gesto se crie um novo irritante. Os irmãos de Cabo Verde, que neste momento presidem a CPLP, têm uma responsabilidade acrescida nesta questão.

Se Portugal olha para a CPLP como um instrumento de dominação dos outros, cabe-nos a nós, africanos, impedir que isso aconteça.

Da minha parte, estou aqui, em nome dos meus antepassados e protegendo o futuro dos meus descendentes. ■ Luzia Moniz. *

Quarta-feira, 30 Janeiro 2019. (Lisboa, **Assembleia da República Portuguesa, sessão da manhã).

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designer Weiman Kow de Singapura

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Excerto da autorização directa por email de Weiman Kow, ao VuJonga, consentindo a inserção probono dos seus desenhos em quadrinhos ou em quadradinhos, nesta edição, a nosso pedido:

« Weiman Kow <comics-for-good> ter, 03/03/2020 22:45 |

«Dear vuJonga,

[received by the coordinator of VuJonga, João Craveirinha, also known as Mphumo Kraveirinya]

Thanks for your email. Your magazine looks very interesting.

You have my permission to post my comics, please also link where you can find all current and future comics: comicsforgood.com. There are also translations of some comics available in Spanish and Portuguese - you can find it on my

instagram story highlights. (…) Send me the magazine when you've published it!

Weiman Kow»

TRADUÇÃO: «Tem a minha permissão para publicar os meus desenhos em quadrinhos; por favor, crie um link para encontrar todos os quadradinhos actuais e futuros: comicsforgood.com. Existem também traduções de alguns desenhos em tiras disponíveis em espanhol e português - pode encontrar nos meus destaques da história no instagram.» ... Envie-me a revista quando a publicar!» Weiman Kow»

Quem é Weiman Kow? a própria responde em inglês | Nós traduzimos | - «Meu nome é Weiman (nome) Kow (sobrenome) e sou singapurense, residindo

em Singapura. Aqui está a minha história, se precisar:

- Sou designer de UX e desenho em quadradinhos por diversão. Em Janeiro, fiquei de licença médica por três semanas devido a uma doença respiratória. Enquanto estive doente, fiz muitas pesquisas sobre doenças respiratórias. Naquela época, as notícias sobre o vírus Wuhan, agora conhecido como COVID-19, acabavam de aparecer.

- Como ilustradora, fiz um resumo do que aprendi sobre o coronavírus em geral.

Descobri que muitos artigos informativos sobre o assunto eram difíceis de digerir e tentei simplificar os desenhos em quadradinhos o máximo possível e compreensível até para crianças.»

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- Based in Singapore, Weiman is a full time user experience designer and part time illustrator who likes to draw cute and informative doodles.

- Publishing weekly comic series on COVID-19 for now.

- All comics in my infocomic series about COVID-19 are free to use for educational

purposes with credit. If you would like to support me through donations, it would be greatly appreciated.

TRADUÇÃO |

- Com sede em Singapura, Weiman é uma designer de experiência do usuário [UX] em período integral e ilustradora em tempo parcial que gosta de desenhar rabiscos fofos e informativos.

- Publica séries semanais de quadradinhos sobre o COVID-19, por enquanto.

- Todos os desenhos em quadradinhos da minha série infocomic sobre o COVID-19 são de uso gratuito para fins educacionais com crédito. Se quiser apoiar-me através de doações, seria muito apreciado.

https://www.comicsforgood.com/about

©Weiman Kow comic stripes | on hygiene and prophylaxis

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©Weiman Kow drawings | Desenhos de Weiman Kow©

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©Weiman Kow drawings | Desenhos de Weiman Kow©

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COVID-19 Updates

‘Where can I find credible information’

“Syra Madad, the senior director of the NYC Health + Hospitals System-wide Special Pathogens Program, and Stephen Morse, a professor of epidemiology at Columbia University, debunked 13 of the most common myths about the coronavirus. They explained how packages from China won't make you sick and that getting COVID-19 is not a death sentence. They also debunked the idea that it affects only older people — anyone can get the coronavírus.” WHO

| COVID-19 Actualizações |

https://www.comicsforgood.com/new-page

“Onde posso encontrar informações confiáveis”

«Syra Madad, diretora sénior do Programa de Patógenos Especiais do Sistema de Saúde e Hospitais de Nova York, e Stephen Morse, professor de epidemiologia na Universidade de Columbia, desmascararam 13 dos mitos mais comuns sobre o coronavírus. Eles explicaram como os pacotes da China não vão deixar você doente e que ficar com COVID-19 não é uma sentença de morte. Eles também desmentiram a ideia de que isso afecta apenas as pessoas mais velhas - qualquer pessoa pode apanhar o coronavírus.» OMS

REFERÊNCIAS | Créditos / Data Venia | © Weiman Kow Comics For Good |

https://www.comicsforgood.com/

Pathologists Debunk 13 Coronavirus Myths | WHO Patologistas descartam 13 mitos do coronavírus | OMS

https://www.comicsforgood.com/new-page

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REFERÊNCIAS | Informação Médica |

PORTUGAL |

https://www.dgs.pt/corona-virus.aspx

Coronavírus: 5 coisas que você precisa saber 26 fevereiro 2020

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51394578

Coronavírus: como são tratados os pacientes diagnosticados com covid-19 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51752012

Coronavirus disease (COVID-19) outbreak

https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 OMS | WHO

https://www.who.int/es/health-topics/coronavirus/coronavirus Conselhos para o público

https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/advice-for-public

Data Venia | © Weiman Kow

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COZINHA MOÇAMBICANA 1ª edição de Agosto 1975 da publicação de culinária de que a Dona Cacilda foi coordenadora.

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©

Dona Cacilda… | década de 1970

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(30)
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Timoneira

A Arquíloco, de Paros (séc. VII aC)

Timoneira de um veleiro no alto mar sem

bússola sem velas sem sextante sem

leme

E a Estrela do Norte oculta para lá das nuvens

pressente-se mas não se vê

Timoneira lança-te ao mar

Empurra tu o teu veleiro

momento POÉTICO

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Com a intuição que não falha a quem abre o

coração

Quando finalmente salva dos sargaços traiçoeiros ...mas encalhada nos recifes de coral

não chores – não desesperes

Que a viagem de tão breve nem dá para recordar

E a Paz apela do lado de lá das cinzas das nuvens

© Myriam Jubilot de Carvalho Agosto de 1993 | Portugal

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Nómada

Montei meus haveres sobre o dorso do meu camelo, Embrulhei-os em macios tapetes de Tabriz e Kashan,

de seda e de lã.

Atei tudo muito bem atado e fiz-me ao largo

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Desci a montanha. Transpus o vale.

Cruzei, caudaloso, o tormentoso rio na curva apertada de bambus e calhaus

onde vi que podia passá-lo a vau – E novamente subi a montanha.

Vencendo o cansaço, iludindo o sono, levando o gado às pastagens de outono

Da lã macia e grosseira dos meus carneiros podia enfim erigir minha tenda.

Da minha algibeira tirei a flauta, fiel companheira – A plenos pulmões soltei, lancei ao ar puro

e às areias e lacraus do turvo deserto a eterna canção dos mitos e das lendas

Quando, finalmente, desfiz os embrulhos, viram com espanto meus olhos maduros

que as minhas dores já não estavam lá

© Myriam Jubilot de Carvalho Almada 3 de Março de 2005 | Portugal

(34)
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psicoterapia ao alcance de todos | saúde mental | link

Fanisse Craveirinha | psicóloga

(36)
(37)

©

Adelto Gonçalves | Letras

©

Adelto Gonçalves | resenha

(38)
(39)

instantâneo | texto e imagens | ©Silvya Gallanni.

5 de janeiro de 2013.

P

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instantâneo | texto e imagens | ©Silvya Gallanni.

5 de janeiro de 2013.

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VuJonga – edição literária de autora 2016 / 2020 e-Livro | Silvya Gallanni: Fragrâncias Poéticas | HAiKAiS |Poetic Fragrances |

https://rl.art.br/arquivos/6851021.pdf

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DECODIFICAÇÃO |

15 noves fora

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O MENSAGEIRO NÃO É A MENSAGEM

https://www.jewishvirtuallibrary.org/the -hebrew-alphabet-aleph-bet

Alfabeto Hebraico

Sistema funcional de Pitágoras

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 44/44

Dona Cacilda da Conceição [Gastronomia]; Poetisa Myriam Jubilot d’ Carvalho;

Dra. Mª de Fátima Oliveira Domingues [Licenciatura Filologia Românica]

Dra. Fanisse Craveirinha [Mestrado Psicologia Clínica];

Cronista Silvya Gallanni; Professor Doutor Adelto Gonçalves [pós-Doutor];

Pintor Mphumo Kraveirinya [Artwork & Layout].

Referências

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