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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RECURSO ESPECIAL Nº RJ (2003/ ) RELATOR : MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL Nº 620.178 - RJ (2003/0238650-5)

RELATOR : MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO

RECORRENTE : DALVA GOMES BARBOSA

ADVOGADO : GUARACY MARTINS BASTOS E OUTRO

RECORRIDO : AXA SEGUROS BRASIL S/A

ADVOGADO : OCTAMYR JOSÉ TELLES DE ANDRADE JUNIOR E OUTROS

EMENTA

Seguro obrigatório. DPVAT. Acidente provocado por veículo de transporte coletivo. Art.

7º da Lei nº 6.194/74 com a redação dada pela Lei nº 8.441/92. Resolução da SUSEP.

1. Não prevendo o dispositivo da lei especial de regência a exclusão de determinada categoria

de veículos automotores do sistema legal de pagamento de indenização para vítimas de

veículo não identificado, com seguradora também não identificada, não pode a resolução

(2)

fazê-Io.

2. Recurso especial conhecido e provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.

Ministros Humberto Gomes de Barros e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Castro Filho. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Humberto Gomes de Barros.

Brasília (DF), 25 de outubro de 2005 (data do julgamento).

MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO

Relator

RECURSO ESPECIAL Nº 620.178 - RJ (2003/0238650-5)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO:

(3)

permissivo constitucional, contra acórdão da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim ementado:

"AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. O DPVAT É SEGURO OBRIGATÓRIO DE DANOS PESSOAIS CAUSADOS POR VEÍCULOS AUTOMOTORES DE VIAS TERRESTRES COM A FINALIDADE DE AMPARAR AS VÍTIMAS DE ACIDENTE DE TRÂNSITO EM TODO O TERRITÓRIO

NACIONAL, NÃO IMPORTANDO DE QUEM SEJA A CULPA DOS ACIDENTES. CONVÊNIO DPVAT É CONVÊNIO ESPECIAL AO QUAL AS SOCIEDADES SEGURADORAS DEVERÃO ADERIR PARA OPERAR NAS CATEGORIAS 1, 2, 9 E 10 DO SEGURO DPVAT. PARA OS VEÍCULOS EXCLUÍDOS DO CONVÊNIO (PERTENCENTES AOS ÓRGÃOS DA

ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DOS GOVERNOS ESTADUAIS) E PARA OS VEÍCULOS DAS CATEGORIAS 3 E 4 - ÔNIBUS, MICROÔNIBUS E LOTAÇÃO COM COBRANÇA DE FRETE (URBANOS, INTERURBANOS, RURAIS E

INTERESTADUAIS); MICROÔNIBUS COM COBRANÇA DE FRETE MAS COM LOTAÇÃO NÃO SUPERIOR A 10 PASSAGEIROS E ÔNIBUS, MICROÔNIBUS E LOTAÇÕES SEM COBRANÇA DE FRETE (URBANOS, INTERURBANOS, RURAIS E INTERESTADUAIS) O SEGURO DPVAT SERÁ OPERADO DE FORMA INDEPENDENTE POR CADA SOCIEDADE SEGURADORA. NORMAS QUE REGEM A MATÉRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA QUE PODE SER RECONHECIDA DE OFÍCIO EM QUALQUER TEMPO E GRAU DE JURISDIÇÃO.

PROVIMENTO DO RECURSO DA RÉ. COM A EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM

JULGAMENTO DO MÉRITO, CONDENADO A AUTORA NO PAGAMENTO DAS CUSTAS E VERBA HONORÁRIA DE DUZENTOS REAIS, COM A RESSALVA DO ART. 12 DA LEI 1.060/50" (fls. 146/147).

Opostos embargos de declaração (fls. 155 a 159), restaram desprovidos (fls. 162 a 164).

Sustenta a recorrente violação do artigo 7º da Lei nº 6.194/74, modificada pela Lei nº 8.441/92, alegando que "cabe a qualquer seguradora que opere no complexo efetuar o pagamento do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres - DPVAT" (fl. 171).

Aponta dissídio jurisprudencial, colacionando julgados desta Corte.

Contra-arrazoado (fls. 197 a 204), o recurso especial (fls. 166 a 176) foi admitido (fls. 206/207).

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É o relatório.

EMENTA

Seguro obrigatório. DPVAT. Acidente provocado por veículo de transporte coletivo. Art.

7º da Lei nº 6.194/74 com a redação dada pela Lei nº 8.441/92. Resolução da SUSEP.

1. Não prevendo o dispositivo da lei especial de regência a exclusão de determinada categoria de veículos automotores do sistema legal de pagamento de indenização para vítimas de veículo não identificado, com seguradora também não identificada, não pode a resolução fazê-Io.

2. Recurso especial conhecido e provido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO:

A recorrente ajuizou ação de responsabilidade civil para receber da seguradora o seguro obrigatório a que faz jus pelo falecimento de seu filho em acidente automobilístico.

A sentença julgou procedente, em parte, o pedido para condenar a ré a pagar o equivalente a 40 salários mínimos, invocando a Súmula nº 257 da Corte.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proveu a apelação ao fundamento de que "para

receber a indenização no caso de acidentes que envolvam ônibus, microônibus e demais

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(fl. 152).

Os embargos de declaração foram rejeitados.

A questão é saber o alcance da Resolução da SUSEP que exclui do convênio de seguro obrigatório os veículos de transporte coletivo, ônibus, microônibus e lotação. O argumento central, portanto, é o de que o DPVAT nesses casos não é pagável pelo DUT, mas somente por bilhete de seguro emitido por seguradora específica.

Todavia, com todo respeito ao entendimento do acórdão, não creio que deva prevalecer. É que o art. 7º da Lei n° 8.441/92 não faz qualquer restrição por categoria de veículos. O que o referido dispositivo prescreve é o pagamento da indenização por pessoa vitimada por veículo não identificado, com seguradora não identificada "por um consórcio constituído

obrigatoriamente por todas as sociedades

seguradoras que operem no seguro objeto desta Lei".

O fato de atribuir-se ao Conselho Nacional de Seguros Privados competência para estabelecer normas

"para atender ao pagamento das indenizações previstas neste artigo, bem como a forma de distribuição pelas seguradoras participantes do consórcio",

não significa que possa a resolução regulamentar a matéria com a exclusão de certas categorias de veículos. Quisesse o legislador fazer a distinção, de forma a excluir os

transportes coletivos, exatamente a maior fonte de acidentes urbanos, teria incluído na lei tal possibilidade. Se assim não fez, não pode ser reconhecida à autoridade administrativa competência para fazê-lo.

Tenho que com razão a recorrente, violado o art. 7º da Lei nº 6.194/74, alterado pela Lei n°

8.441/92.

Conheço do especial e lhe dou provimento para restabelecer a sentença.

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

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TERCEIRA TURMA

Número Registro: 2003/0238650-5 REsp 620178 / RJ

Números Origem: 20020010242317 200313507359 45242003

PAUTA: 19/05/2005 JULGADO: 25/10/2005

Relator

Exmo. Sr. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO

Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS

Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. PEDRO HENRIQUE TÁVORA NIESS

Secretário

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AUTUAÇÃO

RECORRENTE : DALVA GOMES BARBOSA

ADVOGADO : GUARACY MARTINS BASTOS E OUTRO

RECORRIDO : AXA SEGUROS BRASIL S/A

ADVOGADO : OCTAMYR JOSÉ TELLES DE ANDRADE JUNIOR E OUTROS

ASSUNTO: Civil - Responsabilidade Civil - Indenização - Seguro

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso especial e deu-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nancy Andrighi e Castro Filho.

Brasília, 25 de outubro de 2005

(8)

MARCELO FREITAS DIAS

Secretário

Referências

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