A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 2
CAPÍTULO
RESERVADO PARA TITULO
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3
Atena Editora 2019
Ivan Vale de Sousa
(Organizador)
2019 by Atena Editora Copyright da Atena Editora
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Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
P964 A produção do conhecimento nas letras, linguísticas e artes 3 [recurso eletrônico] / Organizador Ivan Vale de Sousa. – Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2019. – (A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes; v. 3)
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Modo de acesso: World Wide Web.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-281-4 DOI 10.22533/at.ed.814192404
1. Abordagem interdisciplinar do conhecimento. 2. Artes.
3.Letras. 4. Linguística. I. Sousa, Ivan Vale de.
CDD 407 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores.
2019
Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
www.atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO
Aproximar as diferentes áreas do saber com a finalidade de propor reflexões e contribuir com a formação dos sujeitos significa potencializar as habilidades que cada um traz consigo e, ao mesmo tempo, valorizar os múltiplos saberes, correlacionando com as questões que necessitam ser reestruturadas.
Neste terceiro volume da coletânea, os propósitos comunicativos e de divulgação científica dos conhecimentos produzidos no campo das Letras, Linguística e das Artes são cumpridos por aproximar e apresentar aos leitores vinte e nove reflexões que, certamente, problematizarão as questões de trabalho com as ciências da linguagem e da atuação humana.
O autor do primeiro capítulo problematiza o processo de letramento dos sujeitos com deficiência visual, destacando a relevância do trabalho de revisão textual em Braille e da atuação do profissional Revisor de textos em Braille, ampliando as questões referentes à inclusão e às políticas de acessibilidade. No segundo capítulo, os autores abordam as dificuldades referentes à leitura e produção textual nas turmas de 6º e 8º anos do Ensino Fundamental, de uma instituição da Rede Pública. No terceiro capítulo é apresentado um relato do processo de redução orquestral para piano da Fantasia Brasileira de Radamés Gnattali, composta em 1936.
No quarto capítulo são apresentadas as observações na recepção do leitor/
receptor com a poesia, na leitura de poemas escritos e multimodais e como a sonoridade interfere na interpretação dos poemas e a proximidade do leitor com tal tipologia. No quinto capítulo, o autor propõe como reflexão o ensino e a aprendizagem de língua inglesa no Brasil, considerando os fatores socioculturais e linguísticos. No sexto capítulo é tematizado o sentido da arte para o público que agiu como coautor de uma instalação artística realizada no espaço expositivo de uma instituição mineira.
No sétimo capítulo, o autor apresenta uma leitura das metáforas metalinguísticas do escritor Euclides da Cunha, nos livros Os Sertões e Um paraíso perdido. No oitavo capítulo, o autor revela as etapas de realização do I Salão Global da Primavera. No nono capítulo, a autora analisa como as animações do Studio Ghibli, sob comando dos diretores Miyazaki e Takahata como desenvolvimento do cinema japonês.
No décimo capítulo, os autores abordam sobre o processo histórico de revitalização do Nheengatu ou Língua Geral Amazônica. O décimo primeiro capítulo tece sintéticas considerações no processo de reconhecimento e metodologias para o ensino de Arte.
No décimo segundo capítulo são discutidas as abordagens sobre gênero e como tais questões estão presentes na obra O Matador, da escritora contemporânea Patrícia Melo.
No décimo terceiro capítulo, as autoras discutem a participação da mulher no processo histórico de consolidação do samba de raiz. No décimo quarto capítulo, o ensino de Literatura aos alunos com surdez simboliza o objeto de letramento dos sujeitos. No décimo quinto capítulo, a autora apresenta um estudo de caráter
documental, reunindo e expondo as informações referentes à poesia Sul-mato- grossense, de Dora Ribeiro.
No décimo sexto capítulo, o autor faz uma leitura ampla do disco Sobrevivendo no Inferno, 1997, do Racionais MC’s. No décimo sétimo capítulo, o autor aborda as noções de veracidade e verossimilhança em No mundo de Aisha. No décimo oitavo capítulo a discussão volta-se para a questão da mobilidade acadêmica internacional de estudantes brasileiros, como forma de produção do conhecimento além-fronteiras.
No décimo nono capítulo há uma reflexão crítica a respeito dos discursos do sucesso na sociedade atual, tendo como instrumental teórico e metodológico a Análise do Discurso derivada dos trabalhos de Michel Pêcheux.
No vigésimo capítulo, os autores expõem a cultura togolesa em relação aos aspectos econômico, social, educacional e ambiental. No vigésimo primeiro capítulo, os autores utilizam na discussão do trabalho a pesquisa autobiográfica proposta por Joseph Campbell. No vigésimo segundo capítulo, o autor traz à discussão a temática da luta contra a ditadura do teatro brasileiro, enfatizando a escrita e a atuação de Augusto Boal.
No vigésimo terceiro capítulo, a autora discute a valorização da identidade nacionalista em consonância com a crítica social presentes na produção poética santomense de autoria feminina. No vigésimo quarto capítulo, os autores disseminam reflexivamente alguns conceitos sobre a importância do solo no ambiente escolar como estratégia aproximada dos saberes e da promoção formativa de uma consciência pedológica. No vigésimo quinto capítulo, o Canto Coral é discutido como atividade integradora e socializadora para os participantes, promovendo, sobretudo, o aprendizado musical.
No vigésimo sexto capítulo, o autor problematiza a condução da dança de salão, além de enfatizar questões acerca da sexualidade, comunicação proxêmica e relações de poder com base em alguns conceitos discutidos no trabalho. No vigésimo sétimo capítulo são apresentados os resultados da pesquisa A identidade regional e a responsabilidade social como ferramentas para agregar valor na Moda da Serra Gaúcha. No vigésimo oitavo capítulo, o autor discute e apresenta as influências da Era Digital na produção e recepção literárias na narrativa transmídia. E no vigésimo nono e último capítulo, as autoras refletem sobre as experiências poéticas e discutem as noções estéticas das práticas artísticas humanitárias.
É nessa concepção que a compilação dos vinte e nove capítulos possibilitará a cada leitor e interlocutor desta coletânea compreender que o conhecimento estabelece conexões entre as diferentes áreas do conhecimento. Assim, a produção organizada do conhecimento na experiência dos interlocutores desta Coleção abre caminhos nas finalidades esperadas nas habilidades de leitura, escrita e reflexão.
Ivan Vale de Sousa
SUMÁRIO SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ...1
O LETRAMENTO NA DEFICIÊNCIA VISUAL E AS QUESTÕES DE REVISÃO TEXTUAL EM BRAILLE Ivan Vale de Sousa
DOI 10.22533/at.ed.8141924041
CAPÍTULO 2 ...14
FÁBULAS, PROVÉRBIOS: TECITURAS DA LÍNGUA PORTUGUESA Jean Brito da Silva
Lindalva José de Freitas
DOI 10.22533/at.ed.8141924042
CAPÍTULO 3 ...24
FANTASIA BRASILEIRA PARA PIANO E ORQUESTRA DE RADAMÉS GNATTALI: RELATO DO PROCESSO DE REDUÇÃO ORQUESTRAL
Cláudia de Araújo Marques DOI 10.22533/at.ed.8141924043
CAPÍTULO 4 ...34
FRUIÇÃO NA RECEPÇÃO POÉTICA E OS IMPACTOS DA SONORIDADE NESSE PROCESSO Lavínia dos Santos Prado
Letícia Gottardi Wilker Ramos Soares
DOI 10.22533/at.ed.8141924044
CAPÍTULO 5 ...49
INTERSECÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E LINGUÍSTICA NO APRENDIZADO DE INGLÊS: UM “INGLÊS BRASILEIRO”
Victor Carreão
DOI 10.22533/at.ed.8141924045
CAPÍTULO 6 ...56
INSTALAÇÃO ARTÍSTICA E OS SENTIDOS PRODUZIDOS PELO PÚBLICO: O CORPO COMO LÓCUS DE POSICIONAMENTO POLÍTICO E ESTÉTICO
Adriana Vaz Rossano Silva
DOI 10.22533/at.ed.8141924046
CAPÍTULO 7 ...69
METÁFORAS METALINGUÍSTICAS DE EUCLIDES DA CUNHA Carlos Antônio Magalhães Guedelha
DOI 10.22533/at.ed.8141924047
CAPÍTULO 8 ...83
O I SALÃO GLOBAL DA PRIMAVERA – ARTES PLÁSTICAS: BRASÍLIA E ESTADO DE GOIÁS, 1973 - REALIZAÇÃO REDE GLOBO
Aguinaldo Coelho
DOI 10.22533/at.ed.8141924048
SUMÁRIO CAPÍTULO 9 ...97
O MODELO DE CINEMA DO STUDIO GHIBLI, QUE CONQUISTOU OS JAPONESES Luiza Pires Bastos
DOI 10.22533/at.ed.8141924049
CAPÍTULO 10 ...107
O NHEENGATU NO RIO TAPAJÓS: REVITALIZAÇÃO LINGUÍSTICA E RESISTÊNCIA POLÍTICA Florêncio Almeida Vaz Filho
Sâmela Ramos da Silva
DOI 10.22533/at.ed.81419240410
CAPÍTULO 11 ...123
PROCESSOS INVESTIGATIVOS PARA COMPREENDER AS IMAGENS COMO ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA ARTE
Valéria Fabiane Braga Ferreira Cabral DOI 10.22533/at.ed.81419240411
CAPÍTULO 12 ...135
REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO NAS PERSONAGENS CLEDIR E ÉRICA EM O MATADOR, DE PATRÍCIA MELO
Naira Suzane Soares Almeida Algemira de Macedo Mendes DOI 10.22533/at.ed.81419240412
CAPÍTULO 13 ...146
SAMBA DE RAIZ: UM ESTUDO ENUNCIATIVO DO TESTEMUNHO FEMININO Claudia Toldo
Débora Facin
DOI 10.22533/at.ed.81419240413
CAPÍTULO 14 ...161
SILÊNCIOS E SILENCIADOS: O ENSINO DE LITERATURA E OS ALUNOS SURDOS Mirian Theyla Ribeiro Garcia
DOI 10.22533/at.ed.81419240414
CAPÍTULO 15 ...175
DORA RIBEIRO: ESBOÇO DA VIDA E OBRA Ana Claudia Pinheiro Dias Nogueira DOI 10.22533/at.ed.81419240415
CAPÍTULO 16 ...192
SOBREVIVENDO NO INFERNO: DE ONDE VEM O RACIONAIS?
Rodrigo Estrella Mendes
DOI 10.22533/at.ed.81419240416
CAPÍTULO 17 ...205
VERACIDADE E VEROSSIMILHANÇA N’O MUNDO DE AISHA Antonio do Rego Barros Neto
DOI 10.22533/at.ed.81419240417
SUMÁRIO CAPÍTULO 18 ...222
UM OLHAR DIALÓGICO PARA A MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL DE ESTUDANTES BRASILEIROS
Vilton Soares de Souza
DOI 10.22533/at.ed.81419240418
CAPÍTULO 19 ...240
A FORÇA DAS PALAVRAS: OS SENTIDOS DO SUCESSO Thiago Barbosa Soares
DOI 10.22533/at.ed.81419240419
CAPÍTULO 20 ...250
A CULTURA AFRICANA: CASO DA REPÚBLICA DO TOGO Omar Ouro-Salim
José Eduardo Machado Barroso Marcela Cabral Mendes Barroso Fausto Teodoro Neves
DOI 10.22533/at.ed.81419240420
CAPÍTULO 21 ...262
A JORNADA DO HERÓI COMO MÉTODOLOGIA DE PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA Ítalo Franco Costa
Cláudia Mariza Mattos Brandão DOI 10.22533/at.ed.81419240421
CAPÍTULO 22 ...272
A LUTA CONTRA A DITADURA DO TEATRO BRASILEIRO: AUGUSTO BOAL E A PRIMEIRA FEIRA PAULISTA DE OPINIÃO
Daniele Severi
DOI 10.22533/at.ed.81419240422
CAPÍTULO 23 ...284
A VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL E A CRÍTICA SOCIAL PRESENTES NA PRODUÇÃO POÉTICA SANTOMENSE DE AUTORIA FEMININA
Susane Martins Ribeiro Silva DOI 10.22533/at.ed.81419240423
CAPÍTULO 24 ...296
O TEATRO DE FANTOCHES COMO PRÁTICA SIGNIFICATIVA PARA CONTEXTUALIZAR O TEMA SOLO EM SALA DE AULA
José Ray Martins Farias Josíele Carlos Fortunato Paulo Cesar Batista de Farias Ivson de Sousa Barbosa Francisco Laires Cavalcante Adriana de Fátima Meira Vital DOI 10.22533/at.ed.81419240424
SUMÁRIO CAPÍTULO 25 ...307
CANTO CORAL COMO AGENTE DE INTERAÇÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO HUMANO Karen Zeferino
Andréia Anhezini da Silva
DOI 10.22533/at.ed.81419240425
CAPÍTULO 26 ...312
DANÇA DE SALÃO E NOVOS CONCEITOS DE CONDUÇÃO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA SEXUALIDADE, COMUNICAÇÃO PROXÊMICA E RELAÇÕES DE PODER
Bruno Blois Nunes
DOI 10.22533/at.ed.81419240426
CAPÍTULO 27 ...325
TECENDO A IDENTIDADE PARA POTENCIALIZAR A SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS LOCAIS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Mercedes Lusa Manfredini Bernardete Lenita Sisuin Venzon DOI 10.22533/at.ed.81419240427
CAPÍTULO 28 ...334
“O MENINO QUE SOBREVIVEU”: O FENÔMENO HARRY POTTER NA ERA DIGITAL Fellip Agner Trindade Andrade
DOI 10.22533/at.ed.81419240428
CAPÍTULO 29 ...342
CAMINHAR, UM MÉTODO POÉTICO (BRASÍLIA) Tatiana Vieira Terra
Karina e Silva Dias
DOI 10.22533/at.ed.81419240429
CAPÍTULO 30 ...354
O CABRA E A QUESTÃO CULTURAL NAS METÁFORAS ANIMAIS Fernanda Carneiro Cavalcanti
DOI 10.22533/at.ed.81419240430
SOBRE O ORGANIZADOR... ...366
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 25 307
CANTO CORAL COMO AGENTE DE INTERAÇÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CAPÍTULO 25
Karen Zeferino Universidade Estadual de Maringá, aluna do curso
de Música em Bacharelado em Regência Maringá – Paraná Andréia Anhezini da Silva Universidade Estadual de Maringá, Prof.ª
Departamento de Música – DMU/UEM Maringá – Paraná
RESUMO: Este trabalho apresenta o Canto Coral como atividade integradora e socializadora para seus participantes, promovendo aprendizado musical, desenvolvimento da musicalidade individual e coletiva, e possibilitando a expressão artística por meio da voz. Oferece ainda, uma breve síntese do projeto de extensão “Corais do Departamento de Música da Universidade Estadual de Maringá”, apresentando alguns resultados obtidos quanto à integração social e ao desenvolvimento humano dos coralistas a partir da participação nos coros, assim como outros benefícios dessa atividade artístico- musical para a comunidade participante.
PALAVRAS-CHAVE: música - canto coral - desenvolvimento humano
CHORAL SINGING AS AN AGENT OF SOCIAL INTERACTION AND HUMAN
DEVELOPMENT
ABSTRACT: This work presents the Choral Singing as an integrating and socializing activity for its participants, promoting musical learning, development of individual and collective musicality, and enabling artistic expression through the voice. It also offers a brief synthesis of the project “Corais of the Department of Music of the State University of Maringá”, presenting some results regarding the social integration and human development of choristers from participation in choirs, as well as other benefits of this activity artistic-musical to the participating community.
KEYWORDS: music - choral singing - human development
1 | INTERAÇÃO SOCIAL: UM MODELO DE SOCIALIZAÇÃO POR MEIO DA MÚSICA
A atividade do Canto Coral é uma atividade cultural e social bastante antiga, remonta à Grécia Antiga onde, na encenação dos Dramas e Tragédias, estavam presentes os Coros.
Na história do Brasil, a presença do canto coral enquanto agente social pôde ser verificada desde a chegada dos jesuítas. Porém, antes mesmo da chegada destes, o canto enquanto prática social e cultural já era realizado nas
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 25 308 atividades vocais em grupo dos índios brasileiros e também, posteriormente, nas atividades musicais dos africanos trazidos para o Brasil. (MARIZ, 1994). O canto coletivo fez parte da cultura brasileira em todos os séculos sendo praticada em diversos ambientes e públicos até os dias atuais.
Muitos autores afirmam que o Canto Coral é um importante veículo de aprendizado musical e um recurso de expansão de linguagem humana como atividade de socialização.
Dentre eles podemos destacar Heitor Villa-Lobos, que implantou no Brasil, na década de 1930 a 60, o Canto Orfeônico no Ensino Fundamental público e apresentou a importância do canto coletivo, afirmando que este era um meio de formação moral, cívica e intelectual ao desempenhar um fundamental papel educativo desde a infância.
“Mas o meu canto orfeônico deveria, na realidade, chamar-se educação social pela música. Um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade; é preciso ensinar o mundo inteiro a cantar.” (VILLA-LOBOS, 1987, p.13).
Fucci Amato (2007) afirma que o Canto Coral é potente meio para o desenvolvimento humano quando diz:
O Coral desvela-se assim como uma extraordinária ferramenta para estabelecer uma densa rede de configurações sócio culturais com os elos da valorização da própria individualidade do outro e do respeito das relações interpessoais, em um comprometimento de solidariedade e compreensão. (FUCCI AMATO, 2007, p.5)
Dias (2010) destaca a importância do Canto Coral para o aprendizado da harmonia no convívio com a diversidade, pois as pessoas se aproximam umas das outras para realizar objetivos comuns.
Um aspecto relevante da atividade coral para a comunidade é a não necessidade de conhecimentos de teoria musical por parte dos candidatos que desejam participar dessa atividade, o que a torna acessível.
A vivência do Canto Coral, principalmente no coral amador (não profissional), reúne pessoas de várias e diferentes faixas etárias, classes econômicas, profissões, e gêneros para alcançar um fim comum: uma realização cultural pessoal, coletiva e a manifestação de sua sensibilidade estética.
Mathias (1986) vai ainda mais longe ao afirmar que a música cantada em coletividade atravessa as estruturas físicas dos participantes, harmonizando a dimensão profunda do seu campo pessoal e unindo os indivíduos por meio do som, tornando-os uma unidade - o princípio de todas as coisas.
Conclui-se portanto, que o Canto Coral tem sido um agente propiciador da ampliação de relações sociais, desenvolvendo a relação do coralista consigo mesmo, com os outros coralistas e com a comunidade sócio-cultural na qual está inserido. A prática musical vocal em grupo, além de desenvolver a musicalidade, o autocontrole, a auto-estima e tantas outras potencialidades, é um propiciador de relações sociais harmonizadoras em vários níveis. (PEREIRA; VASCONCELOS, 2007, p.117-118).
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 25 309 2 | PERFIS DOS COROS
Junker (1999) esclarece que o Canto Coral como atividade social também é visível por meio de categorias ou gêneros onde os grupos se organizam e se identificam.
Cada uma dessas categorias está relacionada a um contexto específico responsável pelas estruturas e objetivos musicais. Podemos elencar alguns desses grupos vocais presentes no meio coral no Brasil no que diz respeito à sua formação: coros masculinos, femininos, infantis, mistos de adultos, infanto juvenis, de terceira-idade e outros. Esses coros podem estar vinculados às escolas desde o ensino fundamental e médio até universidades, igrejas, empresas as mais diversas, ou ainda, funcionar de maneira independente. Os objetivos gerais são: trabalhar o potencial vocal dos participantes, sua expressão artística e diversos estilos de repertório musical de acordo com os objetivos intrínsecos de cada grupo vocal.
3 | CORAIS DO DEPARTAMENTO DE MÚSICA DA UEM
O Projeto de Extensão “Corais do Departamento de Música da UEM”, iniciou-se em 2004 e se mantém com atividades ininterruptas até a atualidade. É coordenado pela Professora Ms. Andréia Anhezini da Silva e pelo Professor Ms. Paulo Lopes, e abarca 4 corais: Coro Escola, Coro Feminino do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Coral Infanto-Juvenil e Oficina Coral. Cada um desses corais tem características diferentes: misto, feminino, infanto-juvenil, iniciante, avançado, etc.
Com aproximadamente 140 participantes, os coros são abertos à comunidade interna da UEM e externa.
Todos esses coros configuram-se como “coros-escola”, por meio dos quais os participantes, que na sua grande maioria são leigos em música, tem a oportunidade de desenvolver diversas potencialidades musicais. A qualidade artística é objetivo primeiro, mas também há objetivos educativos, ou seja, a performance e a formação musical estão associadas. Nos coros, os participantes aprendem técnica vocal, preparação e utilização correta do corpo para o canto, repertório musical de diferentes épocas e culturas cantado em diferentes idiomas, e ainda participam de apresentações, encontros e festivais corais, onde vivenciam questões relativas à performance artística e musical. Os monitores-estagiários, alunos do Curso de Música da UEM, ministram e criam exercícios de técnica vocal e de preparação corporal para o canto, desenvolvem técnicas de regência aplicada às diferentes canções do repertório e trabalham aspectos referentes à liderança de um grupo artístico, bem como sua organização e manutenção, sempre sob a supervisão dos professores orientadores do projeto.
O público beneficia-se desse projeto na medida em que assiste aos concertos e usufrui de apresentações musicais e artísticas de qualidade, compostas de uma diversidade de formações corais e estilos musicais.
Os objetivos desse Projeto de Extensão se estendem também para o desempenho
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 25 310 de importantes atividades de socialização e integração da comunidade interna da Universidade com a comunidade externa por meio da atividade coral. Como atividade musical, os coros trabalham no âmbito da sensibilidade humana, desenvolvendo não somente o senso artístico e estético, mas também a conectividade humana por meio do canto coletivo.
3.1 Resultados
Por meio de observação direta durante os ensaios e apresentações dos Coros, assim como da aquisição de conteúdos de questionários respondidos pelos coralistas participantes do projeto há no mínimo um ano, verificou-se depoimentos positivos quanto ao aprendizado musical, transformações pessoais e ao bem estar individual durante e após a realização das atividades.
Constatou-se ainda, um grande entusiasmo por parte dos coralistas em relação a todas as atividades dos Coros, quais sejam: preparação corporal e vocal, ensaios, apresentações, confraternizações e repertório. Os mesmos relataram sentirem-se integrados ao grupo ao fazerem novas amizades.
A grande maioria dos coralistas relatou que, sua participação na atividade coral propiciou-lhes momentos de grande prazer e descontração, e leveza no estado de espírito durante e após cada ensaio.
Relataram ainda, que houve significativas melhoras no humor e na auto-estima.
Muitos perceberam que sua respiração tornou-se mais expansiva e houve um maior relaxamento em situações consideradas “tensas” ou mais desafiantes do dia a dia, como também melhoras no relacionamento pessoal e coletivo em geral.
Foi possível observar que a atividade do Canto Coral nas atividades dos Coros de Extensão oportunizou aos coralistas participantes a integração social, a expressão individual da voz, a ampliação da capacidade vocal e musical, a troca conjunta de boas experiências e o crescimento artístico individual e coletivo.
REFERÊNCIAS
AMATO, Rita de Cássia Fucci. O Canto Coral como prática sócio-cultural e educativo-musical.
Opus, v.13, n.1. 2007, PP.75-96.
DIAS, Leila Miranda Martins. A Prática Coral e a formação de sujeitos: uma reflexão teórica e algumas práticas pedagógicas. IX Encontro Regional da ABEM Nordeste. Forum Norte Rio-Grandense de Educação Musical. Natal, 2010.
JUNKER, D.B. O movimento Coral no Brasil: breve perspectiva administrativa e histórica. ANPPON.
Brasília, DF. 1999.
MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.
MATHIAS, Nelson. Coral um canto apaixonante. Brasília: Musimed, 1986.
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Capítulo 25 311
VASCONCELOS, M. & PEREIRA, E. O processo de socialização no Canto Coral. In: Música Hodie, vol.7, n. 1 , 2007.
VILLA-LOBOS, Heitor. Villa-Lobos por ele mesmo. In. RIBEIRO, J.C. (org.). O pensamento vivo de Villa-Lobos. São Paulo: Martin Claret, 1987.
A Produção do Conhecimento nas Letras, Linguísticas e Artes 3 Sobre o organizador 366 SOBRE O ORGANIZADOR
IVAN VALE DE SOUSA Mestre em Letras pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Especialista em Gramática da Língua Portuguesa: reflexão e ensino pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense. Especialista em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas pela Universidade de Brasília. Professor de Língua Portuguesa em Parauapebas, Pará.