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CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS DELEGADO DE POLÍCIA

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Academic year: 2022

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CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS – DELEGADO DE POLÍCIA

INSTRUÇÕES GERAIS:

1. Este caderno de provas contém um total de 70 (setenta) questões objetivas, sendo 10 de Direito Administrativo, 10 de Direito Civil, 10 de Direito Constitucional, 10 de Direito Penal, 10 de Direito Processual Penal, 05 de Direitos Humanos, 10 de Medicina Legal e 05 de Noções de Criminologia. Confira-o.

2. Antes do início das provas, marque no local apropriado de sua Folha de Respostas, o número correspondente ao seu TIPO de gabarito, conforme apresentado na capa deste caderno.

3. As provas objetivas de múltipla escolha terão duração de, no mínimo, 2 (duas) horas e, no máximo, de 4 (quatro) horas e 30 (trinta) minutos, incluído o tempo destinado à transcrição de suas respostas na Folha de Respostas oficial.

4. Por motivo de segurança, os candidatos somente poderão ausentar-se do recinto de realização das provas objetivas decorridas 2 (duas) horas do início de aplicação das mesmas.

5. Respondidas as questões, você deverá passar o gabarito para a sua Folha de Respostas, usando caneta esferográfica azul ou preta.

6. Em nenhuma hipótese haverá substituição da Folha de Respostas por erro do candidato.

7. Este caderno deverá ser devolvido ao fiscal, juntamente com a Folha de Respostas, devidamente preenchidos e assinados.

8. Você pode transcrever suas respostas na última folha deste caderno e a mesma poderá ser destacada.

9. O gabarito e as questões das Provas Objetivas estarão disponíveis nos endereços eletrônicos acadepol.policiacivil.mg.gov.br e www.fumarc.com.br, bem como disponibilizados no Quadro de Avisos disposto no hall principal da sede da ACADEPOL, até 3 (três) dias úteis após a sua realização.

10. ATENÇÃO: Transcreva no espaço apropriado na sua Folha de Respostas, com sua caligrafia usual, a seguinte frase:

“Concurso Público da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais - Edital 01/21. Agora é a minha vez de ingressar no quadro de servidores da Polícia Civil Mineira”.

A comissão organizadora da FUMARC Concursos lhe deseja uma boa prova.

01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 -

11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 -

21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 -

31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 -

41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 -

51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 -

61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 -

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2 01) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Levando-se em consideração a jurisprudência dos Tribunais Superiores a respeito de temas atinentes ao direito administrativo, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, não estão sujeitos à observância da regra de concurso público para a contratação do seu pessoal;

B) Nos casos de responsabilidade civil estatal, a vítima poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado, mas não diretamente contra o agente público supostamente responsável pela causação do dano;

C) Se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, ainda que não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada;

D) Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública.

COMENTÁRIOS:

A) CORRETA. Nesse sentido: os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, não estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para contratação de seu pessoal.

O fato de as entidades do Sistema “S” não estarem submetidas aos ditames constitucionais do art. 37, todavia, não as exime de manterem um padrão de

objetividade e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal. (STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral)).

B) CORRETA. Nesse sentido, a jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal: “a teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por

agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado

prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019). Dessa forma, a vítima não pode, por exemplo, propor ação cível contra o Estado em litisconsórcio com o agente público, sendo que caberá apenas ao Estado demandar contra seu agente, nos casos de dolo ou culpa desse último.

C) INCORRETA, devendo ser a assertiva assinalada. Nesse sentido: “nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. (STF.

Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020). Dessa forma, para a responsabilização civil do Estado, exige-se, nesses casos, a demonstração de nexo causal entre a fuga e o ato causador do ato.

Tal nexo é demonstrado, normalmente, a partir do “intervalo de tempo” entre a fuga e a causação do dano: se o dano foi causado enquanto o agente estava em fuga (exemplo: furto de um veículo em frente à penitenciária para se evadir), cabe se falar em

Direito Administrativo

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responsabilidade do Estado; se o dano foi causado um mês após a fuga (exemplo: cometimento de um crime de estupro muito tempo após a fuga), não caberá se falar em responsabilização do Estado.

D) CORRETA. Nesse sentido: “o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o jornalista não haja descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas como de grave risco à sua integridade física, caso em que poderá ser aplicada a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da vítima. Tese fixada: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes [REGRA]. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física [EXCEÇÕES]. (STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1055)).

GABARITO: C

02) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

A respeito da responsabilidade extracontratual do Estado e das relações entre os entes federados, assinale a alternativa INCORRETA:

A) É obrigação do Estado ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento;

B) Quando o inquérito policial instaurado para apurar os fatos tiver sido arquivado, o termo inicial da prescrição da ação de indenização, em face do Estado, por danos morais decorrentes da tortura de um preso é a data do arquivamento do referido procedimento investigatório;

C) O Poder Executivo de determinado estado da federação pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irregularidades praticadas por órgãos autônomos, como o Ministério Público Estadual;

D) É possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a Câmara Municipal do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta o princípio da intranscendência subjetiva das sanções financeiras.

COMENTÁRIOS:

A) CORRETA. O art. 37, § 6º, da Constituição Federal, estabelece que “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. A jurisprudência, a partir da interpretação do referido dispositivo, fixou-se no seguinte sentido: “considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento (STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017).

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B) CORRETA. O termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais decorrentes da tortura de um preso rege- se pelas seguintes regras: (i) se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito em julgado da sentença penal; (ii) se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial da prescrição da ação de indenização é a data do arquivamento do IP (STJ. 2ª Turma. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 12/2/2015). Dessa forma, resta correta a assertiva posta.

C) INCORRETA, devendo ser a assertiva assinalado, pois o Poder Executivo de determinado estado da federação não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irregularidades praticadas por órgãos autônomos, como o Ministério Público Estadual. Nesse sentido: “a imposição de sanções ao Poder Executivo estadual em virtude de pendências de órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa, tais como o Ministério Público estadual, constitui violação do princípio da intranscendência, na medida em que o Governo do Estado não tem competência para intervir na esfera orgânica dessa instituição autônoma. O Poder Executivo não pode ser impedido de contratar operações de crédito em razão do descumprimento dos limites setoriais de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos autônomos (art. 20, II, e 23, § 3º, da Lei de Responsabilidade Fiscal) (STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020).

D) CORRETA. Nesse sentido: “é possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a Câmara Municipal do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta o princípio da intranscendência subjetiva das sanções financeiras” (STF.

Plenário. RE 770149, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 05/08/2020).

GABARITO: C

03) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca das disposições referentes à Administração Pública previstas na Constituição do Estado de Minas Gerais, leia as assertivas a seguir e assinale a opção correta:

A) A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade.

B) As relações jurídicas entre o Estado e o particular prestador de serviço público em virtude de delegação, sob a forma de concessão, permissão ou autorização, são regidas pelo direito privado.

C) É facultada a delegação de poderes ao Executivo para criação, extinção ou transformação de entidade de sua administração indireta.

D) Os Poderes do Estado e do Município, incluídos os órgãos que os compõem, publicarão, semestralmente, o montante das despesas com publicidade pagas, ou contratadas naquele período com cada agência ou veículo de comunicação

COMENTÁRIOS:

a) Correta:

Art. 13 – A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade.

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MUITA ATENÇÃO a esse dispositivo! A Constituição Federal não traz a razoabilidade como princípio expresso, portanto, o candidato desatento tende a assinalar como errada esta assertiva.

b) Incorreta:

Art. 14 § 7º – As relações jurídicas entre o Estado e o particular prestador de serviço público em virtude de delegação, sob a forma de concessão, permissão ou autorização, são regidas pelo direito PÚBLICO.

c) Incorreta:

Art. 14 § 8º – É VEDADA a delegação de poderes ao Executivo para criação, extinção ou transformação de entidade de sua administração indireta.

d) Incorreta:

Art. 17 – A publicidade de ato, programa, projeto, obra, serviço e campanha de órgão público, por qualquer veículo de comunicação, somente pode ter caráter informativo, educativo ou de orientação social, e dela não constarão nome, símbolo ou imagem que caracterizem a promoção pessoal de autoridade, servidor público ou partido político. Parágrafo único – Os Poderes do Estado e do Município, incluídos os órgãos que os compõem, publicarão, TRIMESTRALMENTE, o montante das despesas com publicidade pagas, ou contratadas naquele período com cada agência ou veículo de comunicação

GABARITO: A

04) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca das disposições constantes na Lei Orgânica da Polícia Civil de Minas Gerais (Lei Complementar 129/2013), leia as assertivas a seguir e assinale a opção correta:

A) São símbolos institucionais da Polícia Civil de Minas Gerais o hino, as armas, o selo e a bandeira.

B) A Polícia Civil subordina-se diretamente ao Governador do Estado e integra, para fins operacionais, o Sistema de Defesa Social.

C) Os atos de polícia judiciária serão fiscalizados direta ou indiretamente pelo Delegado Geral de Polícia Civil.

D) Os policiais civis terão carteira funcional, com identificação das respectivas carreiras e validade em todo o território nacional, cujo modelo será regulamentado em lei complementar.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreta:

Art. 12. São símbolos institucionais da PCMG o HINO, o BRASÃO, a LOGOMARCA, a BANDEIRA e o DISTINTIVO.

b) Correta:

Art. 15. A PCMG subordina-se diretamente ao Governador do Estado e integra, para fins operacionais, o Sistema de Defesa Social.

c) Incorreta:

Art. 11. A direção da polícia judiciária cabe, em todo o Estado, aos Delegados de Polícia de carreira, nos limites de suas circunscrições.

Parágrafo único. Os atos de polícia judiciária serão fiscalizados direta ou indiretamente pelo CORREGEDOR- GERAL de Polícia Civil.

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d) Incorreta:

Art. 13. Os policiais civis terão carteira funcional, com identificação das respectivas carreiras e validade em todo o território nacional, cujo modelo será regulamentado em DECRETO.

GABARITO: B

05) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

No que tange ao regulamento do Plano de Carreira dos Policiais Civis do Estado de Minas Gerais (Decreto 46.549/2014), leia as assertivas a seguir e assinale a opção incorreta:

A) A promoção é a passagem do policial civil do nível que se encontra para o nível subsequente, na carreira a que pertence, e poderá ocorrer por antiguidade, merecimento, invalidez ou post mortem.

B) Não poderá concorrer à promoção, por qualquer critério, o policial civil que se encontrar ausente ou desaparecido.

C) A promoção por merecimento, conforme o critério mérito profissional, compreenderá as seguintes fases, de caráter classificatório e eliminatório: inscrição, habilitação e votação.

D) O policial civil que estiver exercendo funções diversas de seu cargo, fora da Polícia Civil, poderá concorrer à promoção.

COMENTÁRIOS:

a) Correta:

Art. 3º Promoção é a passagem do policial civil do nível em que se encontra para o nível subsequente, na carreira a que pertence.

Art. 4º A promoção poderá ocorrer por:

I - antiguidade;

II - merecimento;

III - invalidez;

IV - post mortem.

b) Correta:

Art. 6º Não poderá concorrer à promoção, por qualquer critério, o policial civil que se encontrar nas seguintes situações:

I - afastado para tratar de interesse particular;

II - ausente ou desaparecido;

III - cumprindo pena privativa de liberdade pela prática de crime doloso, mesmo que substituída por restritiva de direito ou multa, beneficiado pela suspensão condicional da pena ou livramento condicional;

IV - afastado ou suspenso do exercício da função, respectivamente, nos termos do inciso X do art. 33 da Lei Complementar nº 129, de 2013, ou do inciso VI do art. 319 do Código de Processo Penal;

V - cumprindo penalidade de suspensão, por trinta dias ou mais, em decorrência de punição disciplinar; e VI - exercendo funções diversas do seu cargo, fora da Polícia Civil.

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Parágrafo único. A ocorrência de quaisquer das hipóteses previstas neste artigo suspende a contagem de tempo de exercício das funções para fins de promoção, pelo período correspondente.

c) Correta:

Art. 16. A promoção por merecimento, conforme o critério mérito profissional, compreenderá as seguintes fases, de caráter classificatório e eliminatório:

I - inscrição;

II - habilitação; e III - votação.

d) Incorreta:

Art. 6º Não poderá concorrer à promoção, por qualquer critério, o policial civil que se encontrar nas seguintes situações:

I - afastado para tratar de interesse particular;

II - ausente ou desaparecido;

III - cumprindo pena privativa de liberdade pela prática de crime doloso, mesmo que substituída por restritiva de direito ou multa, beneficiado pela suspensão condicional da pena ou livramento condicional;

IV - afastado ou suspenso do exercício da função, respectivamente, nos termos do inciso X do art. 33 da Lei Complementar nº 129, de 2013, ou do inciso VI do art. 319 do Código de Processo Penal;

V - cumprindo penalidade de suspensão, por trinta dias ou mais, em decorrência de punição disciplinar; e VI - exercendo funções diversas do seu cargo, fora da Polícia Civil.

Parágrafo único. A ocorrência de quaisquer das hipóteses previstas neste artigo suspende a contagem de tempo de exercício das funções para fins de promoção, pelo período correspondente.

GABARITO: D

06) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca das disposições legais, doutrinárias e jurisprudenciais sobre o Mandado de Segurança. Leia as assertivas a seguir e marque a opção incorreta:

A) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental.

B) É constitucional a previsão de que a liminar, no mandado de segurança coletivo, só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.

C) É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.

D) Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

COMENTÁRIOS:

Em 2009 foi promulgada a Lei do Mandado de Segurança (12.016/2009), a qual teve alguns dispositivos impugnados em sede de ADI pelo Conselho Federal da OAB. Ocorre que, a ação foi julgada apenas recentemente, em junho de 2021. Sendo assim, dada à atualidade do tema e da decisão, vale revisar o que foi decidido pela Corte no julgamento da ADI 4296.

De antemão, importante saber que os únicos dispositivos declarados inconstitucionais foram:

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Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

a) Correta:

É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental.

§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

O STF considerou inconstitucional impedir ou condicionar a concessão de medida liminar, o que caracteriza verdadeiro obstáculo à efetiva prestação jurisdicional e à defesa do direito líquido e certo do impetrante.

b) Incorreta:

O STF julgou inconstitucional a exigência de oitiva prévia do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo, por considerar que a disposição restringe o poder geral de cautela do magistrado.

Conforme argumentou o Min. Marco Aurélio:

“O preceito contraria o sistema judicial alusivo à tutela de urgência. Se esta surge cabível no caso concreto, é impertinente, sob pena de risco do perecimento do direito, estabelecer contraditório ouvindo-se, antes de qualquer providência, o patrono da pessoa jurídica.

Conflita com o acesso ao Judiciário para afastar lesão ou ameaça de lesão a direito.”

c) Correta:

A OAB questionou esse prazo sob o argumento de que ele não está previsto na Constituição Federal e, portanto, não poderia ter sido fixado pelo legislador infraconstitucional.

O STF, contudo, rejeitou o argumento. A Corte tem entendimento consolidado no sentido de que essa fixação de prazo é compatível com a Constituição Federal, conforme consta na Súmula 632, aprovada em 24/09/2003:

Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.

d) Correta:

O art. 25 da Lei nº 12.016/2009 prevê que não é cabível, no processo de mandado de segurança, a condenação ao pagamento de honorários:

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

A OAB questionou esse trecho acima destacado.

O STF, contudo, rejeitou o pedido e afirmou que essa previsão é constitucional.

Vale ressaltar, inclusive, que a Corte possui entendimento sumulado, desde 03/12/1969, no sentido de que não cabem honorários de sucumbência na via mandamental:

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Súmula 512-STF: Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

*fonte: Dizer o Direito GABARITO: B

07) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca dos poderes da Administração Pública, leia as assertivas a seguir e assinale a opção correta:

A) O poder regulamentar é a prerrogativa conferida ao Chefe do Executivo para expedir decretos detalhando determinado ato normativo para sua fiel execução. Caso um decreto regulamentar extrapole os limites da lei, haverá vício no elemento forma deste ato administrativo.

B) Só existe poder hierárquico no exercício da função administrativa, independentemente de onde ela esteja: se no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário.

C) A aplicação de sanções administrativas aos servidores públicos que cometeram infrações funcionais retira fundamento de validade no poder hierárquico.

D) O poder de polícia, apesar de não encontrar previsão em lei, fundamenta a supremacia geral da Administração.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreta:

A lei é um comando abstrato, generalizado e coercitivo, que, em algumas hipóteses, precisa ser explicado para que seu destinatário possa fielmente cumpri-lo. Este papel de regulamentar a lei para sua fiel execução é do Chefe do Poder Executivo.

O decreto regulamentar NÃO INOVA A ORDEM JURÍDICA. Ele apenas regulamenta uma lei já existente. Desta forma, não pode ser objeto de ADI.

Porém, quando esse decreto extrapola os limites da lei, o vício estará no OBJETO (conteúdo) do ato administrativo, e não na forma (maneira pela qual o ato é exteriorizado).

b) Correta:

Poder hierárquico é o poder de que goza a administração pública para organizar e estruturar seus diversos órgãos e agentes, fazendo surgir entre eles uma relação de subordinação.

O poder hierárquico somente está presente na função administrativa, independentemente de onde ela esteja, se no Executivo, Judiciário ou Legislativo, uma vez que, no exercício de suas funções típicas, os Poderes da República não estão numa estrutura verticalizada marcada pela hierarquia.

c) Incorreta:

A aplicação de penalidades ao servidor público que cometeu infração funcional não está na seara do poder hierárquico, mas do poder disciplinar.

Aquele que está no exercício do poder hierárquico pode: mandar, determinar, delegar, avocar, revogar, convalidar... mas a aplicação de penalidades não se pauta nesse poder.

d) Incorreta:

O poder de polícia TEM SIM previsão em lei. Dispõe o art. 78 do Código Tributário Nacional:

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Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

GABARITO: B

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11 08) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca das disposições constitucionais e jurisprudenciais sobre a Administração Pública, leia as assertivas a seguir e assinale a opção correta:

A) As funções de confiança podem ser exercidas por qualquer pessoa, observado o percentual mínimo previsto em lei reservado ao servidor de carreira, e destina-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

B) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

C) A garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos é modalidade qualificada de direito adquirido.

D) O teto remuneratório constitucional se aplica às estatais, independentemente de receberem ou não recursos públicos.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreta:

As funções de confiança:

• São exercidas EXCLUSIVAMENTE por servidor ocupante de cargo EFETIVO

• A função em si não necessita de concurso público, mas é exercida por um servidor concursado

• Destina-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

• Livre nomeação e exoneração no que tange à FUNÇÃO, pois o servidor é efetivo b) Incorreta:

Art. 37 inc. XIV da CF: os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

c) Correta:

Na ocasião do julgamento do RE 105.137, o STF firmou entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos é modalidade qualificada de direito adquirido.

d) Incorreta:

Caso as empresas públicas e sociedades de economia mista NÃO RECEBAM dinheiro público, não estarão submetidas ao teto remuneratório de que trata a CF.

Art. 37 § 9º da CF: O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

GABARITO: C

09) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Acerca das disposições sobre às empresas públicas e sociedade de economia mista, constantes na Lei 13.303/2016, leia as assertivas a seguir e assinale a opção incorreta:

A) A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de

economia mista e de suas subsidiárias, sendo que dependerá de autorização legislativa a criação de subsidiárias

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12 das estatais, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora

B) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

C) A lei que autorizar a criação da empresa pública e da sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da companhia, em especial sobre a constituição e funcionamento do Conselho de Administração, observados o número mínimo de dez e o número máximo de vinte membros.

D) O acionista controlador da empresa pública e da sociedade de economia mista responderá pelos atos praticados com abuso de poder, e a ação de reparação poderá ser proposta pela sociedade, pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, independentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas.

COMENTÁRIOS:

a) Correta:

Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias.

§ 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Federal .

§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal .

b) Correta:

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

c) Incorreta:

Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da companhia, em especial sobre:

I - constituição e funcionamento do Conselho de Administração, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máximo de 11 (onze) membros;

II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, observado o número mínimo de 3 (três) diretores;

III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de periodicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês, observados os seguintes quesitos mínimos:

exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e à eficácia da ação administrativa; contribuição para o resultado do exercício;

consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negócios e atendimento à estratégia de longo prazo;

IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exercerá suas atribuições de modo permanente;

V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Estatutário;

(15)

13

VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) reconduções consecutivas;

VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não superior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecutivas.

d) Correta:

Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da sociedade de economia mista responderá pelos atos praticados com abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .

§ 1º A ação de reparação poderá ser proposta pela sociedade, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, independentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas.

§ 2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática do ato abusivo, a ação a que se refere o § 1º.

GABARITO: C

10) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Sobre a responsabilidade civil do Estado, leia as assertivas a seguir e assinale a opção correta:

A) Via de regra, os atos causados por multidões, tais como protestos e manifestações, geram responsabilidade civil do Estado e dever de indenizar os danos causados.

B) De acordo com a teoria do risco criado ou suscitado, a responsabilização do Estado depende da comprovação de

que a custódia é uma condição sem a qual o dano não teria ocorrido.

(16)

14 C) A única hipótese de responsabilidade civil do Estado decorrente de ato legislativo diz respeito às leis

inconstitucionais, assim declaradas na via abstrata pelo Supremo Tribunal Federal.

D) A teoria do risco administrativo não admite excludentes de responsabilidade estatal.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreta:

Regra geral, os atos causados por multidões, tais como em protestos, manifestações e outros, não geram responsabilidade civil do Estado, vez que não existe nexo causal entre o dano e conduta estatal. A conduta decorre de fato de terceiro e não do Estado. Por este motivo, a responsabilização deve ser individualizada, atribuindo-se o dever de indenizar ao causador do dano ou à eventual organização do evento.

No entanto, excepcionalmente, o Estado será responsabilizado quando comprovado que possuía ciência prévia da manifestação coletiva e meios para evitar a ocorrência dos danos, caracterizando a previsibilidade e evitabilidade do evento danoso. Assim, poderá haver a responsabilização do Estado por omissão, com base na culpa anônima (falta do serviço).

b) Correta:

Na execução de determinadas atividades, sobretudo na guarda de pessoas ou coisas, o Estado, por meio de um comportamento positivo, assume grande risco de gerar danos a particulares, e nestes casos deverá ser responsabilizado objetivamente ainda que não seja demonstrada uma conduta direta de um agente público ocasionando o dano. A doutrina moderna entende que todas as vezes em que o Estado detém alguém sob custódia, está-se diante de uma situação de risco diferenciado, incluindo detentos que fogem e causam danos logo após a fuga, em razão de haver uma extensão da custódia. A responsabilização dependerá, nestes casos, da comprovação de que a custódia é uma condição sem a qual o dano não teria ocorrido, mesmo que situações supervenientes tivessem contribuído.

c) Incorreta:

Via de regra, atos legislativos não geram responsabilidade civil do Estado pois são comandos gerais e abstratos, não ocasionando danos indenizáveis a um indivíduo, bem como manifestam a soberania do Estado. Contudo, leis inconstitucionais não é a única hipótese de responsabilidade civil por atos legislativos:

Responsabilidade civil por atos legislativos:

• Leis de efeitos concretos: se volta para indivíduos específicos. Será considerada também lei de efeitos concretos aquela que, por mais que também alcance toda a coletividade, produz efeitos mais intensos em relação a um determinado grupo de pessoas.

• Leis inconstitucionais: é um ato ilícito do Estado e, caso provoque danos, o Estado responderá civilmente.

*Para o STJ, o Estado só pode responder civilmente por leis inconstitucionais quando a lei for declarada inconstitucional pelo STF.

• Inconstitucionalidade por omissão no dever de legislar: a omissão inconstitucional também é uma inconstitucionalidade. Ao ficar inerte o Estado pode causar dano e isso pode se dar em razão de não existir um esclarecimento de que modo aquele direito constitucionalmente assegurado será exercido.

d) Incorreta:

A teoria do risco administrativo, adotada como regra em nosso ordenamento jurídico, admite a interrupção do nexo causal nos seguintes casos:

caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima e fato exclusivo de terceiro GABARITO: B

(17)

15 11) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Considerando as disposições normativas e jurisprudenciais acerca da prescrição, pode-se afirmar que, a pretensão de reparação civil fundamentadas em inadimplemento contratual, prescreve em:

A) 3 anos.

B) 5 anos.

C) 4 anos.

D) 10 anos.

COMENTÁRIOS:

LETRA D (CORRETA, responde as demais): É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades contratual e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual.

Resumindo. O prazo prescricional é assim dividido:

• Responsabilidade civil extracontratual (reparação civil): 3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC).

• Responsabilidade contratual (inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205 do CC).

STJ. 2ª Seção. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632).

GABARITO: D

12) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) No tocante ao direito das sucessões é correto:

A) A sucessão abre-se no lugar do primeiro domicílio do falecido.

B) Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor de um terço da herança.

C) No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil.

D) A sucessão dá-se apenas por lei.

COMENTÁRIOS:

LETRA A (ERRADA): na verdade, a sucessão abre-se no lugar do ÚLTIMO domicílio do falecido, nos termos do art.

1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.

LETRA B (ERRADA): na verdade, poderá dispor de METADE, nos termos do art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.

LETRA C (CORRETA): No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. STF. Plenário. RE 646721/RS,

Direito Civil

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16

Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864).

LETRA D (ERRADA): na verdade, dá-se por lei OU disposição de última vontade, nos termos do art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

GABARITO: C

13) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Considerando as disposições normativas acerca do bens, pode-se afirmar que, são considerados bens imóveis:

A) O direito à sucessão aberta.

B) As energias que tenham valor econômico.

C) Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes.

D) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

COMENTÁRIOS:

LETRA A (CORRETA, responde as demais): a única alternativa que apresenta um bem considerado imóvel, os demais são considerados bem móveis, conforme art. 83 do Código Civil. As bancas costumam explorar com frequência estes artigos, razão pela qual recomenda-se a leitura atenta deles. Para facilitar o estudo do aluno, serão colacionados abaixo os artigos:

Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis;

readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

GABARITO: A

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17 14) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, ocorre:

A) Estado de Perigo.

B) Dolo.

C) Lesão.

D) Coação.

COMENTÁRIOS:

LETRA C (CORRETA): para a caracterização da lesão é necessária a presença de um elemento objetivo, formado pela desproporção das prestações, a gerar uma onerosidade excessiva, um prejuízo a uma das partes; bem como um elemento subjetivo: a premente necessidade ou inexperiência, conforme previsto no caput do art. 157. A fórmula a seguir serve como uma luva:

LESÃO = Premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo).

Apesar de similar, a lesão não se confunde com o dolo. Quanto a essa diferenciação, consigne-se o teor do Enunciado n. 150 do CJF/STJ, aprovado na III Jornada de Direito Civil, pelo qual: “a lesão que trata do art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento”. A lesão exige apenas dois elementos: a premente necessidade ou inexperiência e a onerosidade excessiva, elementos estes que não se confundem com o artifício ardiloso presente no dolo. Vale lembrar que o dolo de aproveitamento é aquele que traz um benefício patrimonial ao agente. Esse Enunciado n. 150 do CJF/STJ serve ainda para distinguir a lesão do art.

157 do CC da lesão usurária, pois a última exige o referido dolo de aproveitamento.

Por fim, a lesão não se confunde com o estado de perigo, consoante quadro esquemático comparativo com semelhanças e diferenças que consta a seguir:

Lesão (art. 157 do CC) Estado de Perigo (art. 156 do CC)

Elemento subjetivo: premente necessidade ou inexperiência.

Elemento subjetivo: perigo que acomete o próprio negociante, pessoa de sua família ou amigo íntimo, sendo esse perigo de conhecimento do outro negociante.

Elemento objetivo: prestação manifestamente desproporcional (lesão objetiva).

Elemento objetivo: obrigação excessivamente onerosa (lesão objetiva).

Aplica-se a revisão negocial pela regra expressa do art. 157,

§2º, do CC, hipótese de subsunção.

Há entendimento doutrinário de aplicação analógica do art.

157, §2º, do CC, visando conservação negocial. Adotada essa tese, há hipótese de integração, não de subsunção.

Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

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18

§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

Fonte: Manual de Direito Civil Volume Único, 6ª Edição, Flávio Tartuce.

GABARITO: C

15) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Considerando a jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores acerca da responsabilidade civil, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas:

I. A pensão mensal indenizatória devida aos pais pela morte de filho menor deve ser fixada em valor equivalente a 1 salário mínimo, dos 14 até os 25 anos de idade da vítima, reduzido, então, para 2/3 até a data em que o de cujus completaria 65 anos.

II. É constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais membros da coletividade.

III. Agressões físicas ou verbais praticadas por adulto contra criança geram dano moral in re ipsa.

A) Apenas I e III.

B) Apenas I e II.

C) Apenas II e III.

D) Apenas III.

COMENTÁRIOS:

ITEM I (INCORRETO): na verdade, o Superior Tribunal de Justiça fixou o patamar de 2/3 salário mínimo dos 14 aos 25 anos e de 1/3 até a data em que o de cujus completaria 65 anos.

Responsabilidade civil em caso de morte de filho. A pensão mensal indenizatória devida aos pais pela morte de filho menor deve ser fixada em valor equivalente a 2/3 do salário mínimo, dos 14 até os 25 anos de idade da vítima, reduzido, então, para 1/3 até a data em que o de cujus completaria 65 anos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.279.173-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/4/2013 (Info 519).

ITEM II (CORRETO): O art. 927, parágrafo único, do CC pode ser aplicado para permitir a responsabilização objetiva do empregador por danos causados ao empregado decorrentes de acidentes de trabalho, não sendo incompatível com o art. 7º, XXVIII, da CF/88, que prevê responsabilidade subjetiva. O art. 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos demais membros da coletividade. STF. Plenário. RE 828040/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/3/2020 (repercussão geral – Tema 932) (Info 969).

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ITEM III (CORRETO): Agressões físicas ou verbais praticadas por adulto contra criança geram dano moral in re ipsa. A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.318-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/2/2017 (Info 598).

GABARITO: C

16) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Considerando as disposições normativas acerca das obrigações alternativas, assinale a alternativa correta:

A) Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou.

B) Pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, desde que equivalente ao inicialmente ajustado.

C) Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

D) Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, extinguir-se-á a obrigação.

COMENTÁRIOS:

O Código Civil Brasileiro de 2002 traz um tratamento em relação à obrigação composta objetiva alternativa ou disjuntiva (ou tão somente obrigação alternativa) entre seus arts. 252 a 256. Trata-se da obrigação que se apresenta com mais de uma prestação, sendo certo que apenas uma delas deve ser cumprida pelo devedor. Normalmente, a obrigação alternativa é identificada pela conjunção ou, que tem natureza disjuntiva, justificando a outra nomenclatura dada pela doutrina.

Para doutrina, o exemplo típico em que está presente a obrigação alternativa envolve o contrato estimatório, também conhecido como contrato de venda em consignação, negócio que recebeu tipificação pelo atual Código Civil. Conforme art. 534 do CC, no contrato estimatório o consignante transfere ao consignatário bens móveis para que o último os venda, pagando o preço de estima, ou devolva tais bens findo o prazo assinalado no instrumento obrigacional.

LETRA A (INCORRETA): na verdade, a escolha cabe ao DEVEDOR, nos termos do art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.

LETRA B (INCORRETA): na verdade, NÃO pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, nos termos do art. 252, § 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

LETRA C (CORRETA): nos termos do art. 252, § 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

LETRA D (INCORRETA): na verdade, SUBSISTIRÁ o débito quanto à outra, nos termos do art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

Para facilitar o estudo do aluno, segue demais dispositivos do Capítulo das Obrigações Alternativas do Código Civil. Em análise das provas anterior, verificou a cobrança predominante da “lei seca” nesta disciplina, razão pela qual recomenda-se a leitura atenta dos dispositivos legais.

Art. 252, § 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.

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§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.

Fonte: Manual de Direito Civil Volume Único, 6ª Edição, Flávio Tartuce.

GABARITO: C

17) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Dispõe a Lei nº 13.146, de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) que, em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados. Estas vagas devem equivaler a:

A) 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga.

B) 5% (cinco por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga.

C) 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 2 (duas) vagas.

D) 5% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 2 (duas) vaga.

COMENTÁRIOS:

LETRA A (CORRETA, responde as demais): questão comum em provas que exploram o Estatuto da Pessoa com Deficiência, recomenda-se a leitura atenta do dispositivo que serviu de base para elaboração da questão, o qual segue colacionado a seguir:

Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.

§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.

§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e condições de uso.

§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

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21

§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobilidade e é válida em todo o território nacional.

GABARITO: A

18) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) Não podem se casar, exceto:

A) O tutor ou o curador com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

B) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.

C) O adotado com o filho do adotante.

D) O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

COMENTÁRIOS:

LETRA A (GABARITO, responde as demais): trata-se da única alternativa que não traz um impedimento matrimonial, sendo que consiste em causa suspensiva do casamento, conforme melhor explicado a seguir:

O art. 1.521 do CC traz um rol taxativo de pessoas que não podem casar, em situações que envolvem a ordem pública.

Em relação aos efeitos, os impedimentos matrimoniais impossibilitam a celebração do casamento mediante procedimento administrativo que corre perante o Cartório de Registro das Pessoas Naturais (arts. 1.529 e 1.530 do CC). A sua oposição poderá ocorrer até o momento da celebração, por qualquer pessoa capaz (art. 1.522 do CC). Caso o oficial do registro ou qualquer juiz tenha conhecimento do impedimento, deverá reconhecê-lo de ofício (ex officio). Caso o casamento seja celebrado, será ele nulo de pleno direito, havendo nulidade absoluta (art. 1.548, II, do CC).

Dos impedimentos

Art. 1.521. Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante;

VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.

Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará- lo.

As causas suspensivas do casamento são situações de menor gravidade, relacionadas a questões patrimoniais e de ordem privada.

Não geram a nulidade absoluta ou relativa do casamento, mas apenas impõem sanções patrimoniais aos cônjuges. A sanção principal é o regime da separação legal ou obrigatória de bens (art. 1.641, I, do CC). O art. 1.523 do CC/2002 faz uma recomendação.

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A respeito da arguição das causas suspensivas, essa somente pode ser realizada por parentes em linha reta de um dos cônjuges, consanguíneos ou afins (pais, avós, sogros, pais dos sogros etc.) e pelos colaterais em segundo grau, consanguíneos ou afins (irmãos ou cunhados). Essa relação à categoria. Como consequência, as causas suspensivas não podem ser conhecidas de ofício por eventual juiz ou pelo oficial de registro civil. Em complemento, pelo teor do Enunciado n. 330 da IV Jornada de Direito Civil, o direito de alegar a causa suspensiva ainda deve atingir os parentes civis: “as causas suspensivas da celebração do casamento poderão ser arguidas inclusive pelos parentes em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais em segundo grau, por vínculo decorrente de parentesco civil”.

Das causas suspensivas Art. 1.523. Não devem casar:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;

II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;

IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.

Fonte: Manual de Direito Civil Volume Único, 6ª Edição, Flávio Tartuce.

GABARITO: A

19) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Com base nos aspectos do Código Civil referentes ao Direito das Sucessões, assinale a opção INCORRETA:

A) O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

B) Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.

C) São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

D) São excluídos da sucessão por indignidade, a ser declarada pelo autor da herança, os herdeiros ou legatários que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar.

COMENTÁRIOS:

a) CORRETA. O direito de representação é regulado a partir do Art. 1.851 do CC, e ocorre quando o herdeiro é pré morto em relação ao de cujus. Desse modo, sua cota cabe somente aos DESCENDENTES:

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Art. 1.851. Dá-se o DIREITO DE REPRESENTAÇÃO, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

b) CORRETA. O examinador poderá elaborar uma questão dizendo que apenas pessoas nascidas são legítimas à sucessão. O item estará errado com base no art. 1.798 do CC:

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.

c) CORRETA. Mais uma questão com base em literalidade de artigo, muito cobrada nas provas de Delta. O examinador acrescerá o termo “colaterais” e a questão estará incorreta. Muito cuidado:

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Atenção, pois a questão fala dos herdeiros NECESSÁRIOS. É perfeitamente possível que colaterais sucedam, mas não como herdeiros necessários:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes (necessário), em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes (necessário), em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente (necessário);

IV - aos colaterais. (facultativo)

d) INCORRETA. A principal distinção entre a indignidade e a deserdação é: a deserdação ocorre mediante manifestação do autor da herança, de modo que somente este pode deserdar. Já a indignidade pode ocorrer post mortem, mediante ação de indignidade a ser promovida após a morte pelos interessados.

Sobre o tema, importante conhecer os artigos pertinentes:

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros (necessários e facultativos e/ou testamentários) ou legatários:

I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814 (causas de indignidade), autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;

IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814 (causas de indignidade), autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

(26)

24

III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;

IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

GABARITO: D

20) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021)

Com base na disciplina cível afeita ao Direito das Obrigações, assinale a opção CORRETA:

A) No que se refere às obrigações de dar coisa incerta, quando determinadas pelo gênero e pela quantidade, a regra geral é que o credor não poderá escolher dar coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

B) Em relação às obrigações de fazer, havendo recusa ou mora do devedor, o credor pode, em caso de urgência e mediante autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

C) Nas obrigações alternativas, quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

D) Não perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

COMENTÁRIOS:

a) INCORRETA. Na realidade, não é o credor que escolherá, e sim o devedor. Eis o erro da assertiva, ao dizer “não poderá o credor escolher dar coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação;

mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

b) INCORRETA. A autorização judicial, nesses casos, é dispensada:

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

c) CORRETA. Dispositivo legal muito cobrado. Obrigações alternativas admitem que o devedor, em regra, escolha no momento da prestação qual será realizada. No caso de obrigações por prestações periódicas, essa escolha pode acontecer em relação a cada uma das prestações. Esteja atento ao Art. 252, sobre as obrigações alternativas, uma vez que é muito contemplado em provas de concurso público:

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.

§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.

§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

d) INCORRETA. A obrigação indivisível que se resolver em perdas e danos PERDE ESSA QUALIDADE:

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.

§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

GABARITO: C

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