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ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Magistrados integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo.

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APELAÇÃO. NEGATÓRIA DE PATERNIDADE.

JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA.

ADEQUAÇÃO.

Caso de pai registral que passou a se relacionar com a genitora da filha quando ela já estava grávida, de forma que tinha plena ciência de que não era o pai biológico quando efetuou o registro.

Inexistência de qualquer prova da alegada coação que o apelante teria sofrido para efetuar o registro. Não há sequer alguma indicação concreta de qual teria sido o ato ou a ação coatora.

Comprovada, e aliás reconhecida pelo próprio apelante a existência de paternidade socioafetiva consolidada por diversos anos de relação como pai e filha.

Hipótese de adequado julgamento de improcedência do pedido negatório de paternidade.

NEGARAM PROVIMENTO.

APELAÇÃO CÍVEL OITAVA CÂMARA CÍVEL

Nº 70062579776 (N° CNJ: 0450540-

89.2014.8.21.7000) COMARCA DE PIRATINI

.B.

.

APELANTE;

.H.S.B.

. APELADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Magistrados integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo.

(2)

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DES. LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS (PRESIDENTE E REVISOR) E DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ.

Porto Alegre, 11 de dezembro de 2014.

DR. JOSÉ PEDRO DE OLIVEIRA ECKERT, Relator.

R E L A T Ó R I O

DR. JOSÉ PEDRO DE OLIVEIRA ECKERT (RELATOR) Inicialmente, adoto o relatório de fl. 35:

Trata-se de apelação interposta por ELTON B., nos autos da ação negatória de paternidade, ajuizada em face de MIRIAM H.S.B., menor, representada pela sua mãe DALVANI F. S.

A sentença julgou improcedente o pedido (fls.

23/25v.).

Alega o apelante que, no início do namoro com a mãe da apelada tinha apenas 16 anos de idade e não sabia que ela estava grávida. Relata que, após 03 meses da primeira relação sexual, nasceu a apelada. Assim, em homenagem à verdade, ajuíza a presente negatória de paternidade, pois é direito das partes saberem a realidade dos fatos. Menciona que era importante ter sido ouvida a adolescente, a qual atualmente está decidida a buscar o reconhecimento da paternidade biológica, nutrindo repulsa pelo recorrente. Pede provimento, a fim de que seja

(3)

Não foi apresentada contraminuta (fl. 31).

O Ministério Público opinou pelo desprovimento do apelo.

Registro que foi observado o disposto nos artigos 549, 551 e 552, do Código de Processo Civil, tendo em vista a adoção do sistema informatizado.

É o relatório.

V O T O S

DR. JOSÉ PEDRO DE OLIVEIRA ECKERT (RELATOR) Adianto, o apelo não merece provimento.

A alegação recursal inicial do apelante, de que a apelada estaria “decidida a buscar também o reconhecimento da paternidade biológica” não está nem minimamente provada nestes autos.

Com efeito, nada no processo prova ou mostra que a apelada tenha “repulsa” ao apelante, como ele alegou, ou esteja decidida a buscar seu verdadeiro pai biológico.

Bem pelo contrário, a apelada, ainda que representada por sua genitora, desde o início do processo defende a consolidação da paternidade socioafetiva e postula o julgamento de improcedência desta ação.

Por outro lado, não há nulidade no fato d apelada não ter sido ouvida em depoimento pessoal. Aliás, eventual intenção do apelante de ouvir a apelada em depoimento pessoal deveria ter sido trazida em requerimento quando da realização da audiência, ao ou menos consignada em ata, coisa que não ocorreu.

(4)

O fato é que o apelante, como ele mesmo reconheceu desde o início do processo, passou a se relacionar com a genitora da apelada quando ela já estava grávida (fl. 02).

De forma que o apelante sabia não ser o pai biológico, mas mesmo assim optou por efetuar o registro, e manteve com a apelada relação de pai e filha por muitos anos, como bem destacou a sentença:

Por fim, cabe registrar que a prova dos autos evidencia que o autor tinha conhecimento, ao registrar Míriam, que ela não era sua filha biológica e, mesmo assim, permaneceram mantendo relação de pai e filha de modo que, à toda evidência, sempre prevaleceu entre eles o vínculo socioafetivo. (fl. 25)

Também o agente ministerial entendeu provado o reconhecimento espontâneo e a constituição de paternidade socioafetiva por muitos anos:

Primeiro, porque sabendo que a menina não era sua filha biológica e não comprovada qualquer coação a que tenha sido submetido, é claro que o apelante reconheceu a paternidade livremente, não havendo qualquer vício de consentimento.

Quanto ao aspecto socioafetivo, só o fato de ele ter tido boa convivência com a menor desde o seu nascimento até os 07 anos de idade, quando ocorreu a separação do casal, já demonstra que ela cresceu vendo nele a figura paterna.

Ademais, em depoimento pessoal, o autor reconheceu que sempre a dispensou amor e não fez distinção entre a ré e seus outros filhos.

Portanto, resta flagrante que a menina foi reconhecida de livre e espontânea vontade pelo demandante, bem como está patente a socioafetividade e a posse de estado de filho, de modo que a paternidade em comento tornou-se inafastável. (fl. 36)

(5)

Quanto ao mais, o apelante insiste em dizer que teria sido

“coagido” a efetuar o registro da apelada.

Contudo, vale a pena destacar que não há nenhuma prova de alguma coação, como bem destacou a sentença:

No caso, nenhuma prova que demonstre a existência de coação, erro, dolo, simulação ou fraude veio aos autos, capaz de apontar a existência de vício de vontade, manifestada pelo autor, à época em que efetuado o registro de Míriam.

A mera alegação de que era jovem e, por esta razão, cedeu à coação realizada pela genitora da criança, não é suficiente à caracterização do vício, mormente quando a alegação é rechaçada pelas declarações da mãe da requerida, a qual afirmou, em juízo, que jamais realizou qualquer tipo de coação para que Elton registrasse sua filha, sendo que este o fez, pois, desde o nascimento da menina, tomou para si os cuidados com ela. (fl.

24)

Aliás, o problema aqui não é só “falta de prova” sobre coação.

É mais do que isso.

É falta de indicação mínima do que seria a ação coatora.

Com efeito, em nenhum momento do processo apelante identificou concretamente como ou de que forma a genitora da apelada teria exercido coação sobre ele.

Não há nenhuma referência a alguma ameaça física ou moral imposta pela genitora da apelada sobre o apelante, e nem a indicação de que o apelante sofreria alguma consequência negativa caso não efetuasse o registro.

O que há, apenas, é a mera referência de que o apelante teria sofrido “coação”, mas sem nenhuma prova disso, e sem sequer indicação do que teria sido o ato ou a ação coatora.

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Por tudo isso, comprovado o reconhecimento espontâneo, voluntário e livre de vícios da paternidade, e sendo certa e até incontroversa a constituição de paternidade socioafetiva, tem-se por adequado o julgamento de improcedência da demanda.

ANTE O EXPOSTO, nego provimento ao apelo.

DES. LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS (PRESIDENTE E REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS - Presidente - Apelação Cível nº 70062579776, Comarca de Piratini: "NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: ALEJANDRO CESAR RAYO WERLANG

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